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História Proibido se Apaixonar - O bêbado fofo, o chihuahua irritado, e o namorado estranho


Escrita por: jiwont

Notas do Autor


Demorei mas voltei.
Queria dizer que a fanart do início do capítulo representa uma cena (novamente) que irá acontecer durante o capítulo.
Dessa vez cheguei com mais palavras que anteriormente então, aproveitem <3 #NaoOdeiemOJimin

Capítulo 3 - O bêbado fofo, o chihuahua irritado, e o namorado estranho


Fanfic / Fanfiction Proibido se Apaixonar - O bêbado fofo, o chihuahua irritado, e o namorado estranho

Aquela definitivamente podia ter sido a melhor noite se Park Jimin não existisse, ou, se não fosse um maldito chihuahua irritado que não permitia que qualquer outro ser humano tocasse Hoseok; se não fosse ele mesmo.


Eu achei que ele simplesmente tentaria morder meu calcanhar com aqueles dentes pequenos assim como toda maldita parte do seu corpo, logo que ele surgiu com aquela expressão “pavorosa” e “intimidadora” na porta. Mas ele não o fez, simplesmente disse que alguém o chamava na sala e Hoseok correu para saber quem era e o que queriam com ele. E com isso eu até me aliviei por alguns segundos. Bom, até o momento em que ele se certificou que Hoseok não o veria arremessar a merda da sua mochila cheia de livros em cima de mim com toda força que seu maldito corpo pequeno tinha. Eu não consegui mais do que proteger meu rosto do ataque daquele chihuahua, fui ingênuo o suficiente pra pensar que dessa vez o babaca me deixaria em paz.


“Quantas vezes eu tenho que dizer pra você não se aproximar dele, Taehyung?” Ainda que aquela voz fosse fina era assustadora, ele era um mini demônio.


“Que merda, Jimin. Isso doeu!” Resmunguei sentindo meu braço, mas como se não fosse suficiente o mini demônio se aproximou só para pegar a mochila e joga-lá contra mim repetidadas vezes até que eu conseguisse me defender e puxar aquela droga da sua mão. “Caralho, para!”


“Você parece que é surdo!” Puxou a mochila da minha mão outra vez, e agora não me arremessou, apenas jogou-a em sua cama, que ficava acima da de Jung, já que eles dividiam um beliche. “Hoseok não é pra você”


“Jimin, eu to cansado de ouvir você latir, se ele não é pra mim é pra quem? Pra você?” Bufei, de fato, perdendo a cabeça. 

Não era como se eu tivesse tanta esperança em ser correspondido, como já disse; Hoseok é ingênuo demais e eu não tenho um bom histórico de relacionamentos ou qualquer coisa que esteja relacionada a mutualidade de sentimentos entre mim e alguma pessoa. Mas eu também estava ficando de saco cheio daquele chihuahua atrapalhando algo que muito menos chegaria a uma troca de beijos.


Me levantei bagunçando meus cabelos, impaciente, caminhei até a porta. Não queria mais ouvir aquela voz fininha de Park..


“Só ouça o que eu digo se não quiser que a gente se mude” Ele resmungou, tomando minha atenção, outra vez com suas ameaças. O olhei enquanto abria a porta, o chihuahua parecia estar sempre acompanhado por uma aura negra em volta de si, o contornando, enquanto se estivéssemos em um manga - neste momento ela estaria assustadoramente visível.


Mini Demônio, chihuahua endiabrado. Arg!


E como se minha noite tivesse migrado do céu para o inferno, após esfriar a cabeça dando uma volta pelo bairro, quando voltei para quarto; encontrei os dois dormindo na mesa cama. Não era nada novo, nada que eu não estivesse acostumado. Mas aquilo só mostrava o quanto ele me odiava e desejava meu sofrimento, talvez que eu entendesse que só quem podia era ele e não eu.


Jimin era um idiota!



[...]



Aquela semana foi terrível, era como se os segundos fossem horas, os minutos fossem dias, as horas fossem semanas e os dias fossem meses. Eu quase não encontrava Hoseok, Jimin parecia se certificar todos os dias, repito, todos os dias, que Jung fosse somente com ele para casa, quando eu chegava na fraternidade e perguntava por eles, os meninos costumavam dizer que os viam sair pouco antes da minha chegada. Algumas vezes eu pegava no sono esperando Hoseok aparecer, e, um único dia eu o vi antes de dormir, o que não agradou Jimin porque Jung viera na maior inocência deixar um beijinho na minha bochecha enquanto soltava inúmeras perguntas sobre como estava sendo meu dia, minha semana. Eu não os encontrava nem mesmo pela manhã, sempre que eu acordava as camas estavam vazias, e um sentimento de raiva estúpido me consumia. Era difícil de entender o que aquele cara queria com aquilo.


