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História Prisioneiros da força. - Olhos famintos.


Escrita por: lunanebulosa

Notas do Autor


Entrando na terceira fase da história, caminhando a profecia do equilíbrio. ( fiquei meia doente e não postei ontem, perdoem-me)

Espero que curtam essa nova jornada.....

Boa leitura amores :)

Capítulo 30 - Olhos famintos.


Fanfic / Fanfiction Prisioneiros da força. - Olhos famintos.

Em quanto isso na atmosfera pesada e vermelha de Dathomir, o aprendiz Lycan Moon se deliciava de cinco Irmãs da Noite. Elas se sentiam confortáveis nas curvas do seu corpo enérgico. Transavam numa banheira de água quente; luxuosa. Feita de um mármore negro lustroso, que quase se assemelhava a um espelho. Nela, continha uma cortina púrpura que deixava o ambiente ainda mais escuro. E tudo era iluminado apenas pela luz rubra da lua que orbitava Dathomir, que refratava o vidro e tingia de vermelho os corpos nus e extasiados.

Ele se movia de uma mulher para outra. Transavam de forma sedenta e possessiva. Como um lobo arruinado pelo desejo da carne, ele deslizava sua língua fazendo um trajeto pelo corpo delas, e suas mãos ocupavam-se, quando masturbava duas ao mesmo tempo. 

Elas se entrelaçavam em seus gigantescos braços musculosos; duros e preenchidos por cicatrizes. Uma das mulheres estava com a maquiagem borrada. A negritude em torno dos olhos e uma mancha vermelha na testa. O visual era selvagem, refletia seus espíritos primitivos e trevosos. 

Uma sugava seu membro enrijecido, enquanto outra sentava em cima do seu abdômen duro. Elas revezavam, sem nenhum conflito. A líder tinha longos cabelos negros, tão finos quanto teias de aranha. Seus olhos puxados como de uma oriental, revelavam uma negritude plena, assim como a alma daquele homem que a devorava como um louco. Era a sua preferida.

Os cabelos de Lycan Moon eram brancos como o gelo, e molhados, os fios seguiam colados até o meio do seu dorso. Eles brilhavam como prata coberta de sangue. Um misto de selvageria inundava suas ações. Ele deixou de lado as outras e deu preferência a líder. Girou-a colocando de quatro, apoiada na extremidade da banheira, fazendo movimentos fortes e puxando os seus cabelos para trás, enrolados na mão dele como uma corda. Aqueles gestos faziam-na alcançar orgasmos prolongados. Ao terminar ele lambeu o pescoço dela do ombro até a orelha, mordendo-a por fim e tirando-a de cima. 

Procurando por fôlego, ele sai da parte mais rasa e cobre todo o corpo na água, encostando-se na borda da banheira. A mulher de longos cabelos negros ainda sobe o efeito do orgasmo, mergulha, ficando apenas com a cabeça de fora. Ela nada em sua direção e desliza suas mãos alvas nas pernas dele até tocar seu pênis.

- Faz muito tempo que não temos um homem digno pisando em nosso solo. - sua voz era rouca e sensual.

- Não tenho culpa se vocês mataram todos. - responde ele orgulhoso se aproximando dela com um olhar selvagem.

- Ah meu querido. Os homens da nossa Ordem são fracos. Nenhum se compara a um Sith que nem você. Queremos uma boa genética para gerar filhos temidos.

Outra, uma ruiva, o abraça deslizando a mãos em seu tórax. Pronunciando enquanto lambe seu pescoço:

- Os Siths foram extintos, eram nossos aliados poderosos. 

Outra mulher de cabelos curtos de pele muito branca olha para a líder e diz:

- Harista. O lado sombrio diminuiu as forças, assim como nossa ordem.

Lycan Monn sorri malicioso, e mostrando seus caninos, beija o pescoço de Harista enquanto fala:

 - Por enquanto, meninas. Com a Gema das trevas em minhas mãos, o show esta prestes a começar.

Harista abre as pernas de Lycan Mon e vai se aproximando, enquanto desliza suas mãos em sua virilha. Ela traça uma trajetória em sua barriga até segui-lo pelo pescoço, passando suas pernas entre as dele.

- Bom, agora podemos conversar sobre o acordo. - desliza os lábios no rosto dele.

- Minha parte em gerar filhos eu já cumpri Harista. - responde de olhos fechados sentindo ela o tocar na sua intimidade em movimento de vai e vem.

