Não sabia o que estava acontecendo comigo, mas ver aqueles olhos em mim me deixaram um pouco desconfortável e inferior, poder exalava em seu olhar, e isso era tão... atraente. Finn Wolfhard tinha seus cabelos encaracolados, um pouco bagunçado, mas deixava claro que era sua marca, e quanto mais eu me aproximava pra ficar no meio do escritório – e pudendo ouvir a porta atrás de mim bater, deixando-nos sozinhos –, pude perceber algumas sardas em seu nariz e bochechas. Sua beleza era surpreendente assim como a altura perto de mim conforme se aproximava.
Quando pensei em falar algo, ele tava ao meu lado com sua mão em minha coluna guiando-me ao assento de frente a sua grande mesa, senti um calafrio percorrer minha espinha, mordi meu lábio inferior quando Sr. Wolfhard puxou a cadeira para eu sentar-me, e assim eu fiz. Contornou sua mesa e jogou-se na cadeira giratória, enquanto ele mexia em algo no computador pude analisar um pouco o escritório; tinha uma porta no canto do local, supôs ser o banheiro, ao lado tinha um sofá cinza que parecia confortável, e algumas almofadas, as janelas eram do teto ao chão toda de vidro, podendo ter uma bela visão de Toronto – capital de Ontario –, aquilo era tão deslumbrante.
Sai de meus devaneios, olhando para o homem à minha frente que tinha seus olhos concentrados na tela do computador que com certeza valia mais que meu rim.
Percebendo meu olhar, o mesmo me olhou com um sorrisinho e tirou sua atenção da tecnologia.
— Desculpe, estava dando uma estudada em seu currículo, mesmo Sophia tendo feito sua entrevista e contradando-a. – disse, e pensei um pouco cavando em minha memória quem era Sophia, foi quando veio uma mulher com cabelos curtinhos ruivos.
— Oh, sim, lembro dela. – murmurei ainda nada confortável de está ao mesmo lugar que o Dono Da Beleza.
Olhando pra mim, tinha certeza que ele percebeu e continou a falar:
— Enfim, você foi bem elogiada no conselho, e espero mesmo que você tenha tal capacidade para administrar quase a parte importante da empresa. – o jeito que Wolfhard falou foi como um desafio ou duvidando de mim, aquilo não me deixou nada contente. Então ele continuou. — Sabedoria e inteligência pra mim é tudo, Srta. Bobby Brown, não quero que me desaponte.
Me remexi na cadeira, me inclinando um pouco pra frente enquanto passava a língua no lábio superior já que estava seco e não deu tempo de passar batom. Segurei um pouco com força minha bolsa antes de responder meu chefe, mas apenas sorri lançando uma alfinetada quase brincalhona:
— Eu sou casada com o trabalho, Sr. Wolfhard, sou perfeita no que faço, tenho inteligência e sabedoria, e adoro uma sinceridade, e gostei muito isso no senhor.
Vi sua sobrancelha arquear quase surpreso com minha resposta, mas depois voltou pra sua expressão de inabalável.
— E nessa sua listinha também incluí ser pontual no trabalho? – um soco doeria menos que essa reviravolta de assunto que não queria tocar.
— Bem, o trânsito não colaborou, a menos que queira que eu venha a pé na próxima vez, e ainda correndo. – brinquei quase sentindo meu coração sair pela boca.
— Sua boca também não é nada limpa com essas respostas. – disse ainda com aquele sorrisinho no rosto, me fazendo corar. — Bom, só queria desejar-te bem vinda, espero que goste tanto da empresa como de Toronto.
— Obrigada. – foi a única coisa que consegui dizer antes de levantar ao mesmo tempo que Wolfhard.
Fomos andando até as portas de madeira, conseguindo ser rápido, ele abriu indicando para eu passar e depois saiu atrás de mim olhando para Natalia, dando um aceno.
— Por favor, leve Srta. Bobby Brown ao seu escritório, e quando voltar me trás o relatório que Wyatt fez. – falou um tanto autoritário.
Como queria sair logo dali, e vi Dyer perceber isso, fomos quase correndo para meu escritório, eu a seguindo sem ao menos olhar pra trás, mas pude sentir minhas costas queimarem, deduzindo que ele estaria observando.
❀❁❀
Já havia passado algumas horinhas desde que entrei em meu escritório e comecei a fazer logo minha parte, era muita coisa acumulada princialmente as contas, e isso me deixava com toc.
