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História Proibido se Apaixonar - Chihuahua Em Dose Dupla


Escrita por: jiwont

Notas do Autor


Saindo um pouquinho do au das fanrts, então hoje não tem capa do cap com fanarts das cenas. Enfim

Capítulo 5 - Chihuahua Em Dose Dupla


Fanfic / Fanfiction Proibido se Apaixonar - Chihuahua Em Dose Dupla

Depois que rolou aquele beijo- barra-selinho-mágico no quarto de Jung eu não soube bem o que estava acontecendo entre a gente, ele não me dava indícios de que queria um relacionamento, muito menos fazia o contrário, eu não o beijei mais, e ele não me beijou também desde então. Mas, no entanto, parecia que estávamos mais próximos.


Não posso, por nada neste mundo, esquecer que Park Jimin, parecia acabado nos dias após a visita a casa da mãe de Jung, pois, nós dois voltamos para a fraternidade sozinhos, e Hoseok quis ficar mais uns dias na casa da mãe. Jimin não me insultou durante esse tempo, passou todos esses dias sem dormir na fraternidade e acredito que estava caçando consolo com o namorado. Ele estava chateado, tão triste, magoado que eu até tive pena por um momento. Porquê eu não queria estragar a amizade de ninguém.


Quando Hoseok voltou eles não estavam se falando e era assustador o fato de que, Jung Hoseok preferia passar a maior parte do seu tempo livre comigo, a seu melhor amigo. Mas isso não durou por muito tempo, após Jimin passar de triste a irritado e completamente louco enciumado, ele apareceu com aquela cara de cachorrinho sem dono e chamou Hoseok para ir a uma casa de jogos. E depois disso Jung voltou agarrado em seu pescoço e parou de passar tanto tempo comigo.


Eu não posso dizer que aquilo me deixou chateado, muito menos irritado, porque seria uma grande mentira, para ser sincero, eu fiquei meio aliviado, sabia que aquela distância não fazia bem a nem um dos dois.


E eu sempre fui aquele cara meio banana que gosta de ver as coisas dando certo para as pessoas ao meu redor.


Acho que depois daquele tempo distante, Jimin mudou, parou de me amolar, me agredir e encher meu saco. Ele não falava mais comigo, evitava olhar para mim, e mesmo que ainda quisesse minha morte, ele não demonstrava isso além de olhares. O que, obviamente doía muito menos do que seus chutes, tapas, empurrões.  


As coisas pareciam diferentes, ao mesmo tempo que não parecia ter mudado nada. Eu estava ficando meio confuso com a minha situação com o Hyung, pois, eu queria que ele demonstrasse mais, queria que ele me beijasse de novo, ou me olhasse como se pedisse por um beijo, era estranho, eu me perguntava porque aquele beijo tinha acontecido, quais eram os planos dele naquela tarde, o que ele queria com aquilo se não pretendia voltar a fazê-lo.


Com os dias se passando eu estava perdendo aquela esperança de que poderíamos ter alguma coisa significativa. Com o passar das semanas eu estava me refazendo nas minhas rotinas, retornando com os hábitos, deixando para trás aquele beijo, que para mim, nada foi do que um momento de surto, uma miragem, um devaneio saboroso, com gostinho de chocolate. Eu estava acostumado com a ideia de que ele não era para mim, ou, eu, Kim Taehyung, nem em uma realidade alternativa, era para ele, ou, o merecia. Jung definitivamente era demais para alguém como eu. Ele era inalcançável, quase irreal, como se sua existência fosse única demais para que eu pudesse fazer morada naquele coraçãozinho tão bondoso, delicado e carente. A casa de Hoseok, era um lar que eu não podia entrar, com meus pés sujos, e, com o meu jeito bronco e banana de ser. Era claro que havia muita gente nesse mundo que merecia muito mais do que eu entrar em sua casa.