É patético confessar mas, eu sou inofensivo, não há nada que eu possa fazer com Jung, ele não me vê como alguém que o deseja, eu sou só seu amigo e colega de quarto. É impossível encontrar um motivo para que Jimin tema tanto uma aproximação entre nós, eu nunca tentei nada, nunca nem mesmo cheguei a ponderar a possibilidade de tentar algo. Exceto naquela noite, mas não é como se eu realmente tivesse tentado, foi só um beijo no pescoço que talvez, só talvez, Hoseok deixasse ser algo mais. Contudo, minhas intenções eram só ficar daquele jeitinho, bem agarradinho a ele, com seu cafuné, seus apertos, enquanto eu me desfazia com aquela fragrância de baunilha queimando minhas narinas.


Jimin tinha que me agradecer por não ser como um desses universitários que só querem uma noite de sexo, e quando encontram alguém tão estupidamente belo e doce como Jung tentam afinco levá-lo para cama, e quando conseguem simplesmente descartam. Eu poderia ser assim, poderia estar só querendo experimentar seu corpo, usar dele e depois ir em busca de outro, porque era uma regra não me apaixonar. Mas eu não sou, até agora minha satisfação era observar Jung, tê-lo pertinho, sem nenhuma outra intenção impudica que não viesse a reboque de uma imensa vontade de pôr um anel de relacionamento sério em seu dedinho esguio e fino demais para um cara.


[...]


“Você tem certeza que não quer mesmo ir hoje?” Namjoon perguntava-me, mas sem um tom muito interessado, estava ocupado demais enfurnado em seu caderno, posteriormente me dizendo que tinha de estudar para uma prova que ocorreria dali a algumas semanas.


“Eu mudei minha folga, vou trabalhar” Respondi, também sem dar muita atenção a conversa. Estávamos em um restaurante em frente ao campus da Universidade, e, de onde estávamos, eu podia ver Hoseok no portão. Vestindo uma camiseta que batia em suas coxas, um jeans tão justo que marcava muito bem suas pernas magras e definidas, seus inseparáveis óculos e uma camiseta xadrez presa a sua cintura. Era a primeira vez que eu o via usar aquele tipo de roupa, geralmente ele usava moletom, e não se importava nada se era bonito ou não, se estava na moda ou não.


“Por que você vai trabalhar?” resmungou e fez uma pausa meio longa, talvez esperando uma resposta que não recebeu ou receberia de mim. “Desiste, Taehyung, aquele cara nunca vai te dar moral”


“Quem disse que eu quero que ele me dê moral?” Num gesto mais infantil e patético enchi minha boca de arroz, e desviei o olhar do Jung ao que notei que Namjoon descobrira para onde eu olhava.


“Você não fala, mas não quer dizer que eu não saiba que está apaixonado” Fez uma pausa para levar a boca até o canudo e sugar seu refrigerante light, proseguindo logo; “Não que precise dizer quando você falta pouco arrancar bizarramente o próprio coração e dar a ele quando ele chega perto. E não, não estou dizendo no sentido emocional da coisa”


“Eu sou tão explícito assim?” Perguntei, meu tom saindo meio estranho por conta da minha boca cheia.


“Então você gosta mesmo dele? Tsc. Está fodido” Riu.


“Nossa, parece que temos um Sherlock Holmes entre nós” Rolei os olhos.


“Só estou dizendo que você não vai conseguir nada enquanto Jimin estiver vivo, eu conheço o namorado daquele baixinho, e nossa, você precisa ver como ele diz que o Jimin trata aquele cara. E você acredita que ele não liga e acha fofo? Engraçado, eu já teria terminado”


“A solução vai ser matar Park Jimin e depois arrancar meu coração e dar pro Hobi numa caixinha de bombom”


Namjoon riu, balançou a cabeça e resmungou “bizarro”, enquanto voltava a grudar os lábios no canudo e fitar seu livro grosso de uma materia que eu não tinha ideia do que era.


Bizarro mesmo era começar um plano de assassinato assim, tão abruptamente, isso requer tempo, paciência, e tudo mais. No momento eu estou tão ocupado com a faculdade que um assassinato estaria fora de cogitação. Nós terminaríamos a faculdade, Jung e Park se mudariam, e eu ainda estaria arquitetando um bom plano para não ser pego. Não valia a pena, afinal.