Era a hora do almoço, me senti um pouco deslocada pois antes de Natalia me deixar sozinha, ela disse que tinha uma área de refeição no edifício, há não ser que queira comer fora, mas como já estava tão atolada, eu iria comer na empresa mesmo. Claro, levaria alguns documentos comigo só pra acelerar mais algumas coisas, principalmente um documento de um patrocínio de um comércio bem grande e novo, e com uma quantia absurda para uma parceiria.
Assim que me levantei da cadeira giratória ajeitando minha saia, escutei uns batidos na porta, achei um pouco estranho mas pedi que entrasse.
Pude ver uma silhueta magrinha, mas alta adentrar a sala toda sorridente, quando veio ao meu encontro pude ver seu nome, mas queria que ela se apresentasse já que estava tão animada, apenas retribui seu sorriso gigantesco.
— Olá! Deve ser Srta-
— Apenas Millie, por favor, e desculpa interromper. – encolhi os ombros enquanto lamentava.
— Oh, sim, claro. Deve ser a Millie, nova administradora financeira, estou feliz por finalmente vê-la. – estendeu sua mão e apertei um pouco receosa. — Sou Sadie, Sadie Sink, sou sua assistente, estou ansiosa para começar a trabalhar com você, e peço perdão por não recebe-la, estava no décimo quarto andar.
Admito que aquilo me pegou de surpresa, nunca pensei que teria uma assistente, apesar de ver uma mesinha perto da porta mas não me importei muito. Aqui era tão diferente de New York, era bom, mas ao mesmo tempo tão forçado e chique que me sentia deslocada.
— Hum, que bom, eu acho. – falei dando uma risada nervosa. — Posso falar uma coisa?
Sadie inclinou a cabeça curiosa enquanto confirmava com a cabeça.
— Nunca tive uma assistente antes, não sei como vou me sair de "chefe". – fiz aspas com as mãos com uma careta nervosa. Já a mulher à minha frente apenas soltou uma risadinha engraçada.
— Não se preocupe, se quiser vou te instruir nesse caminho, eu recebo relatórios ou tarefas e entrego pra você, caso esteja cheia eu ajudo, e também posso atender telefonemas que não queira, tipo ex namorado chato, sabe? Já tive uma chefe assim. – disse com a mão no canto da boca como se fosse um segredo. — Mas também posso acompanha-la nas reuniões, e agendar algumas coisas.
— Uau, isso é... Incrível, mas um tanto explorador, não acha?
— Nah, já estou nesse caminho a muito tempo, mas vejo que vamos nos dar bem. – lançou-me um sorriso. — Só relembrando aqui, já está na hora do almoço, se quiser termino alguma coisa pra você que esteja sobrando.
Sink era tão amável e amigável, eu podia ver confiança transmitida em seu olhar, sua confiança em seu emprego assim como eu tinha, era bem admirável. Ao mesmo tempo que ela tinha um ar fofinha, via de longe o poder dentro dela se mexesse com a mesma, ainda mais com os ruivos de cada fio de seu cabelo, a deixando ferozmente poderosa. Uma chefona, e não uma assistente.
Longe de eu estar sendo preconceituosa, mas ela tinha esse pensamento em mim, se brincar, até em outras pessoas.
— Tive uma ideia, que tal almoçar comigo, hum? Você me conta mais sobre a Empresa Wolfhard, fala sobre nosso trabalho junto pela frente, etc. – terminei de falar com uma esperança dentro de mim, ser gentil era uma marca minha.
— O.k, eu topo.
— Ótimo.
Não levei os documentos, assim como o combinado, o trabalho era outro, era Sink me ensinar algumas coisas.
A mesma me informou pra levar dinheiro para pagar o lanche, até reclamei comigo mesmo, uma calúnia, isso tirar o dinheiro dos próprios funcionários, esse lugar já tava quase pra explodir de tanto dinheiro, será que eles não cansam e acham isso divertido? Aliás, eles não. Ele.
Peguei minha bolsa e meu celular em cima da mesa de madeira, sai falando com a ruiva sobre eu ter conhecido Sr. Wolfhard, ela ficou surpresa quando disse o quão educado ele foi, tirando algumas advertências, talvez esse não seja o forte dele, ser gentil. Só de ver esse lugar cheio de regras, imaginava algo vindo dele como um chefe bem chato que pega no pé dos funcionários.
