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História Querido Diário - Capítulo Dez


Escrita por: Padfoot__t

Notas do Autor


*As partes Sublinhadas são palavras que o Draquinho riscou, já que diário algum não possui esses erros basicos ;3

TW: pedofilia

Capítulo 11 - Capítulo Dez


11 de Dezembro de 1995

 

Querido Diário,

Relacionamentos são algo engraçado, não? Quero dizer, há pouco estava divagando sobre eles e me lembrei do meu primeiro namoro. Merlin, quão traumático aquilo foi para mim! E para a garota também, aposto, pois até hoje ela não consegue me olhar na cara!

De qualquer maneira, eu tinha 13 anos, se não me falha a memória. Ela era linda como um anjo. Sério, não estou tentando parecer machão nem nada, mas ela era a garota mais bela do Segundo Ano¹... Enfim, lembro-me de reparar em seus olhares furtivos, e que ela sempre corava quando eu os retribuía, era mesmo adorável!

Foi ela que deu o primeiro passo. Seus olhos sempre permaneciam baixos e suas mãos inquietas. Nem ao menos me lembro do porquê de ela vir falar comigo, mas era algo tão trivial que toquei seu rosto para ela me olhar nos olhos. Assim que vi aquelas íris azuis tão puras, chamei-a para sair. Não sabia ao certo sobre a minha sexualidade, tudo o que eu sabia era que valia tentar.

Tivemos nove encontros com mãos dadas e conversas bobas antes de ela roubar um beijo meu. Foi apenas um toque labial, mas o jeito que ela corou me fez sorrir. Não sou tão gentil assim com as pessoas e isso me assustou para caralho! Tomei seus lábios e a beijei de verdade. Porém, no mesmo momento que senti sua língua, a imagem de Daniel me beijando surgiu em minhas pálpebras. Lembro-me de que a afastei e saí correndo. Que patético, não? Mas, apesar do nosso nono encontro, ela continuou a agir como se meu surto nunca tivesse acontecido, e agradeci por ela ser tão compreensiva. Acho que foi por causa disso e a pedi em namoro.

Nosso relacionamento era perfeito, exceto por um ou outro pequeno detalhe. Ok, exceto por três dois pequenos detalhes: Primeiramente, eu não falava muito. Era basicamente ela que procurava uma abertura em minha armadura, e puxava conversa, e eu sempre me esquivava quando era algo envolvido com sentimentos e todas essas coisas. Segundo, toda vez que a beijava, Daniel me assombrava. Assim que fechava meus olhos e aspirava seu perfume, as palavras daquele maldito ecoavam em minha mente e confundia o toque de ambos. Era tão frustrante! E, por último, eu não conseguia ficar duro pensando nela. Quer dizer, já estava na adolescência, então deveria ficar excitado por qualquer coisa, não? Porém, quando pensava em A., simplesmente nada acontecia. Nada! Foi então que comecei a duvidar da minha sexualidade.

Conseguia ver a decepção no olhar dela a cada encontro que tínhamos. Sentia-me mal por ela. Afinal, não deve ser fácil namorar um problemático sem ao menos saber, tsc.  E eu juro que tentei me esforçar para alcançar suas expectativas, contudo, no fim, foi tudo em vão... Depois de 10 meses de namoro, tivemos uma árdua discussão sobre o fato de eu a estar ignorando e de ela ter certeza que eu a estava traindo. Na época, eu pensei que era bobagem suas suspeitas, mas hoje eu entendo. Quer dizer, eu namorava a garota mais bonita segundo ano, mal a beijava, tampouco tentava ir além e, ainda por cima, só conseguia falar sobre um certo grifinório. Irônico ser sua primeira e única namorada a fazer você perceber seu primeiro amor, não? Foi depois que terminamos que notei que estava apaixonado tinha uma queda por aquele garoto. Não sei se sou eternamente grato, ou então se a odeio por ter me feito perceber...

