1. Spirit Fanfics >
  2. Projeto Delta 23 >
  3. Bem Vindos ao Nível 7 - Parte 2

História Projeto Delta 23 - Bem Vindos ao Nível 7 - Parte 2


Escrita por: SrtaSnow1

Notas do Autor


Oii, finalmente eu terminei o capítulo! Espero que estejam todos bem? =D
Desculpem-me novamente pela demora e não vou enrolar mais!
E boa leitura <3

Capítulo 4 - Bem Vindos ao Nível 7 - Parte 2


Fanfic / Fanfiction Projeto Delta 23 - Bem Vindos ao Nível 7 - Parte 2

Universidade de Edimburgo -Edimburgo – Escócia

Laboratório de Anatomia

~Alexandrina Victória Hastings~

-  Bom na coxa nós temos os seguintes músculos. Vejam bem! – dizia o professor de Anatomia enquanto a turma de mais ou menos quinze alunos observava atentamente o cadáver deitado sobre a mesa – Nós temos o vasto lateral, e o vasto medieval... – ele apalpou a coxa do cadáver indicando a localização exata daquela massa muscular – ...e também outros menores mas não menos importantes: o reto femoral e o pectíneo. –  concluiu enquanto voltou a tapar o corpo dissecado.

- Bom era isso por hoje,na próxima aula veremos mais detalhadamente o pectíneo. Ahh... e semana que vem faremos uma prova prática! – terminou o professor, peguei meu caderninho de anotações e registrei a data da prova, enquanto alguns alunos já saíam da sala animados, afinal aquele era o último período do dia.

Eu estava me sentindo péssima hoje, a manhã havia sido bem trabalhosa, estava desenvolvendo a planta de um teatro o que havia tomado muito o meu tempo nos últimos dois dias, apesar de que eu amava minha profissão: a Engenharia Civil no qual eu tinha doutorado e várias especialidades. Mas o meu xodozinho sempre foi a Biologia, meus pais até tentaram fazer com que eu parasse de tentar me enlouquecer com tantos estudos, mas não deu muito certo. Eu tinha até planos de um dia ainda ir totalmente para a medicina, era algo que eu adorava, o corpo humano era a máquina mais perfeita e saber como cada coisa funcionava parecia ser tão legal, mas infelizmente eu não tinha as condições financeiras necessárias para isso, eu cresci numa família simples e humilde e numa zona menos desenvolvida : o Leiht e mesmo depois de ter me estabelecido na engenharia eu decidi ficar por ali mesmo, não na casa dos meus pais, mas em um apartamento próprio.

Peguei minha bolsa, tirei o jaleco branco e coloquei o suéter cinza, me despedi do professor e fui direto para o elevador. Jenny, minha colega o segurou para mim;

- Obrigada! – assenti, entrando toda atrapalhada com as minhas coisas. Ela sorriu e ficamos naquela situação desconfortável, sem saber o que dizer até o térreo, lá o espaço era incrivelmente maior e bem mais barulhento. Jovens conversavam animadamente em suas rodinhas de amigos, compartilhavam seus gostos e desgostos também. Alguns namoravam, outros riam e debochavam de alguma coisa, vi meus colegas em um canto conversando sobre a aula de anatomia. Gregor, como sempre, contava alguma piadinha sem graça sobre a matéria, ele era um completo babaca. Eu somo sempre, peguei o caminho oposto ao do grupo, fui até a lanchonete do campus.

- Oi Victória! – disse Helga, a simpática atendente que sabia das coisas, sempre me chamava pelo segundo nome, porque eu odiava o primeiro, soa tão estranho. Não sei qual o problema dos meus pais, Alexandrina? Sério? Porque não Sarah, Anne, Megan ou até mesmo Alexandra? Chamaram meu irmão gêmeo de Will, era tão bonitinho, proque o meu não poderia ser algo assim?.

- Oi Helga! – falei dando um meio sorriso;

- O que vai ser hoje? – perguntou, enquanto voltava para atrás do balcão, mordi o lábio involuntariamente enquanto escolhia meu pedido.

- Vou querer um cappuccino e só! – falei já pegando a carteira. Comecei a pensar no tanto de coisas que eu tinha para fazer: livros para ler, matéria atrasada, meu projeto de Cromatografia no qual eu estava descobrindo que algumas moléculas de misturas mais complexas gostavam de ficar bem grudadinhas, e pensar em sua solubilidade e nos possíveis solventes que fariam efeito tinham se tornado meu maior pesadelo.E além disso ainda precisava limpar a casa, lavar uma dezena de peças de roupas e Jack, meu padrasto, havia ligado mais cedo dizendo que mamãe estava meio indisposta, queria visita-la também.

Helga trouxe meu café e eu a paguei, sai da lanchonete apressada, eu ainda queria pegar o ônibus das seis. Jane, a minha mãe, sempre diz que eu deveria tirar uma habilitação e comprar um carro, mas a questão é que eu não tenho tempo disponível e muito menos tanto dinheiro para um carro, e eu gosto de andar de ônibus, é bom para ler no trajeto e nada melhor do que uma janela de ônibus para pensar na vida.

Sai do Campus já meio que atrasada e torcendo para não ter que correr, com tanta pressa acabei esbarrando em uma garota e metade do café caiu no meu suéter favorito, e alguns pingos acertaram a garota;

- Hey, olha por onde anda! – ela disse irritada, enquanto analisava sua roupa totalmente limpa;

- Desculpe! – falei também irritada;

- Olha o que você fez! – ela continuou indignada, revirei os olhos, ela deveria olhar um pouco pro MEU suéter.

- Aonde? – fingi interesse – Ahh desculpe, eu vou ali buscar uma lupa, não estou conseguindo ver, querida! – acenei já me afastando enquanto que a garota bufava de raiva, eu literalmente não tinha a menor paciência com pessoas esnobes. Cheguei na parada no exato momento em que o coletivo encostava, peguei a fila com umas dez pessoas na frente, mas ainda havia lugares totalmente vazios no fundo. Eu sempre sentava no mesmo lugar, penúltimo banco a direita, poltrona da janela, porque os bancos da frente eram mais altos e  na minha opinião aquele cantinho permanecia longe das atenções dos passageiros. É que eu preferia sentar sozinha, na verdade, eu sou sozinha.

Tirei meu exemplar de ‘’ Os mistérios da química forense’’ de dentro da bolsa, e comecei a ler tranquilamente enquanto o ônibus seguia seu trajeto, também terminei o que havia sobrado da bebida. Em certo momento, minha atenção foi tomada pelo aparelho vibrando na minha bolsa, era o celular  tocando, rapidamente o catei e era Will, meu irmão gêmeo.

~Ligação on~

- Oi tigresa de bolso! – deslizei no banco frustrada, ele insistia em me chamar daquilo porque eu era brava e baixinha.

- Oi Will! – soei bem entediada mesmo;

- E então, como você está? – perguntou ele;

- Atarefada, muito atarefada! – respondi, enquanto colocava o copo de café no saquinho do lixo – E você?