Quando cheguei na lanchonete, estava um pouco lotado, pessoas sentadas em suas devidas mesas com notebook ou papéis, ou até mesmo celulares e copos.
Alguns sentados juntos, outros separados, a movimentação tava boa, o cheiro de cafeína invadindo minhas narinas fez-me sorrir automaticamente, então fui logo pra fila junto com Sink, ela tagarelava sem parar o quão bom era o cupcake de lá, sem tirar a torta de limão. Os comentários fez ainda mais minha barriga dar uma revirada sinalizando que estava faminta.
Quando chegou nossa vez, fizemos os pedidos e pagamos antes de pegar nossas bandejas. Havia pedido café e a tal torta de limão, já Sink cupcake e suco de laranja natural.
— Isso está com cara ótima. – murmurei me sentando na mesa dos fundos, vendo a ruiva sorrir enquanto assentia.
— Espere só quando for provar.
Dito e feito, eu senti um prazer só de morder aquela torta cremosa bem fofinha a massa, revirei os olhos fazendo um som com a boca.
— Sink, isso é tão bom, quero tudo pra mim, quero levar pra casa e poupar de fazer a janta. – falei após engolir e tomar um gole do café.
— Primeiro: pode me chamar de Sadie. Segundo: se for pegar tudo, dividi comigo por favor. – falou de boca cheia segurando a risada com sua mal educação.
— Claro, você que me mostrou isso.
Rimos juntas, era muito natural, parecíamos velhas amigas, mas havíamos nos conhecidos a 30 minutos.
— Então, Sadie, está quanto tempo aqui? – resolvi perguntar.
— 3 anos, entrei quando ainda estava na faculdade, aqui era meu estágio, mas ficou fixo. – explicou parando de comer para poder me olhar.
— Uh, aqui é estágio? – franzi a sobrancelha com essa informação, precisava muito me atualizar.
— Sim, cada ano que passa melhora, vai por mim, mais ensinamento, essas coisas.
Interessante.
Então ela continou: — Como era trabalhar nos Estados Unidos? Fui lá duas vezes, uma pra Disney outra pra Las Vegas pra festa de solteira da minha amiga.
— Bom, não tão bom como aqui, lá era um pouco mais pequeno, como uma privacidade, mas tinha uma vantagem de um chefe bem bom. New York irá deixar saudades.
— Novaiorquina? Surpresa. – Sadie praticamente quase gritou, mas então bebeu seu suco. — Tem familiares ainda lá? Não deixará saudades, poderá visitar.
Segurei a vontade de revirar os olhos com a palavra família, mas me contive apenas comendo minha torta quase acabada.
— Não voltarei tão cedo.
Foi o fim desse assunto, Sink entendeu e então puxou outro assunto de que tinha uns amigos aqui, e um fixo, como melhor amigo. Fiquei curiosa para vê-lo mas ela disse que ele estava em viagem representando a empresa, era tecnicamente o braço direito de Wolfhard.
Falamos do amor secreto pelos funcionários, eu não falei nada já que não conhecia ninguém, já Sadie se empolgou, ela teve até que se abanar quando um tal de John entrou pelas portas de vidro da lanchonete, me fazendo rir igual uma maluca e chamando atenção. Até mesmo de quem não esperava vê aqui.
Wolfhard, nosso chefe estava na fila, me deixando bem surpresa já que ele poderia pedir alguém pra levar seu almoço lá em cima já que é todo poderoso.
Tinha seu olhar fixo em mim, segurando o meu, mas tive que desviar quando senti a ruiva a minha frente me bater de leve no braço, ela estava dando um sorrisinho convencido.
— O que foi? – perguntei curiosa, temendo que ela tenha vido essa troca de olhares entre eu e Wolfhard que foi um pouco esquisito.
— John acenou e sorriu pra mim, o.k, talvez hoje role algo depois do expediente.
— Ew, Sadie, sem detalhes.
— Que foi? Não insinuei sexo, pode ser um jantar ou uma caminhada.
Olhei bem pra ela, observando-a de cima a baixo, e neguei com a cabeça.
— Você não tem cara de que faz isso. – falei e ela me olhou chocada, apenas ri.
Peguei meu celular vendo que havia se passado uma hora, certinho para voltar ao trabalho, mostrei a tela pra minha mais nova amiga e a mesma se levantou pegando suas coisas e a bandeja com os lixos; guardanapo, pratinho descartáveis e o copo também, assim como o meu.
