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História Redemption - Capítulo 7:


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 8 - Capítulo 7:


Adam saiu resmungando da casa. Furioso pelo rumo dos acontecimentos, da maneira que foi tratado por seu tio, de ser trocado por um completo estranho pela Lydia.

Não que se importasse com o que aconteceria agora, a maldita colhia os frutos de suas escolhas, mas odiava ser tratado como um idiota pelo tio. Entrou no enorme pomar e deparou-se com uma cena que gelou seu sangue e o fez amaldiçoar-se por seguir aquele caminho.

Os dois capangas de seu tio caídos ao chão, imóveis, cheios de hematomas e ferimentos provenientes de uma série de golpes que receberam e em pé entre eles, olhando-o como se tivesse acabado de ganhar um prêmio, o maldito italiano.

—Ora, ora... Olha quem chegou na hora certa. Disse Máscara da Morte com um meio sorriso, fechando os punhos de onde algumas gotas do sangue que ainda os manchavam, pingavam preguiçosamente até o chão. - O filho da puta que estava procurando.

Adam tem por instinto levar a mão até o coldre para pegar sua arma, mas Máscara da Morte mostrou-se mais forte e o alcança primeiro, segurando-o pelo pescoço com certa força, tirando o ar do rapaz e imobilizando-o.

Mas não impediu que ele, por reflexo, apertasse o gatilho e disparasse contra o chão. O som do tiro logo atrairia os demais na casa, e por isso teria que ser rápido.

—Nada disso! Sabe ainda bem que as crianças não estão aqui, vamos poder conversar numa boa. Agora... -aperta um pouco o pescoço do rapaz e aproxima o rosto do dele em um olhar intimidador. -Onde está Lydia? É bom, para a sua saúde, eu gostar da resposta.

 

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O som do tiro chama a atenção de todos na casa, no exato momento em que Lydia iria assinar o contrato contra a sua vontade. Um arrepio percorreu seu corpo, pensando que algo poderia ter acontecido com as crianças e se desespera.

—Desgraçados! São crianças!!!

Ela se levanta, tentando avançar contra Thad, mas foi empurrada violentamente de volta ao sofá.

—Fique aí, sua cadela doida! Você. -apontando para um dos capangas. -Vai lá ver o que houve! Só vai me faltar essa. Um dos idiotas ter atirado em um dos pirralhos.

Ele obedece de imediato, saindo da casa.

—E se o tiro não foi por causa dos moleques, chefe?

—Então. Vocês terão mais um trabalho sujo para fazer.

 

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Máscara da Morte observava de longe a casa. Não foi difícil conseguir todas as informações que precisava com o covarde do Adam, que agora estava desacordado e sem os dentes da frente, alguns metros atrás dele. Estava pensando em como agir, sem ferir Lydia e Alice que estavam lá dentro.

 

O antigo Máscara da Morte teria entrado sem problemas, mandado as almas daqueles vermes para o outro mundo com apenas um gesto de seu dedo e tudo estaria resolvido. Mas, não podia. Agora era apenas Giovanni... Mas não era indefeso.

Não tinha seu cosmo, mas tinha o conhecimento e a experiência de anos de treinamento e luta corporal. De missões e o enfrentamento de perigosos inimigos. Não seria em vão o que aprendeu.

Não poderia se dar ao luxo de deixar que elas se ferissem. Ou jamais se perdoaria. Sentiu um estranho formigamento na palma da mão que se estendia até a ponta dos dedos. Imaginou o que seria, mas ignorou cerrando-a em um punho fechado.

Certamente era por causa dos seguidos golpes físicos que desferiu nesse dia, a adrenalina o fazia sentir mais forte e entusiasmado para agir. Deu um sorriso confiante, e avançou sobre o homem armado que acabara de sair da casa, sem dar-lhe chance alguma de reagir, deferindo um soco em seu rosto, quebrando os ossos da sua face e deslocando sua mandíbula.

Assim que ele cai ao chão já estava desacordado.

