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História Projeto Delta 23 - Show de horrores


Escrita por: SrtaSnow1

Notas do Autor


Olá pessoas o/ hahahah Quem achou que essa fic tinha morrido levanta a mao o// ( isso se ainda estiver alguém ai)
Poisé, estou voltando com a fic, e estou voltando para o site, sim eu estava afastada para quem não sabia ainda. Tive n motivos para isso, um deles foi sinceramente falta de ânimo e criatividade para minhas histórias e fichas de interativas, quem me conhece sabe que eu fazia muitas hahhaha
Maiiixxx, eu voltei, porque senntei o traseiro na cadeira e comecei a concluir esse capítulo, ai eu gostei e resolvi postar.
Não sei se irão gostar, talvez eu tenha perdido a essência dos oc's de vcs, preciso reler as fichas ahsuash'
Boa leitura :*

Capítulo 12 - Show de horrores


Base da Hidra — Localização desconhecida

 

— Tá muito escuro aqui — cochichou Jack, porém o ruído ainda incomodou a ruivinha que prontamente soltou um ‘’shiiiu’’ bem irritado, eu sorri de canto, apesar de não poder ver sue rosto sabia que seus lábios formavam uma linha firme exaltando sua irritação.

— Talvez porque estamos dentro de um caixote fechado. O que acha Jack? — provoquei, já que era bem óbvio que estaria escuro. Apostava que  o garoto me fulminava com o olhar naquele instante. Soltei um pequeno risinho não audível, acho que além de eletrocinese eu tinha a visão aguçada.

— Calem a boca, eu estou pensando, okay? — ordenou Scarlett, mandona como sempre.

— Nós deveríamos estar procurando a tal da Aurora e não ficar escondidos. — sugeriu o garoto.

— Jack, se sairmos agora vamos ser pegos, e não teremos para onde fugir, precisamos esperar e quem sabe descobrir mais, uma base da Hidra talvez.

No momento em que Scarlett terminou de falar o avião entrou em trabalho de pouso e nós tocamos o chão, pelo menos era o que dava para sentir naquele momento, dentro daquela caixa escura, em breve seriamos descarregados ou não.

Esperamos muito tempo quietos e escondidos, até eu perder a paciência é claro. Em um movimento brusco seguido de um soco tirei a tampa de madeira.

— O que você está fazendo? — perguntava Scarlett. Ah sim, eu tinha esquecido de avisá-los que iria sair dali.

— Eu cansei okay? Alguma coisa está errada. — admiti para os dois, que me olhavam de forma estranha enquanto me erguia para observar o local a minha volta, estava tudo fechado, mas havia uma pequena conversa através das paredes. Jack pulou para fora da caixa e eu o segui, ele espiou por uma abertura que separava aquele recinto de outro, subindo por algumas caixas.

— É... isso não é bom, não é nada bom — ele cochichou mais para si mesmo, parecia pasmo com o que via.

— O que está acontecendo? — perguntou a ruiva enquanto eu já subia para o mesmo local em que Jack se encontrava, porém ele me ergueu a altura daquela pequena janela, para que eu visse Ken desacordado dentro de uma espécie de cubículo de vidro.

— Merda — exclamei e fitei Scarllet que estava no ar bem ao meu lado

— Tem uns dez homens ai e...

— Eu tenho um plano — o pequeno grande Jack cortou Scarlett, em outras circunstâncias eu teria gargalhado, mas a porra estava bem séria.

 

(...)

 

— Levem-no, o menino do fogo vai se juntar a garota e bater um papo com o senhor Spietzer, e depois com o doutor Wilson, isso quando esse imbecil acordar. — disse o líder deles, alguns agentes apareceram prontamente para carregarem a câmara.

— Ráaa. Cuidado com isso,  não sabemos o quão esperto esse rapazinho pode ser, entenderam? — advertiu o homem, o compartimento de carga começava a ser aberto porém fiz uma pequena interferência, fritando os comandos, a primeira reação na sala ao lado foi de dúvida, em seguida ficaram assustados quando a câmara onde ken se encontrava começou a flutuar, graças ao nosso amigo Jack. Errrr... não bem amigo, não é mesmo?

Rose cravou seus olhos em mim, pela primeira vez eu não via algum tipo de ódio, me surpreendi ao perceber que pela primeira vez eu não a olhava com escárnio ou ironia. Aquilo era um olhar de serenidade, um olhar propício para aquela situação, afinal os próximos segundos seriam decisivos para nossa sobrevivência e era a primeira vez que isso acontecia na missão.

A porta foi escancarada e o primeiro agente entrou, Scarleet o surpreendeu de início com uma gravata enquanto o apagava com uma das pistolas com silenciador que encontrou nos caixotes de armamentos.

Eu me encarreguei dos outros que entraram logo em seguida, três bolas de energia, três homens eletrocutados.

Jack baixou Ken e ergueu dois homens que não conseguiram correr rápido o suficiente para se esconder, em seguida fez com que se esborrachassem na lateral do avião.

O líder deles se escondeu, armados começaram a atirar contra nós, rapidamente agarrei Jack pelo braço e criei um escudo saindo da sala logo em seguida, agora a única camada que nos separava das balas era a eletricidade. Do outro lado restavam quatro agentes.

