Angely
Três semanas antes do festival
-Tia!- uma voz infantil me fez virar e encontrar um garotinho de seis anos correndo e abraçando as minhas pernas.
-Desculpe, Debby… Ele estava louco pra te ver.- a moça sorriu para mim.
-Não tem problema.- retribuí o sorriso e me voltei ao menino em seguida. -Como você cresceu!- acariciei a cabeça dele.
-Eu sou quase um homem, tia!- fez pose.
-Oh, sim, sim!- ri, me abaixando. -Logo, logo vai estar arrasando corações por aí!
-Ah, tia! Meninas são chatas!- reclamou.
-Eu sou chata, então?-fiz bico, fingindo tristeza.
-Não, tia!-negou veemente. -Eu tô falando das outras meninas.
-Você muda de ideia com o tempo, Nicolas…-dei um beijo na testa dele.
-Mãe, posso ir brincar?- olhou a mulher ao meu lado.
-Pode, mas tome cuidado.-respondeu. O menino saiu correndo na direção do brinquedo. -Ele realmente gosta de você.
-Ele é um menino incrível.-comentei, vendo o menino se empoleirar num brinquedo de ferro. -Ele é um verdadeiro sobrevivente.
-Debby…- ela me chamou. -Eu ainda não pude agradecer corretamente pelo que fez por ele.-segurou minhas mãos. -Se não fosse por você, ele ainda estaria naquela cama de hospital e…
-Se acalme, Mary.- sorri, a confortando. -Eu quem agradeço por esse menino ter entrado no meu caminho. Ele me ajudou a melhorar. Eu apenas retribui.- suspirei. -Você vai voltar para o Japão?
-O médico disse que ele está em condições para viajar, então sim.- afirmou. -Já passamos tempo demais longe de casa.
-Espero que tudo apenas melhore daqui para frente.- falei. -Bom, eu tenho de ir.
-Mais uma vez, obrigada, Debby.- me abraçou.
-De nada.- nos separamos. -Nos vemos.- acenei, me retirando.
Enquanto caminhava na direção da faculdade, sentia a brisa sobre meu rosto.
Quando fui atrás de um médico para fazer meus ‘exames’, acabei indo à um hospital, atrás de uma lista de doutores que poderiam resolver o meu caso.
Foi assim que conheci Mary. Ela estava sentada na sala de espera, o olhar abatido e vermelho de choro. Consegui iniciar uma conversa com ela e descobrir o caso de seu filho, Nicolas.
Leucemia era algo sério. Ele precisava de um doador e rápido. Mesmo não a conhecendo direito, me prontifiquei a ajudar. Eu podia imaginar a dor que ela sentiria se perdesse o filho. E eu queria evitar isso. Descobri ser compatível com o menino e fiz a doação. Isso foi há várias semanas. Nicolas teve alta há dois dias e Mary me ligou, dizendo que queria me encontrar para agradecer.
Quem diria… Sou praticamente uma mafiosa, e salvei uma vida.
A sensação de poder ajudar alguém era incrível.
Sorri com o pensamento. Meu peito se aqueceu.
Cheguei aos portões da faculdade e fui direto ao meu prédio, atrás de Samantha. Bati na porta, já adentrando ao estúdio de gravação. Samantha estava sentada na cadeira, em frente ao painel, parecendo procurar algo.
-Boa tarde.-falei, me aproximando.
-Oh, boa tarde, senhorita.- sorriu para mim. -Que bom que chegou. Acabei a melodia agora. Só falta você gravar.
-Então vamos começar isso logo!- andei até a cabine, animada.
-Está empolgada.- Samantha disse.
-Estou me sentindo muito bem comigo mesma.- coloquei os fones.
-Certo, certo.-ela riu. -Ok. Em três, dois, um.
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-Às vezes eu nem acredito que você é quem é…-Samantha comentou, me vendo devorar um lanche.
-Mas eu sou, por mais que eu não queira…- suspirei.
-O que o Stefan fez pra você ter de fugir?-me perguntou.
-Você sabe o que o meu pai é?- perguntei de volta. Ela apenas assentiu. -Então vai compreender a história.
-Me conte, então.-pediu.
