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História Reflexos de uma Injustiça - Visitante inesperado


Escrita por: Mumble

Capítulo 14 - Visitante inesperado


Fanfic / Fanfiction Reflexos de uma Injustiça - Visitante inesperado

Capítulo 14

ELA DORMIA, DORMIA COMO UM ANJO e mesmo estando assim não deixava de ser linda.

Arabella estava deitada em uma cama e ao redor da mesma visualizava Klaus, Mikael e Esther. Eles choravam e me lançavam olhares com tamanho rancor que beirava a ódio extremo, mas essa atmosfera incrivelmente não me amedrontava por completo só temi que me arrastassem para longe de minha menina, mas isto felizmente não aconteceu.

Meus passos eram longos, porém para cada um que dava parecia que mais longe estava, algo estranho. Talvez fosse a emoção. Persisti e ao conseguir me aproximar não me contive, a peguei em meus braços, e era bom tê-la tão perto.

Meu estômago parecia estar habitado por tornados e borboletas, ela não despertou em nenhum momento, era um instante tão único!

Fiquei por muito tempo a beijando, conversando e abraçando-a. Klaus, Mikael e Esther continuavam na mesma posição e com o mesmo semblante, algo bizarro, notei também que eles estavam parados demais como se fossem estátuas petrificadas, olhavam de mim para a minha filha, sem nunca mudar o foco. Algo doentio e sincronizado. Foi pouco tempo depois que notei que algo estava errado.

Eu abraçava um corpo frio, sem vida.

Despertei ao ouvir um baque forte no chão arregalando os olhos abruptamente sentando na cama assustada me dando conta que o ruído se originou da grossa listagem telefônica que despencou da cama, rapidamente recolhi a mesma localizando a página onde havia parado em minha pesquisa por casas de repouso dobrando a página visando marcá-la para saber onde dar continuidade mais tarde. A janela estava entreaberta e por mais que ainda caísse uma garoa fina e entrasse pelas frestas uma ventania gélida sabia que o arrepio que sentia de nada tinha haver com o clima, e tarde demais me dei conta que tive um pesadelo, um pesadelo horrível que mesmo sabendo que não passava disto ainda me deixava atordoada e angustiada.

Voltei a fechar os olhos relaxando, porém tornei a abrir novamente ao ouvir Bonnie bater insistentemente em minha porta.

Retirei meu antigo notebook do chão onde noite passada tentei lembrar, sem sucesso, a senha para acessá-lo acabando deixando de lado quando o sono se fez presente. Já totalmente desperta fui até o interruptor próximo clareando meu quarto

— Bom dia Bonnie — saudei ao abrir porta.

Nem sabia que horas deveria ser, mas acreditei ser muito cedo, já que sentia como se não tivesse dormido nadinha.

Seu semblante estava assustado, era como se ela tivesse acabado de ver um fantasma.

— O que foi que houve? — questionei estranhando seu comportamento querendo saber o motivo que a deixou naquele estado.

— Você tem visita Carol está na sala! — me informou pesarosa me deixando só caminhando em direção a seu próprio quarto.

Alguém não tinha acordado de bom humor.

Tão logo calcei o primeiro sapato que encontrei a vista e enquanto caminhava rumo a sala penteava meu cabelo com as próprias mãos, estava ansiosa para saber quem me aguardava e como foi que descobriu onde eu morava.

Assim que cheguei ao cômodo me surpreendi ao ficar de frente com aquele homem, o olhei espantada, confesso que demorei um pouco para me dar conta que ele de fato estava ali, talvez pela surpresa, pois não contava vê-lo tão cedo.

— Temos assuntos pendentes Caroline! — sentenciou com a voz lívida carregada de sarcasmo sorrindo sem emoção.

Tremi imaginando quais seriam suas intenções.

Meu dia definitivamente também não havia começado bem!

Se fosse anos antes assim que o visse correria a seu encontro, alegre e surpresa com a visita inesperada, lhe daria um abraço aprazível, daqueles que só damos quando a nostalgia é grande ou quando revemos alguém muito querido. O convidaria para entrar, sentar e conversaríamos por horas recordando um passado longínquo enquanto degustaríamos alguns petiscos e uma boa cerveja, no meu caso não passaria de uma taça de vinho ou alguma dose miníma de alguma bebida quente.

A situação era diferente!

Não houve abraços, sorrisos complacentes tão pouco nostalgia, não da parte dele pelo menos, era estranho vê-lo diante de mim novamente dada a situação em que fui imposta. A vontade de me aproximar estava lá, mas seus olhos e meu instinto de autopreservação denunciavam que não deveria. Não o fiz!

Os anos passaram para o mesmo, era nítido, ele perdera peso, ainda era possível ver seus músculos por sobre a fina blusa que usava, mas seu porte físico estava diferente, seu cabelo antes castanho escuro agora estava em tons de loiro e cobre mesclado, de modo que era difícil saber qual a cor predominante, mas o que me inquietava era seu olhar, antes gentil e caloroso agora turvo, repleto de mágoa profunda e de ira.

Eu tentava, mas por mais que eu abrisse a boca para esboçar alguma fala nada saia.

Era constrangedor receber seus olhares que imputava algo que eu recentemente soube.

Eu não tinha assuntos a tratar com ele, já que sou inocente.

Não me sentia culpada em nenhum aspecto na morte de Rebekah, ela foi uma boa amiga, nos amávamos, bem eu a amava, diria que até éramos como irmãs, através dela conheci Niklaus, me apaixonei, traçamos metas e um futuro, engravidei e neste percurso situações divergentes ocorreram. Fui presa, condenada, tive de abandonar, a contragosto, minha filha e também fui abandonada, anos mais tarde sou acusada pela morte de alguém apenas pelas circunstâncias e porque alguém armou pra cima de mim e tenho de aprender a lidar com os reflexos dos erros de outra pessoa.

