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História Qualquer maneira de amor vale a pena - I'll take care of you


Escrita por: LanaMM

Notas do Autor


Voltei e muuuuuiiittoooooo feliz como tudo quanto é Gunê shipper deve estar hoje, porque que dia, gente, que cenas, que olhares, que BEIJO! TÔ MORRENDO!
Quanto à fic... consequências chegando depois do jogo no último capítulo.
Pessoinhas, obrigada pelos comentários lindos e maravilhosos, e leitores novos, mais uma vez, bem-vindos
Boa leitura ❤

Capítulo 8 - I'll take care of you


And just as sure as

(E tão certo como)

One and one are two

(Um e um são dois)

I'll take care of you

(Eu vou cuidar de você)

 

Eu odeio queimado!

Nunca simpatizei muito com o esporte, e não deve ser muito difícil imaginar o porquê. Uma menina com a minha estatura, ou com a minha coordenação motora sempre se torna um alvo fácil de bolas voadoras, e eu soube, no momento em que Pedro surgiu com a ideia, que isso não ia dar certo.

Keyla, Tina e Lica deram um jeito de faltar hoje, alegando não estar passando bem por algo que comeram. As três. Pelo mesmo motivo. Eu achei que elas mentissem melhor. Não é possível que alguém tenha caído nessa, mas ainda assim, ninguém pareceu se importar com a mentira descarada, ou com as faltas. 

Sendo assim, fico com Ellen, durante a aula – que não esconde o descontentamento – e algumas pessoas vêm falar comigo de vez em quando, pelo jogo de ontem. Não era bem isso que eu estava esperando quando sugeri a disputa, mas tento ser educada enquanto sinto a familiar coceira no braço.

Nesse meio tempo, Samantha se prontifica em ser a capitã de um dos times, e Tato se oferece para o outro. Eles vão chamando pessoas para cada lado, e eu acabo ficando com Tato, ainda bem.

O jogo começa com o time adversário. MB é o primeiro a tentar a sorte, e mira em Tato, que segura a bola e corre tentando acertar o loiro, sem sucesso. Samantha volta com tudo, e joga a bola que passa zunindo pela minha orelha. É impressão minha, ou ela está tentando me acertar no rosto?

Há uma gritaria, por causa da atitude, e Pedro lembra que não é permitido arremessar bolas acima da altura do peito. A garota pede desculpas, garantindo que estava mirando na minha barriga. 

Ok. Essas pessoas nem se esforçam pra mentir. Todo mundo sabe que é mentira. Mas todos fingem acreditar. 

A bola vem e vai mais algumas vezes, e o meu corpo começa a ficar suado, já temos pessoas “queimadas” dos dois lados. Nesse momento, K1, que está do lado dos queimados, joga a bola por cima de nós para o outro time, e me virando, eu corro de costas, e só consigo ver Samantha recebendo a bola e sorrir, olhando pra mim, antes de arremessá-la.

A próxima coisa que eu sinto, é o impacto, que é tão forte, que faz a minha cabeça girar e me derruba no chão.

����

Tem uma gritaria em volta de mim, algumas pessoas rindo, outras perguntando se eu estou bem, e Pedro agachado à minha frente, me perguntando quantos dedos ele está colocando na frente do meu rosto. Dois? Quatro! Quatro, com certeza.

Tento me sentar, mas alguém coloca uma mão no meu ombro pra me impedir. Eu não tenho muita certeza quem é. São muitos rostos, e eu estou um pouco desorientada pra ter certeza de qualquer coisa. Respiro fundo algumas vezes, e alguém me oferece um pouco de água. Aceito. Não estou com sede alguma, mas acho que não vai fazer mal. Então tento sentar novamente e a pessoa ao meu lado, ao invés de me impedir, me ajuda.

– Devagar. – Ele pede. É Tato.

– Será que não é melhor levar ela na enfermaria? – Reconheço a voz de Ellen.

– Que exagero, gente. Uma boladinha de nada. – Todos os rostos se viram para o que eu acho que seja a direção de K2, mas eu não olho, em parte, porque concordo com ela, e em parte, porque estou com dor de cabeça e ficar me mexendo vai me deixar pior.