-Depois da morte da minha mãe, ele jurou vingança. Mas, estando fraco em poder, nunca poderia realizar seu desejo. A maneira que ele encontrou foi aliar-se a outros. O problema era que, para isso, eu teria de me casar com o primogênito de um desses futuros aliados.-expliquei.
-Um casamento arranjado? Realmente?- ela estava incrédula. -Mas e depois?
-Logicamente, eu não o contraria, mas eu não queria me casar. Eu tinha acabado de fazer dezesseis e tinha perdido minha mãe. Era demais para mim.- terminei meu lanche. -Foram exatos vinte e cinco noivados arranjados e completamente arruinados num período de quase quatro anos.- relatei. Samantha estava com os olhos arregalados em surpresa. -Eu pensei que meu pai iria parar, mas ele me disse, ainda na festa do meu último noivado, que já tinha praticamente outro pretendente à disposição.-bufei, com raiva. -Ele simplesmente ignorou o que eu sentia e, bom, eu acabei surtando e fugindo para cá.”
-Oh, Stefan…-negou com a cabeça. -Ele está realmente cego…
-Você nem imagina o quanto.-cruzei os braços.
-Mas, espere um minuto...-ela parou para pensar em algo. -Você não está trabalhando para o filho da Valérie?
-Estou.-afirmei.
-E ele não é inimigo do seu pai?- arqueou as sobrancelhas.
-Com certeza.- suspirei.
-Então…- pediu para que eu continuasse.
-Eu me meti na pior furada de todos os tempos.-dei de ombros. -E se for pega, haverão consequências catastróficas.
-Meu Deus…-colocou as mãos sobre o nariz e boca.
-De qualquer forma, eu tenho de manter o sigilo e saber atuar.- sorri.
-E eu prometo ficar de bico calado.-colocou o indicador sobre os lábios. -Agora, de volta ao trabalho, ainda temos uma música para gravar.
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Dia do festival
-Isso aqui está uma verdadeira loucura.-comentei para Kim, que estava ao meu lado.
-Concordo contigo, guria.-ela passava os olhos por todas as pessoas. -Eu vou pegar algo para comer. Vai querer algo?
-Não, obrigada.- recusei com um sorriso.
Kim foi até a banca, atrás de um lanche, enquanto eu cruzei os meus braços, começando a andar e observar o campus.
Próximo ao prédio principal, o palco estava montado. Era grande e coberto. As luzes piscavam e as caixas de som espalhavam o barulho da música. As pessoas começavam a se amontoar na frente do palco, onde Samantha entrava e iniciava seu discurso de abertura.
Ela falou da importância do festival e contou um pouco da história de minha mãe, relatando tudo o que sabia sobre ela. Depois de uma salva de palmas, Carrie subiu no palco, começando a cantar e a animar o público.
E eram apenas dez da manhã!
-Até que enfim te achei!-fui abraçada. -Tem muita gente aqui, quase não dá para respirar.
-Parece que você não gosta de multidões, não é Arlette?-retribui o abraço. -Como está?
-Essa alegria ao meu redor está me contagiando!-respondeu, feliz.
-Então vamos gastar essa energia toda!-a puxei para perto das outras pessoas dançando.
-Eu não sei dançar!-ela gritou, tentando me contar.
-Só balance o corpo no ritmo da música. Se deixe levar- falei o mais alto que pude, começando a me mexer.
Arlette tentava me seguir, rindo muito. Balançávamos como duas malucas, completamente alegres. A música terminou e Arlette me puxou para longe da multidão.
-Quem diria que eu, com os meus sessenta e seis estou… Como vocês dizem?-pensou na palavra. -Ah! Curtindo!
-Concordo plenamente!- sorri.
-Bom, querida, só dei uma passadinha rápida, já que estou de mudança.-segurou minhas mãos.
-Pra onde vai?- perguntei.
-Vou para a capital, viver o que não pude. Passei tempo demais presa aqui.- suspirou.
-Você merece o melhor!- a abracei forte. -Tenho certeza que tudo só vai melhorar.
-Seu otimismo é sua melhor qualidade.- enxugou uma lágrima que escorreu. -Espero que vença isso. Estou torcendo por você.
-Obrigada, Arly… Por tudo.- falei.