Tenho de aprender a lidar com Stefan.

— Como soube onde eu moro? — perguntei abruptamente decidida a cortar o silêncio indesejável.

Com minhas palavras meu corpo passou a me obedecer e assim caminhei até o estofado indicando com o olhar que o mesmo poderia sentar-se, se assim deseja-se.

Não houve resposta, o sorriso pérfido ainda estava presente.

— Não é difícil encontrar uma ex presidiária Caroline... e ademais sempre tive meus contatos — sussurrou em tom de divertimento dando uma piscadela irônica e ao pronunciar meu nome um sussurro mais baixo, porém nítido foi emitido. — Foi preciso só ligar para a penitenciária e soltaram o verbo, política deles e sabe... até que fizeram bem em deixar seus dados lá na portaria para qualquer um repassar informações, assim não terão de gastar fazendo uma nova ficha quando você voltar, não é mesmo?

Cruzei meus braços impaciente.

— Se bem que você já tem um destino certo e não, não será a prisão… — prosseguiu.

Tentei não revidar suas provocações. Compreendia que Stefan estava ressentido e via em mim uma forma de vingar a morte de Rebekah e até que eu provasse o contrário, se é que um dia conseguirei, nenhum argumento seria válido e teria seu ódio, mas isso não quer dizer que não tentaria, mesmo tudo indo contra mim.

— Stefan sobre a Rebekah eu não... — tentava me justificar, mas rapidamente ele se aproximou de mim e minha voz morreu no silêncio.

Estranhei sua súbita atitude, ele passou a dar voltas e mais voltas em torno de mim, como se fosse uma cobra e estivesse me envolvendo, e a cada nova volta meus olhos ficavam atentos as suas mínimas atitudes.

— Ah... minha doce Rebekah! — reverberou em admiração plena.

Estava com medo.

— Stefan, o que veio fazer aqui? — questionei cansada de seus rodeios.

— Eu vim aqui fazer algo que há anos tenho vontade! — sentenciou parando abruptamente e, sem mais delongas, se inclinou até que seus lábios se aproximaram de minha orelha e em um sussurro lento e convicto disse o que eu jamais imaginei que ouviria de alguém. — Eu vim acabar com a sua raça sua assassina!

Foi tudo muito rápido, me arrepiei com suas palavras e quando fitei novamente seus olhos a cólera o dominava. Tentei correr pressentindo o perigo iminente, mas foi em vão, logo senti meus cabelos serem puxados violentamente e meu frágil corpo ser arremessado ao chão abruptamente.

Eu me debatia, tentava gritar por Bonnie, mas rápido demais minha voz sumiu, pois Stefan rastejou para cima de mim cessando meus tapas contra si e suas duas mãos rapidamente passaram a apertar com muita força meu pescoço e enquanto ele me esganava eu via seu olhar sádico sentindo prazer em me ver ficar sem ar.

— Por...fa...vor. Não! — cambaleava as sílabas conforme conseguia pronunciá-las.

Me arrependi de ter cortado as unhas na noite anterior, assim poderia tentar unhá-lo e de alguma forma impedi-lo, pois por mais que eu tateasse o chão não havia nenhum objeto que pudesse me auxiliar e minhas forças pouco a pouco se esvaíam.

— Morre desgraçada — vociferava entre dentes depositando uma força descomunal em suas mãos pressionando meu pescoço enquanto eu assistia sua tentativa de tentar me matar. — Morre!

E até teria dado certo, pois eu não tinha mais força para tentar detê-lo, ele tinha praticamente o dobro do meu peso, era forte e suas mãos eram hábeis em obstruir a passagem de ar, não sei quanto tempo se passou, o que sei é que a falta de ar se tornou insuportável ao ponto de sentir minha visão ficar turva, mas algo aconteceu e no instante em que me livrei de seu peso e mãos engatinhei ou me arrastei, não sei ao certo, até um canto e passei a tossir tragando desesperadamente o máximo de ar que me era possível, mesmo sendo demasiado dolorido.

Ouvia vozes ao longe e até barulhos desconexos, uma discussão talvez. Meus sentidos estavam me deixando e só não os perdi, pois uma voz me chamou antes.

— Carol... não desmaia, Carol fique acordada, por favor, Arabella precisa de você! — suplicava Bonnie me dando leve batidinhas no rosto.

Doía respirar.

— Vamos… respira para oxigenar o cérebro que essa sensação vai passar, respira Carol — pedia ela massageando minhas costas.

Cada vez que o ar entrava sentia como se uma bola de fogo descesse junto, a sensação era horrível.

Pisquei algumas vezes até minha visão voltar ao normal e quando esta se restabeleceu me vi praticamente nos braços de Bonnie, em um canto qualquer de seu apartamento, mas ao olhar ao redor do mesmo vi a porta escancarada e depois outra Bonnie entrou pela porta a encostando e passando a chave na porta.

Fechei e abri novamente os olhos tentando encontrar nitidez absoluta em minha visão e foi então que vi a outra Bonnie se aproximando cautelosamente, sem compreender tornei a olhar para o rosto dos braços que me embalavam notando que não era ela quem me amparava, mas sim ele.

— Klaus? — chamei-o fitando seu par de olhos azuis completamente confusa notando, não mais o olhar rancoroso de antes, mas sim preocupação e algo a mais que não pude decifrar.

E esse algo a mais me dava medo.



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