  Ela sorri maliciosa, e continua:

- Como devo chamá-lo? Pelo apelido ou pelo nome verdadeiro?

- Não importa como escolham me chamar, apenas quero meu corpo verdadeiro de volta. 

- Quando trouxermos seu corpo verdadeiro de volta nos dará mais filhos, não? - começa a fazer movimentos colocando suas genitálias de novo, o fazendo soltar um gemido grave, sorri e continua:

- Acredito que não, meu verdadeiro corpo não passa de uma fera com um longo focinho forrados de caninos, comeria todas vocês depois da transa. - ri malicioso dando mordidas fortes no pescoço de Harista, que se movimentava sobre ele que afunda suas unhas nas suas costas fazendo-o sangrar.

Uma delas fica com mais apetite sexual pelo o que ele disse e se aproxima, mas a Harista a lança um olhar de serpente, fazendo-a se afastar. Ela queria conversar.

- O corpo não importa, o que vale é a alma que esse homem carrega. De um antigo Lorde Sith: Darth kerbero. Um dos criadores dessa raríssima Joia sombria que ele carrega tão impetuosamente. - e olha para a Joia no pescoço de Lycan Mon que a carregava em uma corrente de prata escura.

- Com a ajuda do talismã que me deram consegui achá-la. Estranhamente não conseguia entrar na caverna que era de difícil acesso. Usei dois bandidos especializados para entrar nas ruínas. Achei que sairiam mortos, mas conseguiram.

- Quando recuperar, seu corpo fará a outra parte do acordo: Terá seu castelo aqui em Dathomir.

- E se eu as trair? - a lança um olhar repleto de malicia passando a língua entre os lábios.

- Bom, eu saberia desfazer o feitiço facilmente meu amor. - mordisca seu lábio.

- E se eu as comer primeiro, hum? - intensifica seus movimentos a fitando inexpressivo. 

- Pode ter certeza, homem de cabelos prateados, que se nos trair, daremos um jeito em você. - e agarra seu maxilar o machucando com as unhas. - Nunca traia uma Irmã da Noite.

- Você esta precisando ser traçada todos os dias para ficar bem submissa, não acha? -diz rosnando em sua boca.

Ela afunda mais as unhas no maxilar dele, e rosna em seu ouvido:

- Quem manda aqui sou eu. Eu trarei o seu corpo de volta. - citava as palavras com extrema convicção. - Você depende de mim para alcançar o seu poder absoluto. Sou a líder e exijo respeito assim como as demais mulheres aqui. - olha para o rosto de cada uma ali. 

Ele sorri sem se importar com as unhas dela e diz baixinho:

- Na hora de gritar querendo mais violência na hora do sexo vocês querem, não?

- Você me obedece como um cachorrinho e nem percebe amor. - fala mansinho, lambendo os ferimentos que ela causou no rosto dele.

Ele sorri exibindo seus caninos, e acaricia os seios dela deslizando suas unhas por sua coluna ate agarrar suas nádegas; também cravando suas unhas e puxando-a com movimentos fortes contra ele:

- Darth Kerbero você sempre foi nosso aliado há milênios. - toma fôlego tentando falar. - Até aquele dia que Darth Souls os traiu.

Ele diminui os movimentos para calmos e circulares:

- Você disse que depois que eu estivesse com a Joia em mãos você me...awn...passaria os ingredientes para a alquimia.

Ela sem cessar os movimentos, o deixa com dificuldade em se concentrar e continua:

- AHH simmm. A Joia será a canalizadora da energia. O amuleto da ressurreição, a magia necessária, e... preciso de sangue de uma pessoa pura para trabalhar a alquimia na parte biológica.

- Achar uma pessoa pura não é fácil, mas... - ele lembra de Rey fazendo brotar um intenso sorriso malicioso. - Eu sei bem quem vai ser. Acho que terei de rever Souls mais rápido do que imaginei.

- Mate ele logo, antes que ele descubra.

- Eu ainda não faço a menor idéia de onde eles estão. Com certeza, Snoke já deve estar ciente. E estou louco para botar minhas mãos na espada de Souls!

- A espada foi forjada por ele. Você não vai conseguir manuseá-la; Está sonhando demais lobinho!

- Mas com isso em mãos. - toca Joia a exibindo - As coisas vão ficar piores para ele.

