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História Revenge Girl - Minha pérola


Escrita por: MandsChan

Notas do Autor


Eae pessoal! Hoje eu tô com bastante tempo, então vou postar três caps o/o/o/ hahaha
Não esqueçam de me contar o que estão achando =)
ps: nesse capítulo usei a música Pearl da Katy Perry. Se quiserem colocar para ouvir, pode dar um clima a mais na hora de ler!

Capítulo 19 - Minha pérola


Ao chegar em casa, pude ouvir gargalhadas, vindas de meu quarto. Fechei a porta, larguei minha bolsa em qualquer canto e fui em direção ás vozes alteradas.

- Ela não fez isso! – Hiro questionava rolando de rir na minha cama. Tomy apenas assentia se contorcendo em risadas. Lágrimas de alegria saíam de seus olhos.

- Posso saber que festa é essa? – entrei no quarto cessando as gargalhadas. Eles me olhavam com sorrisos nos lábios, já mais calmos.

- Eu estava contando pro Hiro daquele dia em Chinatown. – ela sorria. Revirei os olhos.

- Não acredito! Primo é tudo mentira. – eu tentava defender meu lado.

- Ah claro, te conheço muito bem baixinha, do jeito que é avoada...

- Em minha defesa, já tinha bebido não sei quantas piña coladas quando isso aconteceu... - eles se entreolharam e riram da minha cara. – Qual é a graça?

- Piña colada? Em Chinatown? – não paravam de rir.

- Tanto faz, bebi uma coisa que me alterou, eu não estava em meu juízo perfeito. – disse emburrada, sentando em minha cama e agarrando meu travesseiro.

- O que aconteceu? Está de mau humor? Você sempre volta com cara de idiota apaixonada da casa do Shaoran... – Tomoyo realmente tinha o dom de me constranger na frente dos outros.

- Tomoyo! – reclamei. Hiro me olhou monótono.

- Você realmente acha que eu fiquei todo este tempo com Tomy sem me atualizar em tudo sobre “você e o cara que mal olhou na minha cara hoje?”.

- “Todo esse tempo”. Não te deixei aqui faz tanto tempo assim.

- Você me deixou aqui há duas horas. – ele afirmou e eu arregalei os olhos, o tempo que fiquei no apartamento de Shaoran não pareceu passar de minutos. – Mas enfim, a Tomy já me contou tudo. E eu concordo com ela, você está fazendo besteira, baixinha.  – ele disse tocando a ponta de meu nariz carinhosamente.

- Ela te contou tudo sobre-

-Tudo desde o baile, até a contratação do cara. E principalmente, sobre isso aqui. – ele disse tirando meu caderninho especial de um bolo de cobertas que estava sobre a minha cama. Arregalei meus olhos e passei a encarar Tomoyo. Por que eu não punha aquele caderno numa biblioteca pública? Todo mundo já o estava lendo mesmo.

- O que foi que eu te disse sobre mexer nas minhas coisas? – disse nervosa.

- Me erra Kinomoto, até parece que não ia contar nada pra ele. – ela disse sarcástica. Eu ia esganar aquela morena enxerida.

- Isso eu que ia decidir Daidouji.

- Se não me contasse e eu descobrisse depois, eu saía desta casa e ia morar num hotel. – meu primo disse dramático. – Para de cena Sakura e agora me explica o porquê de tudo isso?

- Pensei que a sua queridíssima informante já tinha te falado tudo. – disse seca.

- Mas você está afiada hoje! – Tomy reclamava. – O que aconteceu? Desembucha. – revirei os olhos e suspirei, eu realmente precisava desabafar.

- Odeio ser pressionada.

- Por favor. A gente só quer te ajudar. – Hiro me olhou carinhoso, segurando minhas mãos. O verde de seus olhos pareceu brilhar de maneira mais intensa. Suspirei mais uma vez.