Haviam se passado dois meses, desde o beijo. Mas nesses dois meses os beijos no rosto se tornaram indiscutivelmente frequentes; sendo um cara chato que adora contar coisas tão banais como aquelas, foram setenta e sete beijos. Bochecha, testa, nariz, queixo. Nunca. Nunca lábios. Exceto uma vez, a qual seus lábios quase, por pouquinho, não grudaram inteiramente nos meus quando dividimos um espaço estreito no metrô. Acho que a culpa foi minha, por não ter rolado um outro beijo naquele dia. Ele estava ali, me olhando nos olhos, respirando lentamente, devagar, com os lábios entreabertos, o nariz afilado e bonito roçando no meu. E eu não fiz nada. Eu poderia ter me impulsionado antes, beijado-o com paixão e carinho, só para saber qual era seu gosto naquela tarde. Mas eu acabei esperando tempo demais, e num solavanco o trem me fez ir de forma brusca contra ele, fazendo com que nossos narizes colidissem e as nossas testas também. Ele acabou rindo, e abraçou minha cintura, afundando o rosto no meu pescoço o resto do caminho, sem se importar com uma senhora que nos olhou de soslaio, ou, com um homem que se afastou o quanto pode de nós.


Eu sou um banana, um triste e patético banana.


Minha rotina ainda continua a mesma, sem mudar exatamente nada, horários exatos para os afazeres e compromissos, vida amorosa fracassada, e um espaço grande no meu cérebro reservado a pensamentos relacionados ao cara por quem eu estava apaixonado. Minhas notas naquele bimestre definitivamente foram as piores, então, acrescentei uma nova rotina no meu cronograma de afazeres. Havia um grupo de estudantes de algumas turmas que se reuniam todos os finais de semana para um tipo similar a reforço para auxiliar e ajudar aqueles que não conseguiram boas notas nas provas. Eram os alunos veteranos que gostavam de ganhar uma grana com quem estava mais atrás no curso. E eu entrei no tal grupo, perdendo metade da minha tarde de sábado por umas três semanas, a fim de conseguir voltar a ser a única coisa que eu podia ser naquela faculdade, um bom aluno, com boas chances de me graduar no tempo estimado.


Eram muitas horas com aquelas pessoas que eu costumava ver a semana inteira, me cansava, chegava a ser exaustivo, às vezes eu quase saía correndo antes que aquele pessoal resolvesse me chamar para uma saideira às seis da noite. Mas, naquele sábado, em especial, o qual eu estava sem Hoseok porquê Jimin o arrastou para passar o final de semana com a família  e Jungkook, quando aquelas pessoas que eu tinha pouca intimidade - nenhuma, para ser sincero - me convidaram por educação para que eu fosse junto ao grupo para uma saideira num bar japonês que ficava perto do campus eu achei que seria uma boa ideia aceitar. Por mais que eu passasse tantas vezes em frente a aquele bar nunca cheguei a entrar, ou, ter vontade de estar ali, já tinha cumprimido a minha cota com a bebida, flerte sem fundamento e essas coisas que se procura em bares como aqueles. Mas, naquele sábado eu me sentei numa mesa com aquele grupo, bebi umas duas ou três garrafas de sake e observei eles conversando.


Confesso que nunca fui bom em conversas, ou, debates de universitários. De política e corrupção a parte, eu não sei nada, mas se parassem para falar sobre o quanto aquele início de primavera calorosa estava um inferno, eu até poderia comentar que o cachorro do Chanyeol não estava aguentando e passava o dia inteirinho jogado com a língua para fora, implorando para que seu dono o desse um banho a cada cinco minutos.


Às vezes eles pediam minha opinião, eu concordava com o ponto de vista de fulano, mesmo sem ligar realmente para o que ele dizia, só para não parecer um banana sem opinião. Era meio chato, todo aquele papo, mas eu me forçava a ficar porque não queria ir casa e ficar sozinho, no calor, perambulando de um cômodo a outro, sem ninguém para conversar. Quer dizer, até tinha, mas não em um sábado. Todos os caras da casa saíam nos finais de semana; visitavam a família, ou se trancavam no quarto para dormir todas as horas que passaram em claro estudando durante a semana.