O barulho que seu ataque causara não passou despercebido. Os dois homens que ainda estavam na casa foram até a porta quando ouviram o barulho, ao saírem viram o comparsa caído e nenhum sinal de quem o atacou.

Thad e o outro sacaram suas armas e cada um, por um caminho diferente, contornou a casa a procura do intruso, caminhando de modo cauteloso. Thad chega aos fundos e não vê seu parceiro, estranha. Olha pelo lado em que ele deveria ter aparecido, caminha de volta para frente da casa, e não encontra ninguém.

—SEU FILHO DA MÃE! -grita nitidamente nervoso. -VOCÊ SABE COM QUEM ESTÁ SE METENDO? EU SOU THAD LAWRENCE!!! SOU O DONO DESSA CIDADE!!!

—Hei!

Thad se vira a tempo apenas de ver um punho vindo certeiro na direção de seu rosto, acertando-o e jogando-o longe.

—Fecha essa boca. -mandou o cavaleiro, observando o homem caído com desprezo.

—Giovanni?

A voz de Lydia aparecendo na porta com Alice chama a sua atenção e ele sente um alivio enorme ao vê-la bem. Não tem chance alguma de perguntar algo a ela, pois a morena corre e o abraça forte, emocionada por ver que estava bem.

—Você voltou!!!!

—Calma! Eu... estou bem... -instintivamente a abraçava, acariciando a cabeça da outra menina que se aproximava. -Eles te assustaram, Alice?

—Não muito.

—Eles vão aprender a não mexer com vocês mais.

Lydia se afastou, limpando as lágrimas e depois dá um tapa no ombro dele.

—Onde esteve? Fiquei aflita!

—Brincando na mata.

Respondeu meio sem graça. Aquela família realmente se importava com ele, com sua segurança. E ele não iria mentir para si mesmo, que sentiu a mesma aflição quando soube que poderiam estar em perigo. Será que era isso o que aquelas deusas queriam?

—Brincando? –Lydia o olhou sem entender, depois fitou Thad caído. -Ele está..?

Próximo a eles, Adam se arrastava pelo gramado, amaldiçoando o homem que apareceu do nada e estragou seus planos para o futuro.

—Só apagado. Melhor chamar a polícia estadual. -ele sugeriu. -Vou buscar os dois pirralhos.

Ela concordou com um aceno de cabeça, afastou-se mandando Alice ir para dentro, subindo alguns degraus da escada do alpendre, ela se volta ao ouvir os gritos alegre dos sobrinhos saindo do seu esconderijo com a irmã menor, correndo na direção de Giovanni.

Sorri.

Adam aponta a arma que recuperou, apontando ela na direção do maldito estrangeiro, mesmo com a visão turva pelo olho inchado. Ele cospe sangue e a vê. Amaldiçoa a mulher e direciona o cano da arma na direção dela.

Máscara da Morte sente algo errado, um arrepio na nuca. Anos vivenciado em campos de batalhas o fizeram sensível ao perigo iminente. Seus olhos percorrem ao redor tentando identificar o perigo. Um brilho metálico chama a sua atenção.

Ele percebe o perigo. Corre na direção da morena.

Ele quer gritar o nome dela. Tarde demais.

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–Desperte... seu cosmo...Cavaleiro...

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Como se um raio o atingisse, seu coração dispara a uma velocidade alucinada.

O som de um tiro ecoa no ar.

Uma energia poderosa percorre cada célula de seu corpo e lhe impulsiona a correr mais rápido que uma bala, mas sua mente apenas raciocina que deveria protegê-la.

Ele a abraça, procurando usar o corpo como escudo.

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Mas não sentiu a bala ferindo e atravessando seu corpo, mas percebeu que a bala atingira o pilar de madeira do alpendre. E o grito agoniado de Adam ecoa pelo ar. Máscara da Morte se vira e o vê contorcer-se de dor segurando a mão, transpassada por uma rosa vermelha.

—Que..?

—Hunf! Que covarde atirar em alguém pelas costas.

Máscara da Morte olhou na direção da voz e surpreende-se.

—Tem sorte de eu não usar uma rosa envenenada.

