1. Spirit Fanfics >
  2. Revenge Girl >
  3. Mononucleose is a bitch

História Revenge Girl - Mononucleose is a bitch


Escrita por: MandsChan

Capítulo 12 - Mononucleose is a bitch


Fechei o celular com força e trinquei os dentes. Olhei para Tomy com raiva e ela riu, cheia de si.

- Está vendo? Faz o que quer, lê o que não quer. - dei meia volta e saí a procura de Shaoran.

- Que pervertido! Ele estava, saindo, com aquela... Aquela... Vulgar. Ele deve estar saindo com o prédio todo. E eu... Eu... - dizia para mim mesma, andando pelos corredores vazios do lugar. Até no final de um, achei Shaoran, vindo ao meu encontro, com um copo de café na mão.

- Tem noção de como é difícil conseguir um café? - ele apontava para seu copo de café fumegante. Abri a mensagem e apontei para a tela, aproximando-o de seu rosto.

- Você é um tarado! Saindo com funcionárias Shaoran? Esperava mais de você! - ele tomou o celular de minha mão. Quando leu, colocou seu sorriso mais irritantemente belo e debochado no rosto.

- Lendo minhas mensagens Sakura? Não sabia que nosso “relacionamento” já estava tão avançado... Como sabia minha senha? - ele ria tomando um gole de café.

- Que relacionamento? Não tenho nada com você! - respondi apontando o dedo em seu rosto. - Já você deve ter milhares de relacionamentos. E com funcionários! Por favor, Shaoran. Halley? - dizia indignada.

- Olha quem fala. Até onde eu sei, sou seu funcionário, e você e eu... Bem, nos relacionamos. - eu arregalei os olhos com sua constatação, que era verdadeira. - E Hall, é uma ótima pessoa. Não sou preconceituoso Sakura. Colegas de trabalho, ou não, saio com a chefe, ou a secretária. - ele me olhava superior.

- Você é muito cínico. Diz que eu continuo a mesma... E você? - falei me aproximando, apontando meu dedo em seu nariz. - Continua o mesmo canalha, idiota, que usa todas as mulheres. - ele me olhou surpreso.

- Eu ainda quero saber o que foi que eu te fiz.

- Não se julga “o esperto”? Busca na memória, sei que vai descobrir. – virei e fui embora. No carro de Tomy, claro, já que o meu, bem, o meu foi guinchado.

Cheguei em casa, finalmente, depois de uma noite fora, e fui direto para meu quarto. Tomei um desejado banho, para tirar aquele cheiro viciante que consumia meu corpo, graças aos moletons de um certo alguém.

Fiquei de roupão em meu quarto, por um tempo. Deitei em minha cama e passei a encarar o teto. Pensava em tudo que estava acontecendo. Balançava os pés de um lado para o outro, fazendo os pingentes de minha tornozeleira de prata iniciarem uma pequena melodia. De repente a melodia cessou, ouvi meus pingentes tocarem o chão. Provavelmente rolaram pra debaixo da cama. Levantei a contra gosto e me abaixei para olhar debaixo da cama.

Havia muito pó, mas pude ver o brilho de meus pingentes. Agarrei a tornozeleira arrebentada, e junto com ela peguei uma caixa antiga. Percebi que os pingentes tinham prendido na caixa. Ao ver qual caixa era, me assustei. Sorri nostálgica, e subi em minha cama, abrindo-a.

Muitos papéis amassados eram encontrados, todos eles cheios de poemas e recados especiais, numa letra manuscrita itálica que sentia falta. Todos eram os bilhetes de Awly. Desde o primeiro, eu tinha guardado todos.

Na caixa também havia alguns papéis com minha letra, alguns rabiscos e rimas. Eram algumas músicas que escrevia, na época que tinha tempo e inspiração. Abri uma música qualquer, e li, sentindo meu coração apertar. Era uma música que tinha feito alguns dias depois do “ocorrido”, já estava em Paris quando a fiz. Lembro que era numa noite fria e chuvosa...

- It’s too late to believe. - li o nome da música. Saí da cama e fui até meu closet. Na última prateleira encontrei meu violão antigo, que meu pai tinha me dado, quando eu era pequena. Ele era todo decorado com flores entalhadas na madeira clara do violão. Sentei-me na cama, novamente, e me pus a cantar.

You made me believe you were great
That I could trust you any day
Now there’s no way
I'll do something for you
Cause I know you’re not worth any of this
You never were
And never will be
on that
You can trust me...

