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História Professional Relationship - Capítulo 24


Escrita por: StrangeDemigod

Notas do Autor


Olá pessoal, tudo bom?
Hahaha, desculpem a demora. Até tentei escrever pra postar mais cedo, mas minhas provas começam amanhã. Nem tive quanto tempo queria, mas ok, o importante é que eu tô aqui agora.
Troixe o capítulo mais ou menos pacífico.
O ponto de vista da Angely , nossa protagonista.
Está meio calmo, comparado aos próximos, mas não se preocupem, vai ser um tipo de capítulo transição.
Sem mais delongas, vamos lá
Boa leitura :3

Capítulo 25 - Capítulo 24


Fanfic / Fanfiction Professional Relationship - Capítulo 24

Angely

Eu ainda encarava um ponto qualquer daquela lanchonete. Minha comida estava fria e quase intocada.

A raiva em mim era grande. Eu estava quase possessa.

Mas a frustração era maior.

Eu queria chorar. Mas provavelmente já tinha desidratado meu corpo inteiro ontem.

Meu corpo treme só com a mera lembrança do que aconteceu.

“Eu havia ficado alguns minutos embaixo daquela chuva.

O sangue que havia escorrido por entre minhas pernas estava quase seco quando consegui me levantar, ainda me apoiando nas paredes. Retirei os saltos, peguei minha bolsa, e, com um pouco de esforço, andei até o ponto de táxi.

O taxista quase não quis me levar, mas consegui convencê-lo, dando uma gorjeta ao final da corrida.

Ao fechar a porta do meu apartamento,  apenas me dirigi direto ao banheiro. Enchi a banheira e depois de retirar todas aquelas joias e roupas, consegui entrar na água quente da banheira.

Afundei a cabeça na água,  ficando alguns segundos embaixo dela. Me levantei, esfregando os olhos, tentando tirar aquela maquiagem.

Olhei minhas coxas e seios, completamente arranhados e avermelhados, que, com certeza,  ficariam roxos por dias.

Vi a água da banheira, aos poucos, ficar rosada. Um fluxo de sangue escorria de mim. Talvez seja devido à força que ele aplicou.

Abracei meus joelhos, encostando o queixo ali.

Eu sentia as lágrimas escorrendo. Mas eu não conseguia sequer soluçar.

Apenas me levantei e saí da banheira,  me enrolando numa toalha e andando em passos mancos até a pia.

Me olhei no espelho, sentindo desgosto de mim mesma.

O rosto manchado. Os olhos caídos e vermelhos. Os cabelos molhados e desgrenhados.

Me apoiei na pia, a apertando com força.

Minhas pernas doíam,  meu ventre doía,  minha garganta doía, assim como minhas coxas, seios e cabeça.

Eu me sentia horrível comigo mesma. Era efeito da depressão.

Abri o armário e retirei dois frascos de lá. Os carreguei comigo até meu quarto.

Ainda sentia aquele fluxo de sangue escorrendo de mim. Resolvi usar um absorvente, pelo menos para conter um pouco aquilo.

Me troquei, colocando uma calça moletom grossa e uma regata.

Fui até minha escrivaninha e peguei um terceiro frasco.

Me sentei na cama, com as pernas cruzadas no formato de lótus, deixando os três frascos na minha frente.

Respectivamente,  eram meus antidepressivos,  calmantes e analgésicos.

Eu não sabia quais seriam os efeitos se eu misturasse os antidepressivos e calmantes, mas sem aquilo, eu não conseguiria dormir.

Abri cada um, tirando dois comprimidos de cada.

Engoli em seco antes de tomar todos.

Fechei os frascos e os coloquei na minha mesa de cabeceira.  

Minutos depois, eu havia apagado, com a esperança de que tudo ficaria melhor.”

Mas não ficou.

No dia seguinte, eu tive picos de alteração nas minhas emoções.

Variavam entre o completo silêncio,  encolhida num canto, olhando para o nada e choros compulsivos, com direito a quebra de pratos e copos.

Só consegui melhorar depois de dormir por duas horas, após uma sessão de choro.

Quando acordei,  vi a bagunça que havia feito.

Depois de limpá-la, peguei meu celular pela primeira vez naquele dia.

Setenta ligações perdidas. E mais de duzentas mensagens.

E eu não havia retornado nada. Eu não consegui fazer nada.

Hoje pela manhã, demorei para me levantar. E mais ainda para criar alguma coragem e sair de casa.

Antes tivesse ficado em casa, e evitado aquela discussão.

“Suspirei, subindo as escadas da entrada.

Passei pelo hall e cheguei ao elevador.

A cada andar que o elevador subia, mais o meu nervosismo aumentava.

Quando as portas se abriram, percebi uma certa movimentação na minha “sala”.

Andei até lá e me assustei quando vi aqueles quatro parados ali. O ruivo me encarou. Parecia preocupado, mas, ao mesmo tempo, com raiva.