- Eu percebi hoje que eu estou apaixonada por ele e que não posso seguir adiante com o meu plano.  – disse rápido, de olhos fechados, como se fosse uma criança tomando um remédio amargo. Só faltava tapar o nariz. Abri os olhos para avaliar a reação dos dois. Eles mantinham as mesmas expressões de monotonia. Como se eu tivesse falado que o sol é quente, que o céu é azul, que o mundo dá voltas.

- Demorou, mas chegou o dia. – Tomy zombava da minha cara. Mostrei-lhe a língua.

 - Tomoyo, não está ajudando. – Hiro a repreendia. – Deixa a menina.

- Você diz isso por que não foi você quem teve que aguentá-la nesses últimos seis anos. – ela disse me encarando e torcendo o nariz.

- Para com isso, quer que ela trave de vez? – meu primo repreendia Tomy mais uma vez.

- Ei! Dá pra calarem a boca e me deixarem terminar? – já estava me arrependendo daquela história de “precisar desabafar”. Eles se calaram e me encararam. – Eu estou completamente confusa. Eu achava que nunca mais conseguiria gostar de algum homem, pensei que estava fechada para balanço pro resto de minha vida. Aí me pego apaixonada pela pessoa com quem estava realizando meu plano de vingança? – olhei-os com a tristeza estampada em meu rosto – Parte de mim quer me entregar, quer apenas esquecer tudo. Mas a outra parte não deixa. Eu não consigo confiar nele, acreditar que tudo isso não vai acontecer de novo... – olhei para meu caderno especial que estava em meu colo. Uma lágrima solitária minha pousou em sua capa preta.

- Tomoyo pega o violão. – ouvi Hiro dizer. Levantei meu rosto e vi minha amiga de semblante triste ir em direção ao meu armário e pegar meu velho violão de lá. Não tinha idéia de que ela sabia da existência dele. – Cante a sua música pra ela Tomy. – meu primo disse carinhoso. A morena então dedilhou as primeiras notas e me encarou chorosa. As primeiras palavras de sua melodia em sua doce voz começaram a invadir meu quarto.

”She is a pyramid
But with him she's just a grain of sand
This love's too strong
Like Mice and Men
Squeezing out the life
That should be let in
She was a hurricane
But now she's just a gust of wind
She used to set the sails of a thousand ships
Was a force to be reckoned with”

Tomoyo não tirava os olhos de mim, pude sentir meus olhos começarem a marejar. Fazia anos que eu não a via tocar violão, e agora além de presenciar isto, podia vê-la tocar uma música que tinha composto para mim. Ela cantava tão bem, que saudades que eu estava de ouvir aquela voz.

“She could be a Statue of Liberty
She could be a Joan of Arc
But  scared of the light that's inside of her
So it keeps her in the dark

Oh, she used to be a pearl
Yeah, she used to rule the world
Can't believe she's become a shell of herself
'Cause she used to be a pearl
She was unstoppable”

Lágrimas rolavam soltas de meus olhos eu já não podia mais me controlar. Eu realmente fui um dia uma pérola, como a música descrevia, mas hoje sou apenas uma concha, dura, rígida, inquebrável, que mantém a pérola escondida dentro de si.

“Move fast just like an avalanche
But now she's stuck deep in cement
Wishing that they never ever met

She could be a Statue of Liberty
She could be a Joan of Arc
But scared of the light that's inside of her
So it keeps her in the dark

Oh, she used to be a pearl
Yeah, she used to rule the world
Can't believe she's become a shell of herself
'Cause she used to be a...

Do you know that there's a way out?
There's a way out, there's a way out, there's a way out
You don't have to be held down
Be held down, be held down, be held down”

Eu soluçava de tanto chorar. Tomoyo estava chorando, eu estava chorando. Hiro estava nos observando com um olhar triste. A voz doce de minha amiga nessa letra completamente perfeita para a minha vida de agora estava me desestabilizando.

“You don't have to be a shell, no
You're the one that rules your world
You are strong
And you'll learn
That you can still go on
And you'll always be a pearl

She is unstoppable”

E os acordes finais foram tocados. Um minuto de silêncio se instalou no local. Eu apenas pulei no pescoço de Tomy e nós choramos juntas, abraçadas. Meus olhos ardiam de tanto que eu chorava. Depois de um tempo me separei dela e comecei a me acalmar. Ela colocou o violão no chão e me trouxe uma caixa de lenços de papel. Nós começamos a nos recompor.