“Mas então, porquê você decidiu trocar sua folga na sexta?” Ele perguntou de repente, tirando-me do questionamento interno.


“Ah, agora posso confessar que é porquê o Jimin não passa mais o final de semana com os pais então eu não tenho como ficar mais tempo sozinho com o Hoseok. E eu ouvi que eles pretendem sair hoje, eu não tô com cabeça pra ficar em casa colecionado tédio”


“E você prefere trabalhar a ir encher a cara?”


“Eu prefiro trabalhar a sofrer bullying no meio dos nerdes gamers. Eu já saí do colegial, ninguém merece isso.” Resmunguei, fazendo-o gargalhar alto.




[...]




E talvez ter me recusado a ir a àquela festa para limpar balcão e servir bêbados universitários e riquinhos tenha sido a melhor escolha que fiz em dias. Ou não.

Inicialmente não havia nada de novo na boate, era só um bando de bêbado que buscavam um alguém para terminar a noite ou só dançar no meio daquele imenso aglomerado de pessoas na pista de dança. Eu particularmente não via graça me espremer entre uma pessoa e outra e mover meu corpo só para dizer que estava dançando conforme a batida eletrônica genérica e americanizada. Mas não posso usar da hipocrisia e dizer que nunca havia vestido meu melhor jeans para entrar em uma dessas boates e pubs, só para encher a cara ou paquerar alguém. Já havia passado um bom tempo da minha adolescência em lugares como esses, mas nunca era porque eu gostava, era só conveniência, quando eu queria me “divertir”. Também não vou jogar o famoso clichê de que quando descobri estar apaixonado tudo aquilo não me interessava mais, até que me interessou por um tempo, e eu continuava saindo, só para buscar qualquer coisa que me fizesse crer que eu estava enganado, ludibriado por um sentimento que não existiria nunca. A verdade é que trabalhar naquele lugar havia tornado todo aquele universo entediante, e, se eu já não gostava antes, passei a evitar quando tinha uma folga. Com meu jeito metódico e personalidade chata não era novidade criar o hábito de preferir passar minhas folgas em casa, negando convites para festas, ou para boates e pubs. Era uma mesmice que eu já não suportava estar em meio se não fosse para trabalhar.


E até o início da madrugada não havia nada saindo do padrão, estava a mesma coisa, nada mudando, nada de interessante acontecendo, nada que me chamasse atenção ou enchesse meus olhos, até mesmo as brigas eram comuns, os desastres com bêbados iniciantes que terminavam vomitando em algum lugar ou caindo no meio da pista. 

Nadinha. Nadica. Nada mesmo.


Até eu ver aqueles cabelos caramelados e ondulados, perambular entre o aglomerado de pessoas a alguns metros do bar onde eu preparava drinques. Ele estava bonito, levando ao meu questionamento interno sobre como ele conseguia adquirir uma beleza ainda mais pura e singela com o tempo. Ele usava uma gargantilha preta, uma calça skinny de couro tão justa que cada parte das suas partes baixas eram marcadas; coxas e bunda eram um destaque estupidamente excelente. E usava uma camisa social preta, de botões, e deixando três ou quatro botões soltos, mostrando a pele clara de seu pescoço e uma pequena parte da sua clavícula marcada e bonita pra caramba. Ele não me via, passava rapidamente entre as pessoas e sumia por minutos.


Só sei que errei pelo menos três pedidos e fui chamado atenção por estar tão desatento naquele noite. Mas nada se comparava ao que me esperava naquela noite. Nada se comparava a minha estupidez de mandar uma fila de riquinhos mimados plantar batatas quando Jung Hoseok com o nariz avermelhado, um sorriso avoado, e a boquinha rosada se sentou no balcão, chamando por mim como quem cantava uma música infantil adorável.


“Hoseok, você está aqui sozinho?” Quis saber, me inclinando sobre o balcão. Ele sorriu meio bobo, e depois gargalhou baixinho, eu nunca o vi bêbado. Mas era engraçado, ele ficava fofo.


“Eu sou um cara livre.” Ele respondeu, e, pai amado! Eu nunca pensei que fosse ser capaz de ignorar uma gritaria infernal por mim, uma batida eletrônica incessante tão facilmente como naquele. Mas convenhamos, como eu conseguia ligar para algo? Hoseok simplesmente segurou meu rosto com as duas mãos e beijou-me o cantinho dos lábios com tamanha demora e inocência - bom, com inocência eu já não tinha tenta certeza. “Estou sozinho!”


