Era domingo, Paola já estava na casa de Ana para aproveitar sua folga. A amiga queria levar a argentina de qualquer jeito para o clube mais famoso de São Paulo, porém Paola não se sentia tão confortável com a ideia.
— Vamos Paola será legal! — Ana pediu juntando as mãos como se estivesse implorando.
— O que você não me pede sorrindo que yo no faço chorando. — Paola sorriu irônica revirando os olhos ao ver a amiga comemorar.
Ana e Paola se arrumaram rapidamente e foram para o clube. Durante o trajeto Paola olhava pela janela do carro enquanto Ana estava concentrada na estrada usando seus novos óculos escuros, a argentina olhava a paisagem passar como um borrão colorido pela janela do carro, o vento responsável por desajeitar seu cabelo colaborava para que a cozinheira deixasse seus pensamentos tomarem conta. Desde o acontecimento na varanda com Henrique, o homem não conversou tanto com Paola – aliás os dois quase não tinham contato o que deixava Paola um tanto frustada, pois ela queria ter uma relação mais saudável com o chefe. Entretanto, Paola sabia que ela apenas estava ali para servi-lo, porém seria interessante servi-lo de outro modo. Paola deixou sua imaginação tomar conta e fechou os olhos deixando as imagens se formarem em sua cabeça e transparecer seus desejos mais íntimos.
Paola estava na cama de Fogaça sentada sob o colo dele rebolando lentamente sobre o membro do chefe enquanto o sentia enrijecer em contato com sua intimidade já pronta para ele. Ambos se olhavam com desejo, luxúria e paixão deixando seus corpos responderem por si. Henrique a puxou para um beijo e as línguas logo se encontraram, se beijavam em perfeita sincronia sentindo o doce hálito um do outro, vez ou outra Paola mordia o lábio inferior do chefe voltando a beija-lo da forma mais lenta que poderia existir enquanto continuava a mover a cintura por cima dele. Os desejos de ambos iam se aflorando conforme o mover de corpos se tornavam mais urgentes e mais intensos até que...
— Paola você tá me ouvindo? — Ana gritou fazendo a argentina abrir os olhos assustada e voltar para sua realidade.
— Estoy... Estoy... — Paola disse se remexendo no banco do carro para encontrar uma posição que não fizesse seu corpo pulsar.
— Não parecia... — Ana disse e voltou a falar coisas aleatórias.
Uma hora depois chegaram finalmente ao tal clube. Para a alegria de Paola o lugar era absurdamente lindo e rodeado pela natureza do jeitinho que ela gostava, Paola costumava dizer que ninguém jamais iria transmitir a paz que a natureza conseguia transmitir a ela.
Compraram seus ingressos e entraram no clube indo em direção as lojas para comprar roupas de banho para Paola. A argentina por incrível que pareça escolheu um biquíni ao invés do maiô, pegou um biquíni da cor preta a parte dos seios não era grande assim como a parte da calcinha, Paola colocou por cima um vestido branco quase transparente, também comprou um óculos de sol e um short jeans.
Depois das pequenas compras as duas amigas seguiram para a área da piscina, arrumaram duas espreguiçadeiras e se deitaram ali somente de biquíni enquanto conversavam. Até que Ana decide ir comprar um sorvete deixando Paola sozinha por alguns minutos tempo suficiente para a argentina decidir entrar na piscina sendo acompanhada com alguns olhares masculinos. Paola entrou na água gelada e por incrível que pareça ela conseguia se virar muito bem dentro da água – não era nenhuma atleta de nado, mas se virava bem. Paola mergulhou e quando emergiu sentiu que havia batido em alguém.
— Perdão. — Paola disse com a voz falha por ter acabado de soltar a respiração e limpou os olhos para abri-los.
— Não foi nada. — Henrique disse deixando a argentina com os olhos arregalados ao vê-lo.
A tensão que existia entre os dois estava ali presente em cada olhar que eles trocavam. Paola já sentia novamente aquela sensação estranha que sentia toda vez que o via.
— Aproveitando a folga? — Henrique perguntou. Seu tom de voz era leve apesar de sua expressão facial que como sempre era indecifrável.
— Sí... Vim com uma amiga! — Paola sorriu leve.
— Ana Paula?
— A conhece? — Paola perguntou surpresa.
— A mulher que infernizou o telefone do meu escritório para conseguir uma entrevista de trabalho para você? Sim conheço. — Henrique disse e viu Paola rir. — Contei alguma piada?
— No claro que no, é que Ana consegue ser bem insistente quando quer...
— Entendo, enfim... Aproveite a folga, senhorita Carosella. — Henrique disse passando por ela e antes de ir sussurrou em seu ouvido: — Até logo.
Paola não havia percebido, mas prendeu a respiração ao senti-lo tão perto de si, a argentina mantinha os olhos fixos no tatuado a sua frente que se distanciava cada vez mais.
Paola voltou para a borda da piscina encontrando Ana se deliciando com seu sorvete de chocolate.
— Aquele era o Henrique não?! — Ana perguntou assim que Paola sentou ao seu lado.
— Sí...
— Ele consegue ser mais bonito pessoalmente. — Ana sorriu maliciosa o que fez Paola revirar os olhos. — Ah qual é Paola vai dizer que não acha ele bem atraente?