De repente me ocorreu ligar para Namjoon, talvez ele aceitasse aparecer pelo bar e tomar umas comigo, mas ele não me atendeu nenhuma das cinco vezes em que liguei num período de trinta minutos.


Foi aí que eu notei que não tinha mais alternativas, se não, continuar me fingindo de intelectual e concordando com gente que eu nem me esforçava em ouvir o que dizia, enquanto acenava com a cabeça e bebia desgostoso com a vida.


Durante aquele tempo ali, achei estar meio pirado, mas tinha uma garota sorrindo para mim naquele círculo. Por um momento achei ser por conta de seu jeito gentil com todo mundo, ela sorria fácil, pra todos, mas depois que ela passou dois minutos cravados me encarando com um sorriso nos lábios eu já não sabia para onde olhar. A garota estava na minha frente, bem na minha frente mesmo, eu estava praticamente sendo obrigado a olhar vez ou outra para ela de volta.


Gozado, depois que me assumi para minha família, assim, para o mundo - não que eu ande com uma camiseta escrito "sou muito gay" por aí - eu não havia mais recebido olhares de garotas. Para ser sincero, era desconfortável. Outra coisa chata pra caramba, para complementar minha noite de sábado. 


Quando verifiquei as horas, achei que não tinha mais o que fazer ali, e minha grana andava limitada pra ficar gastando com bebidas. Me despedi daquela galera chata do caralho, antes de sair, pagando os sakes que consumi.


Achei que estaria livre para caminhar sozinho de volta para casa, com a esperança de encontrar alguém na sala de estar assistindo tevê, ou, jogando vídeo-game para me fazer companhia até o sono me pegar.


Mas definitivamente aquele era um dia exaustivo que eu preferia nem ter ido para aquele grupo de estudos.


“Ei, Taehyung…” Aquela garota dos cabelos ondulados, que me encarava com aquele sorriso insistente me chamou. Apertando os olhos e, contrariado me virei, maldizendo a coitada mentalmente.


Só ao ouvir ela dizendo meu nome, que notei que não sabia o nome dela, para ser sincero, eu tinha uma boa memória mas não quando se tratava daquele grupo.


“Oi…” Falei, meio que sem jeito por não saber seu nome.


“Myungsook, é… Meu nome é Myungsook.” E ela continuava sorrindo. Queria dizer que não era lá dentista, muito menos que cursava odontologia como Jiyong, um cara da fraternidade, que, sinceramente não teria muito fundamento mencioná-lo já que ela nem mesmo devia conhecê-lo. “Você tá indo pra Buk-gu, certo?”


Como ela sabia o bairro que eu morava?


“É…” Fiquei com receio de dizer, não estava acostumado a conhecer pessoas além do que deveria. Eu já havia feito demais indo até aquele bar. Eu não gostava de quebrar rotinas, hábitos. “Por que?”


“É que eu moro por lá também, achei que podíamos ir juntos.”


Definitivamente, eu não queria a companhia dela. Que ela não me levasse a mal se eu recusasse, a minha companhia também não era a mais recomendada para alguém. Mas, antes que eu pudesse negar, ou, por educação aceitar ir com ela, eu senti um cheiro familiar, uma fragrância que se fazia presente a cada segundo mais. Por instinto, eu busquei saber de onde vinha, onde estava o dono daquele cheiro tão familiar. Eu só não esperava encontrá-lo atrás de mim, com as mãos enfiadas nos bolsos da calça preta, um olhar meio abatido, e o lábio inferior preso entre os dentes branquinhos. Seu cabelo estava uma bagunça só, sem seu rotineiro gel, penteado e meio ondulado. Diferente do que ele estava antes de sair com Jimin na noite anterior. Hoseok intercalou seu olhar para mim e para Myungsook, repetidas vezes, calado, sem dizer nem uma palavrinha sequer.


