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História Relatos de um Sobrevivente - Folhas que serviram de apoio


Escrita por: DarkLieutnight

Notas do Autor


* Inazuma Eleven pertence à Level-5 e foi escrito por Tenya Yabuno.

* A imagem de capa não me pertence, só a editei.

* Fanfic feita sem intenção de lucro.

— A frase da capa não foi criada por mim, ela já estava na foto :D


FELIZ HALLOWEEN! Essa one eu fiz pra um desafio de uma amiga :P
E consegui terminar no tempo certo o/
Eu planejava fazer algo de comédia, algo diferente, porque foi na verdade um sorteio e acabei ficando com o tema Zumbi. E qual as poucas coisas que pensamos com essa palavra? Apocalipse Zumbi, Thriller, Resident Evil (no meu caso x'D), morte, tragédias :V

E pra mim foi um desafio mesmo! Diversas vezes mudei plot, escrevi, reescrevi, mas consegui achar uma ideia que me agradasse.

Meu protagonista é o Endou (ele é minha cobaia de emergências ^^') e procurei não detalhar muito ou usar palavras complicadas por ser em 1ª pessoa e não vejo o Mamoru falando refinado. Enfim, espero que gostem >.<'

Ah, aviso: É uma one trágica, preparem as lágrimas :V

Capítulo 1 - Folhas que serviram de apoio


Dia 01

Cá estou eu, Endou Mamoru escrevendo esse relato. Nunca fui bom com as palavras. Me dou melhor com a bola de futebol mesmo. Brincadeiras a parte, isso é sério. Apocalipse zumbi é algo que sempre vemos em filmes e séries, mas nunca realmente esperamos. Mas enfim, aconteceu. Agora é lutar pra viver. Me separei de minha mãe e meu pai e também de meus amigos. Caminho por aí desesperado procurando por alguém conhecido. Minto. Qualquer ser humano consciente serve.

Dia 10

Estou na busca por suprimentos, água; comida; abrigo; remédios, etc. Porém é quase uma lástima. O mundo todo obviamente pensa nisso em primeiro lugar. Portanto, mercados; farmácias abandonadas, foram completamente saqueados. Não sobra muito. Mas sou Endou Mamoru! Se você que está lendo isso me conhece, sabe que desistir não existe. Essa palavra eu troco por adaptar.

Dia 21

Consegui! Arrumei um excelente esconderijo. Acho que a deusa da vitória sorriu pra mim, porque é um tipo de base subterrânea para refugiados da guerra. Eu nem sabia que tinha algo assim perto do sul do Japão. Ou... Talvez eu tenha andado muito e não percebi, o que acredito ser o mais provável ou seja, eu sendo eu mesmo. Além disso, por um milagre tinha comida e água! Matei dois coelhos numa cajadada só, como diz o ditado clichê. De qualquer jeito, estou sorrindo feito o bobão que sempre fui.

Dia 29

Fiquei confortável demais naquele abrigo. Hora de sair e fazer algo útil pra me manter vivo, mas quem disse que eu quero? Ninguém quer ser comido. Sem malícia. Porém, preciso de armas, afinal, meu único meio de defesa é o futebol e minhas Hissatsu. Se bem que... Odiaria usar o esporte pra ferir pessoas, mesmo sendo mortos-vivos.”

Dia 31

Hoje, encarei uma horda de zumbis absurda. E o pior, às vezes me deparava com uns inteligentes, que corriam feito loucos atrás do meu corpinho sarado de goleiro. Tinha saído e achei duas pistolas. Uma delas estava bem carregada com munições, sorte a minha. Só que não atirei. Sim, foi pura burrice. Mas é complicado, a gente meio que trava quando tá com uma arma na mão. Não generalizando, pois tem gente bem mais sangue frio e corajosa, contudo, não sou assim. Escapei com vida hoje. Mas amanhã não posso hesitar.

Dia 37

So-bre-vi-ven-tes. É tudo o que digo. Um grupo de quatro pessoas, sendo mais exato. Infelizmente nenhum rosto que eu conhecia. Dois adultos e uma criança. Estava aliviado. Numa situação dessa, aliados são fundamentais para raciocinar e te ajudar a sobreviver, especialmente se você for um Mamoru da vida.