- Bem, mas na verdade, eu queria saber como você esta e não quantas coisas tem para fazer! – ele riu do próprio comentário;

- Ahh Will, desculpe, eu estou bem! – eu ri – Jack me disse que mamãe estava meio mal? O que aconteceu? – perguntei um pouco preocupada;

- Nada de mais, ela quer ti ver! Disse que iria fazer lasanha com o dobro de queijo se você viesse hoje! – sorri nostálgica, sentia muita falta de casa;

- Eu queria muito mesmo ir aí, mas é que eu tenho muitas coisas... – nesse momento um homem sentou do meu lado, o amaldiçoei mentalmente - ... coisas para fazer! – completei;

- Está bem, vou desligar agora, se cuida! – ele disse;

- Se cuide também Will e mande um beijo para mamãe! – retribui o carinho;

- Ahh e ve se toma alguma coisa para crescer, daqui a pouco vão te confundir com uma ameba no laboratório! – ele riu divertido;

- Tchau! – e desliguei, cansada das piadinhas do meu irmão, guardei o aparelho na bolsa e segui com a leitura;

- Química Forense? – perguntou  o senhor ao meu lado em inglês, não um inglês britânico mas um inglês americano. ‘’Droga’’, praguejei, ser sociável não era a minha praia;

- É sim! – o encarei sorrindo levemente, meu inglês tinha um sotaque escocês bem carregado, mas ainda assim era compreensível. O homem estava de terno e óculos escuros, tinha cabelos loiros e uma pequena careca ameaçava surgir acima da testa;

- É o seu curso? – continuou, suspirei fitando a janela enquanto fechava o livro;

- Não exatamente, mas está meio que incluído! – respondi;

- No local onde trabalho, pessoas como você são amplamente necessárias! – comentou;

- Que ótimo! – disse enquanto voltava a fitar a janela, minha parada ainda estava longe, o que era uma pena;

- Conhece a S.H.I.E.L.D? – continuou, eu o encarei confusa, nunca havia ouvido aquilo;

- S.H.I.E.L.D? – repeti tentando acertar a pronúncia daquela palavra – Não sei o que é! Uma sigla? – perguntei e ele concordou com um meneio de cabeça;

- Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão, é o que significa por extenso! – ele disse, a palavra que me chamou a atenção foi espionagem, deveria se ruma agência secreta talvez?

- Nós temos uma oferta de emprego para você Alexandrina! – ele me encarou divertido e eu quase pulei no banco, arregalei os olhos, como assim ele sabia o meu nome?

- C-como... como é que você sabe o meu nome? – perguntei já com um tom ameaçador;

- Nós sabemos de tudo Srta. Hastings! Inclusive suas qualificações profissionais, e é por isso que você foi selecionada para o Projeto Delta 23!- ele retirou do bolso interno do paletó um pequeno dispositivo com um botão apenas e entregou-o para mim - ... ai está tudo de que precisa saber sobre a agência, e o porque precisamos de você e claro, alguns pequenos incentivos para que aceite nossa proposta! É um holograma! – ele disse, peguei o objeto e na borda dizia Indústrias Stark

- Mas... – não deixou que eu terminasse a frase;

- Como por exemplo, poderá terminar seu doutorado em Ciências Biológicas em menos de um ano! – disse enquanto sorria orgulhoso da própria proposta ou algo assim, eu apenas continuava analisando o aparelho boquiaberta com a tecnologia;

- Mas... é que, como assim? Eu sou só uma... – novamente ele me interrompeu

- Gênia? – disse e soltou uma pequena risada, novamente levou a mão ao bolso e desta vez veio com um celular que estendeu para mim;

- Em um mês entrarei em contato com você, esta é uma linha criptografada e vai se auto-destruir após a chamada, se aceitar a proposta, iremos atrás de você! Esteja preparada pra tudo, pois não será fácil! – ele disse, eu peguei o celular atônita, enquanto ele se levantava graciosamente para descer na próxima parada;

- Nós também damos suéteres novos, se quiser! – ele disse apontando para o meu manchando de café, eu apenas sorri sem graça enquanto ele descia, uma vez do lado de fora ainda acenou para mim enquanto o ônibus passava, e eu? Bom... eu mostrei o dedo do meio para ele, ninguém fala mal do meu suéter preferido e fica impune, nem mesmo com ele manchado de café.

 

Moscou – Rússia

Cooper’s House

~Maggie Cooper~

- Mas que сукин сын¹! – bradei enquanto chupava o meu dedo indicador, havia tirado uma enorme lasca da unha enquanto arrumava o carburador da minha Yamaha Sport R6, uma das minhas recentes aquisições e depois ainda dizem que o mundo do crime não compensa. Havia até feito umas adaptações que a deixaram mais potente do que já era,sorri com meus pensamentos recentes enquanto limpava as mãos em um pano. De repente senti duas mãos em minha cintura e uma voz próxima a minha nuca que me fez arrepiar;

- Oi bebê! – disse David, me virei na sua direção enquanto ele beijava meu pescoço, passei os braços pela sua nuca e o encarei divertida;

- Está tudo pronto? – perguntei ao homem alto de cabelos rebeldes e tatuagens assustadoras com o qual eu estava dormindo a duas semanas, nada sério.  Se tratando de romances, depois de Felix, nada mais era sério para mim.

- Está sim, o carro forte vai sair em meia hora! Podemos interceptar ele na Ktuzov antes de chegar na Terskaya! – disse ele enquanto me puxava para mais perto de seu corpo, pousei as mãos em seu peito e o encarei;

- Ótimo! – dei um meio sorriso, enquanto me livrava de seus braços , passei por ele mas antes de sair da garagem sussurrei em seu ouvido – Podemos comemorar depois! – David me olhou de soslaio dando um meio sorriso safado, ele sabia o que eu queria dizer.

Entrei na cozinha e passei direto para o corredor que dava nos quartos, passei por todos até chegar no banheiro que ficava no fim do mesmo. Me despi rapidamente e mergulhei debaixo do chuveiro, a água estava na temperatura ideal para aquela noite e estava perfeito para relaxar. E era exatamente o que eu precisava, não que eu ficasse nervosa com a minha vida noturna, roubar fazia parte da minha rotina, era como tomar café ou almoçar, uma coisa natural. Eu era experiente, sabia o que estava fazendo, não dava um passo em falso, mas sempre havia um ‘’mas’’. Eu tinha uma vida dupla e altamente perigosa: de dia eu era a Policial Cooper e a noite a criminosa Caveira Fantasma, que aparecia da mesma forma que desaparecia:  misteriosamente. Acontece que manter minha identidade oculta era difícil, muito difícil, já haviam surgidos muitos problemas e a tendência era que eles aumentassem gradativamente toda vez que eu bolava planos cada vez mais arriscados, como esse de hoje.

Saí do banheiro enrolada apenas em uma toalha branca, pulei para o quarto rapidamente e tirei do fundo do armário o macacão preto, as botas também pretas e minha luvas com o dispositivo lança-chamas que eu mesma projetei. Gostava de inventar alguns brinquedinhos na minha garagem, eu entendia um pouco de mecânica e de bolar engenhocas com coisas simples e que realmente funcionavam, meu pai provavelmente ficaria orgulhoso de mim, mas só por essa parte da minha vida mesmo.