Scarlett surgiu logo em seguida, armada não apenas de uma, mas duas pistolas, rápida como uma gata se escondeu atrás de um barril, Ken estava ali, entre o fogo cruzado, dormindo como um bebê. A garota ruiva girava lindamente sobre os calcanhares a cada troca de pente. E eu e Jack nos virávamos para dividir aquele pequeno escudo, pela primeira vez senti vergonha por não poder criar algo nitidamente maior.

— Garoto eu tive uma ideia, mas precisamos infelizmente trabalhar juntos... — falei enquanto jogava bolas de energia nos adversários.

— Manda — ele disse enquanto levantava objetos para arremessá-los;

— Você vai rolar até a câmera do Ken e usá-la como escudo e então vai me erguer do chão. — disse para ele que concordou, percebi que pela primeira vez aquele garoto idiota confiava em mim, uma risada deliciosa subiu pela minha garganta mas eu a reprimi. Jack rolou até Ken e me ergueu do chão, alto suficiente para ver todos os agentes da Hidra, de cima, como eu gostava. Em um movimento rápido o escudo de energia virou duas bolas, as quais acertei em dois agentes, os outros dois foram encurralados por Scarllet que aproveitou a deixa para se aproximar, com ambas as pistolas apontadas para a cabeça do rivais ela anunciou:

— Larguem suas armas queridos — a forma como aquelas palavras brincavam em sua boca me deliciava, sorri encarrando o tal do Donald, que aos poucos largava sua pistola e levantava as mãos em sinal de rendição;

— Parece que você é tão azarado quanto o Pato Donald. Não é mesmo, Donald?

Ele riu, fracamente e nervosamente;

— Tempestade Elétrica, eu soube sobre você, sei quem você é, de verdade, não o que a SHIELD fez de você.

Nessa hora foi minha vez de rir.

— Eu realmente sou mais famoso que você Jack — me virei par ao garoto que tentava espiar se havíamos chamado alguma atenção do lado de fora — você deveria ter iniciado como vilão, teria ficado temido entre os inimigos.

— Olha só, desculpem atrapalhar a conversinha de vocês, mas por gentileza, pode abrir a porra da câmara pra que eu não tenha que sujar minha cara com seus miolos? — ele encarrou Scarleet de cima abaixo e  de uma forma nojenta.

— Vai enfrente — disse, e Scarlett tocou o cano da pistola na cabeça de pato donald mas sem tirar a atenção do outro agente.

— Logo mais teremos companhia — avisou Jack;

— Agora — ordenou Scarlett apertando mais a arma contra o rosto do homem, ele apenas a encarrou;

— Vocês acham que vão ir para onde depois de saírem desse avião? — ele indagou, estava perdendo a paciência.

Mate ele.

Mate ele O’Reilly.

Em um impulso me aproximei de Donald e disparei uma bola de energia no peito do outro agente, agarrei Donald pelas orelhas. Isso mesmo, foi pelas orelhas. E o coloquei de pé, pequenas ondas passaram de meus dedos para as suas orelhas, causando um leve formigamento que em seguida passou para um pequeno choque elétrico desses que levamos na geladeira, porém constante, uma sensação nada gostosa.

Ele começou a arregalar os olhos e gritar.

— Roddy para com isso — advertiu Scarlett;

— Eles estão ouvindo isso — avisou Jack;

— Você não está apreciando isso está? Eu acho que não pato Donald. Que tal abrir aquela câmera pra mim?  — ele continuava grunhindo de dor, seu corpo tremia todo, a descarga estava aumentando conforme minha raiva subia. — Heim? Sabe Donald morrer eletrocutado é doloroso não é? Seu coração dispara até explodir e puft, você já era. Mas sabe o que é bem pior? — me aproximei de seu ouvido— Ser torturado com eletricidade.

Ele gritou mais alto e em seguida mexeu a cabeça com dificuldade concordando, eu o soltei, ele quase desmaiou mas o segurei.

— Roderick, você não deveria... — levantei a mão para Rose. Ele abriu os olhos e eu arqueei as sobrancelhas.

— 3... — ele disse;

—3 ? — concordei;

—3, 7,4...5 — Rose  correu para a câmera e a abriu

— Tá legal, eu vou atrasá-los — Jack correu para o portão e eu o abri com uma onda elétrica reativando os controles manualmente;

Ajudei Scarlett a erguer Ken desacordado, e então eletrocutei Donald, Scarlett não se opôs, ela era como eu:

— O que faremos? — perguntei;

— Abortar missão — ela gritou para Jack que dava um jeito nos primeiros homens;

— O que? — eu disse

— Isso mesmo, temos Ken aqui desacordado e chamamos atenção demais — respondeu, eu bufei de raiva, chegamos até ali para desistir? Mas tentei manter a calma e ajudar ela com Ken;

— Seria bom se você acordasse agora — segredei no ouvido do moreno;

Quando Scarlett saiu para aquele hangar, ficou confusa e eu entendi o porquê. Aquela base não era da Hydra, era do governo, ou algum dia foi. Aquilo estava muito estranho. Será que a Hidra surrupiou uma base do governo americano?

 

Scarlett Rose Campbell — Base da Hidra — Localização desconhecida

 

— Arghh... — acertei uma cotovelada no agente que agora caía desacordado ao meu lado, enquanto que com a mão esquerda atirava no indivíduo que um dia sonhara em me atingir.

Olhei para o lado e vi Roddy dando uma boa noite de sono para mais dois e Jack arremessava outros três em um muro de concreto, mais guardas saíam da enorme abertura que dava para o interior daquela base militar, corri os olhos pelos muros: altos e insuperáveis.