Dia 42

Mais gente se juntou ao nosso bonde. Ainda não encontrei nenhum de meus companheiros, apenas mais dois jovens em torno de vinte anos acompanhados pelo pai. Por mais que meu coração esteja confortável com a companhia de todos, me preocupa porque significa mais bocas pra alimentar. A comida está se esgotando...

Dia 43

A nova equipe está formada, então me deixe introduzi-los, cara folha de caderno. Primeiro, May Shirayuki, trinta e dois anos, enfermeira profissional; Segundo, Toshie Suki, quarenta anos, agente de viagens; Megumi Suki,  filha de Toshie, possui nove anos e é estudante do fundamental; Hansi Thompson, trinta e um anos, não possui trabalho fixo; Noah e Suichi Thompson, são filhos de Hansi e o primeiro tem vinte e três anos, é estudante de engenharia enquanto o outro não faz nada da vida e tem vinte e cinco; os três são canadenses. Bem, agora nos resta escolher nossas armas e eliminar zumbis.

Dia 48

— Minna, Sakka Yarouze! — Berrei meu bordão, mas levei um tapinha na cabeça pelo barulho – estamos unidos o bastante pra fazer algo assim –e quase chamei a atenção dos zumbis que perambulavam fora da base. O que podia fazer? Desde que o caos começou, não toquei os pés na minha “filha” de pintas pretas, então os convidei pra jogar uma partida comigo, afinal, todos precisam de uma ponta de esperança no meio dessas trevas.

Dia 51

Eu fiquei a sós com May e Megumi, enquanto Toshie saiu junto à Hansi; Noah e Suichi atrás de mantimentos. Fui obrigado – com alegria – a fazer um papel de irmão mais velho pra menina. O dela não foi devorado pelos zumbis por incrível que pareça. Ele bebeu água contaminada de um rio – pois não suportou a sede – enquanto buscavam uma estadia segura. Adoeceu e morreu dias depois não resistindo à contaminação. Ao me contar a história, percebi lágrimas pularem de seus olhos. Abracei seu pequeno corpo em consolo e fiz carinho em seus cabelos. Não sei o porquê de me cativar justo por ela, digo, eu gostei e me apeguei um pouco a cada um de meus parceiros, porém a pequena me chamou atenção. Eu vou proteger o resto de esperança que essa garotinha possui. Meu nome é Mamoru, aquele que protege. Já guardei milhares de vezes o gol, agora meu dever é ajudar Megumi guardar sua esperança.”

Dia 57

— Mamo-nii! Me deixa usar sua faixa? — Me pediu Megumi, tímida. Sorri pelo apelido carinhoso que ganhei. Tirei a inseparável faixa laranja de minha cabeça e coloquei em seus cabelos. Antes porém retirando a tiara da menina. Megumi a colocou em mim. — Agora, Mamo-nii, você é a princesa do futebol e eu, a melhor goleira dos Megumi Eleven! — Brincou ela. Eu tinha compartilhado algumas de minhas historias e peripécias junto da Raimon e Inazuma Japan. Ri meio constrangido e os outros com exceção de May, tiravam sarro com gosto. Especialmente Noah e Suichi, os palhaços, que amavam me provocar.

Dia 60

Essa hora tinha que chegar... Na verdade demorou bastante.

Aconteceu uma pequena tragédia. Não sei como houve uma brecha nessa base. Ela é altamente reforçada pra guerras e bombas! Mas lá estava um buraco dentro. Um zumbi desgraçado entrou. May parecia em pânico e não conseguiu atirar nele, nem se mexer. Aconteceu uma confusão infernal e ele foi pra cima de Megumi. Eu disse que ia protegê-la. Me veio uma espécie de afeto fraternal, talvez por eu ser filho único. May parou no tempo. Então... Sobrou pra mim, tomar atitude. Peguei o revólver que tinha achado. Adrenalina correu minhas veias.  

E matei meu primeiro zumbi.

