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História Redemption - Capítulo 1:


Escrita por: GiullieneChan

Notas do Autor


Fic que pertence ao Universo de Aurora e A Princesa e o Cavaleiro.

Capítulo 2 - Capítulo 1:


Como se despertasse de um sonho ruim ele se ergue ofegante. Então sua vinda naquele lugar era um teste dos deuses para ver se ainda era digno de ser um cavaleiro? Bem, ele iria passar nesse teste. E fazer aquelas deusas arrogantes engolirem cada palavra.

Foi quando ouviu vozes alteradas vindo de baixo e reconheceu a de Lydia, claramente nervosa. Vestiu-se rapidamente, descendo as escadas.

—Esqueçam! Minha fazenda não está à venda! -ela disse com determinação.

—Jeremiah, convence sua filha teimosa que isso é o melhor para a cidade! -pediu um homem que vestia a roupa de xerife.

—Não vejo no que uma fábrica traria de bom a nossa cidade, Thad. A não ser poluição e barulhos. -respondeu o idoso, que estava sentado em um sofá, tendo uma garotinha pequena, de cabelos e olhos castanhos sentada em seu colo. -Esta fazenda está em minha família há quase cem anos, e eu irei passá-la à minha filha e aos meus netos. Como ela disse, não está à venda.

—Estão lutando contra o progresso! -exasperou o homem de terno e gravata.

—Deixe de besteira sentimental, senhorita Denílson! -avisa um homem de meia idade e gordo. -Não conseguirá reerguer a fazenda! Sozinha com um velho e três crianças? Uma delas nem é normal e...

—Sugiro que não termine sua frase, ou eu irei socar sua cara, senhor! -ameaçou Lydia bufando de raiva.

Então alguém pigarreou anunciando a chegada. Todos olharam para a escada por onde Máscara da Morte descia.

—Eu acho que como a senhorita Denílson e eu conduziremos as coisas aqui não lhe interessam. -avisou em um tom frio.

—E quem é você? -perguntou o xerife desconfiado.

—Eu...

—É meu sobrinho neto. -disse Jeremiah. -De terceiro grau, veio de longe!

—É, sou um primo distante da Lydia. -mentiu na maior cara de pau. -Vim da Itália especialmente para ajudá-la aqui.

Ela o olhou espantada, em seguida para o pai, depois novamente para o cavaleiro. A expressão no olhar dele pedia que ela sustentasse a mentira.

—Tem parentes na Itália? –Thad parecia não acreditar.

–Sim...ele é meu primo da...

—De Roma. -interferiu. -E senhores...como ela disse, essa fazenda não está à venda. Então...-lançou um olhar ameaçador ao grupo de homens. -Deem o fora!

Os homens se entreolharam e começaram a se retirar, mas não antes que o gordo se manifestasse.

—Mudará de ideia, senhorita Denílson. -determinou, fechando a porta atrás de si.

—Como você diz que é meu primo? -ela indaga a queima roupa assim que os homens mal encarados saíram.

—Esse velho quem disse isso primeiro. –Máscara da Morte apontou com o polegar Jeremiah que mantinha o semblante sereno e inocente. -E não me ocorreu nada melhor.

—A sorte de vocês é que não perguntaram a seu nome...e eu nem sei qual é! -continuava alterada, e Máscara da Morte começou a achar que aquilo estava cada vez mais interessante...ela era interessante.

—Inventasse um nome. -respondeu simplesmente, cruzando os braços.

—Está achando isso divertido? -ela o encarou furiosa.

—Estou.

—Hum-Hum. -pigarreou Jeremiah, ainda sentado em seu sofá, apreciando a discussão com os netos em volta. -Desculpe-me por te envolver em nosso problemas, rapaz.

—Me ajudaram, estou retribuído o favor.

—Mas, sinceramente, eu gostaria de saber o seu nome. -insistiu o idoso.

Hesitou em responder. Nunca falou seu nome a ninguém antes. E não começaria agora. Pensou em outro nome, e só um lhe veio à mente.

