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História Príncipe de Gelo - Capítulo 1


Escrita por: LollipopChu

Notas do Autor


Boa leitura (:

Capítulo 2 - Capítulo 1


Fanfic / Fanfiction Príncipe de Gelo - Capítulo 1

Minha vida nunca foi fácil. Desde pequena tive que arcar com os deveres familiares. Meu pai morreu durante uma pescaria e nos deixou sem 1 único dólar no bolso. Logo depois minha mãe descobriu que tinha uma doença degenerativa que logo a impossibilitou de trabalhar, o que nos fez montar um pequeno restaurante para que ela não ficasse parada, na garagem de casa.

Toda a vizinhança adorava sua comida e embora o restaurante não vivesse cheio, também não estava as moscas, havia bastante clientes fieis, o que era um alívio.

Com os lucros do restaurante, as coisas em casa ficaram melhores, o que me possibilitou fazer faculdade com o pouco dinheiro que sobrava, mas há 8 meses, minha irmã descobriu que estava grávida e o amável porém desempregado e imprestável do marido dela veio morar conosco, fora Kylie nossa outra irmã que tinha ido tentar uma vida melhor no Brasil e voltara há pouco tempo pior do que quando foi.

Só eu trabalhava no momento, o que me impossibilitava de sair para qualquer lugar, porque não podia gastar dinheiro.

- Estou indo gente. Beijo. - Me despedi do pessoal e corri para pegar a condução.

O Brooklyn é um lugar lindo e eu amo morar aqui. O lugar é encantador, embora não seja tão rico. Mas como boa americana, meu fraco sempre foi e sempre será, Manhattan, onde trabalho.

Estava estagiando na Cameron Global há quase um ano, e na verdade já me acostumara as piadinhas em relação a minha aparência.

Nunca fui do tipo de menina que adorava se maquiar, comprar roupa e sapatos ou namorar, eu sempre fui a estranha que preferia gastar todo o dinheiro que tinha em livros e ficar em casa lendo-os. Com isso, aprendi que pessoas ignorantes existem aos montes por ai, como sei que sou inteligente o suficiente e bonita no meu interior, não ligo.

Chego ao escritório e passo pela recepção, bato meu ponto e subo para a sala de multimídia. Encontro alguns colegas e o dia de trabalho começa.

- Garota post-it, o chefe está te chamando na sala dele.

Garota post-it, deram-me esse apelido carinhoso no escritório e o pior é que pegou muito rápido.

- Chefe? - entro em sua sala - O senhor me chamou?

- Sim, Elle, entre e feche a porta. - Respondeu sério.

Meu chefe era uma boa pessoa, sem contar que ele era o único que não me chamava de garota post-it, o que só me fazia gostar mais dele.

- Nós temos que ver um hotel da companhia, para saber se o mesmo se encaixa no esteriótipo estabelecido para a reunião de acionistas. Houve uma votação aqui no escritório e você foi a ganhadora. - sorri - Você vai para Macau ainda hoje, juntamente com o advogado Park.

- Oh.. Ok, chefe.

Não sabia o que dizer ou fazer. Macau? Tipo, na China? Com o advogado Park?

Talvez ter ganhado a viagem tenha sido uma coisa boa. Talvez eu possa finalmente dizer à ele o que sinto. Talvez seja uma boa hora para seguir os conselhos da minha louca amiga, Sunny.

~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~.~

O vôo para Macau foi tranquilo, embora realmente demorado. E nesse meio tempo, a única coisa que eu conseguia pensar era em como me aproximar do advogado Park.

Ele e eu estamos numa espécie de paquera de ônibus: estamos muito proximos, mas não falavamos nada e ele as vezes me dava alguns sinais de que gosta de mim. O que me faz ficar muito feliz, é claro.

Fomos até a recepção e descobrimos que o pessoal da empresa nos colocou no mesmo quarto. Subimos meio envergonhados e fomos em direção ao nosso quarto, número 2006.

Desempacotamos sem dizer nada e logo depois fomos para o nosso compromisso: o dele era falar com os funcionários e o meu checar todo o hotel, que devo acrescentar, era enorme.

Acabei indo para o bar, completamente cansada de andar pelo enorme hotel. O ligar era tão grande, que me sentia meio mal em relação a isso.

O bar ficava estrategicamente localizado no meio do lugar, possibilitando as pessoas de beber o que quisessem, sem precisarem se locomover muito.

- Um Martini, por favor. - peço ao me jogar em um dos bancos.

- Dois. - diz um homem estritamente bem arrumado, sentando ao meu lado.

- Comemoração ou fossa? - o barman pergunta à nós dois, eu acho.

- Coragem. - digo.

- Fossa. - diz o homem ao mesmo tempo que eu.

- OK. Gelo duplo. - sorri e começa a fazer alguma coisa que não se parece em nada com um Martini, não que eu já tenha bebido antes - Aqui então. - diz sorridente e nos entrega os copos.

- À coragem que nós precisamos. - fala o homem, colando seu copo no meu em um brinde e eu o acompanho ao virar o copo na boca.

Aquilo ardia, mas a sensação era boa. Brindamos outras seis vezes antes do mundo começar a girar.

- Tenho que ir. - digo e me levanto sorrindo - Tudo gira.

O homem sorria para mim, enquanto eu relutava para ficar de pé. Era tão complicado ficar de pé.

- Vou te levar, moça. - diz o homem e me ampara para que eu não caia - Já que é o meu hotel.

Não sabia bem o que ele quis dizer, afinal meu cérebro nadava em álcool e eu me sentia leve, quase como se pudesse voar.

Já estava de noite quando fomos cambaleantes em direção a um elevador com portas abertas, o qual, não entrou ninguém. Nós nos apressamos e entramos nele. O homem apertou alguma coisa e me apoiou contra a parede.

- Qual andar? - perguntou enrolado.

- 2006.. - digo meio estridente.

- Que? - pergunta se segurando nas paredes.

- 2006. - digo e ele aperta todos os botões - Você está bêbado. - digo e ele me encara meio grogue ao extremo.

- Você também. - diz e eu pondero. Ele tinha razão. Apenas concordo balançando a cabeça.

O negócio não parecia sair do lugar, o que era uma sensação horrível. Os marcadores não marcavam nada e nem tinha luz nos botões. Aperto o botão com um enorme 9 pintado e nada acontece.

Sem saber o que fazer, olho para o homem ao meu lado e noto que ele parece ator ou bem rico. Apesar de bêbado é extremamente atraente e bem apessoado.

Um solavanco me leva ao chão, e sem perceber caio em cima dele. Uma louca vontade de vomitar toma conta de mim, mas a mando de volta.

- Desculpa. - falo estalando a língua, e ele ri - Por que está a rir? Parece que estamos presos.

- Você engraçada, moça. - ele novamente ri, e depois se levanta.

Batemos desesperados na porta gritando socorro, mas ninguém veio. Ainda meio desesperados e tentando recobrar o juízo, acabamos por nos sentar no chão e tentamos pensar.

- Vão nos tirar daqui. De manhã no máximo. - diz o homem e eu o encaro séria.

- De manhã? Você acha que eu bebi tanto para não fazer nada? Eu estava tomando coragem há um ano e você vem me dizer amanhã? - grito com o homem que me olha assustado.

- Desculpe. - diz e eu passo a ignorá-lo.

Com o passar das horas, pensei que não poderia ficar pior, mas podia. Comecei a sentir fome, meu celular já estava sem bateria, estava com sede e o pior: o efeito da bebida havia passado em partes.

O homem havia pego no sono há unas duas horas e ainda dormia. Ele parecia tão sereno em seu sono, que nem parecia que estávamos presos num elevador que poderia cair.

- Você vai fazer um buraco no meu rosto. - diz abrindo os olhos vagarosamente.

- Desculpe. Você parecia sereno. - digo dando de ombros e ele sorri - Estou com fome. - reclamo.

- Tome. - diz ao me entregar sua bolsa.

Pego a mesma e a vasculho, vendo vários pacotes de marshmallow dentro dela. Meus olhos deveriam ter saltado, por que o homem passou a me olhar com uma expressão curiosa.

Vários pacotes de marshmallow depois descobri uma garrafa de vinho no fundo da bolsa.

- Você ia encontar alguém? - pergunto e ele apenas assente - O seu vinho. - o entrego e ele pega a garrafa, abrindo-a logo em seguida, com algum esforço.

- Não posso te oferecer muito. - diz me entregando a garrafa e eu a pego dando um longo gole.

- Eu ia ter minha primeira vez hoje. - digo sem nenhum motivo aparente - E meu primeiro beijo de verdade.

- Nunca beijou? - pergunta de olhos arregalados.

- Uma vez. - sorrio ao recordar o desastre - Eu tinha 16 anos. Minha mãe pegou a gente no meio do beijo.

- Sua mãe impediu um beijo. Isso é bem legal. - ri divertido e eu bebo novamente da garrafa.

- Eu acho que o amo, sabe? Ele é bom comigo. - digo e o homem sorri - Isso é amor? - pergunto à mim mesma, eu acho.

- O que você sente quando vê ele? - pergunta sorrindo.

- Ele é legal. Meu coração dispara. - digo e ele novamente sorri - Ele é bonito. Muito bonito.

- Então é amor. - diz e eu concordo, levando a garrafa à boca, e vendo que não tinha mais vinho nela.

- Eu sou tão patética. - digo e ele me encara meio de lado. Cabeças pesam. - Me apaixonei por alguém que nunca vai me querer.

- Por que? - pergunta - Você é linda.

- Linda? Eu? - pergunto rindo - Acho que você realmente bebeu.

O homem se levanta e anda pelo pouco espaço que tem, sentando novamente ao meu lado, e segurando o meu rosto para ele.

- Qualquer homem sentiria tesão por você. Qualquer homem mesmo. Você é bonita e educada. - diz e meu coração meio que dispara, daquele jeito meio bêbado.

Nossos olhos se encontram e começam a dançar, peitos se estufam e o meu coração bate tão forte que chega dói e quase creio que possa ser ouvido. O homem arregala os olhos ao mesmo tempo em que se afasta, me soltando.

- Eu não, é claro. Um homem que sabe... Esteja aí e tenha olhos para enxergar você... - diz e eu sorrio ainda mais sem graça.

- Claro. - sorrio e abaixo a cabeça.

Ali eu percebi que ele realmente poderia até ser boa pessoa, mas era completamente honesto consigo mesmo. Sinto mãos em meu pescoço e levanto o rosto, vendo aqueles olhos claros e calorosos vindo em minha direção, e em segundos nossos labios se encontram, e sou tomada por um beijo voraz.

Não adianta dizer que lembro de muita coisa, até por que, lembro-me de luz e pessoas nos mandando ficar calmos. Lembro de abrir os olhos e estar completamente aconchegada ao peito do homem. Minha blusa de botões está aberta e sinto meu coração saltar novamente no peito.

Quando os bombeiros nos tiram do elevador, saio correndo o tanto que consigo sem olhar pra trás. Que diabos aconteceu?

No caminho até meu quarto no hotel, sinto um desconforto horrível na minha região íntima, além de notar que estou descalça.

Assim que abro a porta do meu quarto, o meu queixo cai com o que eu vejo: Deitados na nossa cama do hotel, estavam o advogado Park e uma mulher extremamente bonita se beijando. Bato a porta do quarto requerindo atenção dos dois.

- Advogado Park? O que... Como você pôde? - falo chocada.

- Como pude fazer o que? Temos alguma coisa por acaso? - respondeu.

- Eu pensei... Que nós dois... Pensei que nós íamos ficar juntos e... - ele me corta com sua gargalhada.

- Eu e você? Você acha mesmo que eu ficaria com você? Um desprezível post-it? - disse se enrolando num roupão e vem em minha direção - Você é tão ridícula! Em que mundo você acha que eu, um advogado, ficaria com uma mulher sem tempero como você? Além de feia, é claro.

Sinto minhas pernas vacilarem e caio sentada no chão, só então percebo que devo ter deixado meus sapatos no elevador. Que ótimo! Agora tinha perdido o único par de sapatos que tinha trazido para a viagem.

- Você... Eu pensei que você me dava sinais... E... - incio de cabeça baixa, mas novamente sou cortada por uma risada seca.

- Sinais? Quando eu fiz isso? Quando te olhei com pena ou quando ri da sua cara de idiota?- doeu? Claro que doeu, e justamente por isso deixo que as lágrimas venham - Eu sou um tipo de nobreza, acha mesmo que eu ficaria com você? Garota estúpida.

E eu era mesmo muito estúpida, sempre acreditava nas pessoas e sempre me dava mal por isso.

Neste momento, senti mãos agarrarem minha cintura e me ajudarem a levantar, a principio achei que fosse o advogado Park, mas ele olhava incrédulo para mim.

- Levante-se e calce os sapatos. - Essa voz me parecia conhecida - Você se considera parte da nobreza? Você é um porco sem educação. Será que seus pais nunca te ensinaram como se deve tratar uma dama? Ainda por cima uma tão bonita? -Era aquele homem desconhecido. Aquele do elevador.

- Dama? O que isso aí tem de dama? Mas me parece um experimento mal sucedido. - e como riam, os dois. Ele e a mulher que estava com ele.

- O que você disse? Trave o maxilar. - Só consegui ver seu punho poderoso acertando o queixo daquela pessoa que eu achava que seria boa para comigo - Nunca, em hipótese alguma desrespeite essa mulher! Nunca, seu saco de estrume podre! Essa mulher, sim, poderia ser considerada parte da nobreza e você não seria mais do que a pessoa que dá comida aos porcos.

Ele parecia tão poderoso olhando assim, daquele ângulo para o advogado Park que agora estava no chão.

- Vamos. - diz enquanto pega minha mão e me leva para longe daquele homem que lava os porcos.

Acabo saindo de lá com um leve sorriso no rosto. Acho que nós dois.


Notas Finais


~ Drama ~


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