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História Reminding Me - Vanessa


Escrita por: leeadelinelf

Notas do Autor


Capítulo novinho feito com todo amor e carinho para vocês <3 Obrigada pelo apoio e pelos comentários, significam muito pra mim além de sempre me incentivar a continuar a história. Vocês são incríveis ❤ Espero que gostem.

Capítulo 3 - Vanessa


Capítulo 3 - VANESSA

 

            Não me lembro com o que sonhei exatamente, mas em certo momento ele apareceu. Tocou meus cabelos com calma, senti seu toque de um jeito tão real que podia jurar que não estava sonhando. Ele sorriu pra mim e Deus, como eu amava aquele sorriso. Seu perfume era tão presente que me envolvia e gradativamente tudo escurecia e ele desaparecia, mas estranhamente seu perfume amadeirado continuava no ar. Abri meus olhos com certa dificuldade por causa da claridade e me arrastei lentamente até sentar na cama. Com muito esforço finalmente meus olhos estavam abertos e o que vi diante de mim me fez desejar que não estivesse acordado, que ainda estivesse dormindo e sonhando pois sonhos não machucam tanto quanto a realidade.

            Arregalei meus olhos enquanto olhava não só as minhas roupas – ou o que sobrou de uma delas – no chão, mas também com o fato de estar vestindo sua camisa que exalava aquele perfume tão característico dele, o perfume que agora estava não só presente no cômodo, mas também junto a minha pele unindo-se ao meu perfume. “O que... O que aconteceu? ”, tentava lembrar de algo em vão. Levei a destra até meus cabelos segurando meus fios tentando desesperadamente raciocinar com tudo aquilo diante de mim e foi aí que vi aquele bilhete sobre o criado mudo. Assim que peguei o papel e li seu conteúdo, não pude me conter, meus olhos transbordaram. Era uma mistura de confusão, tristeza, dor. O que fizemos? Como chegamos a esse ponto? Solucei em meio as minhas lágrimas e logo ouvi a porta se abrir.

            Anne entrava no quarto trazendo consigo uma bandeja de café da manhã. Assim que ela me viu, seu sorriso se desfez.

- Você já sabe, certo?

Apenas balancei a cabeça positivamente sem poder dizer uma palavra. Ela se aproximou de mim colocando a bandeja sobre a cama, sentou-se do meu lado e me envolveu em seus braços, um abraço carinhoso e reconfortante que só me fez chorar ainda mais.

- Se lembra de alguma coisa? – Neguei. A única coisa da qual me lembrava era de ver a cama um tanto embaçada.

- V, o Zac foi embora antes, achou melhor dessa forma. Ele me pediu pra te levar pra casa.

- O que eu fiz, Anne? Como eu pude fazer isso? – Não conseguia acreditar. Eu amava o Austin, nunca seria capaz de fazer algo assim com ele e ali estava eu, seminua vestindo a camisa do meu ex com minha blusa rasgada no chão.

- Não se culpe assim Vanessa, vocês não se lembram de nada.

- Eu... – tentei falar, mas a dor de cabeça agora estava ainda mais forte. Anne rapidamente pegou um comprimido e entregou para mim juntamente com um copo de suco de laranja.

- Toma isso, vai se sentir melhor.

- Isso vai me fazer acordar desse pesadelo? – Anne não respondeu, apenas apoiou sua mão em minha perna e me olhou sem saber ao certo o que dizer.

- Quero ir pra casa.

- Come algo primeiro, precisa se alimentar. – Eu entendia sua preocupação, mas naquele momento não tinha fome, só queria sair dali.

- Não estou com fome Anne, mas obrigada. Preciso mesmo sair daqui.

- Tudo bem, vou te esperar lá em baixo, ok? – Balancei a cabeça positivamente antes dela se levantar e sair.

            Tentei me acalmar, mas era impossível. Assim que levantei vesti as roupas que encontrei recolhendo minha blusa rasgada do chão e meu sutiã. Olhei brevemente no espelho enxugando minhas lágrimas, mas ainda assim era puro caos. Desci rapidamente encontrando Anne na cozinha junto de Joseph que ao me olhar se mostrou bastante preocupado.