Paola encarou a amiga sem saber o que responder exatamente. Ela achava sim o chefe bem atraente, ele a atraia de uma forma que ela não conseguia entender – era como se toda vez que ela o visse perdesse as forças nas pernas apenas para se jogar nos braços dele. Mas, isso era errado completamente errado.
Paola continuava a encarar Ana com seus pensamentos a mil por causa do chefe que lhe arrancava arrepios que surgiam sabe-se lá de onde.
— Um pouco nem tanto... Tatuados no me atraem muito. — Paola disse com a voz um tanto falha o que não transmitiu nenhuma convicção de sua frase mentirosa.
— Sério? Eu acho. — Ana deu de ombros. — Se quiser pode me arrumar ele.
— Acredite você não quer isso... — Paola disse um tanto séria. — Ele é estranho não deixa ninguém chegar muito perto das coisas dele.
— Isso é normal Paola... Muita gente tem ciúmes de seus pertences eu mesma odeio que mexam na minha maquiagem. — Ana riu.
— No caso dele não é ciúmes é outra coisa... O cara ficou furioso só porque eu ia entrar em um quarto lá.
— Era o quarto dele? — Ana perguntou vendo que havia caído um pouco de sorvete entre seus seios e passou os dedos para limpar.
— No... Isso que é intrigante... No quarto dele mesmo eu posso entrar. — Paola disse num tom de voz baixo sentindo um calor percorrer por sua pele ao se lembrar do quanto próximos os dois chegaram dentro daquele quarto.
— Vai ver ele só quer você no quarto dele mesmo. — Ana sorriu maliciosa arrancando risadas por parte das duas.
Depois que almoçaram Ana e Paola seguiram para as quadras de tênis. Paola sorria se lembrando de sua infância que havia sido bem dedicada aos esportes – naquela época a argentina gostava muito de se exercitar, hoje nem tanto, preferia mesmo era estar escondida entre as panelas da cozinha. Paola e a amiga pararam em uma das quadras e se sentaram na arquibancada vendo o espetáculo a sua frente. Henrique e um amigo disputavam concentrados para acertar a bola no chão no lado do adversário. Henrique debatia a bola fazendo uma careta toda vez por conta da força que colocava na raquete. Paola o observava apenas de bermuda com o peitoral coberto de desenhos coloridos de fora.
— Não sei quem é o mais bonito. — Ana disse se referindo a Henrique e o amigo dele que também estava jogando.
Já Paola mal prestava atenção no amigo, seus olhos como sempre estavam fixos no chefe.
— É... — Paola concordou meio sem pensar apenas para não deixar Ana falando sozinha.
Henrique deu uma última raquetada dando assim a vitória a ele. Paola o viu comemorar e rir com o amigo coisa que ela não via desde que começou a trabalhar para ele.
Fogaça se virou para a arquibancada e viu Paola sentada com as pernas cruzadas fazendo suas coxas aumentarem um pouco de tamanho. Os óculos de sol moldando perfeitamente seu rosto e o biquíni a mostra por baixo daquele vestido transparente.
Ambos se olhavam com a mesma intensidade de sempre parecia que havia literalmente um imã maldito entre os dois.
Paola foi tirada do transe assim que viu Ana descer a arquibancada e se apoiar na grade em volta da quadra, a argentina meio sem opção a seguiu.
— Olá meninos. — Ana sorriu. Já Paola se sentia constrangida pela audácia da amiga.
— E ai... — o amigo de Fogaça sorriu. — Me chamo Erick.
— Me chamo Ana e essa é minha amiga...
— Paola. — Henrique concluiu olhando fixamente para a argentina que sentiu suas bochechas ficarem vermelhas.
— É isso ai. — Ana sorriu e entreolhou o casal. — Então minha amiga aqui joga muito bem essa coisa que vocês estavam jogando.
— Tênis Ana isso é tênis. — Paola corrigiu.
— Que seja! — Ana sorriu animada e Paola não estava gostando nada daquela conversa e gostou menos ainda ao ouvir a menor concluir: — Ela desafia vocês.
— Desafia? — Erick ergueu uma das sobrancelhas.
— Ana no acho que... — Paola tentou falar.
— Relaxa vai ser legal! — Ana a tranquilizou. — É simples se Paola ganhar vocês nos dão alguma coisa e se Paola perder...
— Já topei. — Erick disse animado gostando muito da ideia.
— Isso é ridículo. — Paola e Henrique falaram juntos em perfeita sincronia.
— Vai Paola estamos aqui para nos divertir e você ama jogar... — Ana pediu fazendo biquinho.
— Ta bem. — Paola sorriu ao sentir a tão conhecida adrenalina que o tênis lhe causava surgir.
— Vai Henrique você contra ela já que se conhecem mesmo. — Erick sugeriu e saiu da quadra segurando o portão para Paola entrar.
A argentina deixou a bolsa com Ana e tirou o vestido sendo muito bem observada pela parte masculina. Paola colocou apenas um short jeans e foi com Henrique para o meio da quadra enquanto Ana e Erick assistiam da arquibancada.
— Chefe. — Paola sorriu tímida pegando firme na raquete.
— Se eu ganhar você tem que me dar algo não é? E se eu perder...
— Você me dá algo. — Paola sorriu travessa.
Fogaça a encarou e se afastou indo mais para o meio do campo dele, Paola se afastou da rede também ficando no meio do seu campo.
Henrique jogou a bolinha para o ar dando a primeira raquetada com a força certa mostrando que o jogo havia acabado de ficar interessante.
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