“Oi.” A garota sorridente foi quem quebrou o gelo constrangedor que se instalou por longos segundos ali. “Eu sou Myungsook, amiga do Taehyung.” Ela se aproximou dele, estendendo sua mão, e, ele a pegou, oferecendo um meio sorriso que eu nunca tinha visto antes.


“Ele nunca me falou de você.” Hoseok respondeu quase que no mesmo segundo que a menina sorridente terminou de falar. “Me chamo, Hoseok”


Eu não estava entendendo mais nada. Ele estava tão estranho.


“É que nos conhecemos tem pouco tempo.”


Se pouco tempo ela quer dizer menos de uma hora, é por aí sim.


“Então…” Cocei a garganta, chamando atenção dele. “Porque está aqui, Hyung?”


“Jimin queria que eu dormisse numa cama de solteiro com ele e Jungkook,? Eu resolvi vir pra casa, dormir em uma cama sozinho como uma pessoa normal… Quer dizer, sozinho não, eu achei que…” Jung foi parando de falar, e eu temi nunca saber o que ele diria depois disso, porque ele desviou seu olhar para Myungsook e depois me olhou, como se fizesse um pouco de descaso de mim. “Bom, eu estou aqui porque achei que você voltaria cedo pra casa, e que podíamos passar a noite juntos. Mas você demorou tanto que eu fiquei preocupado. Não imaginava que estivesse aqui com a sua amiga.”


“Na verdade, eu estou com o pessoal do grupo de estudos.” Eu não sei como consegui ter coragem de tocar seu cotovelo e, fazer um carinho no local. Sua expressão não suavizou nem um pouco com aquilo.


“Então vamos todos pra buk-gu?” Myungsook tocou meu braço, pedindo por atenção.


“Você também vai?” Hoseok estava de um jeito que nunca vi antes, ele parecia apavorado, atordoado com o que Myungsook havia acabado de dizer. E eu, no fundinho mais obscuro e otimista do meu âmago, pensava que aquela reação provinha de uma interpretação errada da situação, que incluía aparentemente a garota ir conosco para a fraternidade.


“Eu moro lá, então…” Ela riu, eu ri também mas foi de nervosismo.


“Vamos?” Eu consegui me pronunciar.


E, por tudo que me era mais sagrado, nunca havia passado pela minha cabeça que, em uma situação como aquela, onde ele parecia estar tão irritado e chateado comigo, seus dedos escapariam de seus bolsos da calça, para estarem bem enroscados nos meus. E ele ficou ao lado de Myungsook, vetando sua aproximação de mim. A reação dela, para ser sincero foi no mínimo engraçada quando notou o que ele havia feito. Após seu rosto se avermelhar todo, ela pareceu sorrir constrangida e querer se esconder em qualquer lata de lixo que encontrasse nos próximos dez metros dali.


Hoseok estava cansado, eu estava cansado, Myungsook devia estar tão cansada quanto, então, ao lugar de andarmos os quinze minutos de caminhada até o nosso bairro, decidimos correr para conseguir pegar o ultimo horário das linhas. Em partes posso dizer que também sugeri irmos de metrô porque o silêncio seria constrangedor e Hoseok realmente não foi com a cara da menina. Ele que era de sorrir doce e fácil, não retribuía nenhum sorriso sincero para a garota sorridente.


E enquanto esperávamos o trem ele fez algo que já não fazia desde a última vez que quase nos beijamos. Myungsook estava falando sobre o próximo sábado e os planos da galera de ir para um pub depois, e ele simplesmente me abraçou, como um gatinho manhoso afundou o rostinho em meu pescoço, enfiando as mãos pequenas nos bolsos traseiros do meu jeans. Depois de um minuto assim, ele deitou a cabeça contra meu peito e ficou encarando calado a menina falar. E nossa, ele conseguia fazer ela ficar corada até a próxima vida, ficando cada vez mais constrangida.