“Você ‘tá bêbado.” Frisei, quando ele se afastou. O beijo quase não tocou minha boca, mas, eu gostei de fantasiar que havia sido um selinho. “Não pode ficar assim sozinho.”


“Eu tenho vinte um anos, Taehyung” Ele não parecia ter tal idade quando terminou a frase com um biquinho. “Eu posso fazer qualquer coisa!”


E depois disso ele voltou a sumir naquela multidão, me deixando atordoado, desesperado. Eu não podia deixá-lo por aí bêbado sozinho. E não conseguia entender como Jimin permitiu que isso acontecesse, mas da forma como ele falava, com aquele vontade de deixar claro sua independência e maturidade talvez isso tivesse a ver com Jimin, a priori, pensei que poderiam ter discutido ou algo parecido. Era sufocante aquela amizade, e não me admirava nada que um dia algo do gênero fosse acontecer. Eu estava disposto a perder meu único emprego que consegui desde que entrei para faculdade e que fosse favorável aos meus estudos sendo apenas no fim de semana, para ir atrás de Hoseok, as piores coisas passavam pela minha cabeça. Não porque eu o achava fragil demais para estar bêbado sozinho, é que, não era nada sensato fazer algo como aquilo. Até eu, só enchia a cara quando saía com Namjoon, nunca me atrevi a beber sozinho, não dava para confiar nas pessoas daquele lugar. Não dava para confiar em ninguém.


“Ei, Taehyung!” Ouvi aquela voz aguda, tão difícil de confundir. O olhei rapidamente voltando para meu posto atrás do balcão.


“Jimin, onde você estava? O Hoseok ‘tá sozinho.”


“Eu sei, eu sei. Eu estou procurando por ele, nós discutimos.” Era difícil, muito difícil não ver aquela aura negra em volta de Jimin, ele parecia tão preocupado que não consegui sentir aquela raivazinha costumeira que crescia a cada dia.


“O vi entrar naquele meio na pista de dança” Apontei para o famigerado aglomerado de pessoas. “Estava indo atrás dele, não queria que ele saísse daqui sem mim”


“Okay, não precisa se preocupar, eu cuido dele.”


“Okay, tudo bem”


Eu poderia dizer que eu iria mesmo que ele se irritasse, mas, no fim não daria em nada e eu ainda precisava de grana. Decidi só concordar e esperar que ele resolvesse seja lá a merda que fez. E então notei aquele seu namorado ao seu encalço, o seguindo. Bom, eu precisava voltar para o meu trabalho, me tranquilizava aqueles dois estarem a sua procura.


Antes que meus superiores começassem a me encher de perguntas e sermões eu fui rápido para começar a me concentrar nos pedidos e servir a todos que se espremiam no balcão e clamavam pela atenção do barman mais inútil da noite. De fato, não era fácil me concentrar totalmente, hora ou outra meus olhos corriam pelos rostos daquele lugar, em busca daqueles três. O que ocasionava na minha negligência com alguns pedidos, as vezes pondo vodca demais, tequila de menos, nunca acertando exatamente a medida correta dos pedidos. E isso chamou atenção do meu colega de trabalho, que sempre passava por mim durante a correria pedindo a minha concentração.


Não era a tarefa mais fácil do mundo. Aquela estava sendo a noite mais agitada desde que comecei a trabalhar ali. Era como se estivesse acontecendo sei lá, o apocalipse, e tudo que eu conseguia pensar era naquele cara bêbado sozinho. Naquele meio selinho, que eu considerava selinho completo.


Após um longo tempo, o qual eu consegui servir a maioria daquelas pessoas junto aos meus colegas e fazendo com que as pessoas voltasse mais para a pista de dança, sobraram bancos no balcão, e eu conseguia respirar e pensar melhor, e aí eu o vi novamente, a reboque daquele casal estranho. Jimin falava, falava, falava, Hoseok se sentou com uma cara de tédio imensa, sem parecer ligar para nenhuma palavra que aquele baixinho dizia. Eu praticamente corri para o lado onde eles estavam. Hoseok sorriu quando me viu, sorriu doce, sorriu largo. Jimin não gostou nada.


“Ele não quer ir embora.” Jeongguk se pronunciou, quando viu que Jimin não diria nada.


“Eu não sou a droga de um bebê.” Ele rolou os olhos, e, por Deus! Eu não deveria pensar em nada inapropriado naquele momento, com ele tão bêbado quando ele passeou o indicador pela gargantilha, alargando-a.