O rosto de Shaoran veio em minha mente, seu rosto juvenil, de 17 anos. Então flashes do baile apareceram, fazendo meu coração apertar. Seu rosto de homem feito apareceu agora, com o sorriso sarcástico no rosto. Olhei o papel e vi que ele estava em branco. Idéias começaram a vir em minha cabeça, e preenchi o papel amarelado de velho, com sentimentos atuais.

I’m not the kind of girl
You can play around
It’s kinda hard to make me change my mind
After all that you’re asking me
What’s wrong
Don't do your innocent

You perfectly know what’s making me sad...

 

Enquanto cantava, alto, as palavras recém escritas, refletia. Eu estava fazendo tudo errado. Estava agindo errado, me deixando levar por impulsos nervosos, impulsos que me jogavam nos braços de Shaoran.

Comecei a cantar então, de improviso, com os sentimentos aflorados na pele.

You made me real mad
And really sad
You made me suffer and I can’t trust you no more
You made me suffer (suffer)
You made me real mad (real mad)
Baby you won't do that with me no more...

 

Ia reformular meu plano, ia jogar diferente.

Desde quando me importo se ele sai com Halley, ou com outra qualquer? Por mim, ele pode ter filhos com ela, e com todas as mulheres do universo. Tanto que ele pague pelo o que fez.

Parei de tocar, deixei o violão na cama e fui até minha escrivaninha. Peguei um velho caderno de anotações e comecei a escrever. Comecei a planejar tudo que iria fazer, passo a passo, todas as precauções a serem tomadas, para não cair de “amores” por Shaoran.

Peguei minha a letra de It’s too late to believe, que tinha acabado de cantar, e colei no caderno. Datei tudo, e coloquei o caderno na minha pasta de trabalho. Sorri confiante.

Amanhã, tudo ia ser diferente.

...

Algumas semanas tinham se passado desde o meu reencontro com Peter Castle na TGZ Models. Desde então tínhamos nos aproximado bastante, principalmente no nosso prédio. Eriol e Tomoyo estavam no maior “love”, tenho certeza que já já estão namorando. Agora quanto a mim e ao senhor Li, bem... Não tivemos mais nenhum encontro fora do trabalho, mas o nosso contato dentro da empresa continuava cheio de provocações sedutoras e picuinhas. A notável beleza desse ser atrai os olhos de todas as mulheres (e alguns homens) do prédio, mas eu percebo que a minha atenção tem um significado diferente para Shaoran, que a meu ver, já está caindo de encantos por mim.

Entrei em minha sala naquela manhã e percebi que Claire não estava na porta, deve estar no banheiro. Sentei em minha cadeira grande e fofa, e notei algo em minha mesa. Um envelope. Li seu conteúdo com um grande sorriso no rosto, e ao terminar liguei para a sala de Shaoran, tinha que vê-lo imediatamente.

- Por que tenho que estar aqui mesmo? - Shaoran me perguntava ao estacionar o carro na frente da TGZ Models, novamente.

- Por que é meu parceiro de trabalho, e nós precisamos fazer da entrevista com Rebecca Howard uma coisa perfeita. - eu dizia enquanto saía do carro.

- Primeiro: Parceiro de trabalho? Não era seu “empregado”? - ele dizia chocado. - Segundo.- ele fez um olhar malicioso. - Essa tal de Rebecca...

- Tem quinze anos. - disse simplesmente admirando sua cara de tacho. - Por isso estamos aqui, é a modelo mais famosa com a idade que tem. - ele deu de ombros e entramos no prédio.

Bem, o meu plano para hoje era muito simples: encontrar Peter novamente, forçar Shaoran a ter ciúmes, mas deixar bem claro que é de Shaoran que eu “gosto”. Aí ganho a confiança dele. E a qualquer momento posso quebrá-la. E não há nada que doa mais do que perder a confiança em alguém, é algo praticamente irreversível. Eu sou a prova viva disso. Eu quero olhar nos olhos de Shaoran e ver o desespero que um dia eu demonstrei. Quero reconhecer em sua derrota a minha vitória.

Toda essa mobilização para Rebecca Howard era pura encenação. Tudo bem que era o meu trabalho do dia, como o envelope da direção do jornal dizia, mas não era o meu grande objetivo de hoje. Eu hoje só queria dar um passo a mais em direção a minha vingança.

- Somos a equipe do Times, temos uma entrevista com Rebecca Howard. - disse e a atendente pareceu não prestar atenção em uma palavra minha, já que estava com os olhos vidrados em Shaoran. Revirei os olhos e o encarei.