À medida que os homens apareciam Jack arrancava as armas de suas mãos antes mesmo que pudessem usá-las, mas não poderíamos fazer aquilo pra sempre, não com um Ken desacordado sendo erguido por Roddy nesse exato momento

Pense Scarlett, pense, você é esperta garota, está fazendo o que gosta.

Bati os olhos em um tanque de guerra e sorri.

É claro.

 

— Escutem, não podemos entrar lá é suicídio — Por mais que eu quisesse salvar a tal garota Aurora, eu não poderia colocar minha equipe em perigo e mais do que isso se fossemos presos seriamos torturados até revelarmos algo sobre o projeto e isso não poderia acontecer de forma alguma.

— Tá e o que vamos fazer? — perguntou Jack sem tirar os olhos do portão, os supostos militares/agentes haviam cessado por um momento.

— E também precisamos tirar o Ken daqui — fitei o garoto desacordado;

— Sério? Abortar missão então? — Roddy lançou uma bola de eletricidade em mais alguns guardas que atravessavam o portão, atiradores se posicionavam em cima da Base e nós corremos para trás do avião.

— É, o que temos que fazer é chegar até o tanque e depois atravessar o portão e pra isso vamos ter que correr.... correr e atirar. Recarreguei minhas pistolas e  atirei em alguns homens. — notei os olhos sobre mim vindos de cima dos muros.

— Não vai dar estamos cercados... Cercados... — Repetiu Roddy colocando Ken sobre os ombros.

— Melhor entrarmos no avião... — sugeriu Jack e foi  o que fizemos, nos trancamos dentro do avião, era a nossa melhor chance naquele momento, procuramos por brechas para atirar e nos defender, não demoraria muito para que estivéssemos cercados. A boa notícia é que tinha um avião, a má notícia é que ninguém sabia pilotá-lo. Continuamos encurralados a mercê de um plano qualquer e enquanto isso ficamos nos defendendo como podíamos, já que o avião era blindado.

—Olha só talvez eu consiga erguer essa coisa — sugeriu Jack.

— Até a nossa base que aliás nem sabemos onde fica? Acho que eu prefiro morrer aqui mesmo — ironizou Roddy.

— Jack, não vai dar, você quase morreu da última vez naquele galpão, não podemos arriscar. — eu disse, aquela não era uma opção. O tempo estava passando e tudo se encaminhava para que eu tentasse pilotar aquela coisa de um jeito ou de outro, eu teria que conseguir.

— Tem que ter alguma coisa nessa porcaria de avião que possa ser útil — disse Jack, voltei a recarregar as pistolas, para ganhar tempo;

— Além de mim tem pouca coisa útil aqui — Roderick deu seu tradicional sorriso de canto, quanto convencimento, fui obrigada a revirar os olhos — se pudéssemos pelo menos explodir essa bagaça, mas nosso amigo que poderia fazer isso resolveu tirar um cochilinho.

É, Ken seria bem útil acordado, mas aquele tranquilizante deveria ter um efeito durad....

— Espera, você disse explodir? — falei depois de estourar os miolos de um soldado.

— É — Roddy juntou as sobrancelhas indicando semblante de dúvida.

Era isso, claro, como não pensei nisso antes, morreríamos aqui sem saber disso. Levantei e corri para a cabine de pilotagem, Jack me segui.

— O que foi Scaar? — perguntou, eu inspecionei com cuidado cada parte daquela aeronave, era um modelo mais antigo, parecido com os que o KGB russo possuía, e se fosse da mesma linha tinha uma configuração para autodestruição cronometrada.

 

— Esse modelo tem um comando de autodestruição — falei assim que encontrei o botão, apertando esperei que um cronômetro disparasse no display da tela, mas claro que nada aconteceu porque Roddy fritou a parte elétrica da aeronave.

— Merda! — gritei, e sai da cabine quase atropelando o garoto telepático.

— Da para a senhorita explicar qual o plano? — pediu Roddy meio que cuspindo as palavras em desdém, enquanto isso eu estava mais preocupada em encontrar o compartimento responsável por aquela função, Jack me ajudou a remover os parafusos que prendiam a lataria do avião, uma grande placa encontrava-se em um lado, era aquilo que eu procurava, tinha certeza.

— É isso ai que vai explodir essa coisa? — perguntou Jack;

— Se pudessem ser mais rápidos seria... — Roddy parou abruptamente;

— Que foi? — perguntei me virando em sua direção, ele fitava algo totalmente hipnotizado, suas veias saltaram dos braços, os músculos se contraíram, aquilo era o mais puro ódio, eu já havia provado disso.

— Cara você tá legal? — o garoto insistiu também;

— Não — Roddy deixou a janela visivelmente irritado;

— Garoto você consegue segura uma explosão? — disse andando de um lado para o outro inquieto;

— É... acho que sim, na verdade eu....

— Ótimo, vou sobrecarregar essa coisa — apontou para a placa com desdém — e você vai segurar a explosão, isso dará tempo para saírmos daqui, seguros, cuidamos dos guardas, pegamos a porra do tanque, e detonamos aquele portão — ele me empurrou para trás bruscamente;

— Eiii — falei sem entender nada, ele tocou na placa com as duas mãos, fechou os olhos e quando tornou a abri-los refletiam uma coloração vermelha não habitual, só consegui pensar em pegar Ken, e com certa dificuldade colocá-lo sobre os ombros, fitei Jack, ele precisvaa ser preciso.