Máscara da Morte parecia não acreditar no que via. Saga de Gêmeos e Afrodite de Peixes estavam bem ali, com roupas civis, mas atentos ao perceberem que algum tipo de confronto ocorreu ali.

O Cavaleiro de Peixes acena, sorrindo satisfeito por ter chegado a tempo de ajudar o amigo e Saga se aproxima. Lydia pareceu confusa de início, até se dar conta de que eram amigos de Giovanni.

Afrodite caminha até Adam, que gritava alucinado pela dor e recebe um chute do cavaleiro de Peixes que faz uma careta.

—Como é escandaloso! Máscara da Morte, já não lhe disse para parar de andar com gente tão... Horrorosa assim?

—Afrodite! Saga! Como..?

Então, foi como se o tempo parasse. O vento, os animais, as pessoas ficaram paradas no tempo, e um silêncio absoluto tomou conta do lugar. Ninguém se movia, a não ser o Cavaleiro de Câncer que olhava a tudo confuso.

—Você sentiu não é?

—O Cosmo em seu corpo...

—Despertando quando foi necessário?

—Vocês... -ele se vira e novamente estava diante das três deusas do destino, que olhavam impassíveis para ele. -Sabiam que isso aconteceria?

—Não. -responderam em uma só voz.

—Apenas tínhamos fé de que a armadura dourada de Câncer...

—... que foi usada no passado por homens e mulheres de grande honra...

—... não teria te escolhido em vão.

—Por que aqui? Nesse lugar? E não me enviaram para enfrentar um inimigo de Atena? -ainda estava confuso com os acontecimentos.

—Não existe maior maldade, do que aquela que nasce...

—Nos corações dos homens, cavaleiro.

—Você, melhor do que ninguém sabe disso.

—Estava disposto a doar sua vida por essa mulher, não se pergunta agora por quê?

Ele não responde nada por um momento, depois olha para Lydia.

—Você sabe porquê. -disseram as três juntas.

 

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Então as deusas desaparecem como se nunca estivesse ali. E o tempo voltou a fluir normalmente.

—Giovanni? -a voz de Lydia o traz de volta a realidade e ele se dá conta de que Saga havia lhe dito algo.

—O que disse?

—Disse que explicaremos depois como foi que te achamos. -respondeu o geminiano. -Mas, fico satisfeito que esteja bem, Másc... -ele hesita olhando para a jovem.

—O que faremos com eles? -perguntava Afrodite cutucando Adam com a ponta do sapato dele, fazendo uma cara de nojo.

—Deixaremos isso com o nosso contato no Canadá. -respondeu Saga, pegando um aparelho de celular. -Acredito que ele saiba que órgãos federais ele deverá acionar para resolver esse problema.

—São... são seus amigos? -perguntou Lydia, ainda imaginando como o rapaz, que parecia um supermodelo, desarmou um homem com uma rosa.

—Bem... mais ou menos.

—Os agentes chegarão a pouco tempo, mas não podemos ficar. Temos que ir embora. Vamos? -decidiu o cavaleiro de gêmeos, estranhando a hesitação do colega. -Algo errado? Esses homens estão inutilizados, não representarão perigo algum a esses civis até que cheguem as autoridades alertadas pelo contato do Santuário.

—Civis? Santuário? Vocês são de alguma agência do governo? -a morena estava cada vez mais confusa.

—Você falou demais, Saga. -resmungou Máscara da Morte ao outro, que ficou sem graça. -Mais ou menos, Lydia. Queria te explicar, mas... Às vezes é melhor que vocês não saibam de nada.

—Saga... psiu! -Afrodite chama o colega com um sinal, para que se afastasse dos dois. Percebendo que estava sobrando ali, foi para perto do outro cavaleiro. -Está lerdo para perceber as coisas hoje, hein?

—O que?

—Deixa os dois conversarem! Psiu!

—Mas...

—Psiu!