“Jimin já pediu desculpa, Hoseok.” Jungkook disse outra vez, acariciando o ombro do Jung.


“Vocês não precisam se importar comigo, eu posso me virar, vão aproveitar o fim de semana de vocês sozinhos, me deixem em paz! Eu quero voltar pra casa com o Taehyung”


“Nem fodendo.” Jimin gritou, apavorado, e o bêbado fofo a minha frente só fez bufar e esconder o rosto nas mãos. Jung Hoseok era um bêbado pirracento, irritadinho, putinho. Fofo.


“Jimin, calma.” O namorado mais estranho do mundo tentou acalmar o chihuahua, eu só estava esperando o momento certo para me pronunciar. “Não começa porquê esse foi o motivo de tudo isso. E Hoseok, o Taehyung está trabalhando, não da pra ele ficar contigo agora”


“Mas…” Hoseok tirou as mãozinhas do rosto, e eu, bom, eu decidi que aquela era a melhor hora para abrir a boca.


“Eu saio em dez minutos, posso dar conta dele…”


Jimin, se tivesse algum super poder, seria um de super chihuahua, e ele me queimaria vivo, ou, comeria cada partezinha de mim naquele momento. Mas era uma sensação maravilhosa estarmos em público, diante do seu namorado e de Jung. Ele nunca faria nada, ele gostava de ser babaca quando ninguém estava por perto.


“Então está decidido, eu vou com Taehyung e vocês vão pra casa do Jungkook. Parem de se preocupar tanto comigo, não esqueçam que eu sou o mais velho aqui” Hoseok pegou em minha mão que pausava encima do balcão, e nossa, se era errado me sentir tão bobo com os toques de um bêbado eu queimaria no inferno.


“Ele está em boas mãos, Jimin” Eu tinha os ouvidos apurados o suficiente para ouvir Jeon dizer aquilo, e, naquele momento senti uma certa empatia por ele. Um senso de camaradagem implícito.


Ele queria mais tempo com o namorado e sabia que eu faria qualquer coisa só para cuidar de Hoseok.


Jimin, por outro lado, cruzou os braços acima do peito e como uma criança birrenta me encarou. Possivelmente pensando em inúmeras formas de me torturar no decorrer do mês, ou vida.


“Então é isso que você quer, Hoseok?” Park falou alto


“Sim Jimin”


Depois disso eu não acreditei que Jung Hoseok estava sentado sozinho naquele balcão, sorrindo para mim como uma criança espera pelos pais na saída da escola, para que eu pudesse levá-lo para casa.


[...]


Cuidar de bêbados nunca foi minha praia, eu não tinha paciência, e quando Namjoon bebia demais nas nossas saídas eu sempre deixava ele falando sobre teorias da conspiração sozinho, enquanto sentava minha bunda num banco de ônibus e o ignorava, quase cochilando. Mas naquele dia em especial, com o cara que me fez quebrar os meus hábitos e regras mais simples de sobrevivência estava curtindo cuidar de um bêbado que ria de tudo e falava pelos cotovelos. Caminhávamos pelas ruas vazias até o ponto de ônibus com ele jogando todo seu peso para cima de mim, o que nos dificultava pois ele não me permitia andar em linha reta, estávamos num ziguezaguear patético naquela calçada. Mas era gostosinho ter aquele corpinho vindo ao meu encontro, seu braço circulando meus ombros em busca de apoio.


E meu mundo parou, quando alcançamos o ponto e o fiz parar. De tudo que eu já havia vivido com ele durante aqueles meses, nada me preparou para aquilo. Para aquele ato tão amoroso. Ele simplesmente abraçou minha cintura, enquanto afundava o rostinho longo e bonito entre meu pescoço e ombro. Involuntariamente passei meus braços por seu corpo, o acolhendo mais.


Definitivamente, eu morri, fui pro purgatório, esperei minha sentença por uma semana, e agora estou aqui, no céu, e esse céu é o abraço de Jung Hoseok, aqueles braços magros, no aperto meio forte e desajeitado, com ele respirando pesado contra minha pele e rindo sem saber porquê.


“Você está com sono ou com frio, hyung?” Perguntei apertando meus braços em volta do seu corpo.


Uma coisa que me admirava em mim mesmo naquela noite era a forma como as palavras dançavam para fora da minha boca sem constrangimento, ou nervosismo. Eu não estava tão idiota naquela noite.