— Vá pra a porta e esteja pronto — com um gesto rápido, o eletrocinético mirou o dispositivo que abria o portão de carga do avião, atirei nos primeiros homens que vi e Jack correu para a porta.

— Agora — gritou Roddy, prendi a respiração, Jack gritava como se sua cabeça fosse explodir, uma bola de fogo se formou no teto do avião e estava crescendo, Roddy correu para a saída e me fitou gritando um ‘’vai’’, que eu quase não ouvi, apenas tiros ecoavam sobre minha cabeça, era horrível aquela situação, eu não estava mais no controle, não sabia o que pensar, meu modo automático de máquina de guerra estava em ação, eu apenas corri e então ouvi a explosão que me arremessou no chão fazendo com que Ken esmagasse meu corpo, rapidamente ele flutua sobre mim, Jack o erguia do chão e logo me erguia também, os destroços do avião fechavam a visão para a base, e pelo outro lado o tanque estava a poucos metros. Mas algo estava errado, Roderick não estava ali.

— Jack e o Roddy?  — perguntei enquanto já alcançávamos o tanque.

— Você não vai acreditar — ele disse já escalando a máquina de guerra.

 

Saímos daquele inferno atravessando o portão, e para a nossa surpresa estávamos em uma floresta de pinheiros, assim que abandonamos o tanque corremos o mais rápido que podíamos, em um ritmo lento que nos permitisse manter o fôlego, Jack levava o corpo de Ken flutuando por entre as árvores. O garoto contou que apenas viu Roderick correndo na direção contrária a nossa, ou seja, aquele desgraçado correu em direção a base o que provavelmente significou suicídio, aquele pensamento me maltratava.

Não que me importasse com aquele homem irritante, ele era um ser desnecessário naquela equipe, por mais que estivesse se esforçando e entre aspas salvando nossas vidas, isso ainda não lhe dava o troféu de melhor pessoa do mundo, aliás essas seria a sua última conquista, a mais impossível é claro. Mas também não ficaria feliz com sua morte, provavelmente ele estava morto, morto... Minha mente repetia isso como se quisesse que eu me sentisse culpada ou talvez queria que aquilo importasse de alguma forma para mim, não era o caso, é claro que não.

Paramos realmente quando ouvimos um helicóptero voando rente a copa das árvores e uma escada de cordas caindo, lá no alto era possível vislumbrar um homem de terno, e um sorriso que só podia ser de uma pessoa no mundo: Phill Coulson.

 

 

Michael Richard Collins

 

Dublin — Irlanda

Centro de Eventos Punchestown

Uma semana após a missão de resgate

 

 

— Quanto que é mesmo? — perguntei novamente ao atendente.

— Treze. T-R-E-Z-E euros! — Hasting gritou ao pé do meu ouvido, sorte que ela era baixinha e não conseguia chegar tão perto assim, pois se pudesse eu com certeza estaria surdo  agora, o que seria uma pena já que eu estava prestes a ouvir a voz do astros da The Script.

— Certo — falei empurrando a baixinha para o lado enquanto puxava a carteira, paguei e peguei o energético, aliás aquilo estava bem caro, era melhor que fosse bom. Hasting saiu em direção a arena do show sem sequer se preocupar se eu a estava acompanhando ou não.

Realmente eu não entendia aquela criatura, estava toda calada, mais do que habitualmente e quando abria a boca exalava puro sarcasmo, se eu ainda tivesse arrastado ela junto comigo seria compreensível, mas o mais estranho de tudo é que ela se ofereceu para me acompanhar na passada em Dublin, sendo que ela deveria estar na Escócia com a família assim como o restante de nós.

Nem ao menos com Lizzie ela disfarçou a cara de quem chupou manga e não gostou, aposto que minha amiga deve ter odiado a minha nova ‘’colega’’ de trabalho, o melhor de tudo foi eu aparecer na porta da casa dela com cara de ‘’ Oi querida, essa é a Hastings, eu troquei você por ela, que coisa não? ‘’ e para completar elas não se deram bem, na verdade não me lembro de terem trocado alguma palavra durante nosso almoço. Algo estava acontecendo com a pequena,e eu iria descobrir antes que Lizzie chegasse para o show, por isso corri para alcançar a baixinha raivosa.

— Hastings! — falei oferecendo lhe o energético, ela o arrancou de minhas mãos e bebeu um gole, em seguida cuspiu tudo na grama.

— Isso é horrível — disse, eu ri tentando descontrair um pouco o ambiente, mas ela não compartilhou da risada.

— Érrrr... Posso perguntar algo? — achei melhor ir com sutileza;

— Humm... — foi o que ela disse desviando  olhar para o palco, uma banda local fazia uma abertura naquele momento.

— Sei que o sumiço do Roddy afetou a todos, mas você não era tão próxima assim dele então... o que tá acontecendo para você ficar que nem um pinscher raivoso?

— Não é nada — ela desconversou nitidamente

— Bom, eu sei que não é da minha conta mas acredito que no momento em que você se prontificou a me acompanhar até aqui e ficou a viagem inteira com cara de bosta e vai ficar no show da minha vida com cara de bosta, eu tenho um pouquinho de direito de saber o que está acontecendo heim? — ela finalmente olhou pra mim e desarmou a posição de defesa, aquela característica de cruzar os braços e se impor.

— Desculpa por isso Mike, promete que... que não vai espalhar? — ela me fitou sugerindo que estava falando muito sério.

