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História Revenge Girl - A verdade nua e crua


Escrita por: MandsChan

Notas do Autor


E agora hein? Será que a Sakura cai na real finamente? o/ Não esqueçam de me contar o que acharam!!

Capítulo 17 - A verdade nua e crua


Acordei com o barulho da chuva, olhei no relógio, já eram 8h12 da manhã. Eu entrava no escritório as 9, mas não estava a fim de pensar nisso agora, estava mais interessada em um certo homem lindo e de feições angelicais que dormia ao meu lado. Virei-me para encará-lo melhor e não pude conter que um sorriso bobo brotasse em meus lábios.

Lembro-me da primeira vez que dormimos juntos. Eu estava confiante de que seduziria Shaoran e o faria rastejar por mim desde então. Eu consegui. Uma pena que também me deixei levar. Nas primeiras vezes pensava que era somente atração física, mas conforme as noites foram se repetindo, percebi que era muito mais que isso. Quando dormia com Shaoran eu não lembrava de plano, vingança, caderno, nada. Era um momento só meu e dele e eu me entregava por completo.

Merda.

Tomy estava certa, eu estava namorando ele. Nada oficial, nenhum pedido foi feito, ninguém se ajoelhou na minha frente, ou me deu algum anel, mas pelo amor de Deus, a nossa relação estava se tornando tão séria quanto um namoro. Nós nos víamos todos os dias, jantávamos fora, nos beijávamos sempre. Ele me fazia rir, me entendia, era um poço de paciência com as minhas loucuras. Sem contar das nossas “festinhas particulares”, que para minha sorte acontecem com muita frequência. Eu estava completamente dominada pelo seu cheiro, sua voz aveludada, seu toque, sua presença.

A noite de ontem foi como um divisor de águas. Foi como se fosse a primeira noite depois de eu ter caído na real, a primeira noite em que eu percebi que precisava tê-lo comigo de verdade, a primeira noite em que eu cogitei a possibilidade... Tá, eu não cogitei, eu constatei, que o meu plano tinha sido um completo fracasso. Enquanto eu estava ali, com o olhar de idiota, observando Shaoran dormir, percebi que tudo estava indo por água á baixo. Toda aquela empolgação de dois meses atrás, aqueles planos no meu caderninho especial, toda a raiva, o ódio, tudo estava se desfalecendo, como gelo no sol. Eu era o coração de gelo que estava derretendo no calor do sol de Shaoran.

Mas apesar disso, apesar de admitir que estivesse me sentindo diferente em relação ao castanho deitado em minha cama, apesar de admitir que adorava seu senso de humor, seu cabelo bagunçado, seu perfume embriagante, e que muitas vezes odiava seu excesso de perfeição por chamar a atenção de muitos olhos que não os meus, eu tinha que admitir que ainda tinha um pé atrás.

Em minha mente, agora, uma confusão rolava solta. E eu não tinha a menor ideia do que fazer sobre isso.

Se tudo isso não fosse o bastante, ainda tinham as descobertas que eu fiz sobre a família de Shaoran. Quando descobri que ele era o herdeiro do Clã Li da China, pesquisei sobre isso e não gostei nada do que descobri.

Os chineses são muito discretos quanto ao assunto, tanto que foi muito difícil de reunir informações, demorei mais de um mês para ter progresso, mas consegui. A família Li é a que tem mais influência na China e possui as tradições mais bizarras, dentre elas de ser comandada por um herdeiro QUE JÁ TENHA OUTRO HERDEIRO A CAMINHO. Isso mesmo. Desde que seu pai morreu, Shaoran devia ter assumido o “trono”, porém nunca mostrou nenhum interesse. E agora já é considerado VELHO demais e o Clã exige não só que Shaoran se mude definitivamente para a China e assuma suas responsabilidades, como quer que ele providencie um filho o mais rápido possível. Diversas matérias explicavam que o ideal era um filho gerado através de um casamento, mas que ao ponto em que as negociações com Shaoran estavam impossíveis, qualquer herdeiro, fruto de qualquer relacionamento já “serviria”.

What the fuck? Estamos novamente no século 12 e ninguém me avisou?