-Eu quem agradeço, querida.- me deu um beijo na testa, antes de ir.
Segurei a vontade de chorar e engoli em seco.
Ela merecia ser feliz depois de tudo o que lhe aconteceu.
-Finalmente você chegou!-Rosalya gritou, me assustando. -Você precisa fazer a última prova do vestido.
-A apresentação com ele é somente à noite, Rosa- comentei, sendo puxada por ela. -Não sei para quê tanto desespero! Eu não vou me casar ou algo assim!
-Até porque se fosse o seu casamento, eu iria estar três vezes mais desesperada.- ela me respondeu. -Agora, anda logo!
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-Eu vou ficar roxa depois disso…-massageei a região das costelas, fazendo uma careta de dor.
Rosalya, Alexy -e até Leigh- conseguiam ser agressivos ao extremo.
Apoiei as mãos nos quadris, esticando a coluna.
-Belo decote.- alguém disse ao pé do meu ouvido, me assustando.
No reflexo, virei a mão na cara da pessoa, dando um tapa estalado e forte, capaz de fazer girar o rosto. Não deu nem tempo de pensar. Coloquei as mãos sobre a boca e comecei a me desculpar freneticamente
-Desculpe, desculpe! Oh, céus, você está…- parei minha fala, vendo quem era o ser que havia me assustado. -Deixa pra lá.
-Antigamente você era mais educada.- Kentin esfregou a bochecha.
-E você era menos lesado.-retruquei, revirando os olhos.
-Ai. Essa doeu em mim, cara.-Nathaniel disse.
-O que fazem aqui?- perguntei, interessada.
-Minha irmã passou quase um mês falando sobre esse festival. Resolvi ver o que tinha de tão especial nisso aqui.-o loiro apontou em volta.
-Espera um segundo…- me aproximei dele, agarrando seu queixo e girando o rosto para os lados. -Puta merda, você é o irmão da vaca loira que veste um saco de batatas!
-Piranha loira?-me olhou, confuso.
-Oops!- tapei a boca.
-Então vocês não se dão?- indagou.
-Ambre só se dá bem com ela mesma.- cruzei os braços.
-Quanto rancor no coração…- ele riu.
-Você não se importa com as ofensas para com ela?- arqueei as sobrancelhas.
-Eu, realmente, estou pouco me fodendo para ela.- deu de ombros. -Ela é o xodó da minha mãe.
-Bom, já vi como é a relação de vocês dois.- ri.
-Ah, Debby, você esqueceu o seu celu…- Leigh parou de falar assim que chegou ao meu lado e olhou à direita de Nathaniel.
Lysandre permaneceu estático, surpreso com o que via.
-Obrigada…-falei meio baixo, acordando os dois do transe.
-Não há de quê.-sorriu forçado. -Às quatro e dez, na frente do portão. Não se atrase.- Leigh estava sério. Assenti, confirmando. Ele deu um leve aceno com a cabeça e saiu dali.
Eu nunca vi o Leigh andar tão rápido.
"Olha só a torta de climão formada bem na minha frente…"-pensei.
Lysandre pigarreou, disfarçando o nervosismo.
-Não é da minha conta, de qualquer maneira.- pensei alto. Os três me olharam. Sorri forçado. -Bom, eu estou com fome. Que tal comermos?
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-E aquele é o prédio do curso de administração.-terminei o tour com os três.
-Eu sempre passava aqui em frente. Nunca pensei que era tão grande.-Nathaniel disse, com os olhos direcionados no meu decote.
-Tira o olho!-Kentin colocou um braço em torno da minha cintura, olhando feio para o loiro.
-Mas, eu…-interrompi Nathaniel.
-Eu sei que olhar não tira pedaço, mas já é a oitava vez.- comentei, sem olhá - lo. Ele corou, desviando o olhar.
-Vocês parece até um casal…-Lysandre falou, pela primeira vez desde que vira Leigh.
-Sério?- eu e Kentin nos entreolhamos e rimos.
-Qual a graça?-Nathaniel.
-Eu e ele nunca poderíamos ter nada.- falei, tirando o braço de Kentin da minha cintura.
-E por que não?-Kentin me olhou, parecendo ofendido.