—Marco.

—Marco do que? -perguntou Lydia, colocando as mãos na cintura e o encarando.

—Marco... -vislumbrou uma notícia no jornal sobre um museu de arte italiano. -Bardella.

—Bardella? -ele percebeu que Lydia desconfiara de sua hesitação em responder.

—Sim. Algo errado? -a encarou. –É meio feio, mas é meu.

—Bem, se há algo errado eu não sei. -respondeu o velho se levantando da poltrona. -Está contratado, senhor Bardella.

—Contratado? -Máscara da Morte estranhou.

—Para trabalhar aqui. Vai precisar de dinheiro para ir para casa, afinal te encontramos nu em pelo sem nada.

—Sobre isso...

—Pai! Nem o conhecemos direito e...

—E isso não a impediu de trazê-lo até a nossa casa, de você ter lhe dado um banho e cuidado dele. -respondeu o idoso, nem sequer reparando no quanto a filha ficara vermelhíssima de vergonha com o que ele havia dito e no sorriso malicioso de "Marco".

—Mas...-ela quis argumentar.

—Precisamos mesmo de ajuda. Estou velho e você sozinha não dá conta de todo o trabalho que temos aqui. Você pode dormir no quarto dos fundos, se não se importar.

—Não me importo. -respondeu Máscara da Morte.

—Começamos o dia bem cedo. Melhor dormirmos. -avisou o idoso fazendo um sinal para que as crianças fossem para os quartos. -Lydia, poderia arrumar o quarto de Marco?

—Está bem. -ela o olhou e com o rosto sério continuou. -Se fizer algo que eu julgue errado...acabo com você. Me siga.

Achando o fato de irritar Lydia divertido, ele a seguiu. A jovem morena lhe guiou por um grande corredor, que atravessou a cozinha e abriu uma porta que mostrava uma escada para o porão.

—O quarto é lá em baixo. -avisou ligando a luz. -Não se engane. É limpo e arrumado.

Desceram a escada e realmente ele pode comprovar que era um lugar amplo e bem arrumado. Com uma cama grande, um guarda roupa, um armário com vários troféus, alguns de esportes, e livros, mesinha em um canto, e sobre ela uma televisão velha. Havia pôsteres de várias bandas dos anos oitenta e noventa espalhados pelas paredes, e várias janelas no alto que iluminariam durante o dia.

—Acredite...aqui era o quarto do meu irmão em sua fase rebelde. -ela disse, dando um sorriso triste e alisando um pequeno troféu em forma de uma guitarra. -Fique à vontade. Como sei que não tem bagagem, e seu manequim parece ser o mesmo de meu irmão, pode usar as roupas dele, se não se importar de serem roupas de alguém que já morreu.

—Não me importo. -respondeu acompanhando seus movimentos, enquanto ela abria o guarda roupas.

—Aqui estão lençóis e cobertores limpos. -avisou. -Amanhã eu o chamo para o café da manhã. Vai pagar sua estadia com o seu trabalho, senhor "Bardella".

Ele percebeu que Lydia frisou o sobrenome com certo sarcasmo, mostrando claramente que não acreditou em sua veracidade. Mas Máscara não se incomodou com isso, achava até graça. Assim que Lydia subiu e o deixou sozinho, ele se jogou na cama e fechou os olhos, tentando relembrar das coisas antes de acordar naquele lugar.

Lembrava de ter conversado com Atena, depois descido para a sua Casa Zodiacal. Lá estava Afrodite, conversavam sobre alguma coisa e em seguida... nada... um branco total. E havia despertado aqui.

—E onde estão os outros? -murmurou, fitando o teto.

 

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Em outro lugar...

—Não o sinto. -dizia Atena, reclinando em sua poltrona e fechando os olhos. -É como se sua presença tivesse sido tirada da face da Terra.

—Acalme-se, senhorita! –pediu Shion, olhando preocupado para os demais cavaleiros ali reunidos.