Quem mais sabia desta informação? Do jeito que Shaoran era popular entre as mulheres, não iam faltar candidatas a serem mães do herdeiro do milionário Clã Li. Estou fodida. Pior. Shaoran nunca me contou nada, eu descobri tudo isso sozinha, ou seja, eu nem era uma candidata a ser mãe do seu filho. MAS QUE MERDA EU ESTOU PENSANDO? Desde quando ser mãe está no plano?

Estou completamente perdida.

O que fazer? Manter o plano de vingança, que parece não ter mais sentido, ou me entregar de corpo e alma a Shaoran? Mas ainda tenho dois pés atrás quanto à lealdade dele. E se não me entregar e perde-lo para algum golpe da barriga?

Fui interrompida de continuar a deixar que meus pensamentos vagassem soltos ao perceber que um par de olhos âmbar me encarava docemente.

- Bom dia. – ele disse sorrindo.

- Bom dia. – respondi com a voz mais abobalhada do universo. Para com isso Sakura. Ele se sentou e se espreguiçou, olhou o relógio na cômoda atrás de mim e esbanjou um sorriso.

- Então a chefinha me deu folga, é? – apenas sorri assentindo. Com certeza já tinha passado das 9 da manhã, e eu ficara mais de 45 minutos olhando Shaoran dormir. Virei-me para o relógio e vi que minha hipótese estava errada. Já eram 9:27. Eu tinha o observado por mais de uma hora mesmo. Ele levantou e foi até o banheiro me dando a visão daquele corpo definido vestindo apenas uma cueca.

Oh my fucking God.

...

Eu e Shaoran resolvemos ir ao Central Park em nosso dia de “folga”, dia mais que merecido, desde de que tomei o lugar de Lisa não tinha folgado um dia se quer, Shaoran sempre foge uma vez por semana, ele é um folgado.

Já estávamos caminhando por mais de uma hora, até que me cansei de tomar sol na cabeça e sentei no meio da grama. Shaoran sentou ao meu lado, observando minhas coxas á mostra graças ao único shorts minúsculo meu que tinha encontrado em sua casa hoje de manhã.

- Já está cansada? – ele riu.

- Sou sedentária sim e com muito orgulho. – foi-se o tempo da menininha que ia patinando pra escola. Agora a menininha não dá dois passos sem a chave do carro na mão.

- Você é uma lerda, isso sim. – ele brincou bagunçando meus cabelos.

- Para Shaoran! Já disse que odeio quando você faz isso! – gritei emburrada, tentando arrumar os nós que se formaram.

- Para de ser patricinha, está parecendo a Tomoyo. – ele me provocava, sabia que odiava ser chamada de patricinha.

- Cala a boca. Olha quem fala, o mauricinho que fica duas horas arrumando a franjinha no espelho. – eu ironizei. Ele então aproximou seu rosto do meu.

- Então acho que somos um casal perfeito, o mauricinho e a patricinha. – sussurrou já encarando meus lábios. Afundei minhas mãos na grama, e peguei um punhado de terra.

- Desculpa, mas de patricinha, eu não tenho nada. – disse despejando a terra toda em seu cabelo. Ele fechou os olhos incrédulo, e então os abriu, me olhando perverso.

- Corre. – disse simplesmente. Eu me levantei e comecei a correr pelo parque feito uma criança doida fugindo do monstro malvado.

- Ah! – gritei em meio a gargalhadas ao sentir vários punhados de terra acertar minhas costas e meu cabelo, virei meu rosto para ver se ele estava me alcançando e tive meu rosto coberto de terra. – Vai me pagar! – disse enquanto me abaixava e enchia minhas duas mãos de terra.

Nós podíamos ser processados (não duvide do poder do povo americano em processar alguém) por denegrir local público, estávamos deixando o parque todo cheio de buracos, com a marca de nossos dedos. Estávamos destruindo todas as florzinhas arrancando-as da terra, mas não estávamos nem aí, estávamos nos divertindo, como duas crianças, numa simples guerra de terra. De repente Shaoran parou de me jogar terra, me abraçou e me rodou no ar, comecei a gargalhar involuntariamente. Minha risada foi abafada então, pelo barulho de um trovão. Nós dois olhamos para cima, e quase instantaneamente a chuva começou a cair torrencialmente em nossas cabeças.