 

 

Em quanto isso Luke e Maz caminhavam por uma floresta. A pequena alien guiava-o a um lugar aparentemente secreto. 

- Maz, se for mesmo isso que está afirmando, será a última peça que faltava para minhas dúvidas.

- Eu volto a afirmar, Luke. Verá com seus próprios olhos. Guardei esse segredo há milênios! - caminhava ansiosa pela mata, olhando sempre para Luke. - Quando vi a garota, senti que não era comum e logo que o sabre a chamou eu já tive a certeza.

- Pelo que você me disse, seu povo é muito antigo. As expectativas de vida superam três mil anos. 

- Sim, há uma longevidade na nossa espécie. Nosso planeta se localiza perto da galáxia aonde tem um fluxo de energia poderoso da força.

- Não acredito que conhecia esse lugar, você nunca me disse nada sobre ele. 

- Sim, Jedi. Não tenho a permissão do meu povo, até entrar em contato com você. - e solta risadinhas. - Ainda parece desacreditado no que vou lhe mostrar?

- Acredito em você velha amiga, é uma informação nova para eu processar.

- Rey e Ben estão no lugar certo nesse momento. Tudo está ocorrendo como o previsto pelas escrituras. Estive de olhos nelas há muito tempo.

Eles descem um terreno íngreme, forrado por rochas redondas cheias de musgo. Então neste momento, Luke tem uma visão, quando mira os olhos no caminho a sua frente:

“Ele vê muitos Siths e Jedis correndo na mesma direção, uns se matavam, mas outros seguiam em frente juntos. Logo a cena muda. Ele avista um homem alto emergir da escuridão do templo; vestia uma túnica e um Kilt longo. Estava com uma mulher de branco com longos cabelos castanhos cor de mel agarrada a ele, que a sustentava apenas num braço. Ele retira uma enorme espada das costas, que emitia uma luz avermelhada e viva por toda a arma - Luke reconhece, era a mesma espada que Kylo usou aquele dia da morte de Leia. Ao retirar a espada ele a gira em um movimento circular destruindo todos ao redor com uma onda de força repleta de almas que prendiam os inimigos, os arrastando para longe. Uma luta sanguinária foi travada ali para destruírem o tal homem misterioso. Ele, com o uso da força, salta para tomar distância dos outros.  A mulher em seus braços estende as mãos modificando assim o terreno em volta do local para afundar e esconder o templo dos inimigos.”

Luke desperta da visão muito curioso, e Maz curiosa, pergunta:

- Você viu, não viu? Isso aconteceu bem aqui. Vamos. Siga-me, rápido! - o apressa.

Eles param em um local aonde as plantas faziam um amontoado circular. Logo acima tinha duas pontas cheias de trepadeiras, deixando apenas as pontas livres da vegetação; era de um material metálico e ao fundo uma árvore parecendo muito à árvore da força em Ahch-To.

Maz puxa uma cortina de ervas daninhas aonde havia uma fenda que parecia uma janela comprida e estreita. Eles descem segurando por um cipó rígido, que descia para dentro do templo. Ao descerem olham melhor o local - iluminado pela luz do sol que penetrava pelas frestas causadas pelo tempo. O local era circular, o chão era de pedras retangulares enfileiradas de forma circular. No centro tinha um altar, logo acima parecia ter havido uma abertura também circular aonde penetrava a luz dentro do templo. O local aonde tinha os dois pilares pareciam ter um tipo de maquinário. Luke segue os fios ocultos pelas plantas até chegar à parte onde estavam embutidos.

Maz, que carregava uma lanterna, liga-a e aponta sua luz para a parede. Eles se aproximam, e Luke fica pasmo deslizando as mãos na barba. Maz, o olha curiosa; parecia ter entendido tudo.

Na parede continha um desenho simples sem muitos detalhes, trabalhado em ladrilhos.  Nela, continha um homem de preto e uma mulher de vestido branco, em cima da mesma mesa do local onde pisavam. Mas um detalhe curioso chamou-lhe a atenção. Os dois empunhavam sabres estranhos. Um deles com uma cor negra emoldurada por roxo, e a outra branca, envolva por uma luz azul anil, estendidos para o alto em formato de X - assim como o presente que Rey esculpiu para Ben. O mesmo que ele carregava no braço direito. Ao redor havia uma variedade de homens com mantas cinza, estavam com as mãos estendidas em direção às figuras ao centro. Pareciam estar lançando uma onda de força muito poderosa pela fenda circular no teto; um desenho do centro da galáxia. 