— Não sou do tipo fofoqueiro — falei rapidamente.

— É que eu não queria ficar na Base, por isso me ofereci pra essa viagem, tudo porque Phillip decidiu ficar para continuar os estudos no Cajado...

— Tá, mas qual o problema nisso? — na verdade eu sabia que algo estava errado entre eles, passaram a semana toda sem se falar direito e Hastings estava evitando-o ao máximo, tudo que normalmente ela pedia a ele ou o acompanhada ela pedia a mim ou inventava alguma desculpa para não estar com ele.

— Sabe quando fizemos o relatório da missão, eu omiti uma coisinha que aconteceu naquela perseguição, na verdade nós não entramos em um bar e saímos pelos fundos para despistar a Hydra, o que aconteceu foi que Phillip me beijou... — ela mordeu o lábio e trocou o apoio dos pés evitando olhar diretamente para mim, eu uni as sobrancelhas sem entender.

— Beijou com a boca... errr, quer dizer, NA boca? — eu estava nervoso com aquele assunto, na verdade acho que surpreso seria mais apropriado.

— É, aquele desgraçado... — ela cerrou os punhos;

— Calma aí, ele beijou você assim do nada?

— Não, foi porque os caras estavam nos alcançando, então ele me encostou na parede e roubou um beijo depois eu chutei as bolas dele — ela voltou a cruzar os braços.

— Uau — naquele momento eu já estava tentando não rir. — Tipo quer saber o que eu acho?

— Não, eu não quero, só estou te contando porque você merecia saber depois de eu ter invadido sua viagem pessoal e estragado seu encontro com a sua namorada Ivy.

— Não, ela não é minha namorada e o nome dela é Lizzie. Mas... eu acho que o Phillip fez isso só porque realmente vocês estavam numa situação complicada, acho que você deveria pensar pelo lado dele, talvez vocês não estivessem vivos se ele não tivesse feito isso. — sugeri.

— Mas é que nunca mais vou conseguir olhar para ele normalmente, sabe.. não é como se eu beijasse caras todos os dias.

— Você acha que gosta dele? — quando percebi já tinha saído, ela arregalou os olhos.

— Não, tá maluco? — resmungou e ficou constrangida, pois suas bochechas estavam visivelmente coradas — Só é desconfortável, nós somos colegas de trabalho e...

— E que tal você esquecer isso então? Já que não foi nada, não significou nada nem pra você nem para ele, não quero trabalhar com duas pessoas que se odeiam.

— Eu não odeio o Lipe, é só que... arghh... — ela abaixou a cabeça se perdendo nas palavras.

— Beleza Hastings, não vamos mais falar sobre okay? — não sabia se ela estava triste ou irritada, ou talvez os dois, não sei lidar muito bem com mulheres, minha avó sempre dizia isso.

— Não tudo bem Mike, desculpa, eu estou sendo ignorante estragando sua viagem, eu nem conheço essa banda, deveria ter ficado no hotel ao invés de ficar ocupando você com essas besteiras da minha cabeça. — ela balançou a cabeça desaprovando suas próprias ações provavelmente, aquela era a primeira vez que Alexandrina falava uma coisa realmente legal e de coração aberto.

— Não, eu entendo esse seu jeito fechado de afastar as pessoas, e então de repente aparece alguém que ultrapassa e muito o seu limite de aproximação, isso parece complicado mas não é, só....

— Oiiiii! — uma voz animadíssima ecoou próximo a nós, era Lizzie trazendo faixas e bastonetes de luzes, uma verdadeira tiete maluca, após fita-la voltei-me para Hastings e pus minhas mãos em seus ombros chamando sua atenção.

— Então que tal esquecer todas essas besteirinhas e me ajudar a segurar a Lizzie pra que ela não nos faça passar vergonha? Que tal? — dei um meio sorriso, ela não conseguiu conter um risinho fraco e após fitar o chão rapidamente concordou com um meneio de cabeça.

 

Não havia nenhuma voz no mundo que pudesse causar o mesmo efeito em mim do que Danny O'Donoghue cantando Superheroes, até Hastings se animou com esse refrão. Me divertia ver ela se divertindo, era como contar uma piada pro Batman e esperar que ele risse freneticamente,então isso é muito gratificante. Enquanto Hastings permanecia discreta, balançando um pouco o tronco, como quem quer disfarçar que está gostando. Lizzie encontrava-se exatamente o oposto, minha amiga bebia e ria sozinha enquanto gritava e se mexia como um leão marinho encalhado. Talvez eu estivesse fazendo o mesmo, mas eu pulava, pulava e me apropriava daquela energia boa, por um momento até esqueci de SHIELD, Hydra e os problemas.

 

— Mike é a sua vez de mexer esse traseiro e pegar uma bebida garoto, como nos velhos tempos? — Lizzie piscou para mim e depois abriu seu lindo sorriso enquanto se virava para abraçar uma Hastings assustada com tamanha intimidade. Girei nos calcanhares e comecei a passar pelas pessoas, era a parte que eu mais odiava, se pudesse levaria um cooler de bebidas e um peniquinho para poder ficar o show inteiro no mesmo lugar.

 

Uma sensação estranha me pegou depois de sair da parte mais concentrada da multidão, como se alguém estivesse me observando ao longe, na verdade era um garoto platinado, ele não parava de me encarrar, fechei o semblante demonstrando irritação, enquanto pagava a bebida o garoto havia sumido. Porém fui pego de surpresa, por mãos que tiraram a garrafa de vodka da minha mão subitamente, e para meu total espanto era o mesmo garoto platinado.

