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História Retorno - Capítulo Único


Escrita por: lolabookfreak

Notas do Autor


Espero que gostem.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Retorno - Capítulo Único

Luna estava com uma amiga da faculdade numa mesa escondida do Jam & Roller. Era seu segundo mês  cursando Psicologia e já havia um trabalho de Teorias do Desenvolvimento, em que ela e Vanessa deveriam apresentar uma comparação entre as infâncias da Idade Média e do Século XIX. Luna havia optado por iniciar a faculdade a partir do segundo semestre pra ter uma despedida oficial do Ensino Médio.

- Você nunca para por aqui? - Vanessa perguntou olhando em volta. Luna riu.

- Não. O trabalho de assistente não para. Há uns anos eu dava sempre uma escapada pra patinar com o Matteo - elas riram - mas hoje em dia, com ele ocupado com a faculdade e o estágio, ele mal aparece por aqui, então, eu sou obrigada a ser uma boa funcionária.

Depois de estarem concentradas por quase três horas e terem adiantado mais metade do trabalho, elas fizeram uma pausa pro lanche.

- Você e o Matteo estão juntos há muito tempo?

- Daqui quatro meses a gente faz três anos.

- Eu queria tanto que meus namoros da adolescência tivessem vingado como o de vocês. - ela sorriu.

- Quase não vingou...

- Vocês brigavam muito?

- Não. Quer dizer, antes do namoro, sim. A gente brigava quase todos os dias. Mas esses anos têm sido anos de muita calmaria. A gente quase não vingou porque ele quase vai morar na Itália.

- Sério?! Ah, Itália é meu sonho. O que aconteceu pra ele não ir?

- Ele foi. Mas voltou. Fez um acordo com os pais: ele voltaria pra cursar o terceiro ano na Argentina, morando com a tia, e caso as coisas entre nós desse errado ele voltaria pra Itália no fim do ano.

- Por que não me aparece um homem desse? - elas riram.

- E o pior é que eu não tinha ideia desse acordo quando ele chegou aqui depois de três meses...

Eu tava patinando com minha amiga, Nina, aí o namorado dela, Gaston, que é o melhor amigo do Matteo, veio patinando a full na nossa direção. Começou a tagarelar sobre umas coisas completamente sem sentido e tirou a Nina de mim, como já estava noite e eu precisava fechar o Roller, deixei que ela fosse com ele e fui pra casa. Naquela mesma noite eu tive um sonho. O mesmo sonho que eu já havia tido duas vezes antes: eu estava patinando no Roller sozinha e de repente uma luz muito forte aparecia bem no meio da pista. O Matteo surgia de dentro dela e com ele apareceu o desenho da minha medalhinha com a frase "O Sol sempre volta a brilhar. Sempre há uma luz que te guia", mas pela primeira vez o sonho acabava com nós dois nos beijando. O dia seguinte era o primeiro dia de aula e só de lembrar que eu não veria o Matteo pelos corredores do Blake, minha vontade de levantar não existiam.

Mas mesmo assim, obviamente, eu fui ao colégio. Me encontrei com a Nina e a perguntei sobre o que era o tal assunto tão importante que o Gaston queria falar com ela no Roller, ela desconversou muito mal, porque a Nina mente terrivelmente mal, até que o Gaston apareceu, todo felizinho. A desculpa dele era que estava feliz por ser seu último ano no colégio, mas o bom humor dele só me deixava mais irritada. Quando ele foi falar com o Ramiro, outro amigo nosso, eu pude falar com a Nina sobre o sonho que tive. Ela me disse (muito nervosa, agora eu percebo) que provavelmente eu só voltei a sonhar com o Matteo por causa do primeiro dia de aula, que eu sabia que não o veria e estava sentindo a falta dele mais que os outros dias.

O sinal tocou, eu fui pra aula, mas não deixei de notar que muita gente estava usando o telefone àquele dia. A professora fez várias reclamações e até tomou o celular de alguns alunos. Na hora do intervalo o colégio estava no maior frenesi. Eu atribuí tudo ao fato de ser primeiro dia de aula, dia de reencontros, então não liguei muito pra isso. 

Mas, então, a Nina recebeu uma mensagem e de repente surgiu uma vontade nela de ir à biblioteca buscar um livro qualquer. Quando chegamos lá ela estava completamente perdida, não conseguia lembrar o nome do livro, quando lembrava, esquecia de onde estava, depois mudava de ideia sobre a obra...eu já estava ficando impaciente. Teria gritado com ela se não estivéssemos numa biblioteca. Então, ela olhou pra mim, arregalou os olhos e depois sorriu. 

- O quê? Já tem poeira no meu nariz? - perguntei esfregando meu nariz.

- Não, não tem nada. - sorriu. 