—Não posso me acalmar sabendo que um dos meus cavaleiros simplesmente desapareceu! –dizia a deusa. –Sinto que ele precisa de ajuda. Aqueles Cosmos tão poderosos na Casa de Câncer... eram delas.

—Quem? -indaga Dohko de Libra, ao seu lado.

—As Moiras, ou Destinos. -Atena fecha os olhos, tentando reorganizar seus pensamentos. –Após o sacrifício de todos vocês no Muro das Lamentações e seus atos em Asgard que ajudaram Odin a impedir o Ragnarok, vocês passaram pelo Julgamento dos deuses. Eles tentaram castiga-los, aprisionando-os em uma estátua de pedra.

—Lembramos disso. –Milo fez uma careta.

—O castigo imposto pelos deuses foi revogado quando as Moiras interferiram em favor de todos vocês. Eu acreditei que todos vocês retornariam ao Santuário e para uma nova vida. –Atena refletiu. –Mas porque elas fizeram algo assim se acreditavam que todos vocês mereciam uma nova vida?

—Todos temos máculas em nosso passado, Atena. –Shura disse com o semblante carregado. –Máscara da Morte mais do que alguns de nós.

—Acha que ele está sendo castigado? –Afrodite parecia aflito.

—Não. Se quisessem isso não o teriam libertado de sua prisão. –concluiu Shion, tentando acalmar o cavaleiro de Peixes.

—E o que faremos? -Dohko insistiu, preocupado.

 

 

—É imprescindível que ele cumpra teste, Atena.- vozes femininas disseram ao mesmo tempo.

—As Moiras? -Dohko se posicionou ao lado de sua deusa, ao ver as figuras das três deusas aparecerem do nada na sala.

Imediatamente, outros cavaleiros se posicionaram em defesa de Saori, diante das deusas do destino. As mesmas permaneciam com as expressões inalteradas, os olhares frios.

—Aonde ele está, senhoras? Ele está bem? -perguntou Atena, fazendo com que os cavaleiros abaixassem a guarda com um gesto de sua mão.

—Aquele conhecido e temido como Máscara da Morte não é digno de sua preocupação, Atena... -A idosa, chamada Átropos responde.

—Ele é meu cavaleiro, Átropos. Seu bem estar me preocupa!

—Dispensar interesse por um homem indigno de usar uma armadura dourada... -disse Átropos, sorrindo de lado.

—Seu espírito e seu corpo deveriam continuar sendo punidos, como os deuses determinaram... -Lachesis, uma mulher madura continuou.

—Mas por amor a você interferimos. Pois você o perdoou o aceitou novamente entre os seus cavaleiros. -concluiu a adolescente, chamada Cloto.

—Admito que Máscara da Morte tenha cometido muitos pecados, em sua maioria gravíssimos...mas no final se sacrificou pelo o que era certo. -Atena o defendeu.

—Ainda acredita que haja honra e bondade em algum lugar daquela alma escura? -indaga Átropos, exibindo um sorriso na qual faltavam alguns dentes. -Se impôs contra nós...aquelas que nem Zeus ousa desafiar?

—É meu cavaleiro. Não podia permitir que cometam tal injustiça. -diz Atena nervosa. -Onde ele está?

Cloto fecha os olhos e sorri ao lhe responder.

—Dama rica.

—Cale-se, Cloto! -ordena Lachesis em um tom firme. -Falaste demais!

—Não entendi. -Milo coça o queixo, confuso com a resposta da deusa.

—Em um teste de suma importância. Se for bem sucedido. Terá o nosso perdão e o reconhecimento de que pode ser um honrado cavaleiro. -diz Lachesis.

—Tal hipótese será testada. Se falhar, voltará a sua prisão e ao esquecimento. -declara Átropos. -E nem mesmo você poderá salvar sua alma.

E desapareceram.

—Atena...onde será que Máscara da Morte está? -indagou o cavaleiro de Leão.

—Não faço a menor ideia. -respondeu desanimada, depois refletiu. -Dama rica? O que isso significa?