-Então você resolveu aparecer.-disse.

-Desculpe pelo atraso…-falei, num fio de voz.

-Atraso? Não notei atraso nenhum. -fez sinal negativo com a cabeça. -Só uma indisposição para trabalhar.

-Digo que não irá acontecer novamente.- abaixei a cabeça.

Ele ficou em silêncio. Mordi o lábio e caminhei até a minha mesa. Infelizmente, não consegui deixar de mancar. E ele percebeu isso.

Me apoiei na mesa, sentindo aquela dor querer acabar comigo. Travei o maxilar.

Eu sentia o olhar analítico dele, mas minha dor era maior.

-Parece que alguém teve uma noite boa.- o tom irônico dele era quase palpável.

-O quê…- franzi o cenho e virei na direção dele.

-Ah, você sabe. Sua cara de dor e pernas trêmulas. -apontou. -Foi uma boa foda?

-Castiel!-Lysandre o chamou, mas ele sequer ligou.

-Me responda. -deu um passo até mim.-O cara te fodeu tanto que você nem consegue andar direito, não é?

Fui tentar argumentar algo, mas nada saiu. Apenas permaneci com minha boca aberta.

-E você provavelmente gemeu como uma vagabunda, não é? -eu estava sem reação. Ele soltou um rosnado baixo e me puxou pelo pulso, apertando com força. -Olhe pra mim e me responda!

-Pare, Castiel. - Kentin o puxou para longe. -Você está assustando ela.

-Espera… Você está defendendo ela?- apontou para Kentin, depois para mim.-Então você é o cara que estava com ela.

-Do que está falando?- Kentin o olhou, confuso.

Eu estava tentando processar alguns fatos que haviam ocorrido ali.

Ele disse que eu gemi como uma “vagabunda”.

Inconscientemente,  comecei a gargalhar como uma louca. Todos me olharam estranho.

-Vagabunda…-disse, ainda aérea. -Engraçado… Ele disse a mesma coisa.

-Ele quem?- o ruivo me perguntou.

-O mesmo cara que fez isso…- peguei um lenço umedecido e passei na minha bochecha esquerda, mostrando a marca do corte que havia ali. -E isso. -abri o blazer, mostrando o decote. As marcas dos arranhões e roxos estavam um pouco visíveis.  -Ah, senhor Collins,  eu gemi como uma vagabunda, tanto que ele me deu essas agradáveis lembrancinhas.- se fosse possível,  veneno escorreria pelo canto de minha boca. Suspirei. -Me desculpe, mamãe…- fechei os olhos e joguei a cabeça para trás. Poucas lágrimas escorreram sem minha permissão. -Eu perdi minha virgindade e quebrei minha promessa....-encarei Castiel, sem emoção. -Tudo porque um homem sucumbiu às luxúrias da carne e não soube ouvir o não proferido de meus lábios.

-Ah, Debby…-Kentin quis se aproximar. O impedi levantando uma mão.

-Não preciso da sua pena nem sua cara de dó. -preferi não olhar para ele. -Peço desculpas mais uma vez,  senhor Collins.  Esse atraso não acontecerá nunca mais.-fechei o blazer.  -Bom, creio eu que vai se reunir com seus parceiros para discutir sobre o meu caso, então irei me retirar para um breve lanche.-terminei de limpar o meu rosto, deixando-o sem qualquer resquício de maquiagem. Peguei a bolsa em mãos. -Tenham um bom dia.-saí em passos rápidos,  mas não menos mancos.”

Soltei o garfo no prato, fazendo um barulho.

Trinquei o maxilar e fechei as mãos em punhos.

Aquele desgraçado me insultou.

Minhas mãos estão trêmulas pela falta de remédios. Não podia exagerar, já que não sabia os efeitos das misturas.

Deixei o dinheiro sobre a mesa e me retirei dali.

Olhei as horas e decidi que já poderia voltar para lá.

Entrei no edifício e peguei o elevador.

Ao chegar no andar, encontrei três dos quatro ali.

Ao me verem, Nathaniel e Lysandre se retiraram.

Fiquei num silêncio constrangedor,  junto a Kentin.

-Eu vou matar quem fez isso.-comentou, cerrando os punhos.

-Esqueça. -falei.

-Como assim? Você vai fingir que nada aconteceu? -me olhou, indignado.

-Aconteceu, ponto.-disse. -Não vou me prender a algo assim.

-Mas precisa!-me segurou pelos ombros.

-Não,  não preciso.- me afastei. -Eu nunca vou esquecer o que aconteceu.- cruzei os  braços. -E que eu não quero me prender a isso. Seria só mais um transtorno.

-Desculpe…-passou as mãos pelos cabelos. -Eu só.... Só…

-Kentin, se acalme.- apertei o braço dele. -Eu estou bem, é o que importa.