— Ei essa bebida é minha rapaz — resmunguei enquanto o alcançava a tempo suficiente para agarrá-lo por um dos ombros, o rapaz se virou na minha direção. Tinha olhos mais azuis do que os de Drina, talvez fosse o contraste com sua pele quase albina, me perguntei se ele saía ao sol mas aquilo era irrelevante no momento.

— Porque diabos pegou a minha bebida e como é que você veio de lá pra ca em tão pouco tempo? — um sinal de alerta tocou no meu cérebro gritando freneticamente inumano, inumano.

— Como conseguiu falar com eles? — o garoto bebeu um gole da vodka.

— O que? Eles quem? — isso estava muito confuso;

— Ou você é um deles? — disse se aproximando ainda mais e me encarrando profundamente, seus olhos tinham um brilho estranho, e os pequenos vasos sanguíneos ao redor da íris me assustavam. Talvez fosse maconha, cocaína, drogas em shows era a coisa mais comum, mas ele parecia tão convicto.

— Olha só cara... Não nos conhecemos, não sei quem você é e na boa eu não sei quem são eles mas eu sei que isso é meu — tirei a vodka de sua mão e dei-lhe as costas.

— Você se comunicou com eles, recentemente, eu sei... A SHIELD tem algo a ver com isso? — sua pergunta me pegou tão de surpresa que a garrafa escapou de minha mão e foi direto de encontro ao chão, não quebrou, mas rolou até os pés do platinado que agora encontrava-se misteriosamente a minha frente novamente.

 

 

Alexandrina Victória Hastings

 

Por mais que detestasse me contradizer, aquele show estava me fazendo bem, eu não conhecia essa banda, na realidade só havia ouvido falar, afinal não é como se tivesse um meio mundo entre a Escócia e a Irlanda. Eu não sei se The Script se encaixava no meu gosto musical, na verdade eu não sabia nem se eu possuía algum, música sempre foi algo que ficou em segundo plano desde a adolescência, nessa época eu curtia coisas das quais me envergonho profundamente.

Lizzie pulava enlaçada ao meu ombro fazendo com que eu tirasse os pés do chão também inevitavelmente, meu plano de ficar chacoalhando de um lado para o outro ao som da música havia ido por água abaixo. Ela gritava no meu ouvido como se fossemos melhores amigas, mas um pouco de bebida fazia esse tipo de coisa, falo pela minha experiência científica e não social, que fique bem claro.

Mas precisava confessar também que por mais que eu achasse que a ideia de acompanhar Mike fosse estupida, ainda mais associada ao fato de que agora ele sabe um segredo meu, na verdade eu estava me divertindo e esquecendo toda aquela cena ridícula que passava na minha cabeça uma porção de vezes.

Lipe colando seu lábios aos meus.

E não, não é para parecer romântico e sim nojento, muito nojento, aquele desgraçado...

Merda,  durou pouco meu momento de distração, muito pouco mesmo.

Senti uma puxada um tanto forte em meu braço, fazendo com que me desvencilhasse de Lizzie automaticamente.

— O que foi? — perguntei para um Mike um tanto preocupado.

— Mike, você demorou muito com essa bebida — Lizzie arrancou a garrafa da mão do amigo e seguiu dançando animada.

— Temos um problemão — ele disse entredentes, olhando a volta como se estivesse procurando alguém.

—Nós temos? — indaguei sem compreender.

— É, nós temos — ele puxou Lizzie para perto.

— Mike, meu braço cara... — ele a soltou um pouco assustado com suas atitudes impulsivas, segurou seu rosto entre suas mãos para mantê-la quieta e focada nele.

— Quero que não fique chateada comigo amanhã quando se lembrar disso, se isso acontecer é claro. Chame um táxi e volte pra casa em segurança. — ele beijou a testa dela e Lizzie seguiu dançando como se nunca tivesse ouvido aquilo. Antes que eu pudesse processar as informações estava sendo arrastada por Mike através da multidão.

— Pode pelo menos explicar o que está acontecendo? — perguntei na esperança de obter uma resposta exata.

— Tem um cara aqui, ele é esquisito, aparentemente inumano, precisamos achar um telefone público... — erro, informações desconexas e evasivas, Mike sendo Mike preocupado detectado com sucesso.

Saímos do show, Mike girou a cabeça trezentos e sessenta graus como se não tivesse espinha uma centena de vezes, atravessamos a rua em frente ao evento e nos apertamos dentro da primeira cabine telefônica que encontramos.

— Nós vamos chamar a...

— Shiuuuuu — Mike me reprimiu;

— Acho que ele pode nos ouvir ou sei lá — aquilo estava começando a me assustar.

— Ele quem? — falei impaciente — Alguém da Hydra?

— Não... Quero dizer não sei, mas a palavra SHIELD foi mencionada, e você sabe bem que não é qualquer pessoa que sabe sobre isso ainda mais um cara platinado que tá sempre um passo a sua frente — Mike bufou, tirando o telefone do gancho logo após inserir uma moedinha.

— Errr... tipo aquele dali? — apontei para um quarteirão a nossa frente, havia um cara nos espreitando, Mike e eu nos esprememos para que talvez em alguma hipótese muito rara não tivéssemos sido notados.