Dia 63

Depois do ocorrido, notei o quanto May ficou... Perturbada. Contudo não é de hoje que a vejo isolada no canto quando tidos nós revezamos pra sair em nossa batalha caçando suprimentos. Por sinal, ela nunca sai da base, tirando Megumi, que é muito pequena, claro. Enquanto está só, a pego murmurando coisas que não são naturais. “Vamos todos morrer; Será que é um plano de um louco?; Preciso ser forte.” São algumas frases que ela diz. Como o bom samaritano que sou, a chamei pra conversar e aliviar suas dores. A mulher chorou como um bebê enquanto me abraçava. Perdeu o marido e o filho de dois anos. Testemunhou ambos serem devorados de forma violenta pelos mortos-vivos. Por isso ela ficou feito estátua naquele dia. Compreendo um pouco de seu sofrimento, mas quando me afastei, a vi lançar um olhar raivoso discretamente, ainda mais para Toshie e Megumi. Isso me parece suspeito, acho que vai acabar em merda.

Dia 103

A bola era minha distração, meu ponto de fé, minha waifu, – descontraindo um pouco – mas principalmente, minhas memórias. Lágrimas salgadas castigaram meu rosto ao lembrar de meus antigos companheiros; parceiros. Por mais que os novos sejam boa gente, jamais me trarão a mesma segurança e força que só meus camaradas despertam. Todos dormiam, ainda bem porque não quero dar mais motivos pra Noah e Suichi me zoarem.

Dia 110

Discussões são quase uma obrigação durante um apocalipse zumbi. Toshie e May fizeram isso muito bem. A mulher foi acusada de não fazer nada de útil enquanto todos se sacrificavam pelas suas preciosas vidas e também o grupo. E May quis provar o quanto era forte. Na verdade, foi uma coisa sem sentido. Os outros tentaram impedir. Ela respondia coisas nada a ver. Furiosa e descontrolada, pegou uma faca que usávamos pra cozinhar e saiu da base sem mais nem menos. Depois de seis... Seis. Eu disse seis? Certo, repito, SEIS HORAS! Depois de seis fucking horas, a enfermeira voltou. Ensanguentada, mais que banhada de puro sangue podre, com cara de paranoica. Seu corpo tremia como se tivesse uma convulsão e numa das mãos, uma cabeça de zumbi. A exibiu como um troféu. Toshie apenas meneou negativamente desaprovando aquilo e uma nova briga surgiu. Tampei os ouvidos de Megumi.

Dia 126

Todos ficaram doentes de uma forma que apenas eu me salvei. E por isso, tomei a grande responsabilidade de procurar remédios para a equipe. Retornei da missão inteiro. Decapitei milhares de zumbis – mentira, foram só cinco – quase faleci, mas nada derrota Endou Mamoru – tirando aquela vez que perdi pra Aria Gakuen, aquela não, aquelas, haha. – Enfim, apesar de ser uma necessidade, não sei se deveria ter me aventurado nessa corrida apocalíptica por eles, ou ter ignorado abandonado a equipe e nunca ter descoberto o que vi.

Encontrei minha mãe. Finalmente. Mas ainda estou em dúvida se queria tê-la encontrado ou continuado a achar que estava bem.

Apenas chorei sem me segurar ao ver só metade do seu cadáver dilacerado e a outra parte desaparecida.

Não queria que tivesse sofrido tanto.

Dia 130

A questão foi quem envenenou a comida. Como fui o único a não ser atingido, obviamente me acusaram. A pequena Megumi me defendeu: “Mamoru-nii nunca faria isso! Ele parece um anjinho!” Corei com o elogio e me senti especial, apesar de não concordar com isso pois ninguém é um anjo realmente. Usei meu raciocínio – sim, Endou Mamoru sabe usar a cabeça – e imaginei quem e por que quer me incriminar.

Dia 140

Minha barriga faminta implorava por mais comida, mas você tem duas escolhas, ou come pouco pra se manter em pé dia após dia, ou devora tudo pra saciar a gula e não tem mais nada na próxima refeição.

Dia 141

— Mamo-nii você escreve um diário? — Megumi me indagou com inocência. Respondi que sim. Mas não tinha pensado muito bem, na hora que achei esse caderninho vazio no chão e me pus a desabafar um pouco já que não tinha ninguém para isso. — Mas isso não é coisa de menina? Nem eu escrevo em um. — Crianças... Só elas pra aliviar a tensão. Por isso que tenho que a proteger.

Dia 147

May enlouqueceu de vez! Pegou a faca e ameaçou matar Megumi e seu pai, seguramos ela. “Se eu não posso ter minha família, ninguém mais terá!” Gritou a mulher com ódio e cortou o estômago da menina. Tentei a perseguir, mas May fugiu e nunca mais a vimos.