—Espero que aquele idiota esteja bem. -suspirou Afrodite.

 

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Horas depois...

—Acorde!

Ouviu as batidas na porta e a voz de Lydia. Já era a terceira vez que ela batia em sua porta de modo irritante e insistente. Máscara da Morte abriu o olho de maneira preguiçosa e pela janela via que ainda o dia nem havia amanhecido.

—Catso! -resmungou antes de cobrir o rosto com o travesseiro.

Ouviu a porta de seu quarto abrindo e sons de passos leves, não era um adulto que se aproximava da sua cama. Levantou o travesseiro e viu uma menina pequenina o encarando curiosa, abraçada a sua boneca, ela usava um pijama dos ursinhos carinhosos.

—Você é Sarah? -perguntou a ela, e não obteve respostas. -Que foi, piveta? O gato comeu sua língua?

A menina só ficou olhando.

—É autista?

Ela apenas pegou em sua mão, puxando-o.

—Entendi. É para acordar. -ela confirmou com um aceno de cabeça. -Já vou, que mer... -parou ao olhar a menina que o fitou curiosa. -Ah...não falei essa palavra feia, tá?

Sentou-se a cama e viu a menina subir as escadas para a cozinha rapidamente. Ouviu o primeiro galo cantar e voltou a deitar na cama.

—Nem quando era aprendiz levantava tão cedo! -resmungou, antes de levantar-se e se arrumar. -Na primeira oportunidade, me mando daqui e que se dane teste de deusas e todo o Olimpo!

Sentado a cama tentou sentir novamente seu cosmo. Erguendo a mão tentou se concentrar, sentir aquele poder que nascia de dentro da sua alma. Nada. Praguejou mentalmente, sabia que isso era causado por aquelas mulheres. Assim que voltasse, iria pessoalmente puni-las, pensou.

Após se trocar, subiu as escadas e viu uma cena bem familiar. A família Denílson sentada a mesa, tomando o café da manhã. Essa cena provoca reações adversas no Cavaleiro. Desconforto, inveja, saudades de algo que nunca teve...uma família.

—Como prefere os ovos? -perguntou Lydia, despertando-o do transe.

—O que disse?

—Os ovos? Do seu café. Mexidos ou fritos? -insistiu com o semblante sério.

—Não tenho tanta fome. -respondeu sentando-se a mesa, pegando uma maçã num cesto.

—Devia se alimentar bem, rapaz. -comentou Jeremiah. -O trabalho na fazenda é duro e fazê-lo de estômago vazio não ajuda em nada.

—Mas eu não tenho... -foi interrompido quando Lydia colocou diante dele um prato com os ovos mexidos e torradas.

—Psiu! -chamou o menino. -Melhor comer, ela acorda de mau humor.

—Percebi. -resmungou, acaso teste de paciência era o que as destinos queriam? Se fosse alguns meses atrás, ele a teria punido pela ousadia.

—Phillipe, come logo e vá se arruma para ir à escola. Alice, você também. -ordenou a severa Lydia e depois olhou para o cavaleiro. -Meu pai vai lhe mostrar o que fazer, "Marco", melhor comer logo. Vou me trocar e volto logo.

Intimamente ele sorriu, ao vê-la saindo da cozinha. Ela estava incomodada com sua presença ali, e isso estava sendo divertido.

—Ela não gosta de você. -comentou Alice.

—Eu vi isso também. Você é Alice, certo? -a menina concordou com um aceno de cabeça. -E a baixinha é Sarah?

—Sim.

—Quantos anos você tem, Sarah?

—Ela tem cinco anos. -respondeu Phillipe. -Ela não fala.

—Por que? -ficou curioso.

—Desde que papai e mamãe morreram, ela não fala mais. -respondeu Alice, brincando com a comida.

—Hora de se arrumarem para a escola, crianças. -pediu o avô, atendido pelos pequenos.

—Não queria ser indelicado. -desculpou-se.