Luke visualizou uma rocha. Apenas seus olhos moviam-se pelos detalhes do desenho; com espanto e admiração. Maz sorri com a mão sobre a boca e diz:

- Entendeu tudo, mestre Jedi?

- Eu não tenho palavras. A real profecia foi escondida por todo esse tempo? - vira para ela sobressaltado.

- Sim. - solta um suspiro e continua - O lado luminoso e o sombrio criavam profecias sempre a favor de seu lado. Jamais haveria o equilíbrio dessa forma.

- E meu pai? Aonde se encaixa em tudo isso?

- Os Sith enganaram Anakin. Palpatine percebeu na hora que ele era um Jedi cinza, ele seria o responsável em orientar os verdadeiros escolhidos. Mas como ele morreu, essa missão ficou destinada a você, filho dele.

- Os Jedis cinzas que mantiveram a verdadeira profecia do equilíbrio todo esse tempo. 

- Sim, eles visitavam muito o meu planeta. Éramos aliados. Claro que nessa época eu era uma criancinha e eu não entendia nada. Mas meus pais me orientaram para que assim eu passasse adiante. Sempre me disseram que e seria a enviada para procurá-los.

- Eu estava perto, foi difícil aceitar o lado sombrio como parte da força. É doloroso, perdi meu pai, meu sobrinho fez tudo àquilo e...

- Luke, é a natureza dele. Não podemos deter isso, é como tentar ensinar um tigre a não comer carne.

- Ele escondia bem as trevas, e...não foi Snoke quem o despertou ao lado sombrio..foi ela... Rey!

- Lembro-me bem desse dia. Você veio me procurar e conversamos sobre isso. Vi sua preocupação. 

- Ele começou a agir estranho desde quando a viu. Matou todas aquelas pessoas e adotou ela; treinou-a. Depois disso eu o bani da escola por medo de influenciar os demais alunos. - lamenta profundamente pelo erro, soltando um longo suspiro.

- Ben é diferente, Luke. Você sabe. O lado sombrio é como uma bomba, se conter demais a pressão aumenta e explode. 

- Precisava haver válvulas de escape, assim como o seu sabre. - Luke entende por fim do porque sabre dele ter sido daquela forma. - Ele me provou ser realmente forte. Aturar os dois lados conflitando dentro de si não deve ser fácil. Parece ter conseguido domar bem seus impulsos ultimamente.

Maz fecha os olhos e os abre em seguida:

- Ele ainda será testado, isso foi apenas o gatilho para o disparo final. 

- Você sabe muito. Impressionou-me, amiga. Daria uma excelente mestra Jedi. - diz num tom de elogio.

- Converso muito com o mestre Yoda. É claro que mantive a história do meu povo. Prefiro ter o conhecimento ao invés de poderes.

- Faz tempo que Yoda não se manifesta. A última coisa que conversamos, era sobre o seu grande erro. 

- Sim, ele está tentando consertar as coisas a todo custo. Ele foi o aprendiz de Serehna, mas com a sua morte, ele desacreditou em todos os seus ensinamentos e mudou as regras Jedi.

- Apenas me disse que não deveria ter criado templos, e me orientou peregrinar.

- Ele está sempre ao lado da Rey, a orientando. Aquele dia, ele quem me alertou sobre quem ela era. Criando uma aparição muito breve na mesa de onde estávamos reunidos.

Luke se aproxima da gravura e nota dois pequenos orifícios no circulares acima dos sabres, ele se vira curioso:

- E ali seria aonde deveria encaixar as Joias, estou certo?

-Sim, exatamente. Mas nunca foram colocadas, o templo foi atacado antes disso.

-E o aconteceria?

 

 

Kylo e Rey se entreolham. Eles voltaram às atenções para o ancião. 

O outro mantinha os olhos fixos até o último fio de cabelo dela, levanta o cajado emitindo um som; uma comemoração. Ben faz careta olhando todos aqueles aliens ao redor e pega na mão de Rey, puxando-a para irem embora. Mas ela trava:

- Espere Ben! Estou curiosa para saber o que eles vão nos dizer.

Ele revira os olhos e solta a mão dela. O xamã se aproxima a encarando da mesma forma que Maz fazia - como se fosse algum tipo de característica da raça.