- Somos a equipe do Times, temos uma entrevista com Rebecca Howard. - ele disse repetindo cada palavra minha.

- Sala 27, segundo andar. - ela respondia com um sorriso encantado. Shaoran piscou para ela e seguiu para os elevadores.

- Qual o seu problema? – reclamei para a moça e pela primeira vez ela pareceu notar a minha presença. Mudou seu olhar encantado para um frio e me olhou dos pés a cabeça.

- Nesse momento, você e sua estupidez. – o que todas as secretárias do mundo tinham contra mim afinal? – O que faz aqui quando tem um cara como aqueles te esperando no elevador? - ela apontou para Shaoran, dentro do elevador, segurando a porta, nos olhando.

- Faço isso. - disse empurrando uma pilha de papéis enorme do balcão, no chão. Ela me olhou perplexa.- Pensa direito na próxima vez que me chamar de estúpida. - e saí andando vitoriosa.

Entrei no elevador e Shaoran me olhou com um sorriso irônico no rosto.

- Nem pergunte. - o adverti. As portas se fecharam, e eu pude ver de relance a secretária pegando todos os papéis do chão.

Ao sair do elevador a primeira pessoa que vi foi Todd. Sim, aquele gordinho estiloso que parecia ser o chefe da Tomy. O que me convidou para ser modelo.

- Sakura? - ele me encarou perplexo. - Sakura Kinomoto? - ele confirmou. - Meu Deus! Graças aos céus! Estamos precisando de você! - ele dizia num tom urgente e um pouco rígido.

- Eu? Ah, me desculpe. Estou atrasada para a entrevista com Rebecca? - sugeri. Shaoran só encarava a cena confuso.

- Rebecca? Oh! Não, não. - ele balançava a cabeça. - Na verdade, nem sabia que estava aqui para isso... Eu preciso de você para outra coisa... – me olhou apreensivo. Encarei Shaoran e ele retribuiu um olhar de “do que ele está falando?”

- Em que posso ajudar? - ele segurou meu braço e começou a me puxar.

- Venha comigo. - e fui arrastada pelos corredores.

Cheguei a um estúdio que simulava uma paisagem de neve, com trenós, muita gente de casaco, e até neve falsa. Passei por ele até uma porta do camarim, lá dentro encontrei a Tomy, com uma cara horrível, jogada no sofá.

- Tomy? Mas o que está acontecendo? - perguntei me abaixando no sofá.

- Saki... – a morena disse numa voz baixa. - Estou mal, não dá pra trabalhar não... – continuou, de olhos fechados. Pus a mão em sua testa, estava queimando em febre.

- Tomoyo! Você está com febre! - disse espantada. - Vamos ver o Eriol, agora. - disse tentando tirar minha amiga do sofá.

- Espere, espere Sakura. - Todd me impedia de pegar minha amiga. – É por isso que preciso de você. - o olhei confusa.

- Pra levá-la ao médico? - sugeri.

- Não, para fotografar em seu lugar. - arregalei os olhos em espanto.

- Me desculpe, Todd, mas se não percebeu, não sou modelo, não sou magérrima, nunca fotografei profissionalmente, e não me pareço nada com a Tomy para me passar por ela, já que não sou morena. - disse o mais calma possível. – Então não posso te ajudar. - enquanto eu discutia com Todd, Shaoran estava ligando para Eriol e contando o ocorrido.

- Pode sim. Você é linda, jovem, com o corpo perfeito, e castanha! - ele me explicava. – Na realidade, este anúncio pedia uma modelo castanha Sakura, mas como só tínhamos modelos morenas ou ruivas hoje no estúdio, nosso cliente teve de se conformar.

- Não interessa Todd. Não vou dar uma de “modelo por um dia”. A minha amiga está doente, e precisa de um médico. - Tomy tossia pesadamente, mas tentou se controlar para se pronunciar numa voz carregada.

- Amiga, por favor, por mim, tire essas fotos. O cliente já assinou o produto comigo, e segundo o meu contrato se eu quebrar um compromisso com um cliente posso ser demitida. - ela se esforçava a dizer. – Vai lá Sakura, são só umas fotos, nada que te morda. – mesmo morrendo, minha amiga conseguia ser irritante.

- Tomy, me desculpe, mas tem que entender. Eu NÃO sou modelo, e não tenho a menor idéia de como tirar fotos para uma revista. – a morena abriu os pequenos olhos inchados e me olhou implorando para que eu acatasse ao pedido de Todd. - Nem me venha com esse olhar de cachorro que caiu da mudança, não tem jeito de eu fazer isso. - disse cruzando os braços.