—Não tinha como adivinhar. -suspirou o velho. -Meu filho e a minha nora morreram ano passado em um acidente de carro. Meu filho morreu na hora, a mãe dos meninos ainda ficou agonizando no hospital três dias antes de se juntar a ele. Foi algo que nenhum de nós superou ainda. Ainda bem que as crianças não estavam no carro com eles, pois poderiam ter tido o mesmo destino.

—Entendo. Sinto muito.

—Tudo bem. -ele se levantou. -Pronto para conhecer a fazenda?

—Uma pergunta, velho.

—Me chame de Jeremiah. Qual a pergunta?

—Fazenda do que, Jeremiah?

Alguns minutos depois, o senhor o guiava até os fundos da fazendo, e para um belíssimo pomar, carregado de...

—Pêssegos? -exclamou Máscara da Morte ao examinar a área.

—De um lado temos o Pacifico...está um pouco longe, umas duas horas de carro, mas é uma bela visão. -explicava o velho. -O clima quente e seco desses vales aqui é ideal para as hortas, vinhas e pomares. Há uns quarenta anos que me dedico a colheita de pêssegos e nunca me decepcionei. Antes disso, meu pai e meu avô cultivavam hortaliças e criavam pequenos animais. Mas...

—Mas?

—O progresso pode ser ingrato. Essa região era bela com seus pomares, agora estão abandonados porque os antigos proprietários começaram a vender suas terras para a construção de fábricas. Nem pessoas para trabalharem quando a colheita chegar eu encontro. -suspirou desanimado, acariciando um pessegueiro. -Muitos se mudaram para cidades maiores, procurando empregos. Mas eu não venderei nada, nem Lydia venderá. Esse é o meu cantinho do céu, que vou deixar para os meus netos.

—Cantinho do céu? -deu uma risadinha debochada.

—Não ria, rapaz. Todo homem precisa de um lugar para chamar de seu. E essa fazenda pode ser pequena, mas tem sido o meu lugar, desde que nasci naquela casa. Aqui me casei, criei meus dois filhos e minha esposa só saiu desse lugar para se juntar ao Pai. Não irei deixar esse lugar para ser transformado em alguma fábrica.

—Aqueles homens de ontem. Não pareceram contentes por ter se negado a vender.

—Aquelas cobras. Acham que aqui é uma das províncias de Ontário ou Quebec. -falou zangado. -As fábricas não trarão nada de bom por aqui. E ainda não me convenceram de que querem apenas isso. E ademais, não são apenas as fazendas, meu rapaz. Olhe ao redor!

O idoso apontou para a paisagem natural.

—O que acontecerá com esse lugar se aqueles homens começarem a cortar árvores, explodir os morros e envenenar as águas em nome do progresso? Não é a herança que quero deixar para meus netos...

O cavaleiro não comentou nada, também havia notado que aqueles homens escondiam alguma coisa.

—Vamos, vou te mostrar o seu serviço. Sabe mexer com máquinas?

—Não.

—Ótimo. Eu te ensino. -dando-lhe um tapa no ombro e caminhando. -Vou te ensinar como controlar pragas.

 

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Horas mais tarde, depois de ajudar Jeremiah com seu controle de pragas, e sem nada para fazer no momento, Máscara da Morte caminhava pela fazenda, pensando no que deveria fazer, no que as Destinos queriam com ele trabalhando em uma fazenda no fim do mundo, e de como voltar para a Grécia.

Parou ao escutar um som de dentro de um galpão e entrou nele, avistou Lydia tentando consertar um velho trator.

—Acho que mesmo que conserte isso, não será de grande serventia. -comentou, assustando-a.

—Como consegue ser tão sorrateiro? -perguntou com a mão no coração. -Não vamos usá-lo na fazenda, mas devo fazê-lo funcionar para o desfile de aniversário da cidade.

—Quer ajuda?

—Não. Sei o que faço e meu pai já disse que de máquinas você não entende nada. -respondeu com ironia, voltando ao trabalho no motor.