Dia 150

Eu jurei que a protegeria. Falhei. Megumi perdeu muito sangue e como a única pessoa com conhecimentos medicinais, perdeu a sanidade, ela não resistiu. Toshie também não suportou a morte dos dois filhos, havia contado que a esposa morreu anos antes desse caos e o homem não superou. E sua única felicidade era a família. Ele já tinha depressão. Portanto, sua saída mais fácil foi um tiro em sua própria cabeça. Me senti um lixo por deixar isto ocorrer.

Dia 153

O grupo se separou, agora é cada um por si. Os canadenses podiam ser engraçados e até gentis, mas apenas se importavam com eles. É nessas horas que eu implorava por meus amigos de verdade. Mesmo numa situação assim, os humanos não se unem.

Dia 160

Eu decidi abandonar aquela base, que foi palco de muitas tragédias e sair por aí, na vaga esperança de achar alguém conhecido. Depois de tudo, não sei como ainda tenho sanidade e vontade de continuar. Na verdade, me surpreendo comigo mesmo e comecei a pensar em como meu otimismo nessas situações, ainda se matinha vivo, bem no fundo, mas estava lá. Um dos motivos também de eu sair, foi que o abrigo estava começando a ficar detonado. Os buracos que May fez – sim, e também descobri que foi ela que envenenou todo mundo e me incriminou – chamaram a atenção dos zumbis. Portanto, não dava pra ficar para sempre sossegado lá.

Dia 162

Faz dois dias que me mantenho vivo apenas de água! É um milagre. Não sei como minhas lombrigas estão quietinhas sem fazer muito barulho. Mas não sei quanto tempo uma pessoa aguenta sem comer.

Dia 166

Estou à beira da insanidade! Caço qualquer coisa pra colocar na boca como um cachorro de rua – e me arrependo de todos os que via e não dava um pouquinho de comida – meu intestino está começando a gritar e meu estômago está doendo. Fora que não dá pra me defender nem correr direito assim.

Dia 180

Só existe uma escolha dolorosa e insana pra falta de alimento. É viver ou perder uma parte de si. Melhor viver.

Dia 181

Eu preferi cortar um pedaço do meu antebraço e comer.

Senti minha própria carne descendo por minhas entranhas. Quase a vomitei, mas fui obrigado a degustar aquilo, ignorar o gosto do meu sangue e a sensação de mastigar meus músculos.

Porém, isso foi o extremo e não posso me devorar toda hora. Preciso urgentemente encontrar refeição de verdade... E ajuda.

E depois disso, um psicólogo.

Dia 185

Avistei um cabelo azul comprido e uma silhueta de garoto com feições de garota.

Uma criatura toda imunda de vários resíduos diferente. Lama, poeira, sangue, etc. Tentei me aproximar, arrisquei conversar com esperança de ter um pouquinho de memória. 

Não queria acreditar.

Sabe o quanto é difícil e bizarro ver que seu melhor amigo virou um morto-vivo?

Kazemaru, não se preocupe, um dia tudo vai voltar como era.

Dia 186

E se todos viraram zumbis também?

Não sei se tenho lágrimas o bastante pra chorar mais por eles.

Dia 187

Comida! Achei. Quase chorei ao pegar na minha mão e ver que aquilo era real. Entretanto, não poder saborear tudo de uma vez é uma desgraça. Mas como eu disse: é preciso deixar um pouco pro dia seguinte.

Dia 190

Mesmo que Kazemaru ou os outros tenham “morrido” eu vou continuar procurando uma saída. Não importa o quanto pareça estar perdido.

Não dá pra deixar acabar em derrota!

Dia 200

Um vacilo e isso pode custar sua vida. É igual a dirigir enquanto fala no celular. E... Atualmente eu cometi um deslize. Deslize fatal. Não podia ter deixado aquele zumbi me morder.

Agora não sei que rumo tomar no resto de minha vida...

Dia 220

Me impressiono o quanto o vírus está sendo piedoso e me deixando viver, a boa notícia é que estou imune; já não mais me atacam ou querem minha carne.

Dia 221

Me sinto anormal, desejo de devorar humanos. Mas me recuso a desistir... Vou persistir mesmo virando um ser sem consciência. Só quero encontrar com meu amigos mais uma vez e dizer pra eles...

Minna, Sakka Yarouze!