- Que bom que você retornou. Eu estava sentindo que estava próxima. - responde simpático, com certo encanto nos olhos. Apontou o cajado para ela, enquanto falava.

- Me desculpe, mas, eu nunca estive aqui. Deve estar me confundindo. – ela responde, com respeito, deduzindo ser alguma coisa de primitivo.

O xamazinho resmunga para si mesmo, colocando o cajado sobre a boca e sorri cutucando-a na região do coração sem muita delicadeza. 

Irritado Ben bate no objeto com estupidez, puxando-a para longe dele, impondo:

- Que papo é esse? - pergunta ríspido, com um fundo de curiosidade.

O velho muda o olhar, cruzando-o com o de Ben. Havia um reconhecimento ali, algo familiar. Então, sem delongas, ele crava o cajado no chão, se vira, e caminha em volta deles sem parar de analisá-los. Os outros ao redor também faziam o mesmo, Pareciam impacientes com as palavras do xamã.

- Não mudou muita coisa, principalmente o poste irritadinho. - responde afoito olhando Ben.

Rey retém o sorriso, deixando-o desconcertado. Ele volta a atirar seus olhos para o velho nativo:

- Já entendi porque alertaram para não virmos aqui! - ele sente alguém mexer em suas vestes. Ao olhar par trás, nota um nativo fuçando seu cinturão. Ele rosna batendo o pé no chão para assustá-lo, e o outro, corre e entra no meio dos outros que tremiam mirando seus olhos na direção dele - Pronto já se divertiu bastante - pega no punho de Rey, puxando-a contra a vontade. – Vamos, antes que eu perca a paciência!

Rey fica dividida, mas revolve obedecer a Ben, caminhando em silêncio sem tirar os olhos do senhor. Até que ouvem sua voz novamente:

- Serehna!

Ben freia o corpo repentinamente, apertando sua mão no braço dela.

Ela, ainda mais assustada, desvencilha de Ben, que relaxou a mão em seguida. Ela volta até o nativo que a esperava de braços cruzados para trás. Ela se ajoelha ficando a sua altura muito curiosa:

- Como você sabe desse nome?

- O que sabe sobre ele?

Ela voltou os olhos para trás para procurar Ben que já estava logo atrás dela com os olhos fixos no baixinho. Ela engole seco, e diz olhando rápido para Ben:

- Ele...ficou estranho essa noite. E disse esse nome. - volta a olhar para o xamã.

O velho olha para Ben, procurando algo por dentro daqueles olhos negros que não paravam de espionar até o fundo se sua alma. O xamã sorri ao notar que ele ficou incomodado com algo, desviando os olhos temporariamente:

- Não vai conseguir ler minha mente, pode tentar o quanto quiser. - caçoa o velho com um tom simpático, soltando um longo suspiro - Você veio primeiro, então.

- Do que esta falando? Seu tomate estúpido! - alterado, o tira do chão o agarrando pelo manto, deixando na altura dos olhos. Os outros ficam agitados querendo libertar o seu xamã, mas não iam com medo de interferir. Preocupada com o velho, Rey se levanta e segura o braço de Ben que continua a falar. - Diga logo sem cerimônias. 

- Solte ele Ben, vamos! - diz com tom de autoridade, mas com os olhos carinhosos.

Ben amolece os braços aos poucos, até o soltar o senhorzinho, que ainda mostrava seu sorriso agradável, com o rosto enrugado. Ele firma o cajado no chão e chega a uma conclusão: “Ele parece estar mais por dentro da situação que ela, não posso revelar tudo a eles de uma só vez.”

- Me siga, vamos conversar um pouco a sós. - se refere a Ben.

Rey fica curiosa pela mudança de interesses. Antes ele estava fascinado por ela, depois a esquece e chama Ben para conversar.

- Mas, eu não posso ir?

- Ah, claro que sim! - ele se aproxima amorosamente dela. - Mas vou conversar com ele primeiro, pode ser? - 

- Sim claro! Ficarei aqui com eles. - desvia os olhos carinhosos para os outros ao redor aparentando ficarem felizes.

- Como é agradável! - aperta a bochecha dela de uma forma aloprada; acanhada, toca levemente a mão dele tentando tirar seu toque que doia.