Talvez fosse viagem minha pensar nas chances de ser um possível momento de ciúmes, mas se era ou não uma viagem, eu estava com o coração disparado e com a esperança lá em cima de novo.


Era como se ele sempre quisesse que eu persistisse naquela paixão, como se soubesse que eu não esperava mais conseguir nada a me fazia pensar que podia estar errado.


No vagão, vazio e com lugares de sobra Myungsook foi a primeira a se sentar, e então Hoseok sentou ao lado dela, e eu sentei ao seu lado. Ela continuou puxando assuntos aleatórios sobre a faculdade, já que dividimos o curso, e eu, eu respondia tentando não parecer desinteressado, Hoseok estava calado, com um biquinho nos lábios, a cabeça deitada em meu ombro, enquanto brincava com meus dedos entrelaçados aos seus, que repousavam em meu colo. Talvez aquele fosse o momento em que mais ficamos próximos daquele jeito por tanto tempo. Eu não sabia que aquelas coisas de ciúmes para conseguir atenção do senpai funcionavam, não comigo, não na minha vida. Pra mim isso era coisa de filme, sabe? Novidade.


Quando Myungsook se despediu de nós, já saindo da estação, eu achei que ela iria dar aqueles típicos beijos no rosto para se despedir. Mas Hoseok continuava com aquele biquinho, o olhar dengoso, e silencioso a encarando, enquanto agarrava meu braço e deitava o rosto no meu ombro, ela então se encolheu e voltando a ficar bastante sem jeito quase correu naquela madrugada escura, desejando boa noite e um bom final de semana.


Acho que acabei ficando com pena dela. Hoseok nunca havia sido tão hostil antes. Na verdade, eu não conhecia aquele lado, aquele jeito, aquela forma fria de tratamento. Novamente ele me surpreendia.


Ele continuou em silêncio quando chegamos em casa, sorriu e acenou para Chanyeol, que tomava todo espaço do sofá, não só com corpo, mas com suas guloseimas, caixa de pizza e afins, enquanto jogava no x-box, que até hoje eu não sabia a quem pertencia. Subimos ainda em silêncio, e eu me perguntava o que viria a seguir, se ele continuaria naquela insistência em se calar, se diria algo arrogante e frio sobre a Myungsook, ou se me acusaria de algo, e na pior das hipóteses agisse como se nada tivesse acontecido na última meia hora.


“‘Tá tudo bem, Hoseok?” Perguntei, logo que notei que ele continuaria calado; se soltando de mim e indo para a sua cama.


“Tá”


“Tem certeza? Hyung… você tá estranho.”


“Não é nada.” Ele respondeu, enquanto retirava os sapatos.


Eu deixei minha mochila em qualquer canto do quarto e decidi dar tempo a ele, talvez ele precisasse, ou, sei lá. Uma coisa estava clara como água ali, ele estava irritado, irritado talvez nem fosse a palavra certa para descrevê-lo com exatidão.


Me livrei também dos sapatos, interessado em correr para o banheiro e tomar um longo banho. Claro que eu poderia sorrir abobalhado o quanto desejava lá dentro, todo esperançoso.


“Myungsook uma vez disse ao Jimin que te achava bonito, que tinha vontade de te conhecer.” Ouvi aquela voz, sem frieza alguma mas sim dengo, e me vi obrigado a voltar alguns passos, já que estava prestes a entrar no banheiro. O olhei, e ele não me olhava de volta, tinha os olhos focados nos pés, os quais apertava uns dedos nos outros. “Jimin a conheceu na noite da poesia a alguns meses. Ele me disse.”


“E você se importa com isso, Hyung?” Meu tom era assustado, quase incrédulo. Ele ergueu os olhos para mim e lá estava seu biquinho de novo. “É que… Não tem muita importância, além de não gostar de garotas... Eu gosto de outra pessoa.”