Mas na mesma hora que me virei quase esbarrei no Wolfhard, e por pouco seu copo de café não caia contra mim. Mas diferente do copinho, o que caiu foi seu notebook, então apressei-me a pegar e o devolvi um pouco corada.
— Desculpa, Sr. Wolfhard. – foi as únicas palavras que saíram da minha boca. Ao meu lado a ruiva apertava meu ombro.
— Devia prestar mais atenção, senhorita, ou poderia queimar alguém além de você. – falou ríspido, quase como uma faca arranhando minha pele.
— Claro, mas poderia desviar, certo? Que eu saiba não tenho olhos atrás da cabeça. – levantei a cabeça quase superior, não iria deixa-lo falar daquele jeito comigo.
Vi os olhares das pessoas em nós, e Sadie que segurava a risada. Já Wolfhard tinha uma veia pulsando forte e rápida em seu pescoço.
— Bem, então seria dever meu pedir desculpas? Porque se for, terei que informa-la esperar sentada, porque em pé cansa. – disse antes de passar com um sorrisinho depois de seu rebate infantil.
— Bom, diferente de você recebi boa educação, então desculpas, Finn Wolfhard. – o pessoal que estava ao nosso redor arfou quando falei o primeiro nome dele, parecia ser crime, mas já Sink sorria orgulhosa.
Antes de me virar, pude ver Finn me lançar um olhar quase mortal, mas apenas sorri acenando, jogando as coisas no lixo e a bandeja em cima junto com outras.
— Isso foi tão ousado e sexy sua saída. Garota, tu ta de parabéns vamos ser amigas oficialmente. – Sadie disse me tirando nos pensamentos.
Apenas sorri e fomos até o elevador, esperamos a trajetória e andamos no corredor largo e longo do último andar indo para nossa ala, assim que chegamos, minha assistente sentou em sua mesa e me entregou um pouco de papelada, apenas fui direto pra minha sala.
Me joguei na cadeira giratória e observei aquela vista, talvez todo escritório tivesse aquela vista linda. Mas soltei um suspiro voltando a realidade de que eu enfrento chefe e faço contas e abro algumas e fecho outras, e etc.
Passando a tarde tranquificada naquele local, com visitas de Sadie de vez em quando, mas nada pessoal, apenas profissional, algo que combinamos sem ao menos nos falar, era que lá fora ou na lanchonete éramos amigas, já aqui nesse andar nessa sala e naquele corredor éramos chefe e assistente, parecia um pouco estranho mas era melhor assim.
❀❁❀
Entrei no táxi quase me jogando, estava morta e meus pés doiam com aqueles saltos, então permiti tirar os mesmo, podendo ver o inchaço, soltei um pequeno gemido, mas continuei olhando para a janela do carro em movimento. Meu dia foi tranquilo, na hora de vir embora não encontrei Wolfhard, Sadie me deixou na calçada e foi andando pra casa, segundo ela morava um quarteirão perto, até me chamou para o apartamento dela, mas preferi recusar e vir pra casa tomar uma boa taça de vinho e deitar-me na minha cama macia.
Paguei o taxista pela viagem pus meus saltos para poder descer e andar até o portão do prédio, o porteiro Wilson me deu um boa noite sorridente, retribui fraco, e continuei minha trajetória até meu andar, esperando pacientemente o elevador.
Já era 08:44 PM, quando entrei no apartamento, havia algumas caixas de mudança para despacotar, não tinha tempo.
Bati a porta atrás de mim a trancando enquanto tirava minha roupa ficando apenas de roupa íntima, fui em direção a cozinha e peguei uma garrafa de vinho seco e depois uma taça que estava na pia, enchi o copo e dei um pequeno gole.
Caminhei até meu banheiro e tirei a roupa íntima e enchi a banheira, virando um pouco meu pescoço sentindo o osso estralar. Tirei o resto da roupa e entrei na banheira mesmo enchendo, peguei a taça de vinho e beberiquei soltando um suspiro longo me vindo a mente o dono dos olhos castanhos e cabelos encaracolados bagunçados num jeito sexy. Sorri balançando a cabeça e fechando meus olhos para relaxar um pouco.
Finn Wolfhard, quer brincar de quem tem mais autoridade, então vamos brincar.
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