Ben e Mestre Sayjin - como ele se apresentou - caminharam até a gruta logo adiante. A entrada era forrada por ervas daninhas e cristais brancos fundidos na rocha. Ao entrar, Ben nota um grande tapete de palha circular que tomava metade da gruta. Parecia uma sala de cerimônias; havia algumas mesas com objetos mágicos e restos de uma fogueira bem ao centro, numa formação circular feita com pedras redondas e negras.

Sayjin guiava-o até ao fundo, apontando o cristal do cajado e iluminando o desenho rudimentar entalhando e pintado na rocha lisa da caverna. Nele, continha uma mulher que trajava branco O cabelo volumoso ia até a altura da cintura, arrumado numa trança que era jogada para frente. Ela sentava em um trono de raízes de árvore. O fundo tinha uma ilustração de algumas árvores, e entre elas, um homem de preto segurando uma enorme espada em posição de luta. Ben se aproxima e nota a semelhança da sua espada; ganhou de Snoke, em Korriban. Mas pelo fato da imagem ser primitiva, não continha tantos detalhes, fazendo-o forçar a vista e se aproximar mais.

Sayjin se senta no chão e diz:

- Sente-se aqui meu jovem. - aponta o cajado para sua frente.

Ben custa acreditar que descobriria algo muito importante. Ele lembrava do alerta do avô: “Você vai descobrir quem realmente é.” 

Seria algo relacionado à sua missão na força, na qual tanto queria entender? Onde estaria seu papel de derramador de sangue?

Ben senta sem pressa em frente ao xamã, cruzando as pernas ele apoia as mãos nos joelhos. Inclina o tórax para frente e com o olhar inquieto, diz:

- Então velho? – pergunta ríspido.

O homenzinho vermelho o analisa mais uma vez, deslizando a mão em sua longa e fina barba branca. Solta o ar pela boca um pouco aliviado, mas também com certo ar de preocupação:

- A Joia está dentro dela, não está? 

Ben solta seu ar preso na garganta e cerra os olhos.

- Como sabe?

- Porque ela é a principal criadora da Joia! 

Pego de surpresa, Ben oscila entre o espanto e admiração. Sem ao menos ter pensado em algo tão plausível como o que ele acabou de revelar. Parecia saber muito mais sobre eles do que eles mesmos. E isso foi muito assustador.

Ben demora a falar ainda engasgado nas palavras, aperta os olhos e volta a olhá-lo em espanto:

- Ela? Impossível. Eu lhe apresentei os caminhos da força. - respondia acirrado.

- Acalme-se. - E bate o cajado na cabeça de Ben.

Furioso, ele fecha o punho apontando para o velho, mas se contém soltando um longo suspiro e volta a olhá-lo. 

O velho solta grunhidos contendo o riso e continua:

- Como ela se chama agora?

- Rey... dá para falar logo!? - volta a alterar a voz

- Seu cabeça oca! Ainda não percebeu. Rey é simplesmente “ela” - e aponta o cajado para a figura da mulher. - E você nada mais é do que aquele borrão ali estragando a gravura.

- Você parece implorar para morrer, não é, velho? - cerra os olhos ainda mais sérios.

- Estou apenas te testando, seu asno! - o xinga naturalmente. - E convenhamos, me surpreendeu, está bem controlado!

- Tá! Estou esperando você prosseguir.  

- Ela se chama Serehna. Foi a mais famosa Jedi já conhecida, a principal responsável para a evolução da ordem Jedi. Era totalmente bajulada e respeitada por ser a única a conversar diretamente com a Força em pessoa.

Tudo isso era novo para Ben. Se ela foi tão importante, porque não era citada por Luke? Ele se lembrava apenas dessa citação na biblioteca de Snoke. Será que Luke não conhecia sobre essa Jedi, sendo que ele seguia essa ordem? - calou-se apenas atento ao que o velho contava:

- Ela vinha muito aqui em nossa aldeia. Nos ajudou muito com seus dons de cura. E nós, como retribuição, oferecíamos o conhecimento sobre as ervas e animais da região. Ela morava no imenso castelo aqui do planeta, os Jedis tinham acordo conosco, eram fortes aliados. Eles eram fascinados por nosso planeta, pois foi aqui que Serehna teve seu primeiro contato pessoal com a força.

- E a Joia? Onde ela entra nisso tudo?