– Exagero nada, K2. A menina não tá bem, devia ir ver o médico. Desculpa, viu, BÊne. Foi totalmente não intencional. – Samantha garante, pronunciando o meu nome errado como fez ontem. Não tenho muita certeza se acredito nela, mas de novo, eu não tenho certeza nem da minha data de nascimento agora.

– Gente, a K2 tá certa. Eu tô bem. Eu só quero ir para o meu quarto ficar quietinha. Tudo bem, Pedro? – Pergunto espremendo os olhos para o que eu acho que seja o meu professor de educação física. É quando alguém se aproxima e me entrega os meus óculos. Ellen. Agradeço.

– Pode, claro. Você quer que alguém te acompanhe?

– Não, eu tô bem. – Digo, e fico de pé para provar. Não é inteiramente verdade, mas eu não quero ninguém me seguindo de um lado para o outro agora.

– Tem certeza, Benê? Eu posso te acompanhar, sem problemas. – Ellen reforça mas eu nego e viro de costas pra multidão, enquanto ouço algumas acusações contra Samantha, sendo jogadas no ar.

����

Massageio as têmporas enquanto caminho para fora da quadra. Quem diria que uma bolada na cabeça doeria tanto? Nos filmes parece uma coisa tão boba. Alguém te acerta, você se irrita, os dois brigam, e depois é como se nada tivesse acontecido. Na vida real devia ser assim também.

Encosto numa parede e fecho os olhos, tentando amenizar o incômodo.  Bem melhor. Pelo que eu tô vendo, me movimentar não é uma boa opção por enquanto.

– A aula já acabou? Eu só tô uns quarenta minutos atrasado.

Abro os olhos, encarando o menino na minha frente. Como se quarenta minutos não fosse tanto tempo assim. Suponho que essa seja mais uma das vantagens de ser ele. 

– Não. Eu saí antes. Tive um acidente.

– Que tipo de acidente? – Guto pergunta, apoiando o ombro na parede ao meu lado.

– A Samantha me acertou uma bola na cabeça. Alguma chance disso ter sido de propósito por causa de ontem?

– Todas as chances.

– E você não é tão vingativo quanto ela, é? – Pergunto na defensiva.

– Completamente. Por exemplo, eu tava pensando em pintar a sua sobrancelha de verde enquanto você dormia. E aí quando você chegasse no pátio no dia seguinte e ouvisse as risadas, nem ia saber o motivo. – Ele brinca me fazendo rir. – Mas sério, foi mal pela Samantha. As vezes ela perde totalmente a noção.

– Você não tem que me pedir desculpa. Você não fez nada. – Digo, e estou falando sério. Ele não tem culpa de ter uma amiga maluca. – Agora deixa eu ir, eu preciso tomar alguma coisa pra dor de cabeça e deitar um pouco.

Me afasto da parede e o mundo gira. Uou! Isso não é nenhum pouco divertido. Se Guto não tivesse sido rápido e me segurado pela cintura, eu teria caído com tudo no chão.

– Calma aí, ursinha. – Ele pede me apoiando na parede, mas mantendo uma mão na minha cintura e a outra do lado da minha cabeça. – Você tá bem? 

– Tô. Eu devo ter me mexido muito rápido e fiquei tonta. Quando eu tiver no meu quarto, eu vou ficar bem.

– Quarto, coisa nenhuma. Você não tá nem conseguindo andar direito. Vem, eu te levo na enfermaria. – Guto sugere me puxando.

Ele tá maluco?

– Guto, eu não vou na enfermaria por causa de uma bolada na cabeça. Isso é ridículo. 

– Você vai, sim. Nem que eu precise te levar no ombro que nem aqueles homens da caverna.

Ele está brincando, certo? 

Alguma coisa no meu olhar, deve ter mostrado que eu não acredito muito nele, porque, um segundo depois, o garoto se aproxima de mim, como se de fato, fosse me levar nos ombros.

– Não. Não. – Peço, me encolhendo junto à parede. – Eu vou andando.

Ele sorri, como se soubesse desde o começo que eu ia fazer o que ele queria. É claro, que eu faria. O idiota sabe como ser convincente.