Máscara da Morte colocava as mãos nos ombros da garota e a fitou. Pela primeira vez sentiu um nó na garganta e não sabia o que falar. Claro que pretendia ir embora, mas apenas quando quisesse... E não sentia que era agora o momento. Percebeu as três crianças olhando-o, esperando que ele falasse algo.

—Por que ele te chamou de Máscara da Morte? -ela indagou, fazendo-o voltar a fita-la.

—É um nome sujo. Não quero que você o repita. Já lhe disse meu nome verdadeiro, não é? -ele tenta sorrir, sem graça. -Escute Lydia. Tenho uma amiga... bem, mais uma chefa do que amiga...acho que ela não se negaria a ajudar sua cidade legalmente contra esses merd... -disfarça ao perceber Sarah ao seu lado. –Mas eu...

—Você vai embora, não é? -perguntou séria. -Sabia que escondia algo sobre você, e que esse seu passado viria te procurar. Mas não entendia o porquê. Não precisa ir embora, pode ficar.

—Preciso. Esse não é meu lugar! Eu tenho um dever, não é algo que eu possa virar as costas e ignorar. É algo que carregamos pela vida toda. Não posso te explicar mais.

—Não precisa! -disse Phillipe interrompendo, mas calou-se quando a tia deu um passo para trás, se afastando do cavaleiro e tocando a sua cabeça. -Disse que ia me ensinar a me defender...

—Desculpa não ter dado tempo. Cuida das meninas, guri. -Ele tenta acariciar a cabeça do garoto, mas ele desvencilha e vai sentar no degrau do alpendre, dando-lhe as costas.

—Vai. -Diz Lydia, ficando do lado de Alice.

Máscara ia se afastando, mas Sarah corre até ele e pega sua mão.

—Vai voltar? -perguntou timidamente.

—Ei, baixinha. Você fala então? -ajoelhou na frente dela e acariciou seu rosto. -Um dia, tá? E você me conta se seus irmãos se comportaram bem.

A menina concorda com um aceno de cabeça, beija o rosto de Máscara da Morte e volta para o lado da tia.

—Não vou chorar! Não vou chorar! Não vou chorar! –Afrodite ficava repetindo, mordendo um lenço, mas com o rosto banhado em lágrimas. Saga revirou os olhos.

Máscara da Morte para diante do amigo, estreitando o olhar.

—Pra que o choro?

—Não estou chorando! -resmungou o cavaleiro, dando-lhe as costas e pegando a direção onde o carro estava estacionado.

Saga foi andando também, o cavaleiro achou melhor não tecer comentários ou fazer perguntas sobre os dias da ausência do colega, ficando claro o que aconteceu.

Foi seguido pelo cavaleiro de Câncer, que deu uma última olhada para trás antes de entrar no carro. Viu Phillipe correr para dentro de casa batendo a porta, sendo seguido pela irmã mais velha, Lydia e Sarah permaneceram no mesmo lugar, e ali ficaram até o automóvel sumir de seu campo de visão.

 

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EPÍLOGO

Alguns dias depois, Santuário.

Um preocupado cavaleiro de Peixes passava pela casa de Câncer. Seu interior não ostentava mais a aura sufocante e maligna de outrora, mas não deixava de ter um ar pesado.

No entanto, o motivo era outro. Afrodite o encontrou novamente olhando a paisagem que a vista do alto de seu templo lhe proporcionava. Alheio ao o que acontecia e a sua presença, bem como a presença de um terceiro cavaleiro que se aproximava.

—Afrodite de Peixes.

—Hm, olá Camus. -respondeu, olhando o cavaleiro de Aquário por cima do ombro, carregando seu filho de poucos dias no colo e sorri para o pequeno. –O pequeno Ètienne está ficando grande a cada dia! Tem os seus olhos.

—Obrigado. Agora o levarei para ver a senhorita Atena. Ela não consegue ficar longe do afilhado um dia sequer. Bem... –apontando com o olhar para a Casa de Câncer. -Como ele está?

—Deprimido. -suspira. -Está assim desde que saímos do Canadá. Quem diria?

—Quem diria, não é? -Camus concordou com um aceno de cabeça. - Já o imaginou nessa situação?