- Tomy cantou esta canção hoje mais cedo pra mim. – meu primo quebrou o silêncio mórbido.

- Quando compôs isso? – disse minha primeira frase numa voz chorosa e esganiçada. Tomy me encarou.

- Uns dias depois que descobri do seu plano. – ela estava com a mesma voz que eu. Acho que encontrou meu violão o compôs essa música da mesma forma que achou meu caderno especial... Mexendo nas minhas coisas. Mas eu não estava brava com ela. Estava até muito agradecida. Essa música clareou minha mente e acalmou meu coração.

- Eu não quero mais ser uma concha, quero ser a pérola de antes. – disse baixo e envergonhada.

- Pra isso você tem que esquecer o passado. – Tomy disse segurando minhas mãos e sustentando seu olhar no meu. Suspirei.

- Mas... Eu...-

- “Vou tentar” – Hiro completou minha frase. – Até eu estou achando essa história mal contada Sakura, e eu nem conheço o cara direito, mas já estou dando crédito pra ele. Eu lembro de quando você ia lá em casa vivia falando deste tal de Li. – ele revirava os olhos, divertido. Arrancou-me um pequeno sorriso. – Eu ainda acho que deve falar com ele, esclarecer as coisas, explicar o que você está pensando, perguntar de uma vez por todas se isso foi o que realmente aconteceu, e parar de fugir da resposta.

- Eu não posso fazer isso! Shaoran nunca pode descobrir que um dia eu pensei em te fazer tanto mal... – falei cautelosa referindo-me ao meu plano. – Se ele descobrir vai me deixar com certeza.

- Não se você explicar. – Tomy me encorajava.

- Eu não vou correr o risco. – disse decidida.

- Não te entendo, não quer ter nada com ele por que não confia. Mas quando tem a oportunidade de resolver tudo, não quer por medo de perdê-lo. – Hiro citava minha lógica completamente ilógica.

- Para mim poderíamos ficar assim pra sempre. – disse suspirando.

- Assim? Ele tentando descobrir o que há de errado, e você tentando esconder? – a morena me olhava indignada. – Você não sabe até quanto tempo ele vai aguentar viver sem te conhecer por completo Sakura.

- O suficiente pra eu pensar em outra coisa que me livre dessa situação. – disse pensativa.

- A única coisa que vai te livrar é a verdade. – meu primo tentava me convencer.

- A verdade não é a chave para tudo – disse séria. Ele piscou algumas vezes, como se quisesse captar a informação.

- Então você realmente mudou. – disse sério.

- Você não sabe o quanto. – Tomy disse sustentando seu olhar no meu. Suspirei.

- Já que estamos pondo as cartas na mesa, preciso dividir algo que descobri e está me atormentando tanto quanto esta história toda. – os dois não tiravam os olhos de mim, prestando total atenção. – Não sei se vocês sabem, mas Shaoran é herdeiro da família mais poderosa da China, o Clã Li...

...

Acordei na manhã seguinte com o rock de sempre em meu despertador. Quando a música cessou, abri os olhos e me vi abraçando Hiro pela cintura. Ele dormia feito um anjo com seu rosto bem colado no meu, nem o meu rock pauleira tinha o feito mexer um músculo se quer. Preguiçoso. Levantei da cama afastando um pouco o cobertor, pude constatar que meu primo dormia apenas com uma boxer preta. Ri sozinha ao imaginar o escândalo que Shaoran faria se entrasse no meu quarto segundos antes do despertador tocar e se deparasse com aquela cena. Shaoran. Mas será possível que já começo o dia pensando nele?

Arrumei-me e encontrei Tomy e Eriol na cozinha, preparando o café.

- Não me lembro de ter te visto ontem á noite aqui. – disse entrando na cozinha.

- Bom dia pra você também. – ele ironizou. – Eu vim tomar café da manhã com a minha namorada, posso?

- