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História Príncipe de Gelo - Capítulo 3


Escrita por: LollipopChu

Notas do Autor


Att em dobro por conta da demora.

Capítulo 4 - Capítulo 3


Cheguei a portaria do trabalho após voltar de minha viagem frustrada a Macau, com minha amiga Sunny ao meu lado. Como não escondia nada de Sunny contei a ela tudo o que havia acontecido em Macau, e ela agora se culpava.

- Você é uma boba mesmo. Somos muito bobas mesmo! Eu torcia tanto para vocês ficarem juntos! - dizia com um toque de melancolia na voz.

- Eu sei! Ninguém imaginava.

- E esse homem que te ajudou? - pergunta.

- Connor? Ah... Não vamos nos ver nunca mais... Como teria? Ele deve morar em Macau, mas eu não sei onde por que não perguntei. - sorri sem graça. Ela já sabia disso.

- O meu ponto é: você se apaixonou por ele. - diz enquanto caminhavamos.

- Claro que não, Sunny! - dou um tapa leve em seu braço.

- Elle, sou sua melhor amiga, tipo sua irmã. Eu estou convivendo com você desde que voltou de Macau há 7 semanas e nesse tempo você não parou de falar no seu príncipe. Que ele era lindo, que ele era alto, que era loiro, do cheiro dele.. Então, ou você admite que se apaixonou por ele, ou para de falar dele.

- Eu não falo dele o tempo todo. - digo e ela ri.

- Amiga, eu acho que sua capacidade de mentir aumentou igual a sua fome e idas ao banheiro. - tira sarro.

- Ai Sunny, para!

- Que estardalhaço é esse ali na frente? - pergunta Sunny, o que me fez olhar para entrada e vi cerca de 15 membros da liderança do trabalho enfileirados e curvados para alguém que chegava. Um carro realmente bonito parou em frente ao prédio e um homem muito elegante saiu de dentro dele.

- É uma honra tê-lo aqui presidente Cameron. - Ouvi meu chefe dizer.

- Presidente? - pergubro alto e ela me encara - O dono disso tudo? - praticamente gritamos enquanto entramos no prédio apressadas.

Os homens entraram direto e nós apenas nos escondemos para que nosso chefe não nos visse. Quando chegamos ao nosso local de trabalho, fui direto para a minha mesa e Sunny para a dela, que ficava ao lado da minha.

- Amiga... Me dê um daqueles - diz manhosa, se referindo a absorventes - meu "estômago" está me matando. - Pegou na minha mão e saiu reclamando, depois de sinalizar as aspas.

Depois de Sunny sair, olho meu calendário atenciosamente. Eu estava 6 semanas atrasada, exatamente o tempo que havia voltado de Macau. Deixei meus devaneios quando meu chefe me chamou para pedir café.

~ X ~

Tínhamos uma reunião marcada com o tal do presidente. Todos nós estávamos enfileirados no nosso local de trabalho, ao lado de nossas mesas, esperando o presidente passar. Um homem realmente alto e bonito apareceu com um óculos e uma expressão infeliz, no topo da sala.

Sem muito interesse ele passou sério por nós, quando respiravamos aliviados ele voltou e parou na minha frente.

Eu estava certa em meus pensamentos. Eles eram o mesmo homem. O mesmo homem que me salvou em Macau estava na minha frente.

- Elle? - pergunta e eu me forço a morder o lábio inferior e olhá-lo nos olhos - Elle Kim. - sorri ao me olhar e eu engulo em seco.

- O-oi. - digo nervosa e ele retira os óculos, sorrindo amplamente.

- É você mesmo! - comemora ainda mais sorridente e me abraça, me fazendo sentir seu delicioso cheiro. Mas logo se afasta - Como é bom te ver. Senti sua falta. - diz sorrindo e eu sorrio de volta.

- Bom te ver, Mr. Cameron. - sorrio de olhos baixos e ele me olha confuso.

- Ei. - diz pegando meu queixo e o levantando a sua altura - Somos pessoas que se ajudam, não somos? - sorri ao perguntar e eu apenas balanço a cabeça - Então?

- Senhor, precisamos ir. - diz um homem com cara de segurança e ele sorri sem graça ao me encarar novamente.

- Preciso ir, mas devo dizer que você foi a melhor coisa que eu encontrei nessa empresa. - sorri olhando ao redor e com um demorado beijo na minha bochecha segue caminho, parando novamente e virando - Toma um café comigo depois? - pergunta.

- Claro. - sorrio e ele repõe os óculos escuros.

- Foi um prazer revê-la, Elle.

- O prazer foi meu, Connor. - vejo-o rie abertamente de novo e sobretudo, vejo o queixo de Sunny cair. Com um aceno ele segue caminho e eu olho para Sunny.

- O seu príncipe é o dono do lugar? - pergunta eufórica - Você já sabia?

- Claro que não, Sunny! - suspiro - Tem algo mais imperante.

- O que é? - questiona.

- A verdade é que.. Nós transamos. - sussurro e ela começa a dar gritinhos - Sunny pára! Eu acho que estou grávida. - basta isso para que ela pare.

- Você tem certeza? - eu apenas balanço a cabeça. - Eu já volto. - completamente séria, ela se levanta, pega a bolsa e sai.

~ X ~

Já fazem uns cinco minutos que estamos abraçadas no banheiro da empresa. O teste com o resultado positivo piscando está entre nós. Eu não consigo parar de soluçar.

- Elle, o bebê. Pensei no bebê. Tristeza faz mal ao bebê. - diz e eu paro quase que instantaneamente - Vamos para o restaurante. Vou te comparar algo para beber.

Sunny me deixa em uma das mesas altas e sorrindo vai em direção a parte de comes do enorme restaurante. Abaixoinha cabeça e a mantenho alí, completamente desolada.

Uma mão aparece do nada e coloca uma lata de refrigerante na minha frente, pensei que fosse Sunny, mas ao levantar a cabeça meio assutada, vejo que era Fernando.

- Você continua me evitando... Por que? - pergunta ao se sentar.

- Não estou evitando você. - respondo o mais seca possível, depois me levanto e sento longe dele, que logo vem atrás de mim me fazendo perguntas.

- Por que não me disse que a pessoa da festa é o CEO da Cameron Global?- questionou. - Ainda mantém contato com ele?

- Não mantenho contato. Só ficamos juntos aquela noite. Ele me ajudou e ponto.

- Então foi um pernoite? Com sua personalidade? Quer que eu encontre o número dele? Encontra ele! - insistia e eu não entendia o porquê - E me ajude também. A Cameron Global está planejando uma filial para a China, desta vez, e eu poderei me tornar o advogado interno deles. - Meu Deus... Que cara de pau. - Pode me fazer esse favor? Hein?

- Não sou próxima a ele. Ele é alguém amigável que me ajudou e eu sou muito grata, só isso. - respondi sem encará-lo.

- É difícil fazer algo que já fez? Você fingiu todo esse tempo, agindo inocentemente - diz segurando meu braço tão forte que me machucou - Mas já foi pega por mim mentindo.

- O que está fazendo? Me solta! - grito assustada. O bebê. Tenho que pensar no bebê.

- Você seduziu o CEO da Cameron Global? É realmente interessante. - eu estava petrificada com suas palavras. - O que há para ver em uma mulher mediana como você?- disse rindo.

Estava a ponto de chorar quando me soltei do seu aperto. Mas para minha tristeza ele agarrou meu pulso e me olhava com os olhos em brasa agora, ódio saía por todos os seus poros, me entorpecendo.

- Você tem algum apoio? Deve estar bem! Eu posso espalhar um boato dizendo que seduziu o CEO da Cameron Global!? - agora ele gritava comigo. - Você já era se eu espalhar tal boato.

Ouvi um pequeno grito, e meu coração parou. Connor parou em minha frente e tirou a mão do homem de mim, mantendo-a torcida no ar. Eu ainda podia sentir seu aperto.

- Machuca? - perguntou sinicamente para o Fernando que rugia de dor, sorrindo. -Eu que estou tentando seduzir a senhorita Elle Kim aqui, mas não importa o que faça ela não acredita em mim e então me despreza.

Nesse momento, várias pessoas brotaram de vários lugares, inclusive meu chefe que olhava a cena incrédulo.

- Confiarei a consultoria referente a expansão para a China a este escritório, mas sob uma condição. Este homem - olhou para o Fernando - Demita-o. - diz à meu chefe. Então solta o braço de Fernando e se direciona à mim.

- Elle?

- Olá. - O que eu deveria dizer numa situação dessas?

- Vamos. - diz pegando minha mão e virando para sair, abraçado comigo, o que é claro, fez com que todos questionassem a nossa relação.

- Não posso, Connor. - digo e ele me olha - Preciso trabalhar. Nem todos podem ser presidentes. - sorrio sem graça e ele me olha sério.

- Senhor, precisamos ver em relação a demolição do centro comunitário. - diz o homem de antes.

- Tudo bem. Elle, mil perdões. - diz meio cabisbaixo - Podemos nos encontrar outra hora?

- Sim. Claro. - sorrio ao ver Sunny vindo em minha direção com várias latas de coisas.

- Não sabia o que você queria, então trouxe de tudo. - disse ela sem notar a tensão - Oh. - parou quando viu Connor.

- Te deixo em boas mãos então. - sorri e eu apenas o olho, com um sorriso - Te vejo depois, Elle. - e com um inocente selinho, vai embora sorridente.

Já disse que todos os homens que acompanhavam Connor ainda estavam ali? Pois.

- Acho melhor saírmos daqui. - diz e nós saímos a francesa.

~ X ~

Chego em casa após o trabalho e o infernal metrô, além de uma longa caminhada da estação, até a minha casa.

Entrando, fui direto para o meu quarto, sem saber o que pensar ou fazer. Grávida? Eu estava mesmo grávida? Como era possível?

Abro a bolsa que estava aos meus pés, na cama, com um pouco se dificuldade e pego a caneta com os dois riscos vermelhos, que indicavam minha gestação.

Sem me dar conta, começo a falar com ele, enquanto alisava a barriga e olhava o teste, quando minha mãe entrou no quarto de repente e flagrou toda a cena.

Tentei ao máximo esconder a caneta e parar de agir como boba, mas minha mãe já tinha visto e começou a me bater. Me dava tapas como quem dizia "Não acredito que você também". Seus tapas não machucavam, mas seus gritos sim.

Foi me batendo até fora de casa, e no meio do caminho a minha irmã e o imprestável do marido chegavam da rua, minha mãe gritava para quem quisesse ouvir e eu estava completamente perdida e sem ter o que fazer.

- Não posso suportar isso, Elle! - dizia já desistindo de me bater - Gravidez é coisa seria e sagrada, mas você é muito jovem e solteira, filha. Como vai cuidar desse bebê se precisa cuidar de nós? Nós somos uma desgraça e só te damos trabalho.

- Não. Mãe, eu faço com muito orgulho, entende? - digo tocando seu cabelo.

- De quanto tempo você está? - pergunta.

- Não sei. Cerca de 6 semanas, su acho. - digo meio triste.

- O pai já sabe?

- Não, mamãe. - digo e ela me olha.

- Vai e conte para ele. - diz e volta a me olhar nos olhos - Nós vamos parar de te dar trabalho, filha.

- Não é trabalho, mamãe. - digo e apertando o teste na minha mão, viro-me e começo a andar.

Estava caminhando há uns 20 minutos quando me dei conta de que não fazia ideia onde Connor morava.

Volro a caminhar em direção a praça central do meu lugar, quando esbarro em alguém, e a caneta voa da minha mão ao mesmo tempo em que eu caio no chão.

- Senhorita Elle! Perdão. - aquela voz.

- Connor? - pergunto e ele me ajuda a levantar.

Quando passo a procurar minha caneta, vejo ele agachar-se no chão e pegá-la. Quando volta a ficar de pé, passa a ter uma expressão estranha no rosto.

- Isso é.. Um teste de gravidez? - pergunta meio confuso e eu apenas arregalo os olhos - Você está grávida?

- Eu.. E-eu..

- De quanto tempo, Elle? - pergunta agora completamente sério.

- Seis semanas.. - digo e ele apenas volta a olhar o teste.

- Esse bebê é meu? - pergunta sem me olhar - Ele é meu, Elle?

- Ele.. Connor eu não fazia ideia. Eu não tomo anticoncepcional porque eu não transo. Não sei tomar pílula também, e .. Eu só transei uma vez na minha vida. E foi com você. - digo sentindo meu coração disparar no peito.

- Eu.. Primeiro vamos sair daqui. - diz e pega minha mão, guiando-me em direção a um carro parado há alguns metros de nós.

~ X ~

- Elle.. Por que não me disse quando nos encontramos? - pergunta.

Nós tínhamos ido para um apartamento no centro de New York, um muito grande e bonito, mas ainda assim, eu duvido que ele morasse aqui.

- Como poderia? Como eu poderia ter dito algo? - abaixo a cabeça.

O incômodo foi mútuo. Apenas da TV ligada, apesar de eu ter concordado em dormir na casa dele, apenas de eu já ter tomado banho e de eu já estar pronta para dormir e alimentada, ainda assim, nós não falamos do bebê.

- Eu .. Queria te pedir desculpas. - falo finalmente.

- Por que? - ele parecia cansado.

- A culpa é toda minha. Se eu não tivesse bebido e te feito me levar até o elevador.. - meus olhos marejaram - Se eu tivesse resistido..

- Não é só sua culpa, até por que, você não fez sozinha. - diz me olhando.

- Eu sei que ele não vai poder nascer. Amanhã de manhã eu vou.. Eu vou no hospital. - minha voz falhava, conforme as lágrimas me inundavam.

- Eu vou com você. Me desculpe Elle, mas eu não posso ficar com você. Eu amo a Alessa e ..

- E o bebê atrapalharia os seus planos. - completei, tentando tomar ar.

- Sim.. - reponde meio calmo de mais.

- Tudo bem - funguei - Eu sabia que isso aconteceria. E eu não tenho condições para lutar por ele - e abracei minha barriga.

- Me desculpe, Elle.- disse sem me olhar.

- Vou dormir. Até mais tarde.

Deitei na minha cama improvisada no seu sofá, abracei a minha barriga e comecei uma oração silenciosa pedindo perdão ao meu anjinho por não ter como lutar por ele.

Eu poderia tê-lo e tentar cria-lo, mas e quando mamãe se fosse? e quando eu não tivesse mais trabalho por estar grávida? e quando me julgassem, e muito pior, julgassem o meu pequeno por não ter um pai? eu sei bem o quanto é horrível crescer sem um pai.

E se por acaso o Connor resolvesse me ajudar com o bebê, imagino o quanto ele seria humilhado na casa da madrasta por não ser um filho legítimo. E quando Alessa e Connor tivessem seus próprios filhos, ele ainda olharia para o filho do mesmo jeito?

Não podia deixar meu anjinho sofrer desse jeito. Estava em meus pensamentos, enquanto as lágrimas caiam, quando senti um terno em cima de meus braços, e esse simples gesto me fez querer ser a Alessa mais que tudo nesse momento. Eu não sabia se conseguiria abrir mãos do meu bebê.

- Boa noite, Elle. - ouvi ele dizer e tentei engolir o choro.

- Boa noite, Connor.

Tentei fechar os olhos, mas só conseguia chorar, parecia que alguém abrira meu peito com uma faca de caça e agora a girava. Nada nunca doeu tanto.


Notas Finais


o.o Espero que tenham curtido.


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