—Jamais. Chorando pelos cantos, suspirando, olhar perdido...

—PAREM DE FALAR DE MIM COMO SE EU NÃO ESTIVESSE PRESENTE, CÁSPITA! INFERNO! -o Cavaleiro de Câncer gritou, irritado. -Falem o que querem ou saiam daqui!

—Vai acordar o bebê! –Afrodite ralhou, apontando com o olhar para o pequenino adormecido. –E não pragueje na frente do bebê!

—Quem olha acha que ele voltou ao normal. -diz Camus, ignorando o olhar furioso de Máscara da Morte.

—Merd... –parou diante do olhar reprovador de Peixes. –O que quer, Afrodite?

—Vim aqui, Máscara da Morte a pedido de Atena. Ela o espera em seu templo. –respondeu o pisciniano.

—Ainda bem que o guri não puxou seu nariz e sim, o pequeno e perfeito da mãe.

Disse o canceriano, subindo as escadas e Camus fica pensativo, colocando a mão sobre o nariz como se quisesse analisar se ele era grande. Afrodite segura sua mão e faz um sinal negativo com a cabeça.

O cavaleiro de Câncer passa pelos companheiros iniciando uma subida até o Templo no ponto mais alto do Santuário. Diante da sua estátua estava a reencarnação de Atena, acompanhada pelo mordomo. O homem parecia uma sombra, jamais ficava longe da divindade.

Máscara da Morte se ajoelha diante dela, esperando que falasse. Talvez fosse uma missão. Intimamente gostou da ideia. Quem sabe uma missão, uma luta o faria esquecer por algum tempo aquela sensação de vazio que lhe incomodava há dias.

—Aqui. -ouviu a voz dela e viu que ela lhe estendia um papel. -O voo é daqui alguns dias. Dá para arrumar suas malas sem muita pressa.

—O que é isso? -pegou o papel sem entender.

—Uma passagem de avião. Para o Canadá. -ele a olhou surpreso. –A Agência é da Fundação. Eles tem recomendação para garantir em todos os seus voos entre a Europa e o Canadá assentos preferenciais para você.

—Mas...

—Sabe Máscara da Morte... Não seria o primeiro cavaleiro de ouro a morar longe do Santuário. Muitos chegaram a ter família, e isso nunca os impediu de seguir seus cosmos quando fosse necessário pelo bem da Terra. -dizia a deusa com um sorriso que deixou o cavaleiro sem fala. -Não quero ver meus cavaleiros entristecidos, não agora que conseguiram uma nova vida e uma nova chance. É isso o que eu mais desejo em meu coração.

—Mas, eu...

—Não ouse falar que não merece. –replicou Atena. –Não vê Saga? O quanto está feliz? E Camus? Todos vocês são merecedores de ter uma vida plena e feliz, Giovanni.

—Sabem meu nome? –espantou-se.

—Sempre soube. –ela sorri.

—Afrodite é linguarudo. –ele sorri. -Atena... eu...

—Sei que quando seu cosmo for necessário em alguma batalha, e oro para que esse dia nunca chegue, ele o guiará de volta à Casa de Câncer. Até lá, seja feliz!

—Obrigado...

 

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Alguns dias depois.

Fim de tarde, uma caminhonete voltava da cidade levando consigo três crianças e uma jovem mulher de cabelos negros. Eles conversavam sobre como havia sido o dia das crianças na escola, e eles lhe perguntavam sobre uma reunião municipal na qual ela havia participado.

—Bem... -disse Lydia.-Parece que uma multinacional japonesa, daquelas “trilhionárias”, comprou os direitos de exploração das jazidas de minérios da região pelos próximos cinquenta anos.

—Tudo isso?! -espantou-se Phillipe.

—É até pouco. -explicava a tia. -Mas o que me surpreendeu foi o que o advogado da empresa falou na reunião com os moradores.

—E o que ele disse, tia? -perguntou Alice.

—Que não vai explorar nada. Que eles não têm interesse na devastação ambiental que a mineração iria criar aqui na região.