- Eriol está vindo. - Shaoran disse desligando seu celular. - Mas disse que pode demorar, já que o trânsito está horrível. - revirei os olhos de raiva.

- E aí Todd, conseguiu outra modelo? - um homem mais novo que Todd esgueirava sua cabeça para dentro do camarim.

- Parece que não Fleen. - ele me encarava. Na verdade não só ele, Tomy, Shaoran e o tal de Fleen também. Provavelmente esperando uma resposta definitiva.

Suspirei alto e revirei os olhos. O que não faço pelos amigos?

- Você me deve metade do seu cachê Daidouji. - disse apontando para Tomy, que começava a se animar, em suas feições doentes.

- Tanto que faça, e direito. - ela ironizava.

- Folgada. - disse e acompanhei Todd e Shaoran para fora da sala, provavelmente, para me trocar.

Juro que esperava fotografar com um casaco enorme, touca, luvas e botas de neve, mas para minha surpresa, coloquei a parte de cima de um biquíni amarelo, uma canga de praia na cintura, e óculos de sol Ray Ban. Lógico, era uma propaganda da Ray Ban. Mas o por que da neve?

- São quantas fotos? - perguntei a Todd enquanto alguém me maquiava.

- De 30 a 50 querida. - ele disse naturalmente. Decidi relevar esse número de fotos que era, para mim, enorme.

- Todd, esse negócio de eu entrar no lugar da Tomy, não é ilegal? Quer dizer, eu não sou contratada, nem nada. - disse preocupada, Todd apenas riu.

- Sakura querida, neste mundo tudo é ilegal, imoral ou engorda. – ele disse rindo, me contagiando. Acabei a maquiagem e fui para o cenário.

Não sei se o ar condicionado estava ligado na mais baixa temperatura, para dar realidade ao cenário frio, ou se por eu estar de biquíni estava mais sensível, mas eu estava literalmente, tremendo de frio. Subi no cenário polar e comecei a fazer poses. Confesso que foi divertido. O fotógrafo ora dizia “cara de sou poderosa”, ora dizia “olha pro além e mantém”. Foi bom me sentir modelo, e ao contrário do que eu pensava, era muito fácil, quer dizer, a única parte chata eram todas as pessoas te olhando por trás das câmeras. Todas menos duas. Peter chegou no estúdio e passou a acompanhar meu ensaio fotográfico, e Shaoran, bem, podemos dizer que meu começo de plano estava dando certo.

- Ok! Acabou pessoal, dispersando! – Todd falou cessando os incansáveis flashes. Desci do cenário, em direção ao camarim, mas alguém me impediu.

- Esqueceu da entrevista modelo do dia? - Shaoran me olhava irônico. Como eu queria responder, como eu queria responder mal.

- Er... Claro que não. Só vou me trocar e já vou. - disse com um grande sorriso, falso claro. Nota mental: é melhor este plano valer à pena.

Ao sair do camarim, já com as roupas de antes, encontrei Shaoran e Eriol, conversando no corredor. Finalmente o médico chegou.

- Hey Eriol. Que rápido. - ironizei.

- Como se eu amasse ficar parado no trânsito. – ele revirava os olhos. – Cadê a Tomoyo?

- Vem comigo. – e o levei para o camarim.

Tomy ainda estava na mesma posição em que a deixamos, jogada de lado no sofá, mas agora estava dormindo. Eriol começou a examiná-la exteriormente, mediu sua temperatura, ouviu seu coração...

- Agora tenho que acordá-la. – ele disse despertando Tomy delicadamente.

- Hm? Eriol? - ela falou abrindo os olhos lentamente.

- Sim, sou eu. Abra a boca Tomy. - ele pediu segurando uma coisa que parecia um palito de sorvete. A morena abriu e Eriol hesitou, como se tivesse tomado um susto. – Tomoyo... Sua febre, a aceleração cardíaca, sua garganta inflamada com amídalas inchadas... É mononucleose. – ele disse e eu arregalei os olhos.

- Espere aí… Essa doença, mononucleose, não é só transmitida... -

- Sexualmente. Ou pelo beijo. - eu olhei Tomy com espanto.  Eu, Shaoran e Eriol na verdade. - Tomoyo, tem idéia de como pode ter pego isto? – o médico perguntou sério. A morena me olhou, com os olhinhos azuis pequenos e inchados, como se pedisse ajuda. Ajuda? Ela estava escondendo algo? Será que... Beijou, ou pior, com outro?


Notas Finais


Vesh, sujou pra Tomoyo :/


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...