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História Reflexões da Alma - Renascer de uma amizade


Escrita por: Dasf-chan

Notas do Autor


Olá, queridos!
Feriado! Dia abençoado pelos deuses!
Postando mais cedo.

Sabem como eu amo amizade, então, essas são minhas reflexões sobre como nosso Shunny está com seu cosmo poderoso.

Bjs e boa leitura.

PS: (em tempo 13/10/2016) editei a capa colocando esta foto que fiz de um botão de flor de Azaléia para ~BoloraCora, em agradecimento pelas palavras dedicadas em seu lindo oitavo capítulo da fic 'Sunday Bloody Sunday'. Bjs!

Capítulo 4 - Renascer de uma amizade


Fanfic / Fanfiction Reflexões da Alma - Renascer de uma amizade

Encostados naquela árvore antiga de tronco tão firme, com a relva suave como veludo aos nossos pés, e a fina neve a coroar a noitecer, bem que Chronos poderia esquecer-se de suas funções e nos deixar ali pelo tempo que eu precisava para curar as feridas de meu coração orgulhoso. Um orgulho que fazia parte de mim como minha própria armadura de Cisne, conquistada ao enfrentar as geleiras eternas da Sibéria. Mudar este orgulho seria uma tarefa tão árdua para mim... Digna de uma nova guerra santa.

-----*-----

Os pensamentos não permitiam que a mente inquieta de Hyoga acalmar-se, enquanto compartilhava aquele tempo tão singular ao lado de seu amigo. O abraçava para protegê-lo do frio, contudo, esse pretexto era perfeito para ter a certeza que o pequeno estaria seguro em seu abraço. Sempre o protegera, assim como um irmão. Sentia-se agradecido por seu mestre ter-lhe aberto a visão para o interior da memória e do coração para a realidade da relação fraternal que possuíram. Tal como os rios siberianos, rígidos na superfície lisa e brilhante; intensos em seu fluir interior.

O nobre cavaleiro de Peixes retornara à sua casa, subindo as escadarias do ádito sagrado de forma lenta e calma, pensativo nas palavras que ouvira de Athena e que guardara em seu coração. Inclusive as que a deusa havia conversado com ele em particular a respeito de preparar seu pupilo para uma missão fora do Santuário.

Na primeira casa, Mu e Kiki  haviam recebido as boas notícias sobre Shun com alegria, a criança ainda estava ansiosa por ver o amigo de que tanto gostava, o ariano mais velho havia tido dificuldades em fazer o pequeno se conformar e esperar um pouco mais. O jovem lemuriano exibia capacidades de telecinese e telepatia excepcionais e poderia ser bastante útil em um futuro próximo.

Afrodite adentrou a sexta casa e nela se demorou um pouco mais para tranquilizar Shaka, que estava interessado em saber como estava seu pupilo, apesar de monitorá-lo pelo cosmo. Estranhamente, o cavaleiro de Virgem estava mais preocupado e um tantinho ansioso com o bem-estar de Shun mais do que demonstrava, e isso era algo muito raro para alguém tão seguro e compenetrado.

O jovem pupilo realmente o tinha ensinado o cavaleiro mais próximo de Deus, durante o período em que treinou consigo, a maravilhosa dádiva de sentir

Sentir compaixão e solidariedade. Aquela impiedade característica havia quase desaparecido, dando lugar a um sentimento mais nobre, como a gratidão, que o fazia perceber que caminhava verdadeiramente para se tornar mais próximo do Criador.

O pisciano ainda pararia para dialogar com os outros cavaleiros ao longo de sua caminhada, pois desejava sondar informações. Com sua extrema perspicácia, poucas palavras ditas e sabia o que se escondia por detrás dos mais controlados amigos, inclusive de Camus, que parecia um pouco inquieto. Era nítido que estava imaginando como seu pupilo se comportaria depois do sermão que recebera a respeito da história de Dégel e Kardia, os antigos cavaleiros dourados de Aquário e Escorpião de dois séculos atrás.

Pelo tempo que despendera conversando com cada amigo, chegou à sua casa tarde da noite, porém, com muito mais certezas do que possuía quando deixara o pupilo com o amigo Cisne na campina ao pé da árvore frondosa que os abrigava na amizade sincera.

No Templo de Athena, o Mestre Shion procurava a deusa, desejava conversar sobre um cavaleiro cujo cosmo o deixara ensimesmado. Encontrou-a em pé, próximo à uma das saídas que davam para o jardim, com uma das mãos espalmada para cima, permitindo que os delicados cristais de gelo, que anunciavam a nova estação, caíssem e derretessem sob seu pacífico olhar.

Estava tão absorta em seus pensamentos com seu cosmo luminoso suavemente se espalhando pelo ambiente, que não percebeu a aproximação do antigo mestre de Áries.

– Senhorita...

– Hã?! Sim...

– Algo lhe inquieta, posso perceber... Está emanando seu cosmo e, mesmo assim, não percebeu minha aproximação...

– Eu só estava... Nada, não, Mestre...