—Não entendi. -a menina mais velha pensou.

—E vai devolver as terras compradas ilegalmente com indenização às famílias dos antigos proprietários.

—Comprou para não usar? –Phillipe estava confuso. –Gente doida, tia.

—Pelo o que entendi, a empresa vai pedir para o governo transformar a floresta aqui perto em área de proteção ambiental, porque só aqui que nasce e cresce um tipo de pinheiro. E que tem uma ave migratória que só faz seu ninho aqui na primavera. -a tia estava muito feliz com a decisão. -A presidente parece ser daquelas pessoas podres de ricas, mas que querem salvar o mundo. Por mim, está tudo bem. Se virar parque nacional, jamais vão poder mover uma pá de terra para explorar a floresta e a região. Incluindo, o rancho.

As crianças deram gritos comemorando.

—E que tal para comemorarmos. -dizia chegando no rancho. -Eu prepara-se um jantar especial?

—Pizza!!! -disseram os três em uma só voz.

—Ok... peço pizza! -riu estacionando, saindo do carro e estranhando não ver o pai habitualmente sentado no alpendre. -Onde está o seu avô?

Ouviram o som do motor do trator outrora quebrado. Os quatro se entreolharam surpresos.

—Vovô consertou o trator? -perguntou Phillipe, ajeitando a mochila da escola nas costas.

—Seu avô não pode fazer esforço. Ordens médicas! -respondeu Lydia já se preparando para dar uma bronca em seu pai, caminhando para o celeiro e parando ao ver o pai saindo de dentro de casa com uma bandeja com limonada. -Pai?

Um grito e o som de ferramentas caindo, seguido pelo do trator sendo desligado.

—AH, FIGLIO DI PUTANNA!

Alguém berrou de dentro do celeiro, e o coração de Lydia se acelerou ao reconhecer e o som daquela voz e todos correm para a porta e parando surpresos com quem estava lá, segurando a mão que recentemente deveria ter se machucado com o trator.

—GIOVANNI! -gritavam as três crianças correndo na direção dele e o abraçando, quase o derrubando.

—Hei! Suas pestes! -recebeu-os, pegando Sarah no colo. -Quem falou para vocês meu nome de verdade?

—A tia Lydia. -disse Sarah timidamente.

—Vou ter problemas com sua tia que não aprendeu a guardar segredos? -perguntou colocando a menina no chão e caminhando até Lydia que parecia em choque. -Olá.

—Como? Quando? O que faz aqui? -perguntava enquanto era abraçada por ele pela cintura. Lydia parecia não acreditar no que via.

—Eu ainda não o demiti. Tem que trabalhar na colheita comigo. -respondeu o idoso rindo. -Vamos, meninos. Deixem os dois conversarem.

Os meninos protestaram, mas seguiram o avô que se retirou do celeiro com um sorriso.

—Como? De avião. Quando? Hoje de manhã. O que faço aqui? Consertando aquela velharia. Vamos desistir e comprar um novo que é melhor. -respondeu achando graça na confusão dela. -Resolvi ficar aqui um tempo. Minha Chefa acha que devo ficar.

—Mas...

—Se ela precisar dos meus serviços saberá onde me encontrar.

—Eu... que tipo de trabalho é esse que você tem?

—Shhh... Prometo lhe contar tudo depois, mas agora. Voltei porque preciso ficar aqui com você. -lhe diz acariciando seu queixo com o polegar.

—Não acredito que esteja aqui. Queria ter dito que... antes de você ter ido embora, eu devia ter lhe dito o que eu sinto. Que me apaixonei por você...

—Eu sei amore mio... estou aqui.

Ela fitou-o, repleta de amor. Não havia mais dúvidas ou temores. Ele havia retornado, e quando finalmente ele inclinou a cabeça para beijar-lhe a boca com saudades, ela se rendeu. Lydia tinha certeza, agora, que haviam sido feitos um para o outro.

 

FIM...


Notas Finais


Ètienne é filho de Camus e Raphaela (Vulgo, deusa Aurora). Seu nome significa Vitorioso.


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