Não esqueci é claro da máscara de caveira, minha marca registrada, tratei de ocultar todo o meu cabelo para que não percebessem que se tratava de uma mulher. Em seguida fui até o pequeno arsenal que eu escondia embaixo do parquet de um dos quartos, peguei  duas pistolas semi automáticas, era tudo que eu precisava, então me dirigi para a garagem onde David já me esperava devidamente vestido de preto.

- Já estão nos esperando! – ele avisou, eu e ele iríamos na minha moto e os outros cinco caras em duas camionetes sendo que uma continha uma metralhado ponto 50, que usaríamos para perfurar o carro forte.

- É bom você cuidar bem disso! – falei apontando para minha moto enquanto ele subia nela, David apenas sorriu e a ligou, eu subi e saímos acelerando e cantando pneus.

 (...)

O carro forte passou pela Avenina Ktuzov exatamente as dez e seis, eu e meus homens estavamos em um bar punk no cruzamento com uma rua menor, quando avistei o veículo passar fiz o gesto de mãos combinado e David ligou a moto, os outros foram para as camionetes, saímos cantando pneus  em comboio atrás do alvo.

Nos aproximamos aos poucos e já na altura da Praça Vermelha, Raymond ultrapassou o carro com a camionete, era chegada a hora;

- Acelera mais! – gritei para David e ele prontamente obedeceu. Os dois homens da segunda camionete já estavam preparando a ponto 50, percebi pelo canto do olho alguns carros já freando e percebendo a situação, os próximos movimentos teriam de acontecer em poucos minutos.

A camionete da frente provavelmente diminuiu a velocidade fazendo o carro forte também diminuir, a camionete traseira nesse momento estava lado a lado comigo e David, enquanto o carro forte já tentava inutilmente ultrapassar o automóvel da frente. Fiz sinal para que Paul, em cima da camionete de trás abrisse fogo contra a porta traseira do carro forte, ele prontamente obedeceu metralhando ferozmente a traseira do veículo, o estrondo foi enorme mas a porta se escancarou fazendo dinheiro voar para todo lado e um cara cair no asfalto, nossa camionete quase perdeu o controle mas conseguiu desviar do corpo, David se aproximou mais enquanto que na parte da frente os homens trocavam tiros com o motorista e demais guardas.

No momento em que a moto alcançou o carro-forte me pus em pé e saltei me agarrando a um canto daquela enorme estrutura de metal amarela, saquei o revólver e me espichei para alcançar a porta, me pendurei perigosamente nela, quase fui enganada pelo movimento que a mesma fez mas consegui pular para dentro do veículo, os outros dois homens estavam mortos, mas uma pequena janela com uma grade separava a parte traseira da cabine da frente e em um reflexo rápido me jogei na parede desviando de uns tiros vindos da parte da frente, saquei minha segunda arma e retribui a altura com as duas, acertando o guarda que me importunava, voltei a guardar as pistolas.

Observei os sacos de dinheiro, era muita grana mesmo, e então notei a porta lateral da qual David havia me falado, a abri rapidamente e tratei de identificar qual manobra de pernas e braços teria que fazer para chegar a parte da frente, ainda havia um cara vivo la, atirando nos meus homens a frente que não conseguiam passar do vidro blindado, me joguei para o lado de fora pegando em hastes laterais que se encontravam por ali. Em menos de um minuto o cara da frente me notou pelo  espelho mas antes que ele pudesse se virar para tentar atirar eu o acertei com um chute no nariz e finalmente me agarrei a porta, porém havia outro problema: o motorista, mas saquei a semi automática do cinto e acertei  dois na sua cabeça, entrei pela janela, passando por cima do primeiro corpo mas o infeliz estava vivo e pegou minha perna.

- Mas que droga! – gritei, estava em cima do homem que havia matado ainda da parte de tras, o motorista também estava morto e a única pessoa que impediu que o carro forte saísse da pista fui eu, puxando a direção para o lado enquanto o terceiro homem não largava a minha perna, eu estava com uma mão na direção, a pistola na outra e esperneando loucamente para me livrar do idiota, acertei sua cara com outro chute e consegui tomar o controle da direção, dei dois tiros em sua cabeça sem excitar. A essa altura o carro forte já havia serpenteado um milhão de vezes pela pista, com uma mão abri a porta e joguei o motorista para fora passando para o seu lugar no banco, o automóvel desacelerou mas pisei fundo enquanto fechava a porta e tomava o controle do veículo por completo.

Sorri vitoriosa, estava dirigindo um carro-forte, até que era divertido. Fiz uma jóinha pela janela enquanto virei na Terskaya, saindo da Ktuzov, conforme o combinado, ali virei mais uma vez a esquerda entrando em uma pequena rua e após em um beco, já era possível ouvir sirenes ao longe, e eu já imaginava a manchete na manhã seguinte: ‘’Caveira Fantasma assalta carro forte em plena  Avenida Ktuzov’’, sorri orgulhosa.

Assim que freei no beco quase atropelando um gato, as camionetes e David encostaram e adentraram na parte de trás do veículo roubado, quando desci eles já estava descarregando o montante de dinheiro e guardando a ponto cinquenta, iríamos fugir para a área industrial onde tínhamos uma espécie de garagem no subsolo, ninguém nunca descobria, não tirei minha máscara em nenhum momento, só David conhecia o meu rosto, os outros nunca me viram por precaução e mesmo assim ainda havia mentido meu nome para todos eles.

- Rápido com isso! – gritei, mas alguma coisa muito errada aconteceu a seguir, tiros começaram a nos atingir da parte de cima do prédio, me escondi próxima ao veículo sacando as pistolas e revidando prontamente, observei David e os outros sendo atingidos e caindo mortos com apenas um tiro, mas... aquilo não era tecnicamente possível, me enfiei embaixo do veículo enquanto trocava o pente das armas. Precisava raciocinar, era alguma emboscada.... Rolei para o lado com cuidando, dando uma espiada para o prédio do qual os tiros haviam surgido, havia um corpo do meu lado mas não tinha muito sangue, deveria ser algum tipo de... tranquilizante?

Nos momentos seguintes tudo parecia incrivelmente calmo, porém enquanto eu dava outra espiada ainda embaixo do carro a porta dos fundos do prédio se abriu, sem pensar duas vezes atirei na direção e me escondi novamente, tiros ecoaram na lataria, eu rolei para o outro lado e sai debaixo do carro forte e escalei para o teto rápida como uma lagartixa, puxei minhas facas do cinto e em uma fração de segundos saltei sobre o ser, ela gritou... sim era uma mulher, e nós duas fomos de encontro ao chão, mas prontamente me levantei ficando sentada em cima dela, levantei uma das facas para-lhe acertar já que havia perdido a outra, mas ela segurou meu braço então acertei um soco na sua cara, um pequeno filete de sangue brotou do nariz da estranha.