-Você sabe.-olhei cúmplice para ele, que bufou. -Pare de fazer essa cara. Todo mundo sabe que é falsa.
-Eu estou bravo.-Kentin falou.
-Eu sei quando você está fingindo.- o peguei no flagra.
-Merda!- bufou.
-Vocês se conhecem a quanto tempo?-Nathaniel perguntou.
-Estudávamos no mesmo colégio, e frequentávamos as mesmas atividades extracurriculares.- lembrei. -Digamos que ele me seguia.
-Está me chamando de stalker?- Kentin semicerrou os olhos.
-Se a carapuça serviu…-não terminei a frase. -Rapazes, deixem-me lhes contar um segredo sobre o bonitão aqui… Apesar de tudo, eu não deveria…-segurei no ombro de Kentin. -Mas o Kentin era…
-Não se atreva a dizer!- Kentin tentou tapar a minha boca, mas eu fui mais rápida.
-Ele era mais baixo do que eu!- soltei uma gargalhada, sendo acompanhada por Nathaniel. Lysandre segurou o riso e disfarçou ao tossir.
-Obrigado, sua idiota.- Kentin bufou. -Minha reputação foi para o saco.
-Para começar, nem reputação você tem.- revirei os olhos.
-Olha só quem está ali!-Nathaniel apontou. -Castiel!
Olhei para onde ele apontava e me surpreendi. Valérie, Samantha e uma outra loira estavam juntas. Castiel estava mais atrás delas, com um ‘treco’ de cabelos loiros grudado em seu braço. Ambre tinha a maior cara de apaixonada, mas, aparentemente, Castiel estava pouco se lixando para ela.
"Ora, então por que não a tira de cima de si?" me perguntei mentalmente.
-Pare de ser escandaloso, Nathaniel! Você parece a sua irmã!- a loira que estava ao lado de Samantha o repreendeu.
-É ótimo ver a senhora, mãe.- Nathaniel revirou os olhos.
Então aquela era a famosa Adélaide Burnier… Bom, agora deve ser Beaumont.
-Modos!- ela rosnou, dando um tapa na cabeça dele.
-Hey, hey, Adélaide! Sem violência, por favor.-Samantha a puxou.
-Nem parece que eu eduquei esses do…- parou de falar quando me olhou. Arregalou os olhos e as mãos começaram a tremer.
Por favor, não diga o que eu estou pensando. Não diga, não diga...
-Está tudo bem, Adélaide?- Valérie parecia preocupada.
-Eu estou louca ou a Yuno está na minha frente?
E bingo! Ela fez a pergunta de um milhão!
Retribui o olhar dela, mantendo uma expressão calma.
-Eu não sou a Yuno.- neguei. -Então fique tranquila.
-Você é…- a interrompi.
-A cópia dela, eu sei.- ri forçado. Aquela era a trigésima sétima vez que eu dizia aquela mesma frase. Me segurei para não revirar os olhos. -Muitos já disseram isso hoje.
-Me desculpe.- Adélaide disse.
-Sem problemas.- sorri.
-Ah! Aí está você.- Elliott jogou seu braço sobre os meus ombros. -Já está quase na sua vez!
-A-Agora?!-me engasguei com a própria saliva. -Eu não estou prepara…
-Quem esteve ensaiando nas últimas semanas, a ponto de até quando está no banheiro, estar cantando?- me perguntou.
-Elliott!- o bati, sentindo as bochechas quentes.
-Você está mais do que pronta, baby- deu um beijo na minha bochecha. -Vamos, que você já está atrasada!
-Depois eu volto aqui para mais um tour, rapazes.- acenei para eles. Dei dois passos, mas parei, olhando na direção do meu chefe. Os coturnos pretos, a calça jeans, a camiseta e a jaqueta combinavam tão bem com ele… Mas a praga loira estragava toda a imagem. Mantive a boa pose e inflei minha ironia. -Boa escolha, senhor Collins.
Elliott me arrastou até o backstage, comigo às gargalhadas.
-Você tinha de provocá-lo, não é?- comentou.
-Ele estava deixando a piranha ficar abraçada a ele!- mostrei minha indignação.
-Não me diga que está com ciúmes dele?- Elliott sorriu malicioso.