Nós seguimos o caminho pelos corredores, com ele envolvendo o meu corpo com o braço pra eu não cair, e se a minha cabeça não estivesse latejando, eu teria ficado bem mais incomodada com os olhares que nós estávamos recebendo a cada passo.

����

– Você está muito bem, sim, Benê. – Letícia garante.

Eu estou sentada numa maca no escritório dela, e a médica está em pé na minha frente, passando uma luzinha de um olho para o outro.

– Eu disse que não precisava vir até aqui. – Digo, olhando diretamente para o moreno, sentado em uma cadeira giratória, e rodando como uma criança. Tento não rir, quando ele para, olhando pra mim visivelmente tonto.

– Também não é assim. – A médica fala, chamando a minha atenção. – Você teve sorte, mas podia ter sido mais sério. Já pensou se o Guto não estivesse por perto? Você poderia ter caído feio quando ficou tonta.

O garoto cruza os braços e levanta uma sobrancelha me dando um sorriso irônico. “Tá vendo? Eu estava certo.” É o que a expressão quer dizer. Reviro os olhos, mas só serve pra fazer a minha cabeça rodar.

– Eu vou te receitar alguma coisa pra dor e pra tontura, mas de resto, você está bem. Tá liberada. – Ela se senta à mesa, escreve alguma coisa num papel e entrega a Guto. O que é isso? Ele é  responsável por mim agora?

– Tudo bem. A gente vai pegar agora mesmo, doutora. Obrigado. – Ele garante sério. Então se levanta vindo até mim, e me circulando com o braço, me ajuda a descer da maca. Se eu não estivesse tão grata, poderia me sentir ofendida por ele supor que eu não consigo descer sozinha. Eu não sou assim tão pequena. – Vamos?

Balanço a cabeça, agradecendo e me despedindo da médica, e indo embora com a ajuda de Guto.

����

Guto me trás um copo de água, e eu tomo os dois comprimidos de uma vez só. Espero que não demore muito pra fazer efeito, especialmente com todo esse barulho no refeitório. Eu queria ter ido me trancar no meu quarto mas ele insistiu pra nós virmos para cá. Alguma coisa com ficar do lado de fora, porque o ar puro me faria bem.

Ele digita alguma coisa no celular e eu apoio a cabeça na mesa, aproveitando a sensação do plástico frio.

– Como você está se sentindo? – Ele pergunta.

– Bem. – Minto, e mesmo que eu mentisse bem, ninguém acreditaria. A minha voz soa manhosa e fraca. Que ótimo. A Katniss me mataria.

Guto ri, obviamente sabendo que eu não estou dizendo a verdade. Ele toma um pouco do suco que pegou pra si mesmo e olha pra longe. Acompanho o seu olhar, e observo nossos colegas saindo da quadra.

– Posso te fazer uma pergunta? – Ele pede, voltando a olhar pra mim. Penso em balançar a cabeça, mas dado o meu atual estado, não acho que seja uma boa ideia, então digo um “sim” baixo. E ele continua: – O que foi aquele lance com o Juca ontem? Eu nem sabia que vocês se conheciam, e de repente, você virou a Mulher Maravilha do pebolim pra defender ele.

– Sei lá, eu só achei errado o jeito que vocês estavam tratando ele, e tentei ajudar. Não foi nada demais.

– Era só uma brincadeira, a gente não tava fazendo nada demais.

Brincadeira? Talvez. Mas é assim que começa.

– Uma vez, na minha antiga escola, os meus colegas me trancaram no banheiro, na hora da saída. Eu não tinha celular, então não consegui falar com a minha mãe. Eu só saí de lá depois das duas da manhã, e isso porque a minha mãe conhecia o diretor e convenceu ele de ir conferir se eu não tava na escola. Caso contrário, eu teria passado a noite lá. – Faço uma pausa quando as memórias me atingem. – Sabe o que os meus colegas disseram no outro dia? “Foi mal. Foi só uma brincadeira.”