- Então, por que tá sorrindo desse jeito? - ela ficou em silêncio e quando estava prestes a perguntar de novo o motivo de tanta felicidade eu ouvi a voz dele.

- Agora você faz entregas em bibliotecas, Menina Delivery?

Meu coração bateu descompassado, o frio na minha barriga foi tão forte que chegou a doer. Por um momento, eu não quis me virar, não quis descobrir que era tudo uma mentira. Que a voz dele era fruto da minha imaginação. Mas a Nina continuava na minha frente, sorrindo.

- Três meses fora e ela ficou surda?

- Eu acho que o que ela tem não é uma deficiência auditiva. Eu vou...eu vou procurar o Gaston.

- É isso mesmo? Então, você não vai se virar? Eu atravesso o Oceano pra te ver e você não po...- e então eu me virei rapidamente. Ao mesmo tempo em que eu me virei pra vê-lo, ele avançou pra se colocar na minha frente e a gente acabou se esbarrando. Ele riu, porque, bom, nós temos um histórico de esbarrões épico. Mas eu ainda estava muito encantada com o fato dele ele estar na minha frente pra rir. - Dessa vez você não pode dizer que a culpa foi minha.

E eu só o encarava. Não tinha nenhuma outra reação, ele sorria pra mim, e eu sei que deveria sorrir de volta, mas eu não conseguia fazer nada. 

- Ok, tava adorável e engraçado no começo mas agora tá me assustando. Luna? - ele estalou os dedos no meu rosto. Eu pisquei e acompanhei o movimento da mão dele voltando para o lado do seu corpo. Então, eu dei um passo à frente, estendi a mão e a peguei. Ele entrelaçou os dedos nos meus e apertou minha mão. Eu arfei com o ato e ele se inclinou até estar da minha altura, como sempre fazia, e com a outra mão eu acariciei seu rosto. Ele sorriu e eu, finalmente, sorri de volta. Ele virou o rosto em direção à mão que estava em seu rosto e a beijou. 

Eu sussurrei seu nome e ele suspirou de olhos fechados. Matteo usou a mão que segurava a minha pra me puxar pra mais perto. Nossos narizes se tocaram, e fechei meus olhos automaticamente. A mão que estava em seu rosto passou pro seu pescoço. Eu respirava com dificuldade, mas sentia seu perfume perfeitamente. Era, exatamente, o mesmo que ele usava no dia que nos conhecemos. Por fim, senti seus lábios tocarem os meus. 

- Claro que depois a bibliotecária chegou e atrapalhou tudo! - elas riram. - Mas eu nunca vou esquecer desse dia. Eu nunca vou esquecer de nenhum dia desde que o Matteo entrou na minha vida, na verdade.

- Eu ouvi meu nome?

- Eei, Mauricinho... - ele lhe deu um selinho e cumprimentou Vanessa. - O que está fazendo aqui? Não deveria ir pro estágio?

- Me deram o dia de folga pra poder ir ao médico. Aí, eu resolvi as coisas rapidinho e vim te procurar.

- Como sabia que eu estaria aqui?

- Em que outro lugar você estaria?

- Bem pensado.

- Como sempre.

- Tá vendo com o que eu tenho que lidar, Vanessa? Não, não ri, vai fazer o ego dele inflar ainda mais. Se é que isso é possível.

- Vocês são adoráveis. Eu queria muito passar mais tempo com vocês, mas eu preciso mesmo ir pra casa agora. - ela juntou suas coisas e os deixou sozinhos. Matteo pediu dois milkshakes de maracujá. Enquanto Luna guardava todas as coisas da faculdade sentiu algo gelado na cabeça.

- O que é isso? - perguntou passando a mão na cabeça. - Você não...ah, você não se atreveria...

Com um sorriso sapeca, ele continuou a salpicar a milkshake do copo nela, com seu canudo. Ela cobriu o rosto com as mãos. - Opa, perdão.

- Qual seu problema?! - mas ambos estavam gargalhando - Isso é uma declaração de guerra ou o quê? - perguntou lembrando exatamente da primeira vez que fizeram aquilo.

- Não, tranquila, isso não é uma declaração de guerra - e enquanto dizia continuava a salpicar mais milkshake nela - fica tranquila. - Luna pegou seu canudo e tentou revidar. - Nanananão! 

- Daquela vez, eu não joguei a milkshake em você, mas, olha, que desta vez eu jogo...

- Você não seria capaz...

- Quer pagar pra ver? - ele suspirou dramaticamente.

- Estraga prazeres. - ela segurou o queixo dele com a mão e beijou sua bochecha.

- Há quanto tempo não faz essa barba?

- Ah, não enche! - e a beijou. 

Um beijo com gosto de milkshake de maracujá. Gosto de guerra. Gosto de trégua. Gosto de saudade. Gosto de memória. Gosto de "Para sempre".



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