- Quer uma blusa minha?

- Não, obrigada. Eu só quero ir pra casa. – Minha mente estava uma bagunça e de qualquer forma o cheiro dele já estava impregnado no meu corpo, a camisa não iria fazer a menor diferença. – Desculpem qualquer coisa.

- Que isso! Não precisa se desculpar por nada, Vanessa. Nós somos amigos, sabemos de tudo que aconteceu entre vocês e por isso estamos tão preocupados.

- Eu sei, eu só sinto muito, em todos os sentidos. – Anne veio novamente em minha direção e antes que começasse a chorar, ela me abraçou.

- Zac saiu preocupado com você. Ele não queria piorar as coisas então foi na frente pra despistar algum paparazzo.

            Não sabia o que pensar a respeito dele no momento, mas uma coisa era certa, os paparazzi realmente eram um problema. Joseph se aproximou de mim e me abraçou.

- Fique bem e qualquer coisa estamos aqui, tudo bem? Vão com cuidado. – Ele piscava para sua mulher que sorriu docemente e logo saímos da casa.

         Meu carro estava um pouco afastado da casa, mas Anne insistiu que fossemos no dela pra evitar um possível reconhecimento por parte dos paparazzi. Ela foi dirigindo afinal, não estava em condições para aquilo. No caminho quase não trocamos palavras, talvez porque não tivesse muito o que ser dito ou porque nenhuma de nós duas sabia exatamente o que dizer. Assim que parou em frente à minha casa suspirei, mas ainda sentia o peito um tanto pesado, um desconforto. Anne se virou em minha direção e tocou gentilmente meu ombro.

- Não se culpe tanto Vanessa. Não estava lucida, estava sobre o efeito do álcool.

- Não mesmo. – Suspirei novamente e Anne fez o mesmo.

- Eu não sei como está se sentindo, mas eu posso imaginar. Porém se me permite um conselho, não fale nada com o Austin agora. Vocês não se lembram de nada, talvez isso não soe bem e de qualquer forma, ele também estava preocupado com isso.

 Eu não sabia ao certo o que fazer, precisava pensar com muita calma, mas ela tinha razão mesmo que uma parte de mim estivesse gritando para que contasse imediatamente para o Austin.

- Eu volto mais tarde no seu carro pra te ver, tudo bem?

- Sim. Obrigada por tudo Anne, de verdade. – Sorri meu melhor sorriso naquele momento mesmo que fosse um sorriso fraco mas tinha certeza que ela entenderia.

Sai do carro e segui em passos calmos para casa. Peguei a chave dentro da bolsa e entrei, segui diretamente para o banheiro, precisava de um banho. Me despi com calma tirando por último a camisa de Zac e me virei para o espelho. Haviam marcas avermelhadas em minha pele que se encontravam em lugares diferentes do meu corpo. O quão intenso tínhamos sido e por que? Eu amava o Austin, mas as marcas no meu corpo eram de outro homem, aquele mesmo homem que deixou meu coração em pedaços anos atrás, por quem me apaixonei tão perdidamente, por quem me entreguei de corpo e alma, o dono daquela camisa e daquele perfume. As lágrimas novamente teimavam a escorrer por meu rosto. Um misto de culpa e confusão, era exatamente como me sentia por dentro e por fora.

Já em baixo da água quente, me permiti chorar, precisava daquilo. Dedilhava aquelas marcas tentando em vão lembrar de alguma coisa, mas não vinha nada na minha mente. Quanto mais tentava encontrar respostas, mais perguntas tinha. Eu queria me lembrar, eu queria entender. O que me levou a fazer aquilo? Me perguntava.  E por que mesmo depois de me lavar várias vezes aquele perfume amadeirado não saia nem de mim e nem da minha cabeça?

Após terminar o banho, fechei o registro saindo do box pegando meu roupão. Antes de seguir para o quarto, peguei uma toalha para secar meu cabelo. Me sentia culpada. Austin era maravilhoso comigo, sempre foi. Era extremamente compreensivo e amoro, não era justo esconder aquilo dele. Sabia que poderia perde-lo, mas era melhor ser sincera do que esconder algo tão grave como aquilo, certo? Peguei o celular e dei um toque em seu contato sem pensar duas vezes. Me sentei na cama com a toalha sobre meu colo, cada toque era como um golpe no meu peito e assim que atendeu pensei que fosse sufocar.