– Gostaria de me contar? Poderia lhe fazer sentir-se melhor.

– Estou pensando no Shun...

– O jovem de Andrômeda?

– Ele mesmo...

– A senhorita tem razão de preocupar-se, ele quase causou um desastre ontem. Esse menino é um risco para o Santuário, com esse cosmo sem controle e...

–  Shion! Não fale dessa forma! O que aconteceu foi um incidente isolado. Ele já provou que é capaz de controlar sua energia em benefício dos outros, lembra de como ele ajudou Kanon?

– Mas também a fez arriscar-se para que pudesse ajuda-lo.

– Nada que ele também não tenha feito por mim tantas vezes!

– É o dever dele como cavaleiro.

– Mesmo assim!

– Então, por que a senhorita está tão pensativa?

– Porque... Eu estou pensando naquele cosmo conflitante que tenho sentido próximo ao lago Baikal... Existem distúrbios causa da escassez de água doce que pode vir a afligir o planeta nos próximos anos, e uma guerra silenciosa acontece por lá. Discórdias ainda acometem diversos lugares, e precisamos ter fé que se resolverão sem nossa interferência. Contudo, sinto um chamado estranho advindo daquela região.

– Desde quando tem sentido esta desarmonia? Por acaso o cavaleiro de ouro de Aquário não estava treinando seu pupilo, de certa forma,  próximo à esta região da Sibéria?

– Eu não tinha certeza se deveríamos intervir, essa era a questão... Depois do regresso de Shura, em sua pesquisa por jovens aspirantes a cavaleiros e amazonas, e de Camus e Hyoga, foi que obtive certeza de que precisamos enviar alguém para ajudar na pacificação das desavenças que lá estão acontecendo e pesquisar que energias são essas que lá se fazem presentes.

– E o que pensa em fazer a respeito?

– Conversei com Afrodite mais cedo, hoje... Se Shun estiver bem, imagino que possa nos ajudar a resolver este conflito...

–  O cosmo dele ainda está muito instável. Seria arriscado enviá-lo em uma missão como esta. Existem cavaleiros bem mais qualificados para cumprir seu intento.

–  Nenhum com a bondade e o cálido cosmo de meu amigo... Por isso, consultei um de seus mestres para saber como ele estava depois do incidente.

– Seria melhor que um cavaleiro de ouro fosse convocado, não o menino de Andrômeda.

– Meditei bastante sobre isso. Camus conhece a região e pode ficar responsável por esta missão. Sei que não se oporia a levar Shun com ele.

– Não deseja reconsiderar, senhorita Athena?

– Eu sei o que estou fazendo, mestre Shion. Daqui a alguns dias, convocarei os dois para explicar os detalhes. Até lá, peço a gentileza de não comentar nada com ninguém. Apenas o senhor e Afrodite sabem de minhas intenções e o cavaleiro de Peixes se comprometeu a preparar Shun para a missão nos próximos dias, tanto com relação ao cosmo quanto emocionalmente. Tenho certeza que nos surpreenderemos com o desdobrar dos acontecimentos.

–  Eu ainda preferia que fossem dois cavaleiros de ouro neste missão. Esses meninos cavaleiros de bronze me parecem inexperientes em questões de diplomacia ou de resolução de conflitos.

–  Pedirei a Camus que lidere a missão e tenho certeza que aceitará.

–  E por que não convocar o cavaleiro de Escorpião para ir com ele? Sei que são amigos de longa data e facilitaria a missão em um lugar tão inóspito...

–  Por favor, Shion... Apenas confie em mim. Sei o que estou fazendo.

–  Mas senhorita..

– Por que não fica aqui comigo e medita um pouco enquanto vemos o cair da tarde com esse lindo presente divino em comemoração à chegada na nova estação?

Dando-se por vencido pelos argumentos, o Mestre do Santuário colocou-se ao lado da deusa a fitar a fina neve que deixava a paisagem tão bela quanto a própria voz tranquila de Athena. O ariano precisaria confiar na intuição da jovem a respeito da missão que preparava para os próximos dias.

Mesmo que não entendesse ou concordasse com as escolhas da virginiana, sabia que precisava render-se à sabedoria da moça ao seu lado, afinal, ela era a deusa da estratégia. Com certeza, estava pensando muito mais além do que podia supor.

Próximo ao alojamento dos cavaleiros de bronze, sobre a suave relva da campina, dois amigos estavam quase adormecendo quando ouviram Ikki gritando o nome do irmão, em sua procura. Nem se mexeram, apenas esperaram a voz se aproximar.

– Aqui, Ikki. – Disse o cavaleiro de Cisne, despertando Shun do suave sonho para o qual se permitia ser levado. Hyoga sabia que estava se arriscando ao estar ali por tanto tempo, mas desta vez, não perderia sua calma, precisava demonstrar tranquilidade e entender que aquele chamado advinha de alguém que amava seu anjo da mesma forma que ele mesmo amava. Precisaria aprender a lidar com o excesso de ciúmes daquela ave impertinente.