Dia 240

...Sinto os efeitos de zumbi tomando meu corpo. Sei que não tenho muito tempo. Pessoal, me desculpem eu queria jogar futebol mais uma vez com vocês antes de querer devorar pessoas, mas... Aconteceu.

No entanto, vou resistir até meu último suspiro. Se esse caderno chegar a vocês, saibam que estarão no meu coração, mesmo virando um morto-vivo, porque quando eu retornar, com toda certeza voltarei mais forte do que antes e não deixarei nenhuma bola entrar no gol.

Endou Mamoru.

 

Kidou lê as últimas páginas daquele diário. O caderno ainda tinha folhas de sobra, mas os relatos paravam naquele dia. O resto eram só rabiscos e palavras sem sentido nenhum; desconexas,  como se uma criança de seis anos brincasse, ou seja, ele tentava relatar mais. Se esforçou mesmo em sua condição deplorável. E Apesar do Yuuto sempre se fazer de sério e forte, não deteve o choro que queria sair desde quando encontrou o amigo ainda vivo. Endou havia sido achado depois de cinco anos por Kidou, que na época do apocalipse, tinha dezoito anos.  Agora, com vinte e três, foi recrutado para ser um dos cientistas trabalhando em prol de achar a cura zumbi. Sua inteligência, raciocínio rápido e lógico, somado a força de vontade em salvar a humanidade, despertaram a atenção dos ouros. Durante esse tempo árduo e difícil de aceitação sobre o atual estado do planeta, Kidou acreditou que Mamoru estivesse morto, contudo algo em seu interior lhe dizia que o goleiro lendário estava por aí em algum lugar. Como se sua essência chamasse os amigos.

E Endou apenas esperou pra ser encontrado.

Caminhando a passos lentos e pesados, Kidou sentiu a agonia apertar o peito enquanto ia ver Mamoru. O caderno recém lido, nas mãos dele. O goleiro estava numa espécie de câmara de vidro, isolado numa sala de alta proteção. Sem medo, o Yuuto se aproximou do amigo. Foi mais chocante para ele na primeira vez que o viu. Os olhos castanhos antes tão brilhantes e cheios de vida e alegria, agora estavam totalmente opacos. Sangue adornava suas roupas também imundas de terra e outros resíduos. No passado, essa terra o teria sujado por treinar alegremente em campos de futebol, não por fugir desesperado em campos de guerra por assim dizer. Feridas, machucados, escoriações e fraturas diversas. Endou se tornou um zumbi completo. Quando avançou para atacar, por pouco não foi morto pelos companheiros de Kidou, que atiraram em defesa. O Yuuto implorou para o

ajudarem  a capturar Mamoru, dando a desculpa de que ele seria uma cobaia importante na busca da cura. Mas na verdade, Kidou só queria ter Endou de volta a seu lado como naqueles tempos velhos e incríveis.

Kidou chegou perto do goleiro, que se atirou contra o vidro, tentando arranhar e quebrar.

— Endou... — Murmurou com pesar e melancolia, encarando o zumbi alucinado, que parecia desistir aos poucos de pegar a carne do ser à sua frente, pois via que suas ações eram inúteis. — Você poderia ter pegado a arma e atirado na cabeça. —  Recomendou, mesmo que o zumbi não entendesse nada, e se referindo ao trecho do relato em que Endou dizia ter conseguido dois revolveres. — Mas optou por continuar mesmo após passar tudo aquilo. — O zumbi escorrega no chão e começa a fazer movimentos sem nexo e idiotas. — E no fim, você acabou trazendo um pouco da sua esperança pra mim. Assim como você não desistiu da gente, eu não desistirei de você. — Assegurou convicto. — Eu definitivamente vou te trazer de volta.

Com tristeza e firmeza, ele prometeu, ignorando todos os poréns que nos fazem desanimar em nossos objetivos. Resolveu voltar para sua sala e estudar o diário que serviu como um amigo para Endou desabafar todas as dificuldades. Kidou girou os calcanhares e sua mão se posicionou na maçaneta.

— Ki... Dou. — Uma voz muito familiar apesar de meio esganiçada, chama o rapaz. Ele se vira notando lágrimas naquele rosto e um sorriso inconfundível. — Sa... kka... Yarouze. 


Notas Finais


Qualquer erro, me avisem.

Beijos e Abraços da Dark - See Ya!


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