“Com nada, só quero abraçar você”


Okay. Tá legal. Isso não era o que eu estava esperando.


“Alguém bebeu além da conta hoje”


“Você bebeu?” Ele se afastou, consideravelmente, para olhar para mim. Ah, como era mágico estar tão perto, vê-lo daquele ângulo, contemplar sua beleza tão simples e única em míseros centímetros de distância. “Porque eu não exagerei nadinha”


Consertei seus óculos rapidamente, um pouco nervoso, eu não sabia o que dizer.


“O quanto você bebeu?”


“Pra ser sincero, três copos de vodca com refrigerante, e nem tinha tanta vodca” Ele terminou a frase com um risinho avoado. “E quando eu tentei beber mais Jimin e Jungkook já estavam berrando me dando sermão, isso é chato.”


Ah, ele era fraco para bebida. Tá explicado seu estado, Jimin não permitiria que ele extravasasse.


“Você está bêbado de qualquer jeito” Sorri, vendo o biquinho bonito em sua boca.


“Um pouco”



Depois ele voltou a ficar silencioso, me abraçando, metendo o rosto em meu pescoço, cheirando descaradamente aquele local sensível, fazendo com que eu me perguntasse se era estupidez começar a criar expectativas sobre toda essa confusão de estar apaixonado.


[...]



Ter contato com Jung fazia tanta falta, que eu não conseguia me sentir mal por aproveitar daquele seu carinho exagerado e descomedido, eu não conseguia sentir nenhum remorso por sorrir bobo quando ele beijava minha bochecha enquanto estávamos sentados no ônibus, ou quando ele deitou a cabeça em meu ombro, muito menos quando ele riu como uma criança enquanto colocava a mão espalmada na minha e comparou o tamanho, frustrando-se infantilmente ao se dar conta de que sua mão era pequena comparada a minha. Talvez eu me sentisse mal, quando a ressaca moral me dominasse junto com a ressaca de vodca com refrigerante que ele teria pela manhã. Mas eu me sentiria mal porque ele poderia não se lembrar de nada daquilo.


Eu só me senti meio babaca quando fiquei parado, realmente parado, sem mover um músculo quando ele com sua mania de tirar a roupa antes mesmo de entrar no banheiro, foi de modo desajeitado retirando suas roupas. Sua camiseta de botões, seu tênis, sua calça skinny, ficando unicamente com uma boxer apertadinha lembrando um tecido jeans, como um short feminino. Qual é? O que eu estava fazendo? Esperando ele tirar a boxer? Vê-lo nu? Não, eu não podia ser tão estúpido assim.


“Taehyungie… Me ajuda?” Okay, talvez ele não me ajudasse tanto quando me chamava naquele tonzinho, olhando-me por cima do ombro, de um jeitinho dengoso, tentanto tirar a gargantilha. “Eu não consigo tirar”


Engoli em seco, pensando e repensando se era seguro chegar tão perto dele naquelas circunstâncias. Definitivamente se Jimin soubesse me mataria da forma mais torturante e lenta, e faria o trabalho de arrancar meu coração com as próprias mãos, quando eu mesmo pretendia fazê-lo para presentear Hoseok qualquer dia desses.


Mas uma coisa que acontecia quando eu quebrava a regra de não me apaixonar, era a minha falta de noção, isso quer dizer, que certas vezes eu viaja legal e fazia coisas que não deveria. E eu não deveria chegar tão perto daquele jeito para abrir aquele feicho da gargantilha. Eu estava tão perto que eu podia claramente sentir o calor que emanava do seu corpo seminu, o cheirinho do seu shampoo de cabelo a mescla do cheiro típico de cigarro e suor devido a forma como ele passava pelas pessoas na boate.


E eu só notei o quanto estava fodido quando ouvi a porta do quarto bater fortemente. E lá estava Park Jimin, com sua típica cara de chihuahua mini-demonio.


Eu não tinha percebido que estava tão perto que eu só sentia seu calor e seu cheirinho porquê meu nariz estava seus fios de cabelo outra vez.


É Taehyung, parece que você acabou de ganhar o prêmio de babaca aproveitador de bêbados do ano. E de quebra vai perder o colega de quarto.


BOM! Até que o tapa de Jimin no meu rosto não doía tanto quando eu já estava me sentindo pior por dentro. 


Notas Finais


Dedico essa recomendação da minha nova os a todas as pessoas que são bottom hoseok squad e curtem uma fic com um universo mais manga https://spiritfanfics.com/historia/as-desvantagens-de-ser-visivel-7527714


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