- Quem é você sua сука²? – perguntei nitidamente cuspindo raiva na cara dela;

- O que? – ela retrucou, a garota tinha cabelos castanhos escuros e profundos olhos verdes, notei que estava tentando alcançar a arma com a outra mão, tentei impedir que ela completasse a ação agarrando seu outro braço, ela se beneficiou e inverteu a posição, meu pulso torceu e a faca escorregou das mãos,a desgraçada tinha força. Dei uma joelha em sua barriga e me levantei em um pulo já pegando a faca do chão, ela fez o mesmo enquanto limpava o sangue com a costa das mãos;

- Eu não matei... seus homens... – ela disse desviando de alguns dos meus golpes e socos que eu distribuía com a faca em mãos - ... eles só estão desacordados! – ‘’ Ahh, claro está tudo explicado agora’’ pensei, sarcasticamente;

- E qual o seu problema comigo? – perguntei sem entender absolutamente nada do que acontecia ali, investi contra ela sem esperar a resposta, a morena se esquivava com agilidade e técnica, em um determinado momento acabou se antecipando e acertou minha mão, a faca ficou fora de alcance novamente e dessa vez ainda estava encurralada contra a parede, fiquei em posição de luta, não era muito boa sem as facas mas ela não precisava saber.

- Nenhum! – respondeu cuspindo um pouco de sangue para o lado, ela respirava com dificuldade e eu também. Parti para cima dela gritando, porém ela desviou e me deu uma rasteira, cai de cara no chão, me virei rapidamente ainda a tempo de vê-la pegando algo em seu cinto.

-Sinto muito por isso, mas você mereceu! –  disse, e então uma onda de choque atingiu o meu corpo e tudo ficou escuro, o único som que podia ouvir eram as sirenes policiais cada vez mais próximas;

(...)

Acordei em algum lugar que estava em movimento, a primeira imagem era turva e acinzentada, a medida que fui recuperando os sentidos comecei a me lembrar do que havia acontecido, me ergui observando a minha volta, aquilo parecia uma van. A garota com quem lutei estava sentada em um dos lados me encarando, o seu nariz ainda estava um pouco ensanguentado e o cabelo desalinhado;

- Que... que merda é essa? – as palavras saíram fracas, me lembro de ter levado algum tipo de choque, minhas mãos e os meus pés estavam dormentes, ela levantou os olhos e encarou algo na outra extremidade, foi então que me virei ainda sentada no chão e dei de cara com um homem de terno, ele ostentava no rosto um meio sorriso do qual eu não gostava nem um pouco.

- Quem são vocês? E porque impediram o meu assalto? – gritei, me sentindo um pouco mais forte, notei que minhas mãos e as pernas estavam livres,sem amarras, o que aquilo significava? Por acaso não era perigosa o suficiente para ganhar umas algemas?

- Meu nome é Phil Coulson! – disse o cara, o nome não significava nada para mim, nunca havia ouvido na vida. – E esta é a agente Hood! – olhei para ela que me encarou ferozmente.- Nós somos da S.H.I.E.L.D! – completou;

- O que é SHIELD? – estava ficando cada vez mais confusa;

- Por enquanto você só tem que saber que é uma agência secreta, e que precisamos da sua ajuda, estamos inciando um Projeto ultra secreto, chama-se Delta 23, selecionamos quinze pessoas habilidosas para o cargo, e você é uma delas. – ele esclareceu, eu forcei uma risada jogando a cabeça para trás e tapando a boca;

- Sério? Vocês mataram os meus homens, interceptaram o meu roubo, quase me fizeram ser presa e ainda querem a minha ajuda para essa coisa de Delta 23? – soei irônica;

- Queremos! Nós estamos investigando a sua dupla identidade a um bom tempo, Srta. Cooper! Ser uma policial e ainda por cima uma criminosa com uma mascara... – ele levantou o pedaço de pano com a caveira, o simples ato fez meu corpo ensandecer de raiva - ... isso deve ser bem difícil!

- Olha só! – me levantei e a tal da agente Hood também só para me intimidar, me apoiei em uma das laterais apenas para não cair. – Não sei qual a de vocês, mas não vou fazer nada para vocês, se eu quisesse já estariam mortos!

- Nós sabemos onde mora, onde trabalha, sabemos como arma seus crimes e os seus esconderijos. E a esta altura seus homens estão sendo interrogados inclusive o David, e ele sabe muito sobre você, sabe que é loira e que tem duas tatuagens na orelha direita. – ele disse, arregalei os olhos . ‘’ Merda’’ pensei. Havia me tornado íntima demais daquele desgraçado!

- Nós podemos mecher os pauzinhos, e impedir que a policia Russa chegue até o seu nome, o verdadeiro, não o que você usa por ai! Ou se já for tarde demais, podemos impedir simplesmente que eles te achem. Como? Bom vou explicar como! – ele mexeu no bolso interno do paletó e tirou um aparelho celular – Basta que você atenda a minha ligação para este aparelho, daqui a mais ou menos um mês, ele ira se autodestruir depois disso, então você terá que decidir até la o que quer fazer, enquanto isso acredito que você se vira sozinha! – ele se aproximou e entregou o celular para mim, analisei o aparelho, a agente Hood foi até a parte da frente e bateu na janelinha, instantaneamente a van parou e Phill abriu a porta traseira, estávamos em uma rua movimentada - Ahh e isso é um holograma, se apertar no botão terá um arquivo com tudo que precisa saber sobre nós! - ele me entregou um dispositivo com um botão apenas.

- Fique esperta Maggie! – ele disse enquanto estendia também a mascara para mim;

- Pra você é Caveira Fantasama... – disse enquanto arrancava a mascara das mãos dele e pulava da van para a rua - ....não te dei... – nesse momento a agente Hood fechou as portas e a van saiu cantando pneus e me deixou falando sozinha.

... intimidade para isso! – completei com o orgulho ferido enquanto saía pela rua pisando duro.

 

Auckland – Nova Zelândia

Escritório de Arquitetura

~Danielle Archer Cossnett~

 

- Posso entrar? – perguntou  a Sra. Gordon timidamente espiando por uma pequena fresta da porta, espichei os olhos sem deixar de lado o esboço de meu trabalho e sorri para ela acenando que sim, ela adentrou no meu pequeno escritório com a bandeja em mãos, nela havia um sanduíche de peito de peru e uma xícara de café.

- Isso parece bom! – comentei largando finalmente o lápis sobre a minha bancada de trabalho, estava terminando um dos projetos do escritório de arquitetura em que trabalhava, era uma fachada de um prédio histórico da cidade, nada muito grandioso já que eu era uma recém formada, geralmente os projetos mais entediantes eram empurrados para mim, mas quem disse que eu não gostava?

- Fiz do jeitinho que você gosta! – comentou a secretária, simpática como sempre.Deixou a bandeja ao meu lado na mesa.

Quer que eu feche a janela? – peguntou fitando a mesma que dava para uma sacada, um vento forte adentrava no cômodo esvoaçando meus cabelos loiros e indicando que uma tempestade estava a caminho.

- Não precisa, gosto do vento! – admiti deixando com que a rajada acertasse em cheio meu rosto trazendo uma sensação de leveza.

- Está bem! – a Sra. Gordon saiu timidamente pela porta,enquanto isso eu já atacava o sanduíche sem dó e adoçava meu café, aproveitei e deslizei com a cadeira até a frente do computador, abri o navegador e comecei a tentar lembrar da letra da música que havia escutado no carro mais cedo, sei que era idiotice, eu lembrava apenas algumas partes da música e estava digitando-as aleatoriamente na aba de pesquisa, mas ninguém estava vendo para me julgar, até olhei sobre o ombro para conferir que não haviam câmeras no escritório, só por precaução, se é que me entendem.