— Mas que merda... é... qual o código mesmo? — ele pediu, assim que ligou para a telefonia local. Peguei o telefone das mãos dele.

— Oi... Temos um código A856B7delta... — a telefonista entendeu o recado e fui direcionada a uma linha não grampeável de contato com a nossa base.

— Ele está vindo na nossa direção! — berrou Mike.

— Oi — era a voz de Brook do outro lado.

— É a Hastings, escuta... estamos com um problema aqui na  Irlanda, tem um cara atrás da gente e ele mencionou Hydra para o Mike.... — tentei explicar.

— Pede socorro logo— implorava Mike.

— O que? — Brook parecia confusa — Localização — gritou depois.

— Tarde demais, tarde demais ... — Mike estava desesperado.

— É...eu não sei exatamente... hã... rua o que mesmo?

— Já era vamos morrer — observou atentamente Mike enquanto tentava se recompor na cabine para não parecer tão assustado perante nosso suposto inimigo, o garoto prateado com tênis surado da Nike e o moletom da Addidas, seria o Super Capitalismo? Ficamos parados imóveis feito duas múmias em um sarcófago só, lentamente o garoto se aproximou e abriu a porta da cabine, eu e Mike trocamos olhadas nervosas enquanto compartilhávamos suor frio através de um dos braços, aquilo estava ficando nojento e anti-higiênico.

— Eu não vou machucar vocês, só quero saber  como você — o cara apontou para Mike — sabe sobre... — ele olhou para os dois lados da rua — os Kree. — disse baixinho quase em um sussurro incompreensível.

— O que? —fitei Mike esperando alguma reação mas ele estava tremendo como se Darth Vader em pessoa e sabre de luz estivesse na sua frente. — Mike — puxou-o pelos ombros fazendo com ficasse de frente para a mim e acordasse de seus devaneios malucos — Para de tremer, vamos sair dessa cabine e conversar com esse cara que parece saber muito, até demais sobre nós — arregalei os olhos, para que de alguma forma Mike sacasse minha estratégia, mas ele parecia não entender, pelo menos cooperou. Saímos da cabine e coloquei as duas mãos na cintura, foi assim que criei coragem para apresentar meu TCC então iria funcionar. Pigarriei de leve e encarrei o quase albino em minha frente.

— Então, eu não sei como você sabe disso rapaz, mas seria interessante se começasse a explicar, assim eu e meu amigo aqui entenderíamos melhor o porque dessa perseguição toda certo? — tentei manter a situação sobre controle.

— Avisaram algum agente? — perguntou o rapaz. Ele usou o termo agente? Sério? A SHIELD é tão sigilosa, não consigo imaginar qual a ligação que esse ser tem com a agencia.

— Não deu tempo —esclareci — Olha só, você parece desesperado, então acredito que seria bom você se identificar, esse tipo de assunto não sai da agência, a não ser que a sua história nos surpreenda.

— O que você está fazendo? — perguntou MIke espantado, pois havia acabado de confirmar  que éramos da SHIELD.

— Tudo bem, só não chamem os agentes, meu nome... meu nome é Daniel Rather e... e eu sou um Kree.

 

Bkooklyn Mills Hood

 

Base PD 23 – Localização Desconhecida

 

Observando o garoto capturado no aeroporto confinado naquela sala que o impedia de se teletransportar, percebi que ele não estava se sentindo a vontade. Como poderia? Aquilo era uma prisão, por mais que Coulson insistia no contrario. Eu não o culpo, não sabemos o quanto poder ele tem e nem o que faria com ele, nossa base é secreta e se ele fugisse e revelasse a localização? Não sabemos de seus poderes e muito menos de seu caráter.

Phillip estava na comporta que dava acesso a cabine primeira classe do nosso visitante, uma parede de vidro o separava de um Sans perturbado e inquieto.  Quando me aproximei do cientista ele suspirou

— Brook, não vou obter nenhum sucesso com uma parede nos separando. — choramingou.

— Não sabemos se ele possui mais algum poder, e traze-lo para fora não é uma opção, você sabe — esclareci me aproximando do vidro.

— Sans, pode me ouvir? — perguntei;

— Posso — respondeu secamente, enquanto se sentava pela primeira vez depois de um longo tempo em um dos sofás.

— Preciso que você entenda que não somos os vilões, nós queremos te ajudar, ajudar a lhe entender, a outros como você e ainda surgirão muitos, o mundo lá fora se tornara perigoso se não aceitar o nosso apoio. — tentei fazer minha parte.

— Pode crer que eu já percebi como o mundo lá fora é perigoso, tia — ele enfatizou a última palavra como se fosse uma provocação, e de fato era.

— Brook, ele nunca vai entender se continuar preso e isolado — sussurrou Phillip — Se pudéssemos entrar lá, sem armas ou algo do tipo, sei que ele não nos machucaria.

 Fiquei de frente para Phillip, o que ele me pedia era uma grave infração, mas Coulson não estava na base, ninguém precisaria saber e só eu possuía o acesso de entrada. Sabia que Lipe estava certo, precisávamos mostrar que confiávamos nele. Eu concordei com um meneio de cabeça, me dirigi até um pequeno painel, coloquei minha mão sobre e o acesso foi liberado, a parede de vidro se abriu.

Chamamos a atenção de Sans imediatamente, ele se levantou e começou a se afastar a medida que entramos no recinto.