“Você gosta?”


“Hyung, eu…” Talvez eu não estivesse pronto para confessar que gostava exclusivamente dele e de mais ninguém nesse mundão de Meu Deus. Eu não tinha coragem para admitir, eu tinha medo de uma rejeição oficial. Eu gostava de ficar naquela dúvida, naquela incerteza. Era melhor do que ter certeza de que não era correspondido.


“Taehyung, você quer ir a piscina pública comigo amanhã?” Ele perguntou, depois que passei tanto tempo calado, sem conseguir dizer mais nada.


Mas ele não parecia chateado. Era como se ele soubesse a resposta. Soubesse melhor que ninguém que eu era louquinho somento por ele. Na verdade, ele sorria, como se tudo aquilo não tivesse nos acontecido.


“Claro, Hyung.”


Ele sorriu mais.


Ele se levantou.


Ele caminhou até mim.


E…


Ele me beijou, novamente era um selo demorado, onde nossas bocas apenas encostavam, mas, ainda assim era gostoso, bom, tão bom quanto o anterior.


Caramba, minha cabeça podia dar um nó. Eu não tinha ideia do que aquele Hyung queria comigo.




[...]




Depois que você passa uma noite dormindo na mesma cama que alguém, com esse alguém te enchendo o rosto e a boca de beijinhos amorosos e dóceis, consequentemente você começa a criar expectativas de esteja realmente acontecendo algo entre esse alguém e você - eu, mero humano falho, por mais que criasse expectativa, ainda me perguntava se tudo iria ter fim quando o sol da primavera banhasse a cidade com todo seu brilho e insensatez.


E é claro que depois que você acorda com o corpo magrinho e bonito ainda ao seu lado começa a ter mais certeza sobre o que esta começando a rolar, e depois de um café da manhã com direito a beijinhos e abraços você começa a suspeitar de que o convite para ir a piscina pública possa ser um convite para um encontro nada convencional.


Com uma boia inflavel das tartarugas ninjas que Hoseok me fez encher e carregar em baixo do braço por todo o percurso, eu estava ansioso, considerando que havia dado um grande passo. Eu sorria furtivo o caminho inteiro, com aqueles dedos finos entrelaçados nos meus, como se fôssemos um real casal de namorados. Era a primeira vez que eu conseguia beijar tantas vezes alguém que tinha meu coração nas mãos, isso para não ser patético e dizer que na verdade Hoseok era o primeiro cara que me apaixonei e consegui ter um beijo.


Eu começava a fantasiar que Hoseok podia ser o primeiro a me corresponder em toda essa vidinha fracassada de me apaixonar sozinho. Mas era só fantasia, ele podia só curtir brincar com o banana que fazia tudinho que ele queria.


Minhas suspeitas de que iríamos ter um encontro eram altas, altíssimas, ultrapassava os prédios de cinquenta andares da cidade, eu estava indo tão alto, com uma expectativa tão grande, que ao ver Park Jimin, Jeon Jeongguk, Chae Hyungwon, a mãe de Hoseok, Minki nos braços dela, e - se minha boa memória não falha - a garota das fotos da casa da mãe de Hoseok, minha queda foi tão grande que eu senti minha cabeça latejar. Cai de um prédio de mais de cinquenta andares de pura ilusão, no mínimo, minha cabeça deveria estar estourada no asfalto da realidade bosta que era a minha vida.


Ainda meio zonzo por saber que não íamos a um encontro, eu fui arrastado por Hoseok até onde seus amigos e sua família estava, na beirada da grande piscina pública, que por sinal, estava razoavelmente cheia, mas nem de longe se comparava a zona do verão. 


Tivemos uma ótima recepção de Jimin, que afastou nossas mãos e puxou Hoseok para um abraço aparentemente apertado e possessivo, esmagando o coitado, como se não o tivesse o visto na noite anterior.


