Castiel
Estava pronto para dar um soco ou um chute nele - o que parecesse mais viável.
Mas ele estancou no lugar.
Consegui me soltar e olhei para onde ele olhava.
E ele parecia assustado.
Mas por quê?
Debby estava tão confusa quanto eu.
-Alexander.
-Arlette…
Os dois mais velhos se encaravam.
Uma mistura de medo e ao mesmo tempo ternura.
Mas, acima de tudo… Ódio.
Encarei minha secretária, num olhar cúmplice.
E ela concordou.
Aquilo não daria em boa coisa.
-Você… Está diferente. - ele a olhou.
Velhote cínico!
Semanas atrás, ele havia invadido a festa dela e agora diz que ela está diferente?
-Faz só algumas semanas que não nos vemos, Alexander. Eu apenas cortei o cabelo, nada demais. - ela engoliu em seco. -Bom, querida, eu tenho que ir.
Arlette simplesmente se dirigiu ao elevador, sendo seguida pela Debby.
-Você é um cínico idiota.- falei, de braços cruzados.
-Cale a boca, moleque! -massageava as têmporas.
-O que está fazendo aqui, papai? -ouvi a voz que quem eu menos esperava naquele momento.
Porra, mãe.
Estalei a língua involuntariamente. Aquilo ali era uma reunião de família, por acaso?
-Valérie! Ainda bem que veio! Eu estava prestes a fazer uma coisa.-meu avô parecia determinado.
-O que era?- minha mãe franziu o cenho.
-Precisamos nos livrar da secretária do Castiel.
-O seu "se livrar" é aquele se livrar, não é? -ela suspirou quando ele acenou positivamente.
-Eu pego ela e você prepara tudo… -o velhote foi interrompido.
-Papai, eu não vou fazer isso. - minha mãe cruzou os braços.
-Como é? Vai me desobedecer? -fechou as mãos em punhos, os nós dos dedos brancos.
-O senhor não tem motivos para fazer algo contra ela.-minha mãe apontou. -Sem provas, eu não faço nada.
-Mas eu…
-Não, papai. -ela o interrompeu novamente. -Por favor, se retire.
-Está me expulsando? Não pode fazer isso, eu sou…- - teve a fala cortada mais uma vez.
-Todos já sabemos e não nos importamos.-revirou os olhos. -Agora...-apontou na direção do elevador, virando o rosto.
-Vai se arrepender… -ameaçou, antes de sair pisando duro.
-Você sabe o que fez, não é? -a olhei.
-Sim, eu sei. -retribuiu o olhar. -O que foi?
-Só estou achando estranho você nem sequer ter escutado ele. Logo você.
-Está me chamando de pau-mandado? -o olhar dela estava numa mistura de descrença e raiva.
-Não, mãe - revirei os olhos. -Mas você sempre escuta ele.
-Eu tenho os meus motivos para não fazer isso agora.-concluiu.
-Desculpe a demora.-Debby surgiu na nossa frente, entregando uma xícara para minha mãe. Voltou à sua mesa em seguida.
-Obrigada.- minha mãe agradeceu, bebericando o café. -Bom, eu vim aqui por outro motivo. - me encarou. -Conheceu um tal de Dimitry Bianucci?
Gelei no mesmo instante. Pelo rabo de olho, vi as mãos de Debby começarem a tremer.
-Na verdade não. Ele é um dos Cosa Nostra, não é? -perguntei, tentando disfarçar o nervosismo.
-Dimitry estava noivo da herdeira dos Bernaldi, mas desfizeram o noivado.- minha mãe comentou. -E então, a garota some. Não é estranho?
-Sim … - concordei. Ela soltou um suspiro.
-De qualquer maneira, vou continuar investigando isso.- terminou o café. -Obrigada pelo café, Debby.
Então, desapareceu no corredor.
Apertei a ponte do nariz.
Eu precisava de um cigarro e um copo de whisky. Olhei para Debby, vendo ela digitar como se não houvesse amanhã.
-Na minha sala, agora!- sai andando.
Mal entrei na sala e já tinha um cigarro aceso entre os lábios e um copo de whisky servido. Debby passou pela porta e a encostou.
-Mas o que foi? - ela me indagou.