Bebi um gole da bebida quente, porém logo percebi que havia me distraído e colocado açúcar demais, fiquei fitando a porcaria da xícara, seria uma pena jogar todo aquele café fora. Bufei, eu sabia exatamente o que poderia fazer para resolver aquilo rapidinho, mas... Não, desde o incêndio eu não fazia mais aquilo! Apoiei o cotovelo na mesa escorrando minha cabeça na palma da mão.

A pesquisa no Google não deu em nada como previ, nunca iria saber o nome daquela música maravilhosa, mas eu não ia desistir, adorava um desafio! Fitei mais uma vez a xícara, e comecei a bater o pé impaciente. Resolvi que um pouquinho não faria mal, me forcei a engolir mais um gole e então posicionei o dedo indicador na vertical, apontando para baixo, mais precisamente sobre o líquido na xícara, fechei os olhos e então, magicamente meu dedo se dissipou em um pequeno filete de água que rapidamente enchei a xícara até quase transbordar. ‘’Pronto, nem doeu Elle!’’, dizia a parte do meu subconsciente que concordava com aquela coisa sobre humana na qual subitamente me transformei.

Recebi uma mensagem no WhatssApp enquanto terminava meu sanduíche e o café, eram  Chloe e Sarah, estavam indo tomar um café na The Cozy, respondi que elas precisavam parar de serem preguiçosas para fugir do trabalho e que eu havia acabado de tomar o meu, mas Sarah estava irredutível, disse que precisava contar uma novidade e era urgente, então peguei minha bolsa e ajeitei os projetos na pasta, já estava quase na hora de fechar mesmo, mas deixei a tarefa para a Sra. Gordon, já que as outras duas arquitetas se faziam ausentes aquele dia.

Peguei meu carro no estacionamento e em cerca de dez minutos estava na frente da The Cozy, entrei no estabelecimento, era fino e requintado, um ambiente familiar e aconchegante, avistei Sarah e Chloe sentadas perto das enormes janelas de vidro a direita da porta de entrada, os bancos eram envernizados e a estofaria era floral na cor vermelha, uma beleza para os meus olhos perfeccionistas.

- Oi vadias! – disse sorridente, cumprimentei primeiro a mais alta dos cabelos cor de mel, Chloe.

- Você demorou Elle! – ela disse, enquanto a beijava levemente no rosto;

- Imagina, vocês que são desesperadas! – comentei já me encaminhando para perto de Sarah, a morena dos cabelos cumpridos e a mais baixinha. Sarah e Chloe eram irmãs, mas nem um pouco parecidas.

- Você que vai ficar desesperada  quando souber da minha novidade! – ela disse com um sorrisinho esperto que eu conhecia bem, estreitei o olhar para ela enquanto envolvia meus braços em seu corpo magrinho.

- Então conta logo! – falei já um pouco ansiosa, Chloe e eu nos sentamos em uma lado da mesa e Sarah de frente para nós, ela não conseguia parar de sorrir. Nesse momento o garçom chegou com dois copos de água para elas, água PURA, fitei os copos já sentindo o que sempre sentia: meu corpo respondia instantaneamente a cada átomo de oxigênio e todos os átomos de hidrogênio naquele copo, e parecia que as minhas veias pulsavam quando isso acontecia, o bom era que eu tinha total controle, a alguns anos eu estaria com algum dos meus membros querendo se juntar ao líquido do copo, ser uma torneirinha humana não é legal.

- Obrigada! – disse Chloe, tirando o copo da minha frente, e bebendo um gole. O dia estava muito quente, merecia uma água gelada mesmo.

- Então Sarah, vamos ter que esperar mais quanto tempo? – perguntei cruzando os braços divertida, ela alternou olhares entre mim e Chloe, esboçava um sorriso secreto;

- Eu estou grávida! – ela disse de supetão. E eu levei instantaneamente as mãos a boca que formava um perfeito ‘’O’’, Chloe gritou chamando a atenção de todos a nossa volta e em seguida caímos na gargalhada;

- C-como isso... isso a-aconteceu Sarah? – perguntou a irmã mais nova, nitidamente surpresa.

- Como? – revirei os olhos irônica – Você sabe Chloe, ela e o Daniel transaram, e aí espermatozoide penetrando óvulo, isso é do nono ano... – Sarah levantou as mãos pedindo para que eu parasse enquanto a outra me fuzilava com o olhar;

- Ok.Ok! Já entendemos! Gente eu vou ter um bebê e vocês vão ser madrinhas! – ela disse quase dando pulinhos de alegria;

- Eu vou ser tia, isso é... é como se eu tivesse envelhecido dez anos! - observou Chloe me encarando, eu ri;

- Nem pense que vou ajudar você com as fraldas, seu bebê, seu cocô! - falei a advertindo, ela ficou decepcionada com nossa reação, eu e Chloe nos olhamos e caímos na gargalhada;

- É brincadeirinha sua boba! - cutuquei Sarah e ela revirou os olhos, eu sorri abertamente e encarei Chloe, ela estava com os olhos marejados nitidamente emocionada. Realmente aquele trio tinha história, éramos amigas desde o colegial, foram as únicas que restaram na minha vida após o terrível acidente com a tempestade na praia, no qual eu levei uma terrível descarga elétrica em alto mar, só não morri porque... não sei porque. A partir daí nossa amizade se fortaleceu, e juramos nunca abandonarmos uma a outra, afinal nunca saberíamos quanto tempo de vida nos restava. Confiávamos uma na outra, dividíamos todos os momentos e os segredos. Quer dizer, quase todos porque eu nunca havia contado sobre o que aconteceu comigo depois do acidente, era sobrenatural demais, e mesmo que eu confiasse nelas não sei como reagiriam se eu mostrasse o que poderia fazer com á água em qualquer quantidade, provavelmente me viriam como um monstro, e talvez eu fosse mesmo um.

No decorrer do encontro falamos sobre como Sarah contaria para o marido Daniel, discutimos os possíveis nomes para o bebê, e Chloe imitou a reação do pai ao descobrir que seria avô, ou seja, foram altas gargalhadas.

(...)

Entrei no meu carro debaixo de chuva, utilizei a bolsa como o guarda-chuva para me  proteger mas não havia dado muito certo, estava toda ensopada e agradeci por ter conseguido chegar até o automóvel, era muita água sobre mim, e a sensações que causavam em contato com a minha pele não eram fáceis de serem controladas, algo em mim queria ser livre como as gotas la fora, mas minha parte humana assumia as rédeas controlando a situação. Uma vez dentro do carro, deixei a bolsa sobre o assento do carona e tirei o aparelho celular para fazer uma ligação antes de dar a partida, olhei apenas de soslaio para o retrovisor e dei  de cara com alguém sentado na parte de tras do carro, um grito escapou da minha boca enquanto o celular caía entre as pernas e eu pulava no banco.