“Taehyung-fofo!” A senhora Jung apertou-me a bochecha, sorrindo, e Minki que estava em seu colo, apertou o outro lado.


Okay, eu até poderia estar frustrado, com a cabeça dolorida por conta da queda e coisa e tal, mas aquela família de Hoseok era um amor e não seria nada mal passar o domingo com todos.


“Taetae trouxe a boia do titio Hoya, vovó” Minki se esticou para pegar a boia que permanecia embaixo do meu braço, e então eu entreguei, era muito grande para ele, então a senhora Jung tivera que ajudá-lo a segurar. Tudo muito fofo.


“Então você é o Taehyung que está tentando brincar com meu irmão, hun?” De repente eu vi a mesma aura negra que envovia Jimin, rodear aquela garota tão parecida fisicamente com Hoseok.


Eu não sei bem quanto tempo fiquei parado, meio bobão, vendo Jeon e senhora Jung entrarem na piscina junto a Minki e a boia gigante das tartarugas ninjas e brincarem com ele lá dentro, mas eu acho que foi tempo suficiente para que Hoseok estivesse bem longe com Jimin, Hyungwon estivesse deitado na cadeira com um óculos escuros provavelmente dormindo, e eu estivesse sozinho com uma versão feminina macabra de Jimin, pronta para me matar.


“Eu não tô tentando brincar com ninguém, noona.” Eu, um homem de um metro e oitenta de altura estava todo murcho, encolhido, com medo de uma garota de prováveis um metro e sessenta. “Eu não faria isso com alguém como ele.”


“Sabe, Taehyung, eu estou de olho em você. Fica esperto, bonitão!” A garota deu com o indicador no meu peito pelo menos umas três vezes enquanto falava, e eu só queria reclamar e dizer que aquilo doía pra caralho, mas eu resolvi deixar pra lá, e assentir. Como o bom banana que era.


Era o que me faltava, ter outro mini-demônio barra chihuahua na minha cola.


Eu fiquei aliviado quando ela resolveu que seu recado tinha sido o suficiente e foi fazer companhia a Jeon, o filho e a mãe. A garota era meio louca, como Jimin, comigo falada grave, olhava-me como se fizesse parte de alguma máfia e pudesse me matar de verdade só com um olhar, mas ali, com os outros, era todo sorrisos e amores.


O que que eu fiz pra ser tão odiado por aqui?  


“Eu estou dizendo, Jimin, eu não vou voltar pra sua casa e dormir com vocês dois…” Hoseok voltou, com Jimin na maior cara de manhoso desesperado agarrado na sua cintura. Tsc, era idêntico a um cachorrinho mesmo. “E também amanhã você tá em casa, eu vou ficar bem com o Taehyung.” Ele me olhou momentaneamente, sorrindo.


“Não, você não pode ficar no mesmo quarto que esse… Esse boçal sozinho.” Nessa hora Jimin já aumentava o tom de voz e fazia tudo parecer uma briga de novela mexicana.


Relevando suas ofensas, eu revirei os olhos, e resolvi me abster daquela conversa. Não queria me meter, porque Hoseok tinha que lidar sozinho com aquele garoto. Me sentei numa cadeira ao lado de Hyungwon.


Hyungwon era um cara do curso de Jung que sempre estava com ele e Jimin, a início, quando me mudei e comecei a ter interesse no meu colega de quarto eu sentia certo ciúme e inveja dele, da amizade com Hoseok, da forma como o Hyung era só carinhos e beijinhos com ele. Hoseok vivia andando para baixo e para cima segurando sua mão, beijando seu rosto. Mas tem um tempo que já não vejo eles tão próximos, parando para ligar alguns pontinhos, me pergunto se foi por minha causa.


Seria prepotência da minha parte pensar assim?