-Tranque.-fazendo o que mandei, virou-se para mim.
-Vai me explicar o que aconteceu?
-O que Arlette te contou? -dei uma tragada longa, soltando a fumaça para cima.
-Tudo.-disse como se fosse óbvio.
-Tudo? - arqueei as sobrancelhas. -Por que ela faria isso?
-Ela confia em mim.
-Mas eu não.-bebi o whisky num gole só.
-Não mesmo? -cruzou os braços. -Então por que não disse à sua mãe que Dimitry Bianucci está morto? E que eu o matei?
Porra! Está aí uma pergunta que eu não me fiz. Por que a defendi?
-Eu não sei.- soltei, sem querer.
-Me defendeu assim, por nada?- arqueou uma sobrancelha. -Tem sempre um motivo.
-Eu acho que não gostaria de te ver sendo torturada nas mãos deles.-me aproximei dela, os nossos rostos próximos.
-Isso parece uma declaração louca. -os olhos dela estavam levemente arregalados.
-Concordo. - senti o cheiro do perfume dela. Era de alguma flor. Doce.
-Por que olha tanto? -ela mordeu o lábio inferior.
O jeito como você morde o lábio
Deixa minha cabeça girando
-Ah, porra!- passei as mãos pelos cabelos, nervoso. -Eu não consigo tirar aquilo da minha cabeça! A cada minuto que passa, eu me lembro daquela noite. -bufei. -O que você fez comigo?
Deve haver veneno nas pontas dos seus dedos
-Que eu saiba, eu não fiz nada.
-Então por que eu quero mais?- indaguei, ainda sentindo aquele aroma dela entrando pelas minhas narinas.
Porque eu continuo voltando para pegar mais.
Ela soltou uma leve risada, antes de dizer algo.
-Homens sentem desejos inusitados. Sempre querem o que não podem ter. -se afastou. -É isso que sente, senhor Collins.
-Eu…- ela me interrompeu.
-Não adianta negar. Até um cego consegue ver o quanto você me deseja. -riu.
-Você está brincando com fogo…-- sorri ladino.
-Então é melhor eu me afastar, não quero me queimar.-estava perto da porta, pronta para sair.
-Espere aí.-a segurei pelo braço. -Ainda não terminamos.
-Penso justamente o contrário. -disse. -Me solte, por favor.
-Você não vai escapar tão facilmente. -colei seu corpo ao meu, ela com as costas no meu peito.
-Senhor Collins… Não temos mais o que conversar. -tentou puxar o braço, mas apertei mais forte.
-Se sua resposta à minha pergunta for negativa, a deixarei ir. -desci minha boca até seu ouvido. Ela ainda se debatia, mas eu fazia o possível para segurá - la. -Me diga… Você não pensa mais naquela noite?
-Do que está falando? -indagou, confusa.
-Nossa noite.- ela parou de se debater.
-Não.- ela hesitou um pouco em falar. -Vai me soltar agora?
-Você não está sendo sincera. -falei.
-Sim, eu estou.-soltei o aperto e ela se afastou.
-Não está. Sabe por quê? - cruzei os braços. Ela me encarou com um olhar de "me convença". -Sua respiração está forte e as bochechas coradas. E sua pele está febril.
-I-Isso são asneiras!- gaguejou um pouco. -Eu odeio ser repetitiva, mas vou ter de ser, já que você não me entende. -pigarreou, antes de continuar. -Não, eu não penso mais naquela noite. Eu sequer me lembro direito do que aconteceu! Eu estava bêbada por completo, assim como você. E, além do mais… - ela não terminou de falar.
Eu a beijei. Foi um selinho forçado. Debby conseguiu me empurrar logo depois.
-Por que me beijou? -estava com as mãos apoiadas em meus ombros.
-Você não calava a boca. - sorri, antes de a beijar novamente.
Me separei dela, segundos depois. Debby ainda estava com os olhos fechados.
-Por que fez isso de novo?-a boca dela estava entreaberta.
-Apenas senti vontade. -resolvi dar mais um selinho nela.
Dessa vez, dei uma mordida no lábio inferior dela, que sorriu. Agarrou minha nuca e se elevou nas pontas dos pés, aprofundando o beijo.