- Por favor... s-se é um assalto, pode levar tudo! – falei levantando as mãos instantaneamente, o homem estava usando um terno, se fosse um assaltante estava bem vestido demais;

- Não, só estou me abrigando da chuva! – ele disse sorrindo, virei para trás unindo as sobrancelhas em uma expressão de dúvida. O que aquele homem de meia idade, quase carreca estava fazendo no meu veículo? E como ele havia entrado?

- Eu não sei quem é você, mas quer por favor sair do meu carro ou roubar alguma coisa de uma vez! – meio que gritei com ele, ele gargalhou;

- Desculpe Danielle! Mas não quero roubar você  e nem me molhar! – ele disse, havia mencionado o meu nome. Meu Deus, será que eu estava sendo vítima de um psicopata estuprador? Um medo alucinante tomou conta de mim, tentei me concentrar na situação.

- Como sabe meu nome? – perguntei apressada e apavorada;

- Porque sei dos seus poderes, o que faz com a água! – ele disse – Sou da S.H.I.E.L.D e nós vimos o que você fez com aquele incêndio! – eu engoli em seco as informações, meu pior pesadelo estava mesmo acontecendo, alguém além de eu mesma sabia o que se passava. Lembrei me do incêndio, eu não podia deixar de fazer alguma coisa, foi inevitável, estava passando na frente do prédio no momento e os bombeiros não chegariam a tempo, mas eu tomei cuidado, como ficaram sabendo e o que era S.H.I.E.L.D?

- O que vocês são? Policiais? – perguntei confusa, ao mesmo tempo outra coisa adentrou na minha mente tomando conta de uma forma avassaladora. Se esse homem sabia do que poderia fazer com a água, então ele sabia o que eu era, e provavelmente teria uma possível cura!

- Nós somos uma agência secreta norte-americana! E eu sou o diretor, estou reunindo pessoa superdotadas como você para formar uma equipe, chamamos de Projeto Delta 23 e precisamos das suas habilidades! – ele explicou me encarando, eu desviei os olhos raciocinando;

- Superdotada? – perguntei;

- Sim, isso é um poder, e a mais pessoas como você no mundo, nós os chamamos de Inumanos! – ele revelou;

- Inumana, então é o que sou? – perguntei chocada;

- Sim, Inumana! E nós da S.H.I.E.L.D procuramos pessoas como você a muito tempo, e as mantemos em segurança, à outros interessados em seus poderes, mas com má índole! – ele advertiu, pela forma que falou, jurei que fosse sério;

- E... – umedeci os lábios – Vocês tem algum tipo de cura? – o fitei desesperada, havia anos que vivia com aquilo, mas o que mais queria era poder ser normal de novo, sua expressão mudou, ele fitou um ponto qualquer e negou com a cabeça;

- Não! – e então levou as mãos ao paletó, eu não fiquei surpresa coma  resposta, no fundo era tudo que eu já sabia, ele tirou um aparelho celular do bolso. – Mas nós podemos lhe ajudar, esclarecer as dúvidas, e até mesmo desenvolver seu poder. Você não precisa aceitar participar  do Delta 23, mas se tiver interesse em mais informações guarde este aparelho, irei entrar em contato daqui a mais ou menos um mês... – ele estendeu o objeto para mim, e com cautela o aceitei - .... e então, se aceitar, iremos busca-la e dar mais detalhes, após  a ligação o aparelho vai se auto destruir, fique atenta! – terminou o discurso enquanto eu alternava olhares entre ele e o aparelho em minhas mãos, lá fora a chuva ainda caía de forma torrencial. Como eu poderia aceitar aquilo? Era tão novo e tão desconhecido, não sabia absolutamente nada sobre ele ou essa tal de S.H.I.E.L.D. ‘’Me buscar’’ significava que eu iria para outro lugar, que não era a casa dos meus pais e nem em qualquer lugar de Auckland, significava abandonar a minha vida inteira e provavelmente minha profissão e assumir ser algo que eu não queria ser.

- Bom... Não vou mais tomar seu tempo! Naquele dispositivo que deixei no banco do carona estão as informações necessárias sobre nós, basta apertar o botão! – fitei a bolinha prateada com um discreto botão, ele abriu a porta do carro no exato momento em que um trovão cortou o céu e me fez pular no banco, os sons de tempestades ainda me assustavam bastante – Ahhh... e a propósito, meu nome é Phill Coulson! – ele disse assim que deixou o automóvel e em seguida fechou a porta, estava perplexa demais para responder qualquer combinação de palavras, limpei o vidro embaraçado e o vi atravessando a rua com pressa e sumindo na escuridão da noite. Encarrei as gotas de chuva que rolavam pelo vidro, cada uma delas queria entrar em contato com minha pele e se misturar permanentemente ao meu corpo, e este queria o mesmo, era uma sensação forte e intensa. Lembrei me de Sarah, feliz na lanchonete, ela teria um bebê fofo. Chloe estava noiva, teria um marido carinhoso. Meus pais tinham um ao outro e eu? Quer merda eu tinha? Só a incrível capacidade de transformar meu corpo em moléculas de água em estado líquido, e o que eu faria no futuro? Lavar carros? Regar jardins? Ou ser da S.H.I.E.L.D?

 

Brasília – Brasil

Adriana’s House

~Adriana Rosa Rato Guerreiro~

- Droga! – praguejei, havia saído um tom abaixo do esperado em uma parte, a qual eu considerava a mais difícil. Apoiei o violino novamente sobre o ombro e comecei a sinuosa tarefa de arranhar as cordas com o arco de forma que saísse algo descente. A música era Someone Like You, a última que o professor do projeto de música clássica do qual eu participava havia ensinado. A cada nota eu fechava os olhos e me deliciava com o som que produzia, uma melodia triste mas bela, muito bela, algumas pessoas achavam que a forma de um violonista tocar era muito louca, ficar chacoalhando como um doido era estranho, mas eu apenas acreditava que quanto maior  a intensidade do movimento com mais emoção saíria a música.

- Toc!Toc! – alguém disse a minha direita, interrompi  a música e fitei a porta do quarto, era o Gui, sorri e fiz sinal para que entrasse de uma vez.

- Oi! – falei largando meu instrumento sobre a cama;

- Oi Drica! – ele disse e adentrou ao quarto como uma flecha já se jogando na cama de costas e braços abertos.

- O que você quer? – perguntei o encarrando enquanto me sentava do seu lado, ele sorriu de canto como sempre;

- Nada, só que... você podia parar de tocar um pouquinho, só um pouquinho! – acrescentou, e eu ri.

- Por que? – fingi não saber o porquê, mas sabia bem que ele odiava múscia clássica e eu já havia ensaiado a manhã inteira, Simplesmente porque não tinha aula e eu tinha uma porção de nadas para fazer.

- Porque eu não sou muito fã de música classe, e você ficou tocando tipo a manhã inteira! – ele ficou me encarando de uma forma séria e eu só conseguia rir da cara dele.