De qualquer forma, foi o relacionamento recíproco mais longo que já tive. Eu realmente gostei dela, mas hoje vejo que foi sempre como amiga. A. era compreensiva, gentil, estranhamente mandona e tão teimosa quanto eu. Às vezes penso que esse foi o motivo de durarmos tanto. Se eu fosse hétero, com certeza me casaria com essa mulher. Porém, não sei se porque nasci assim ou as circunstancias me tornaram assim, sou gay e um pouco infeliz sobre isso. E exatamente por causa da minha orientação que eu acho que traumatizei uma das garotas mais legais que conheci. Queria ter sido honesto quando pude, mas essa qualidade não é de minha natureza!

Como eu disse antes, relacionamentos são as ironias do destino. Por 10 meses tive a vida perfeita que muitos queriam, mas, por causa dos meus devaneios masoquistas e da minha inabilidade de me importar, A. escapou-me entre os dedos. Agora que eu penso sobre isso, eu nunca a poderia ter tido, pois ainda pertenço à lembrança de Daniel. Este ainda me possui esmagado em suas mãos. E às vezes eu tenho a certeza de que ele nunca afrouxará seu aperto para me libertar... Tudo o que me resta a fazer é esperar ele vacilar para eu escorregar como areia e ser livre. Liberdade é um desejo utópico que me deixa com um amargo gosto na boca. Por causa disso, sempre tento me desvencilhar das correntes do meu passado e, ao tentar, só feri as pessoas ao meu redor. Quiçá seria melhor permanecer sufocado ao meu pretérito, não?

De qualquer maneira, vou terminar minhas lições. Boa noite, querido diário.

 

-º-

 

Harry terminara de ler a página sentindo seu peito arder. Conseguia ver que o escritor ainda possuía um enorme carinho pela ex-namorada, apesar de, aparentemente, não se falarem. Admitia que sentia um pouco de ciúme por isso. E ainda queria socar a cara de Daniel por ter feito o que fez para o escritor. Harry nunca o perdoaria por isso. Por causa de um insano desejo de um doente mental, ele destruiu a vida de um garoto que era espetacular e que merecia ser feliz.

Deitou-se na cama com o diário em seu peito. Batucou com as pontas dos dedos em sua capa e suspirou. Potter estava sedento para curar o trauma do outro. Conseguia ver o quanto ele sofria e queria amenizar o máximo que podia. Desejou abraçá-lo e dizer que ele poderia ser o seu salvador. Fazê-lo superar o maldito Daniel enquanto o acaricia os cabelos e, quem sabe, o beijando. No entanto,  Harry não tinha tanta certeza de que ele teria sucesso em seu sonho, já que o outro parecia demasiadamente ferido. Por mais que quisesse ser o remédio que cicatrizaria seus machucados, tinha medo de não ser o suficiente.

— Harry? — Uma voz feminina ecoou no quarto masculino e Harry levantou-se rapidamente, assustado.

— Hermione? O que faz assim? — perguntou, eufórico, guardando o diário debaixo de seu travesseiro.

— Eu ia começar a ajudar Rony com a lição de Feitiços e queria saber se você queria ajuda também... O que estava fazendo? — Aproximou-se do amigo um tanto desconfiada, e ele apenas corou.

— N-nada... Sim, eu já me encontro com vocês, só preciso... sabe, er... Pode ir que eu já te alcanço, Mione — reclamou protegendo o travesseiro, e a garota achou graça em sua atitude.

— Ok, te encontramos na biblioteca... — marcou, andando até a porta do quarto. — Francamente, Harry, você tem que aprender a mentir melhor — disse, risonha, enquanto saía do quarto e ele tentava se acalmar, em vão.


Notas Finais


¹. Astoria na verdade é dois anos mais nova que o Draco, mas achei que seria muito bizarro uma garota de 11 anos querer beijos e amassos (sou da velhaguarda, pra mim essa faixa-etária ainda gosta de brinquedos, anyways), então aqui na fanfic eles só tem um ano de diferença :3.


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