-Você considera esses roxos e feridas “estar bem”?-ele indagou.

-Feridas se curam.*-pressionei um lábio contra o outro,  desviando o olhar.

-E quanto ao seu estado mental?- arqueei uma sobrancelha.

-Sou depressiva, não esquizofrênica.-revirei os olhos. -Estou tomando meus remédios.

-Isso não vai se apagar da sua memória. -ele estava sério.

-Mas eu posso evitar pensar nisso me concentrando em coisas como a minha futura carreira de cantora. -sorri. -Você está parecendo um pai.

-‘Tá me chamando de velho?- abriu um sorrisinho.

-Te fiz sorrir.-apontei para sua boca. -Pare de se preocupar,  ok?

-Ok, ok.-concordou. -Mas preciso que me diga uma coisa.

-O quê? - o olhei.

-Você notou algo característico no tal cara?- ele estava meio possesso.

-Kentin, já disse para esquecer isso.- engoli em seco.

-Só me responda isso e eu nunca mais toco no assunto. -pediu.

-Ah, Kentin, eu não sei, é que…-parei de falar. -Não sei se é muito, mas ele tinha uma voz grossa e um sotaque.

-Que tipo de sotaque?- cruzou os braços.

-Um que se puxa os erres.-ele pareceu ficar surpreso. -Isso é algo?

-Sim, é muito.- mesmo meio aéreo, ele respondeu.

Escutei um pigarro atrás dele. Era Nathaniel.

-Castiel quer falar com você.- falou.

-Tenho que ir, então. -suspirei. -Nos vemos, Kentin.

-Boa sorte. -me deu um beijo na testa.

Respirei fundo e andei até a sala.

Nathaniel permaneceu do lado de fora, e fechou a porta assim que eu entrei.

Encontrei um Castiel de braços cruzados, sentado em sua cadeira, e um Lysandre num canto, atento a tudo.

-Pode se sentar. -a voz de Lysandre quase me assustou. Andei até a cadeira e me acomodei.

-Deve-se de estar perguntando o que nós decidimos, não é? -meu chefe direcionou suas orbes cinzas para as minhas verdes. Assenti. -Mesmo depois de tudo, eu…- ele se engasgou. -Eu lhe devo des-desculpas.-gaguejou. Foi um tanto engraçado e eu quase tive vontade de rir. Eu entendia o motivo dele. Quer ferir o orgulho de um mafioso? Faça ele pedir desculpas.

-Ah..-falei.

-Essa é a parte que você diz “Eu aceito suas desculpas”-me olhou com cara de tédio.

-Oh, certo. Eu lhe desculpo, senhor Collins. -olhei nos olhos dele quando falei.

-Certo.-assentiu apenas.

Ficamos em silêncio,  comigo confusa.

Lysandre soltou um pigarro, chamando a atenção de Castiel,  e à minha também. Disse algo sem produzir som, fazendo a feição de Castiel ficar um tanto emburrada.

-Há algo errado?-intercalei o olhar entre os dois, que pareciam estar numa discussão mental.

-Castiel tem um pedido a você. -ouvi o ruivo grunhir de raiva com essa fala de Lysandre.

-Eu… Queria que você… Almoçasse comigo. Amanhã-pediu.

-Algum almoço de negócios ou algo assim?-negou.

-Um almoço de pedido de desculpas.-me encarou.Aquilo era um rubor nas bochechas dele? -Isso se você quiser, é claro.

-Eu aceito.-curvei minha boca em um sorriso singelo.

-Ah, então está certo.-virou a cadeira de frente para a paisagem da parede de vidro. -Pode voltar ao trabalho.

-Sim, senhor Collins. -me levantei, ajeitando o vestido.

Fui na direção da porta e a abri. Apoiada nela, olhei por cima do ombro. Consegui ver um reflexo fraco na janela. Ele estava com a mão sobre  a boca e as bochechas coradas. Ri de leve e neguei com a cabeça,  fechando a porta em seguida.

Quem diria que aquele homem ficaria tão vulnerável assim.

Ele estava até fofo.

Parei de andar e arregalei os olhos.

Espere um segundo…

O que foi que eu acabei de pensar?

Eu tinha achado Castiel Collins,  um dos lideres da máfia Russa,  e o ruivo mais babaca existente, fofo?

Oh, céus.  Acho que os remédios me endoidaram, porque isso não é nem um pouco normal.

Que seja só uma coisa passageira.


Notas Finais


*Quem pegar a referência destacada, ganha um prêmio.

Ount, ele tentou ser fofo. Gostei disso, mas ele não é fofo. Ele é mau e meu (* noussa, que boxta)
Enfim, não vou prolongar tanto, só deixo no ar...
Vejo voces no próximo capítulo, um pouco de treta!
Até a próxima semana!
Kissus, ~ StrangeDemigod


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