- Oi V!

- Oi amor... am...

- Tá tudo bem?  - “Não, não está. ” Pensei.

- Eu preciso te contar uma coisa, Austin.

- Claro, mas pode me ligar depois? Estou ocupado. Preciso desligar. Amo você.

- Aust... – Nem deu tempo de responder, ele havia desligado.

Fiquei ali olhando a tela do celular pelos minutos que se estenderam. O que tinha acabado de acontecer, afinal? Eu havia tomado coragem, eu precisava falar... tentei não ficar chateada, em vão. Quem estava querendo enganar? Eu precisava de alguém, eu precisava dele. Nesse momento me questionei se ele era tão compreensivo quanto eu dizia a mim mesma que era. Austin passava muito tempo longe e eu entendia, afinal estar nessa indústria não era fácil, mas ainda assim eu sentia falta de muita coisa e ali estava eu sozinha com nada mais do que uma culpa e muitas perguntas sem resposta.

Respirei fundo, tentei não pensar em tudo aquilo. Não tinha compromissos agendados, nada que pudesse distrair minha mente de fato. Pensei em ligar pra algumas amigas, mas no final não achei uma boa ideia. Após me vestir colocando um short e uma blusa lisa leve, levantei e fui até a cozinha, não tinha apetite mas sabia que precisava me alimentar. No fim fiz apenas um sanduiche que comi enquanto fazia o café. Após encher meu copo, segui para a sala me encolhendo no sofá colocando em algum canal aleatório.

Enquanto bebericava a bebida, repassava tudo que tinha acontecido na festa. Fazia um certo tempo que não encontrava com Zac pessoalmente e na verdade eu evitava ao máximo que isso acontecesse. Claro que muitas vezes era inevitável estarmos nos mesmo lugares como as premiações anuais, mas ainda assim eu evitava estar frente a frente com ele. Eu temia aquilo, temia justamente o que aconteceu. Quando o vi na festa, ali na minha frente, senti meu coração acelerar, ele tinha o mesmo sorriso de sempre apesar de estar fisicamente diferente agora e confesso que dentro de mim eu estava um tanto surpresa.

Talvez o que tenha me feito beber tanto além da sua presença foi aquele sorriso, eu amava vê-lo sorrir e quando ele sorria definitivamente abalava minhas estruturas, aquelas mesmas estruturas que eu ergui contra ele. Coloquei o copo vazio em cima da mesa de centro e me deitei no sofá tentando prestar atenção na tevê. A verdade é que eu evitei pensar nele durante todo esse tempo porque eu queria e precisava seguir em frente e deixar tudo aquilo pra trás, mas de um jeito estranho eu ainda lembrava do seu toque e é como se ainda sentisse de certa forma suas mãos sobre meu corpo.

Ele podia parecer doce mas tinha um outro lado, o lado que não conseguia se conter, o lado intenso que gostava de marcar meu corpo tal como eu gostava de ser marcada, e ele sabia. Tudo ia muito além de carinho, era toque, era pegada, desejo, paixão, amor. Era. Zac fazia parte do meu passado e era lá onde deveria ficar. Eu lutei para esquecê-lo, lutei para seguir em frente, para tira-lo da minha cabeça e agora ele estava insistindo em voltar.

Assim que fechei meus olhos pude ver o Zac de 6 anos atrás e a verdade é que ele com certeza mudou ao longo desses anos e pude comprovar isso na festa da noite anterior quando ficamos frente a frente. Era uma pessoa diferente, alguém que de fato eu não conhecia afinal, evitava ao máximo vê-lo e ter notícias dele. O Zac de 6 anos atrás eu conhecia bem, sabia como era cada parte do seu corpo, quais os medos, quais sonhos tinha. O mesmo Zac que vinha em minha direção com AQUELE sorriso.

- Dormiu bem? – Ele dizia se aproximando da cama com uma bandeja de café da manhã.

- Sim, muito bem.  - Sorri assim que ele se sentou ao meu lado me dando um beijo de bom dia.