“Jimin, você me prometeu que me deixaria viver sem essa proteção. E se eu quiser dormir com o Taehyung, hun?” Hoseok tentava comedir seu tom de voz, mas parecia difícil, seus olhos encontraram os meus bem rápido novamente, e eu pude notar um leve rubor em suas bochechas. Caralho. Tão fofo.


“Hyung, não diga isso assim!” Jimin se estabanou, gesticulando afobado com as mãos. “Você não pode.”


“Eu posso sim, Jimin. Ele é tão meu amigo quanto qualquer um, porquê não posso confiar nele?”


Amigo… Amigo.


Pois é, eu não deveria criar tantas expectativas, certo? Eu era só um amigo. 

Um amigo que ele achava legal beijar. Beijar de verdade. Na boca. 



“Hyung, eu não quero te ver chorar de novo.” Jimin sussurrou, parecendo triste, e tocou o rostinho de Hoseok acarinhando, mas o Hyung não quis seu toque e se afastou. Eu não deveria achar graça, mas eu podia ser um pouquinho perverso naquele momento. Porquê eu não controlei uma risadinha. 


“Chega disso, eu já falei.” Hoseok dessa vez usou um tom firme, mas parecia tão fofo ele todo autoritário daquele jeitinho.


“Hyung…”


“Jimin, vai aproveitar seu namoro, vai brincar com o Minki, e não se importe com a presença do Taehyung aqui, ele é meu amigo também, não é justo o que você faz com ele.”


E como sempre Jimin calou a boca e como um cachorrinho tristonho foi atrás do namorado, se juntando a irmã de Hoseok também, está que, assim que trocou umas palavras com Jimin na piscina estreitou os olhos para mim e balançou a cabeça negativamente.


Sinceramente, eu acho que sou a única pessoa do mundo que consegue comprar briga com tanta gente sem nem abrir a boca.


Mas briga feia aconteceria mesmo, depois que Hoseok veio em minha direção e como quem não queria nada se sentou em meu colo, tendo um monte de cadeiras disponíveis ao nosso redor. Os olhos de Jimin e da irmã de Hoseok se arregalaram tanto que achei que os globos oculares saltariam para dentro da água a qualquer instante, eu fiquei com tanto medo de ter meus dias de vida contados que nem consegui retribuir ao sorriso do meu Hyung doce quando voltei a olhar em seus olhos.


“Vamos entrar? Quero brincar um pouquinho com Minki.” Ele me disse, e eu concordei. Então ele abriu um sorrisão e se inclinou contra mim.


Eu achei que nunca iria chegar o dia em que eu viraria minha boca para longe da sua, que eu negaria um beijo seu. Mas, sei la, eu não queria causar confusão, talvez não fosse certo mesmo trocar beijos descompromissados na frente da família dele. Nós nem éramos namorados. E eu também tinha amor a minha vida.

Afinal, eu era só seu amigo. 


“Hyung, eles vão me matar.” Eu sussurrei afobado, antes que ele entendesse tudo errado e se ressentisse pelo que fiz.


“Minha irmã já veio te falar besteira?” Ele projetou um biquinho nos lábios, todo meigo, todo fofo. Eu balancei a cabeça afirmando. “Tudo bem, vamos entrar, depois eu converso com ela.”


E ele se levantou, retirou sua camiseta, sua bermuda e ficou apenas com uma sunga bem apertadinha amarela, cheias de Pikachu’s na estampa. Fiquei por uma boa gama de tempo babando quando Hoseok foi a minha frente, entrando com cuidado na piscina.


“Cara… Você ta tão ferrado.” Eu tinha certeza que aquela era a voz de Hyungwon, que até então eu julgava estar dormindo.


Mas eu concordava com o sujeito por quem tive inveja e ciúmes um dia. Eu estava muito ferrado. 

Ferrado pra cacete.


Notas Finais


Taehyung coleciona haters tadinho, por isso n se gosta de se apaixonar xjzzhxbx

Chega ai https://curiouscat.me/jiwont


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