Antes que Fênix pudesse expor sua raiva em palavras, aproximando-se com o olhar em chamas e o cosmo inflamado, o mais novo, despertando de seu sono plácido, apressou-se à frente, levantando-se e se colocando novamente entre Cisne e o irmão.

– Não queria ver vocês dois brigando, por favor, Ikki. Se eu não me magoei com Hyoga, por que essa raiva toda? E mesmo que eu estivesse chateado com ele, isso é um problema que eu mesmo teria de resolver, não acha?

– Você não lembra o que esse merda fez, Shun?! Você não sabe...

– Eu sei que ele é meu amigo, e o que tiver acontecido está no passado. Da mesma forma que o que houve quando você retornou na guerra galáctica também ficou no passado!

– Mas eu sou seu irmão! Ele é só um...

– Ele é meu amigo! Quer dizer, nosso amigo! Não há motivos para você brigar com ele.

– Eu não aceito isso! Ele ainda vai pagar por...

– Ikki, por favor... Eu te amo tanto, meu irmão... Por favor, escute o que estou pedindo... Deixemos para trás essas brigas e vamos pensar daqui pra frente... Não podemos voltar atrás e fazer um novo começo, mas podemos começar agora a fazer um novo final...

Assim como fizera com o amigo que permanecia sentado, ficou nas pontas dos pés e segurou o rosto do irmão.

Aos poucos se podia perceber seu cosmo pacífico róseo e morno se expandindo, unindo os três em laços fraternos, com tênues correntes de luz.

Parecia que estavam na presença da própria Athena, tamanho amor que se podia sentir emanando de seu puro coração, até os cristais de neve derretiam ao contato com o círculo de luz que os envolvia, e sob as pontas de seus pés, pequeníssimas flores pareciam brotar do chão em meio à relva da campina.

– Mas Shun...

– Nós somos filhos das estrelas, não é, meu irmão? Hyoga também é... Eu o amo como a você... Não se aborreça, sempre estarei esperando por você... Meus braços estarão abertos a te receber sempre que precisares de seu ninho fraterno...

– Você... Me escutou..

– Escutei todos vocês... Mas não com os ouvidos do corpo, mas com minha alma!

Como característico, Ikki tentou, em vão, disfarçar sua alegria e sua emoção ao ouvir aquilo. De seu peito febril suaves miasmas enegrecidos podiam ser vistos desaparecendo, dando lugar à uma luminosidade de fogo brilhante e belo.

Desgrenhando os cabelos castanhos do menor, trouxe-o para seu abraço, como se despertasse de um antigo pesadelo de sua alma angustiada.

Hyoga ainda observava, aliviado, a neblina rósea a desfazer-se aos poucos e Ikki abrir um dos braços, o chamando, um fenômeno extremamente curioso. Ainda pensava estar sonhando ou delirando, mas era uma verdade milagrosa que somente o amor fraterno e aquela voz macia eram capazes de promover.

– Vem, pato. Você é resistente ao frio, mas meu irmão não! Vem, trás essas frutas aí. Tem uma janta quente esperando por vocês lá dentro.

O cavaleiro de Cisne ainda observava, impactado pelo súbito ato de atenção, de amizade não tão espontânea, mas sincera.

– Tá olhando o quê? Viu fantasma? Vamos, odeio esse frio. Levanta logo, porra!

E, num raríssimo momento digno de ser registrado em uma fotografia para a eternidade, sentiu-se abraçado por Ikki, que caminhava como uma grande ave protetora. Shun à sua esquerda, como não poderia deixar de ser, ao lado do seu coração, e Hyoga abraçado por ele à sua direita. 

O jovem Cisne não conseguia dizer uma só palavra, o pensamento galopava acelerado. Como meu anjo conseguiu plantar sentimentos bons com relação a mim no peito do teimoso irmão? Acho que eu nunca saberei... Contudo, é tão bom sentir o renascer da amizade com Ikki, que a tempos parecia perdida. Se quem planta vento colhe tempestade, acho que podemos pensar o mesmo sobre as coisas boas. Shun conseguiu unir até a Fênix e a mim... E está colhendo o plantio do amor que distribui por onde passa.

A neve coroava com seus cristais ímpares a amizade retomada, enquanto os três adentravam o alojamento sentindo o aroma aconchegante de comida caseira recém-preparada, ainda fumegante. Como canção a enlevar os corações.

             (...) De onde é que vem esses olhos tão tristes?
             Vem da campina onde o sol se deita
             Do regalo de terra que teu dorso ajeita
             E dorme serena, no sereno e sonha (...).

(Continua...)


Notas Finais


Acho que essa missão vai ser interessante...

Obrigada a todos que nos acompanham até aqui e que estão curtindo ler esta fic.
Bjs! ;-)

PS: Link para as fics que serviram de escopo para esta:
https://spiritfanfics.com/historia/no-limite-da-espera--1a-temporada-5785039
https://spiritfanfics.com/historia/no-limite-da-espera--2a-temporada-6074433
Obrigada pelo carinho! Como sempre digo, aceito opiniões e sugestões!
Beijos!!!


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