- Não acredito! – exclamei abobalhada, aquilo só podia ser brincadeira.

- Vem logo, quer tomar um raio na cabeça? – ele me puxou pela mão. Esqueci que estávamos num parque, e com a minha sorte de sempre cair, me sujar e depois tomar chuva, a chance de tomar um raio na cabeça não era nada remota.

Então passamos correndo pelo parque, de mãos dadas, chamando a atenção de todos, que paravam para ver o casal encharcado e cheio de lama, dos pés á cabeça.

Chegamos a meu apartamento e fomos os dois direto para o chuveiro. Já estávamos a ranger os dentes de tanto frio quando a água escaldante do chuveiro veio de encontro á nossa pele gélida. Demoramos muito no banho, na realidade nós não tomamos só banho, mas enfim. Saí de toalha na cabeça e roupão no corpo e fui pegar uma toalha para Shaoran.

- Faz um chocolate quente lá Saki. – ele ordenava enquanto secava os cabelos e enrolava a toalha na cintura.

- Seu folgado. – disse jogando uma muda de roupas de Eriol nele. Parece que as roupas dele também estavam em falta aqui em casa. Troquei-me e fui para a cozinha. Estava despejando o líquido fumegante nas duas xícaras quando Shaoran gritou do meu quarto.

- Sakura! Seu celular está tocando! - essa é a grande diferença entre mim e o Shaoran. Ele avisa quando o meu celular toca, eu simplesmente atendo o dele.

- Atende aí, estou ocupada! – berrei da cozinha tentando não me desconcentrar em despejar o líquido nas xícaras. Alguns segundos depois Shaoran chega na cozinha com o cenho franzido e uma cara de poucos amigos.

- É o Hiro.  – ele disse seco. Pronto, muito obrigada Hiro. Tomei um susto quando recebi a notícia derramando metade do chocolate quente no balcão da cozinha. Deixei tudo pingando e joguei um pano de prato na cara de Shaoran para ele limpar. Peguei o celular de suas mãos e me joguei no sofá.

- Hiro! – gritei histérica.

- Saki! – ele gritou imitando a minha voz. – Namorado novo, é? ALELUIA! – ele zombou.

- Para de ser palhaço.  – eu brincava. – Fazem décadas que você não me liga, a que devo a honra?

- Eu estou no aeroporto, esperando certo alguém me buscar.

- Mentira?! – levantei rápido do sofá encarando Shaoran limpar a cozinha com cara de poucos amigos.

- O convite do começo do ano ainda está de pé?

- Claro, claro! Mas me pegou de surpresa! Pretende ficar quantos dias? – eu dizia animada. Shaoran começou a prestar atenção na minha conversa a partir daquele momento.

- Sei lá, que tal pra sempre? – ele ria do outro lado da linha.

- O que?

- Eu estou me mudando Sakurinha e quero ficar por aí até comprar meu próprio apartamento, oras. – mas aquele Hiro era um ser folgado por natureza.

- Ah, tá. E me avisar pra que, certo? – eu ironizava rindo.

- Você adora surpresas, oras.

- Eu adoro mais você. – que saudades que eu estava desse palhacinho.

- Então vem logo, que daqui a pouco vou criar teias de velho nesse aeroporto, beijos, ah, não conta pra Tomy, quero fazer surpresa. – ele disse sapeca.

- Tá,tá, espera que em 15 minutos estou aí. – falei colocando as sapatilhas.

- Não demora, beijo, amo il mio (lê-se amore mio). – ele brincava falando italiano como sempre.

- Beijo amo il mio.

Desliguei o celular e quando olhei para a cozinha vi que a bancada já estava limpa, mas que Shaoran não estava lá. Fui para o quarto e pude vê-lo por os sapatos.

- Onde você vai? – perguntei.

- Me diz você onde nós vamos buscar seu amo il mio que você tanto adora. – ele dizia sério. Revirei os olhos, peguei minha bolsa e fui em direção á porta. Shaoran me seguiu, como já era de se esperar.


Notas Finais


Hiro quem? '-'


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