- Eu faço isso a muito tempo! – observei ainda gargalhando;

- Sim, desde as sete.... – ele continuou;

- Nãaaao! – eu reviei os olhos – Quero dizer que faço isso desde que... você sabe! – falei como se fosse óbvio, eu tocava violino desde que descobri o meu dom de ver o passado das pessoas e de sonhar coisas esquisitas, se bem que isso nem era um dom e mais uma praga. Mas em fim, o violino, o som, a música que emitia parecia me acalmar e hoje particularmente eu precisava muito, não havia sido uma noite fácil.

- Tá, ta! – ele concordou já se levantando – Desculpa! – pediu fazendo beicinho.

- Tudo bem! – falei bagunçando seu cabelo;

- Mas isso não quer dizer que eu não continue te achando muito chata! – proferiu com cautela esperando minha reação, estreitei o olhar;

- Sério? – perguntei, eu sabia disso desde que nos conhecemos, aliás conhecer Guilherme naquele dia tão horroroso e saber que passamos pelas mesmas coisa havia sido a melhor coisa que havia acontecido comigo nos últimos anos.

- Sim... você só não é chata quando está comendo ou dormindo! – ele disse naturalmente, já se levantando da cama, eu ri – Ahh e falando nisso, e os pesadelos? – ele se virou para mim, seu ar era de alguém preocupado comigo, eu fitei o chão;

- Você sabe, você ouve! – eu disse, era impossível não ouvir os meus gritos durante a noite, eu sempre acordava dos pesadelos gritando, as vezes toda suada, outras vezes febril, em algumas raras ocasiões meu nariz chegava a sangrar, tamanha a pressão cerebral que eu sofria no sono. É como se a vida de milhares de pessoas passassem na minha cabeça enquanto eu dormia, era tudo muito perturbador e vozes se confundiam, como se coisas estivessem acontecendo ao mesmo tempo, e eu sentia praticamente tudo que eles sentiam, então a dor e a tristeza me faziam entrar quase que em desespero. Claro, isso não acontecia toda noite, mas quando acontecia eu acordava agitada e ficava cansada o dia todo e então tocava violino, o som parecia acalmar minha cabeça, assim como desenhar, na verdade acho que qualquer coisa relacionada a arte me atraía e me fazia sentir melhor!

- Sim! – ele concordou fitando o chão e em seguida levantou o olhar para mim – Viu algo claramente essa noite? – perguntou se aproximando de mim até tomar meu rosto entre suas mãos para que eu fitasse seus olhos azuis;

- Não, as únicas coisas claras que vejo estão nos meus desenhos! – admiti e apontei para a parede onde ficava a escrivaninha, ela estava coberta de folhas de ofício até o teto, e cada uma continha uma imagem, alguns desenhos eram símbolos desconhecidos, até havia pesquisado na internet mas não havia nada sobre aquilo, outros tinham paisagens, pessoas aleatórias das quais me lembrava as feições, as cenas eram de dor e sofrimento, de dias bonitos, de crianças brincando, de pessoas morrendo, de guerras, de perdas, havia de tudo um pouco.

- Sabe Drica, algumas pessoas tentam fazer coleções de coisas o tempo todo, e você tem uma coleção de passados de pessoas que você não conhece na parede do seu quarto, isso é... fodinha! – eu sorri para ele, Gui sempre sabia ser engraçado, e também sabia o que falar em momentos desconfortáveis, já eu era vista como antissocial pela maioria das pessoas, menos os meus amigos verdadeiros, que eram poucos.

- Não é tão bom como você faz parecer! – observei cada um deles enquanto Gui me envolvia em seus braços;

- Eu sei! – ele sussurrou enquanto me aconchegava em seu abraço,era como meu irmão, que no momento fazia o papel de mãe e o de pai que eu nunca  tive, já que o que a vida me deu era um monstro.De repente um som de palmas ecoou no quarto, Gui me soltou e olhou pela janela que dava para a rua.

- Tem um cara no nossso portão... e uma garota também! – acrescentou rapidamente, eu fui até ele. O homem estava de terno e portava óculos escuros, a moça tinha longos cabelos castanhos e usava roupas mais normais, coisas como jeans e camisa xadrez. Mas aquele homem, algo nele parecia estranho e perigoso.

- O que acha que querem? Será que são da policia? – perguntei, nervosa.

- Não sei, mas de qualquer forma, não temos nada a temer! – ele disse e tinha razão, éramos pobres, morávamos em uma casa abandonada perto de uma área de favela, mas tínhamos um trabalho e estudávamos, trocamos um olhar e sabíamos qual o procedimento com pessoas estranhas na nossa porta. Gui sempre iria falar com eles enquanto que eu ficava escondida, éramos prevenidos assim desde que eu descobri do que era capaz de fazer, achávamos sempre que pessoas podiam descobrir e interpretar as coisas de forma errada.

Saímos até a sala e eu tratei de espiar discretamente pela cortina enquanto ele saía para falar com os dois seres no portão. Observei enquanto o homem apertava a mão de Gui e sorria estranhamente como se quisesse sempre passar confiança, o que não iria funcionar, não aqui. Já a garota trazia um semblante mais sério e não parava de fitar todas as partes da casa, o que era estranho, ou talvez estivesse procurando por mim, meu coração começou a acelerar com os pensamentos, enquanto que as mãos suavam e tremiam incontrolavelmente.Precisava me acalmar, eu precisava MUITO me acalmar, esfreguei as mãos na calça jeans e apertei as coxas, fechei os olhos e quando tornei a abri-los percebi que Gui estava discutindo com os dois, parecia que eles não estavam querendo ir embora, então meu irmão deixou eles entrarem enquanto caminhava na frente a passos lentos em direção a porta e direcionou um olhar constante para a janela, era a parte dois do processo, nesse passo ele mostrava a casa dizendo que não havia mais ninguém e eu me escondia, e foi o que fiz, corri para o quarto e como o guarda roupas era um tanto grande me escondi entre os cabides fechando a porta logo em seguida, tentei controlar a respiração e tentar focar no som da conversa.

Abracei as pernas na inútil tentativa de conforto, mas ele não veio, o que ouvi foram passos apressados no corredor e em menos de um piscar de olhos alguém estava no quarto. ''Ótimo'', claro que iriam me descobri aqui, agora minha única alternativa era me preparar para o que teria que fazer em seguida, não era algo fácil, eu precisava esvaziar minha mente, literalmente não pensar em nada. Puxei o ar para meus pulmões com calma, tentei relaxar o corpo e concentrar toda a energia na mente, ela poderia se tornar poderosa nessas condições e... as portas do armário foram escancaradas e na minha frente estava a mulher de longos cabelos cacheados e olhos verdes intensos, não esperei seu próximo movimento;

- Desculpe! – eu sussurrei e em seguida agarrei seu braço, meus olhos viraram ficando totalmente brancos e os dela provavelmente também, era assim que acontecia segundo Guilherme. Para mim estava tudo escuro, até as pontadas em meu cérebro começarem, gemi de dor, era muito... muito sofrimento e estava numa intensidade absurda, e então os flashes de memória começaram

~***~

- BROOOOK! Me ajudaa! Brooook! – gritava uma garota, estávamos a beira de uma enorme cratera em meio a uma rua, a fenda era enorme e o fim era tomado pela escuridão, a alguns metros da borda do asfalto uma garota lutava para conseguir segurar uma pequena porção de rocha, ela chamava por outra garota que desesperadamente se inclinava sobre  a fenda em uma inútil tentativa de alcançar-la.