— Calma não precisa ter medo — falei gesticulando com as mãos. A porta se fechou assim que Phillip a cruzou. — Sei que não parecemos nem um pouco confiáveis, e esse lugar não é muito diferente de uma prisão, mas acredito que você está bem melhor aqui do que nas mãos da polícia, exército ou qualquer outra instituição governamental. — Ele me ouvia atentamente.

— E há aqueles que querem usar o seu poder, te persuadir a ficar do lado deles e te convencer a cometer erros. Esse com certeza deve parecer um caminho fácil, acredito que diriam que você é um super homem, um ser evoluído e que nós meros mortais somos nada perto de você, mas na verdade eles querem te empurrar para um abismo, Sans. Um abismo sem volta... — ele voltou a se sentar, relaxando um pouco, peguei e sentei na mesa de centro bem a sua frente. Phillip permaneceu calado na mesma posição nos observando.

— Eles vão te usar para chegar nos seus próprios objetivos e depois te descartar como sucata. Mas saiba Sans, que você não poderia estar em melhores mãos... — me levantei batendo nas costas de Lipe levemente — ... porque esse cara aqui sabe tudo sobre o que você é, e antes que você pense que acho que é um monstro, não eu não acho, acho que você é uma espécie de evolução e temos que aprender a conviver com isso, não somente eu mas principalmente você garoto. E o Lipe é quase um especialista, ele pode te ajudar a entender a sua mutação e porque você foi o escolhido entre tantos, não sei como encara seus poderes, como dádiva ou um fardo, mas de qualquer forma nós estamos aqui pra ajudar, não se esqueça disso, não lhe faremos nenhum mal... — o encarrei com o meu melhor olhar firme, afinal aquele discurso estava ficando muito emotivo — ... pelo menos enquanto você permanecer na sua. E não se esqueça, depois você pode ir embora, fique aqui o tempo que quiser...

— Quer dizer que eu posso ir agora mesmo se eu quiser? — perguntou animado;

— Não — respondi prontamente — poderá escolher quando estiver pronto, se quer ficar ou ir embora, temos um lugar para pessoas como você, um lugar para você defender e ajudar outros como você. O que me diz? — deixei um sorriso sutil.

— Eu... — ele suspirou passando as duas mãos pelos cabelos negros — eu posso cooperar com o que quiserem...

— Ótimo garoto, podemos tentar de novo então? Sou Phillip Rogers. — logo o cientista tomou meu lugar na mesa de centro e senti que estava sobrando ali, atravessei a porta de vidro e fiquei observando por ele, afinal ainda não poderia deixar Lipe sozinho com Sams, era arriscado.

— Agente Hood — um rapaz me chamou, encarei-o surpresa, ele não ousou se aproximar mas estava preocupado — Temos um código A856B7delta.

Merda! Isso não era bom, me virei novamente fitando Phillip interagir com Sans, não queria deixa-los mas havia agentes em perigo, quem poderia ser?

— Okay, você fique aqui e não tire os olhos de Phillip certo? — ordenei e o rapaz acenou concordando, corri o mais rápido que pude até um dos computadores.

— Oi...

— É a Hastings, escuta... estamos com um problema aqui na  Irlanda, tem um cara atrás da gente e ele mencionou Hydra para o Mike.... — a voz do outro lado se apressava atropelando as palavras com ansiedade, mas ainda havia como reconhece-la, era Hastings com toda certeza, mas ela não estava em um show com Mike?

— O que? — retruquei sem entender.—Localização— gritei.

— É...eu não sei exatamente... hã... rua o que mesmo? — ela parecia confusa e uma voz tagarelava ao fundo, só poderia ser Mike, mas então a ligação foi cortada.

— Hastings? Está me ouvindo? — tentei uma última vez — Drina?... Droga! — esbofeteei o monitor.

— Marie, despertar! — falei cautelosa para que reconhecesse minha voz, porém meu peito subia e descia rapidamente dando sinais de minha preocupação.

— Sim? —  e então ela surgiu;

—Temos problemas, quero que faça uma busca rápida em todas as câmeras de segurança de um show na Irlanda, busque pelos rostos de Mike e Drina!

Enquanto dava as instruções para Marie mandei que preparassem um jatinho e chamassem mais alguns agentes comigo. Marie encontrou imagens de uma rua próxima ao show, Drina e Mike estavam em um telefone público enquanto um homem de cabelos platinados falava com eles... espere? O que? Cabelos platinados?

— Marie pode buscar por esse rosto no banco de dados? — perguntei franzindo cenho, esperava que não fosse ele.

— É claro, não irei demorar! — Me voltei para o telão principal da base, onde Marie mostrava sua busca, a imagem parou entre um rosto e outro, concretizando minhas suspeitas. Aquele era mesmo Luke, o único Kree capaz de sobreviver tantos anos na terra, era monitorado pela SHIELD, mas parece que algo o fez mudar de ideia quanto a sua descrição e isso não parecia bom.

— Quero que contate Coulson imediatamente, quero um esquadrão no hangar em meia hora — elevei o tom de voz proporcionalmente —Já era hora de eu estourar os miolos desse projeto de Lady Gaga fracassado.


Notas Finais


Então, tinhamos as fichas para vilão e elas com toda certeza vao ser relidas e reavaliadas em breve, e o resultado saíra no próximo capítulo que vai sair não sei quando :/
Vocês devem estar se perguntando quem é Luke? Mas ele é um oc que aceitei bem depois de começar a fic pq achei muito interessante, e agora esta oficialmente na história.

Até mais queridos!
Bjs


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