Guto olha pra mim, sem saber o que dizer. Eu não esperava que ele soubesse. “Sinto muito” não faria sentido, já que ele não teve nada a ver com aquilo. Eu nem sei porquê contei isso pra ele de qualquer forma. Não é o tipo de coisa que eu saio contando pra qualquer pessoa. No entanto, com Guto, eu nem pensei. Eu só disse.

– Então você teria feito por qualquer um? – Ele pergunta, voltando no assunto “Juca”.

Penso na possibilidade. Eu não sei. Não dá pra dizer que Juca e eu somos amigos, mas eu já o conhecia. Não posso garantir que faria o mesmo por um total desconhecido, mas talvez sim. Quem sabe?

– Não sei. Por que tantas perguntas?

– Eu já disse. Não sabia nem que vocês se conheciam e você pulou pra defender ele. Esqueceu até o seu medo de gente.

– Não é medo de gente. Eu só não gosto de ser o centro das atenções.

– E você esqueceu disso por causa do Juca.

– Você tem alguma coisa contra o Juca?

– Não. Ele não faz a menor diferença na minha vida. Mas até onde eu sei, ele pode ser um maníaco e você devia tomar cuidado. – Eu não consigo me segurar e solto a maior gargalhada.

– Um maníaco, o Juca? Você só pode estar maluco.

– Tá, talvez, eu tenha exagerado um pouco...

– Um pouco?

– … mas eu só tô tentando dizer que você não devia confiar tão rápido nas pessoas. Elas podem te surpreender de um jeito ruim. Você nunca ouviu falar naquele ditado de “lobo em pele de cordeiro”? As vezes, os com cara de bonzinho são os piores.

Que droga é essa? Não é possível que ele não tenha nada contra o Juca. De onde saiu tudo isso então?

– Benê! – Viro a cabeça ao som do grito, e percebo que o remédio já está fazendo efeito, já que não sinto mais nada quando me mexo. Ainda bem.

Keyla vem correndo até mim, e me dá um abraço. Isso lembra um pouco algo que a minha mãe faria.

– Você tá bem? Eu ouvi nos corredores que a Samantha te acertou uma bola e quebrou o seu nariz. Isso não é verdade, é? – Ela pergunta, apertando o meu nariz entre os dedos. Eu afasto a cabeça pra longe dela.

– Keyla, não surta. Eu falei que eles estavam exagerando. – Ellen fala, puxando a garota de mim.

– Eu sabia que a gente devia ter ido hoje. Eu teria quebrado a cara daquela folgada. Eu tô mesmo querendo dá uns tapas nela desde que ela deu em cima do Anderson no ano passado. – Tina fala irritada.

– Tina se acalma. A gente pode fazer melhor que isso. – Lica garante dando um sorriso maldoso.

Guto olha de uma pra outra e só então elas percebem que ele está lá. O silêncio cresce na mesa e ninguém sabe muito bem o que fazer.

– Bom, eu vou deixar você com as suas amigas, elas vão saber te fazer companhia. E assim vocês podem continuar os seus planos de vingança, e aliás, vocês tem o meu total apoio pra isso, viu? Se precisarem de ajuda, só falar. – Guto diz se apressando em fugir do lugar. 

Quando ele some pela bagunça de mesas, as meninas se sentam caladas, até que Tina não se aguenta.

– O que vocês dois estavam fazendo juntos? A Ellen falou que você ia para o quarto, não ficar de conversinha com o crush no refeitório. – A samurai comenta sorrindo.

– Tina, foco! A Benê pode contar sobre o que quer que ela tenha feito com o meu irmão depois, e de preferência quando eu tiver longe. Agora a gente tem que pensar em algo muito mais importante. – Ela faz uma pausa dramática, e então, diz com uma voz maquiavélica: – Vingança.


Notas Finais


Okaaaayy
Fila pra matar a Samantha, quem topa? Que The Aba, né? Fazer isso com o bolinho fofo.
Sorte que a Benê tem o melhor amigo pra cuidar dela e as melhores amigas pra planejar uma vingança que (SPOILER) eu ri um monte escrevendo, mas demorou pra caramba, porque eu não conseguia decidir o que fazer.
Bueno, foi isso, gente, espero que tenham curtido.
Um beijão, e até próxima, meus amores!


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