- Foram três Jedis que criaram a Joia. Mas, quando estavam em seu processo de construção em Ahch-To, Serehna era apenas uma criança, filha de um dos Jedi que deixaram a ordem, que vivia junto a eles. Serehna correu e se colocou ao meio, os Jedi pararam imediatamente e foi ela quem terminou de criá-la. A Joia flutuou e pousou em suas pequenas mãos infantil a escolhendo como a real criadora. Depois disso, ela passou a ser treinada para ser Jedi por um dos mestres da época, junto aos alunos havia um chamado Yoda, que se tornou um dos grandes parceiros.

- Mestre Yoda foi o professor de meu tio. - afirma Ben totalmente chocado com as informações, parecendo ser mesma reais e não inventadas por um povo primitivo que conhecia até o nome do maior mestre Jedi: Yoda.

- Sim, eu estou sabendo. Porque acha que Yoda se tornou um grande mestre Jedi? Serehna passou grande parte de seu conhecimento a ele. E ele, a quis como sua mestra depois que atingiu a idade adulta. 

- E eu? Onde entro nisso tudo, velho?

- Calma, calma... - balança o cajado em volta da cabeça dele, ameaçando-o bater. Ben o fuzila com os olhos, o que o faz parar o cajado no alto – Então, continuando...”você”, um ser desprezível, entrou na vida dela e tudo mudou. - o cutuca com força contra o peito de Ben com a outra extremidade do cajado.

Ben arranca o cajado dele e o joga para o lado. 

- Já chega velho! Comporte-se como um ancião, não como uma criança.

- O mesmo vale para você, moleque estourado! 

Ben rosna jogando uma mão contra a face e deslizando-a com pressão. Estava com raiva, louco para esganá-lo. Mas ele sabia demais, e claro, não podia fazer aquilo, que era propositalmente para irritá-lo:

- Hum...e ai?- murmura Ben olhando entre os dedos, estendendo o braço e devolvendo o cajado para o velho

Sayjin agradece com um sinal de cabeça e continua:

- Como eu estava dizendo... você entrou na vida dela e tudo mudou para...”melhor” -  o lança um olhar. Para melhor? isso era inesperado por Ben. - Você era Darth Souls, o Sith mais temido e experiente daquele tempo, reinava junto a mais dois: Darth Kerbero e Spectro, que nada mais é que o Snoke.

Ben sente um leve orgulho no lugar mais fundo e sombrio de sua alma, como se sempre soubesse que foi grande. Agora tudo fazia sentido: os sonhos, as sensações que tivera durante a vida desde a infância. E agora, pisando naquele, planeta tudo se intensificou, manifestando parte de seu passado no momento presente. Entendeu o porque saiu de si naquele momento com Rey. Era como um despertar. 

Mas temeu por um instante. Snoke realmente sabia de tudo isso, e soube esconder muito bem. Então pensou, porque Snoke não tinha lhe contado? Temeu que ele fosse mais poderoso ao descobrir a verdade sobre seu verdadeiro eu? Usando a lógica seria mais prático para Snoke contar a verdade para afundá-lo mais facilmente nas trevas. Ben se perde com tantas questões e pergunta com calma:

- Como sabe de tudo isso, Sayjin?

- Nosso povo e muito antigo. Nossa raça pode viver milênios. É claro que preservamos a história na qual participamos. Eu era um garotinho na época, irmão de Maz que também foi indicada para essa missão. Eu vivia grudado com Serehna para onde ela ia. Quando você aparecia eu saia correndo procurando meus pais, morria de medo.

Ben solta um breve sorriso e volta ao ar de espanto:

- Isso tudo é surreal, mas...vai contar a ela?

- Me diga uma coisa, ela parece ser bem mais nova que você. Como se reencontraram?

- Temos dez anos de diferença sim. Não gosto muito de relembrar desse dia, velho. É mesmo necessário?

- Senti um bloqueio nela, algo que ainda está pendente no passado. Se ela não resolver, não conseguirá liberar todo o seu poder.

- Ela não sabe, eu... apaguei da mente dela.

O velho bate na cabeça dele novamente, e levanta o cajado para desferi-lo outro golpe, mas antes que o acertasse, Ben o impede segurando o bastão:

- Seu irresponsável, por que fez isso? Espero que seja por um bom motivo. - Sayjin da uma tremenda bronca, como um bom idoso sempre fazia.