Olhei para a bandeja a minha frente, muito bem preparada e arrumada com coisas que eu gostava e ao lado uma flor.

- Amor, não preci... – Ele me interrompeu ao me entregar a flor.

- Shhh... precisava sim.

- Você é incrível. – Selei seus lábios docemente e tudo escureceu.

Eu descia as escadas correndo, estava aflita. As luzes estavam apagadas, mas ainda assim pude vê-lo.

- Zac, para! – Ele não me ouvia. – Por favor, não faça isso!

- Para, Vanessa! Você não é minha mãe!

- Eu só estou preocupada com você! Eu quero te ajudar! – Segurei em seu braço por um breve momento antes de ele puxar com toda força fazendo com que desse alguns passos para trás.

- Eu não preciso de ajuda. Eu não preciso da sua ajuda!

Abri os olhos e pude sentir meu coração acelerado. Não sei ao certo quando adormeci mas sabia que aquilo não era apenas um sonho, era uma lembrança. Uma lembrança dolorosa de mais que estava aprisionada dentro de mim. Respirei fundo tentando me acalmar. Fazia tanto tempo que não sonhava com ele, tanto tempo que ele não invadia meus pensamentos e persistia em dominar minha mente. Até agora.

Já era noite. Olhei a hora no visor do celular, passava das 19:00. Sentei e respirei fundo, foi quando ouvi a campainha. Gritei um “já vai” levantando apressada. Ao abrir a porta, me deparei com Anne que sorriu de forma calorosa ao me ver enquanto levantava as sacolas em suas mãos.

- Eu disse que voltaria, mas não vim sozinha.

Sorri abertamente. Ficar sozinha com meus pensamentos não era uma boa ideia e conversar com alguém sobre isso e principalmente se tratando de alguém que já sabia da história, tiraria um certo peso de mim. Abracei Anne antes de entrarmos seguindo para a cozinha. As sacolas foram colocadas em cima do balcão e dentre as coisas que ela trouxe haviam algumas bebidas, mas eu recusei, chega de bebida por um bom tempo.

 - Eu não vou recusar não. – Ela pegou uma latinha de cerveja e após arrumarmos os petiscos, fomos para a sala.

Sentamos no sofá colocando todas as coisas em cima da mesa de centro e eu tratei de agarrar o pote de sorvete imediatamente.

- Meu precioso! – Disse de forma divertida fazendo com que ambas começassem a rir.

- Fique à vontade. – Anne ria levantando a latinha de cerveja antes de tomar um gole.

            Logo sua expressão ficava um pouco mais séria e após pegar uma tortilha em uns dos pratos de petiscos, ela virava sua atenção e olhar para mim.

- E aí... como você está? – Pensei por um tempo abrindo o pote de sorvete.

- Eu não sei ao certo. Tem tanta coisa na minha cabeça e pra falar a verdade não consigo parar de pensar nisso tanto que eu sonhei com Zac ainda a pouco.

- Sério? O que sonhou? – Anne comia a tortilha e se ajeitava no sofá.

- Foi mais uma lembrança... uma lembrança ruim. – Não pude esconder a tristeza naquelas palavras. Desviei o olhar colocando uma colher cheia de sorvete na boca.

- Olha, eu tô aqui pra te ouvir. Acho que você precisa colocar tudo isso pra fora, vai te fazer bem e bom, eu conheço vocês a muito tempo. Independentemente do que tenha pra dizer, não vou te julgar. Sou sua amiga, estou aqui pra te ajudar. – Anne tocava gentilmente minha perna com um sorriso sincero e acolhedor.

            Sabia que podia contar com ela e sim, eu precisava colocar aquilo tudo pra fora. Estava tão agradecida por ela estar ali... tinha muito a dizer afinal tudo aquilo trouxe à tona assuntos aparentemente resolvidos, mas que depois de tudo isso ficou evidente que eu os escondi dentro de mim, junto com ele.


Notas Finais


Muitas dúvidas deixadas no ar nesse capítulo HAUSHAUSH Fico muito feliz em dizer a vocês que Reminding Me é um livro! Isso mesmo! Muitos capítulos estão por vir e claro, tudo feito com muito amor. <3


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