A língua atrevida se entrelaçando com a minha; as mãos inquietas bagunçando meu cabelo; e o corpo se esfregando ao meu.
Peguei-a no colo e a sentei na minha mesa, tendo de me inclinar um pouco para baixo. Segurei a cintura dela, acariciando a pele por baixo da blusa. Ela afastou nossas bocas, me encarando.
-Espere- ela arfava. -Não…
-Mesmo?- segurei seu queixo. -Não quer que eu te toque aqui… -desci a mão pela lateral de seu corpo e levei o rosto até seu pescoço, dando uma fungada ali. Ela suspirou. -Ou aqui... -enfiei as mãos por dentro da sua blusa e apertei seus seios por cima do sutiã, fazendo-a gemer baixo. -Quem sabe aqui…- desci a mão pela sua barriga e a enfiei dentro de sua calça. A calcinha dela estava encharcada. Quando fui tocá-la, ela segurou meu pulso. -Ainda quer parar?
-Eu…- olhou em meus olhos. Os dela estavam enevoados, parecia confusa, mas com desejo. -Não.
-Perfeito. - disse, antes de tirar o blazer e a blusa dela, deixando - a apenas com um sutiã escuro.
Debby me puxou pela gravata e uniu nossos lábios mais uma vez, atenta a acariciar meus braços e costas. Aquele gosto inexplicável de morangos que a boca dela tinha, era…
Parei a linha de raciocínio. Ela havia aberto minha calça. Quase ri com o ato dela.
A puxei, deixando - a de pé e de costas para mim. Tirei seu sutiã e massageei seus seios, dando atenção ao seu pescoço exposto a mim. Prensei seu tronco contra a mesa, deixando seu bumbum empinado.
Abaixei a calça dela e afastei a calcinha para o lado. Ela estava tão pronta. Fiquei de joelhos e cheguei perto dela, passando a língua por tudo. Ouvi seu gemido agudo.
Continuei com os movimentos, adentrando com a ponta da língua algumas vezes. Parei instantes depois, ouvindo um gemido de protesto. Peguei um preservativo e o coloquei. Agarrei os quadris dela, pincelando a entrada, em provocação.
-Senhor Collins …- falou, entorpecida.
Foi o estopim para mim. Me enterrei nela com tudo, que grunhiu alto, surpresa.
Peguei seus cabelos e os juntei em um rabo de cavalo improvisado, puxando a cabeça dela um puco para cima. Suas unhas estavam quase fincadas na madeira da minha mesa. Minhas investidas eram rápidas e fortes. Os gemidos dela eram música para os meus ouvidos. Eu não iria durar muito. A mesa arrastava-se no chão, indo e vindo, assim como eu dentro dela. Poucas investidas depois e eu cheguei ao meu ápice.
Quando soltei Debby, ela teve de fazer um pouco de esforço para se apoiar.
-Cacete.- comentei, vendo a morena respirando fortemente, ainda deitada de barriga para baixo na minha mesa.
-Oh, merda! - ela soltou ao se levantar, tentando colocar a calça no lugar.
Seus seios tinham os bicos rosados e eriçados. Percebendo meu olhar, ela os tapou, me olhando mortalmente. Tirando o sutiã de minhas mãos, o vestiu.
Recolheu as peças do chão e as vestiu também. Tudo isso completamente calada.
-Você não vai dizer nada?- ela já estava indo na direção da porta.
-Você quer que eu diga algo?- me olhou por cima do ombro. Retribui o olhar, acenando. -Tudo bem. Isso não deveria ter acontecido.
-Não era o que você pensava segundos atrás.- sorri, malicioso.
-Eu não sei como eu me entreguei. Um momento de fraqueza e você fez um 'sei lá o que’ com esses seus dedos e essa sua voz… -pareceu se perder em pensamentos por um instante. -Não sei o que você fez, mas não faça novamente. -estava séria. -Passar bem.
-Debby, espere…- a chamei.
-Eu disse "passar bem", Castiel.- simplesmente bateu a porta com força.
É, ela estava brava. Ah, essa mulher! Apertei o membro por cima da calça, sorrindo.
Ela ainda vai acabar me matando.
Mas, garota, é como se eu gostasse da encrenca
E eu nem posso explicar o porquê
Encrenqueira
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