- Eu não faria nada para prejudicá-la, seu velho caduco. - rosna o empurrando pelo cajado sem solta-lo como um jogo de cabo de guerra.

- Então fala! - e puxa o cajado das mãos dele, o apertando contra o solo.

 

Do lado de fora, Rey se divertia com as crianças, contando algumas de suas aventuras. Umas mexiam em seu cabelo, colocando flores e criando penteados, e outras sentadas apenas apreciavam suas histórias. Os mais velhos sentados ao redor, cochichavam um com o outro. E uma delas se aproxima mais e pergunta com espontaneidade:

- Ele é seu noivo não é?

- Na...não claro que não. - ela cora soltando um sorriso meigo.

- Como assim não? - se aproxima mais dela. - Ele é um exemplar perfeito de macho humano para se ter filhos!

- Ãh? Mas...nunca pensei nisso. - gagueja.

Um mais novo se senta a frente de Rey e diz:

- Você é a mulher da profecia?

- Bem, acho que sim. Não sei ao certo, porque deveria ser eu?

- Porque é muito bonita! - responde ele, ingenuamente.

- Existem muitas mulheres mais bonitas por aí. - responde carinhosa tocando a cabeça do garoto.

A mulher volta a falar com Rey puxando seu braço com força, como se estivesse dando uma bronca:

 - Bonita de aparência e de coração. Para de pensar assim agora mesmo, mocinha!

Uma das crianças pula em suas costas e coloca uma coroa de flores brancas e amarelas na sua cabeça. Rey sorri acanhada e observa Ben e Sayjin saírem da gruta. O velho pareceu um pouco tristonho e com o olhar distante, voltado para baixo. Ben também estava diferente, parecia ausente em presença, mas mente estava tão distante quanto uma estrela da Orla Exterior.

Ele se aproxima dela, colocando as mãos nos bolsos e espera uma reação. Ela se levanta, sem tirar os olhos dele, limpando suas vestes das folhas que grudaram. E diz tocando seu peito:

- Ben? 

- Ele vai falar com você agora.

Ela fica preocupada. Realmente ele estava estranho. Ele estende a mão pausando seus dedos em sua face e mira seus olhos negros ao encontro dos dela. Ambos se aproximam lentamente. 

- Não gosto de te ver assim. - murmura baixinho, desviando o olhar para seus lábios.

- Já estou melhor. - sela seus lábios aos dela suavemente, como contornando sua bochecha com o polegar, para demonstrar carinho – Vá! E...ouça ele com atenção!

Ela apenas responde movendo a cabeça e dá um beijo rápido, acariciando seu cabelo demonstrando preocupação. Ela caminha em passos lentos ao encontro do xamã. Olha para ela uma última vez antes de entrar na gruta e percebe que ele ainda estava lá, estacionado no mesmo lugar. Ela sente o xamã a puxar para dentro, tocando sua mão amigavelmente, e ela entra. 

O olhar dela é primeiramente direcionado a gravura na parede, ficando hipnotizada. E neste momento, sua mente é invadida novamente por mais uma visão:

 “Estava ali no mesmo local. Ela olha ao redor e nota um homenzinho verde com grandes orelhas e cabelos negros, em tranças amarradas em tiras de couro e anéis de prata. Ele sorria, pareciam estar saindo de uma meditação que faziam juntos. Ele se levanta esticando os músculos e diz: Ah Serehna muito obrigado pelos ensinamentos de hoje, de grande necessidade foram eles.” 

Logo Rey desperta da sua visão. Estava apenas tendo fleches de momentos felizes que teve em sua outra vida.

- Me diga o que esta acontecendo.

- Rey, Rey,Rey... você é mais importante para a galáxia do que imagina.

- Por favor, quero saber quem sou eu.

- Existe uma diferença enorme em quem você é, para: qual sua missão. Não é mesmo mestre Yoda? - e o xamã se vira para a esquerda esperando algo se manifestar ali. Aos poucos surge uma luz tomando a forma do homenzinho verde que ela viu na visão, só que idoso. Era ele, o mestre que Luke dizia. Era ele, que na maior parte das vezes a orientava em suas meditações. Yoda sorri sereno, olhando para ela de uma forma emocionada; finalmente ele pode se manifestar para sua melhor amiga e pode ter o retorno de sua atenção. Mas que ainda estava um pouco perdida na conversa:

- Tão diferentes na matéria, mas tão parecidas no olhar. 



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