-Ele é o meu chefe, Elli!- bufei, esperando colocarem o meu microfone.
-Mas você já transou com ele.- deu de ombros.
-Vai à merda, idiota!- saí em passos duros até a área lateral do palco.
-Ok, preparada?- o locutor me olhou.
-Melhor do que nunca!- mostrei os polegares para ele, sorrindo.
-Arrase!- me empurrou.
Entrei correndo no palco e me posicionei.
Certo… Haviam muitas pessoas me olhando, mas tudo bem.
"Ok, sem pânico. É só seguir a coreografia."
Minha deixa foi dada ao escutar o início da música.
Comecei a cantar, sorrindo e olhando para todos. Seguia os passos, girando e jogando o cabelo. Batia palmas e pulava.
Logo, aquele grande público me acompanhava, cantando.
Resisti à tentação de morder o lábio. Eu estava querendo chorar de felicidade.
Ao terminar a música, a salva de palmas e os gritos foram altos.
Agradeci, com um sorriso no rosto. Acenei para eles e saí do palco.
Fui atrás de Kentin e os rapazes. Por infortúnio do destino, trombei com Ambre, a poucos passos de chegar até onde pretendia.
Ela me encarou e eu retribui. Com uma bufada discreta, ela empinou o nariz e se retirou.
"Que babaca."- neguei com a cabeça.
Me voltei aos meninos e, quando fui pronunciar algo, Kentin me abraçou, me ergueu e girou comigo no colo. Depois, ele me deu um beijo estalado na bochecha.
Me colocou no chão logo em seguida e se afastou. Foi questão de segundos para eu armar uma careta e passar a mão pela bochecha.
-Você deixou suas bactérias aqui!- dei de língua para ele.
-Você foi… Uau.- ele estava admirado.
-Eu errei um passo.-fiz um bico. -De qualquer maneira, eu tenho de me preparar para a próxima apresentação.
-E que horas será?-ouvia a voz dele, pela primeira vez no dia. Me virei na direção do ruivo.
-Às seis.- falei. -Uma apresentação conjunta dos integrantes do curso de Ídolos.
-Você parece bem animada. -Lysandre comentou.
-É a adrenalina que ainda não baixou. Minhas mãos ainda tremem.-ergui as mãos. -Bom, eu só tenho duas horas para me arrumar. Se eu não for agora, vou levar uma panela na cabeça.-Kentin começou a rir. -Ah, você está rindo, né?-o puxei pela camisa, fazendo o rosto dele ficar próximo ao meu. -Vou te deixar levar uma na sua cabeça. Melhor ainda! Vou deixar você e o Alexy presos num quarto.- eu tinha a certeza de que meus olhos faiscavam. Kentin se assustou. -Não garanto que você vá sair inteiro de lá.-ri, maliciosa. Alexy faria um verdadeiro estrago se ficasse sozinho com Kentin. -Vejo vocês.- acenei e me retirei.
Segui até o portão. Quem me visse, pensaria que eu estava extremamente em paz. Mas, na realidade, meus pensamentos estavam confusos.
Eu realmente havia sentido ciúmes de Castiel?
Espera!
Eu estou sempre me referindo a ele pelo primeiro nome!
Ah, porra!
Mordi o lábio fortemente, suspirando.
"Ele estava gostoso naquele jeans… E aquela jaqueta."- meu subconsciente disse.
Dei um tapa em minha própria testa.
-Vixe, ficou doida de vez, foi?-Alexy me olhou estranho.
-Vocês já estão aqui…-falei, vendo Kim, Rosalya, Leigh e Alexy parados.
-Estávamos esperando a senhorita.-Rosa fora irônica.
-Eu tinha de comunicar alguém.-revirei os olhos.
-E esse alguém tem cabelos vermelhos e está super sexy naquela calça jeans?-Alexy apontou discretamente para o meu chefe, que conversava com Lysandre.
-Alexy!-exclamei, sentindo as bochechas corarem.
-Que sorte, querida. Uma bunda como aquela não se encontra em qualquer lugar…-mordeu o lábio, ignorando a minha indignação.
-Você não tem jeito.-bufei e comecei a caminhar na direção do meu apartamento, ouvindo as reclamações deles por não esperar.
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