—Não sou bom com máquinas mesmo. Minha infância e juventude não foram exatamente...normais.

—Por que não? Seus pais viviam se mudando? Eram hippies e você cresceu em uma sociedade alternativa? -perguntou sem olhar para ele.

—Meus pais morreram quando tinha seis anos. Foram assassinados na minha frente. -respondeu com acidez.

Lydia parou o que fazia e o encarou, com um olhar surpreso e em seguida penalizado.

—Eu sinto muito. Desculpe, não queria ser grossa com você.

—Eu causo esse efeito nas pessoas.

—Ando nervosa por muitas coisas. Incluindo por não conseguir consertar essa...porcaria! -deu uma pancada com a chave de fenda na máquina, e quando se virou, pisou em falso.

Teria se esborrachado no chão, se não fosse amparada naquele instante por "Marco".

—Você também é rápido! -ela murmurou, ruborizada.

—Já fui mais rápido que isso. -ele comentou sem soltá-la.

—Um dia, me conte mais sobre você.

—Não é uma história tão emocionante assim. -Lydia apavorou-se ao notar que ele inclinava a cabeça em sua direção.

—Hum-Hum! -alguém pigarreou, chamando a atenção de ambos e fazendo Lydia se soltar dos braços que a envolviam.

—Adam!- ela olhou para o rapaz loiro que chegava naquele instante, nada contente. -Adam...você veio!

—Sabe que costumo passar aqui sempre que posso. -o rapaz olhou de maneira nada amistosa para o cavaleiro, que mantinha um sorriso cínico. Ele se aproximou de Lydia, dando-lhe um beijo. -Como está? E quem é esse?

—Bem, estou bem. Adam... esse é um primo distante de meu pai, que está de passagem. Veio da Itália.

—Seu pai tem parentes na Itália? -espantou-se. -Interessante.

—Uma... prima de segundo grau que se casou com um italiano. -desculpou-se desajeitada. -Marco Bardella...Adam Lawrence. Ele é o xerife da cidade e...

—Namorado dela. -acrescentou com ênfase. -Bardella? Eu já estive na Itália numa viagem de férias de verão do segundo grau. Bardella não é o nome de um museu? Museum D'arte Costantino Bardella em Chieti.

—Prazer. -respondeu o cavaleiro. -Um museu? É mesmo. Já haviam me dito isso antes. Mas também é um sobrenome comum lá na Itália.

—Vamos entrar, Lydia. Queria conversar com você. -Adam se dirigiu a Lydia, ignorando o outro homem.

—Podem ir. -respondeu Máscara da Morte, se voltando para o trator como se nada houvesse acontecido. -Tenho muito o que fazer aqui.

—Claro. Vamos. -concordou Lydia, conduzindo Adam para fora do galpão, mas não antes de olhar para trás.

Assim que se viu sozinho, Máscara da Morte deu uma risada. Por pouco não beijara aquela boca tentadora. Se o mauricinho da lei não tivesse aparecido...suspirou imaginando que gosto teria aqueles lábios, e depois balançou a cabeça afastando tais pensamentos.

Certamente não fora mandado ali para seduzir Lydia, embora a ideia lhe fosse bem aprazível. Já tivera muitas mulheres em sua vida, a maioria delas eram mulheres de vida fácil, ou servas acostumadas a cederem a seus caprichos. Pela primeira vez, sentia atração por alguém que era totalmente diferente das "damas" que conheceu.

—Lydia. -murmurou e deu um sorriso sarcástico. -Se não descobrir exatamente o que vim fazer aqui e resolver esse teste louco...com certeza, não vou resistir em conhecê-la...melhor.

E começou a tentar consertar o trator.

 

Continua...


Notas Finais


Notas: O nome Marco, como perceberam é falso. Ele ainda não vai dizer seu nome verdadeiro na fic...ainda.

O sobrenome Bardella eu o escolhi, pois é o sobrenome da minha tataravó que veio da Itália. E como viram, de um museu na Itália.


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