- Broook! – a esta altura a garota pendurava chorava em desespero;

- Está quase Carrie, preciso que aguente firme por favor! – esta era Brook falando, todo o seu desespero agora estava em mim, e fazia minhas entranhas se remexerem tamanho o medo que ela sentia de perder a garota loira. Em um piscar de olhos uma criatura gigantesca, do tamanho de um arranha-céu, com formas desumanas virava a esquina, com certeza não era desse planeta pois possuía uma pele gosmenta e acinzentada, era impossível identificar olhos ou nariz em sua face, apenas a enorme boca com presas notavelmente perigosas e a cauda que tinha um formato de martelo, o bicho soltou um grunhido e levantou a cauda para em seguida a bater com tudo no chão, um terremoto tomou imediatamente conta de tudo fazendo a garota chamada Carrie despencar para o centro da Terra, enquanto que Brook gritava freneticamente;

- Nãooooo! Carrie, por favor.... – bradava a garota aos prantos enquanto que o chão parecia estar se estabilizando novamente, porém no local onde a criatura havia acertado com a cauda potente outra fenda gigantesca se abria.

- Carrrrieeee, não! – continuava Brook a gritar enquanto duas outras pessoas com os mesmo uniformes azuis que a garota tentavam inutilmente tira-la dali mas ela lutava e esperneava querendo voltar para a borda da fenda, eu podia sentir sua dor em meu coração, todo o sofrimento, toda a angústia e desespero que aquilo lhe causava.

~***~

 

Despertei do contato quase sem ar, estava toda suada mesmo que com a cena  durando menos de cinco segundos, a garota chamada Brook caiu desmaiada no chão. Pensei rapidamente, estava me sentindo fraca e tonta mas consegui sair do armário, ouvi passos no corredor e instintivamente corri até a janela do quarto para pulá-la, meti as pernas pela abertura ainda fitando a porta, alcancei o chão rapidamente porém ao me virar dei de cara com o homem.

- Hey mocinha, onde pensa que vai? – ele perguntou, eu sem pensar duas vezes agarrei seu braço, mas nada aconteceu, apenas ficamos nos encarrando de uma forma idiota. ''Droga, custava funcionar duas vezes?''Mas eu sabia que não tinha o controle daquilo.

- Que merda! – praguejei, a essa altura Gui se juntou a nós olhando pela janela do meu quarto, soltei o braço o cara.

- Onde está a Srta. Hood? – ele perguntou confuso, fitei Gui e ele me fitou, estávamos agora muito encrencados.

- Ela está bem, eu juro! Mas caramba... alienígenas existem? – perguntei, Gui me olhou espantado.

Descidimos falar com o cara, que por fim se chamava Phil Coulson, ele era da S.H.I.E.L.D, alguma agência norte americana, nessa parte o Gui quase teve um treco. Phil me explicou muitas coisas, o que eu tinha era um poder, ou melhor um super poder e segundo ele era incrível, ele ficou conferindo o pulso da Srta Hood de cinco em cinco minutos enquanto ela continuava desacordada no nosso sofá destroçado, eu lhe disse que o efeito durava meia hora, depois ela acordaria sem se lembrar de nada quanto ao que eu fiz, ele fez inúmeras perguntas mas me recusei a responde-las, não ia com a cara dele e talvez não com a da garota, mas ela havia perdido a amiga de uma forma tão horrível, eu não sei se queria participar dessa tal de S.H.I.E.L.D, não queria passar por coisas assim.

Coulson insistiu sobre a proposta de participar do projeto delta 23, mas para isso eu teria que viver em uma base dessa S.H.I.E.L.D e conviver com pessoas que eu nem conhecia, mas segundo ele algumas teriam poderes como eu e outra coisa que ele subitamente mencionou foi que lá eu iria encontrar o meu lugar, e que poderiam controlar meus pesadelos. Gui me olhou com aquela cara do tipo ‘’ Caralho, isso é um máximo’’ mas eu não quero sair daqui, e o Gui? Provavelmente não deixariam que ele viesse comigo, e eu nunca, em hipótese alguma me separaria dele.

- Este celular ficara com você, em um mês entrarei em contato em busca da sua resposta, lembre-se que se aceitar temos muitas respostas e possíveis soluções, que provavelmente você tem procurado a muito tempo! – ele concluiu me estendendo o aparelho, o peguei e analisei, era só um celular mesmo – Isto irá se auto destruir após a ligação, e se desejar buscaremos você! – terminou dizendo e então outro aparelho começou a tocar em seu bolso, ele pescou o celular do bolso e fitou a tela confuso, atendeu;

- Diretor Coulson! – disse apressadamente, arregalou os olhos ao ouvir o que a outra pessoa do outro lado da linha lhe contava – Como assim a Hidra está invadindo a Geladeira? – perguntou nitidamente preocupado. Mas espere um pouco... geladeira? Gui me cutucou tentando conter o riso, eu o amaldiçoei com o olhar, Phil desligou o aparelho e pegou a Srta. Hood pelas pernas jogando a sobre os seus ombros.

- Preciso ir Srta. Guerreiro e ... Gui! Até breve, espero! – disse ao mesmo tempo que nos dava, mas em uma fração de segundos me se virou para mim novamente estendendo um aparelho redondo de metal com um botão - Nisso aqui há o suficiente para entender do que estou falando! - Gui pegou o objeto antes de mim e o olhou por todos os ângulos possíveis, o homem finalmente saíu apressado e desajeitadamente com a garota ainda desacordada nos ombros.

- Drica você ouviu isso, alienígenas existem, e aquelas coisas com um monte de cabeças também e elas... invadem geladeiras? – ele franziu o cenho confuso com a própria observação - E puta que pariu! - ele deu um pulo se levantando do sofá - Isso é feito pelas Indústrias Stark! - eu tapei a boca segurando o riso, mas não consegui, me joguei no sofá caindo na gargalhada.

______________________________________________________

¹ сукин сын – filho da puta!

²сука – vadia


Notas Finais


Música que a Drica estava tocando:
https://www.youtube.com/watch?v=fHxbYYp0PrU

Obs: No fim coloquei a tradução dos palavrões russos que a Maggie solta de vez em quando!

Primeiro, obrigada pelo carinho e compreensão de vocês, e muito obrigada mesmo e coração pelos comentários incríveis do capítulo anterior, ainda nao respondi todos mas vou fazer assim que possível!

Quero muita saber a opinião dos donos dos personagens desse cap para saber se eu acertei na personalidade, jeito do personagem ou no que posso melhorar, e pessoal muito obrigada por aponaterm meus errinhos, tentei melhorar nesse, mas se persistir alguma coisa, peço novamente que fiquem sempre livres para apontar, eu sou receptiva a tudo!

Sobre o capítulo quero que vocês opinem aí <3 hahah' Esse time de meninas é bem forte e bem diferente, adorei trabalhar essas personagens <3
Em fim, espero que tenham gostado <3
Até a próxima o/ ( nao sei quando e nao vou prometer datas, to vendo que comigo não funciona isso nao haha')


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...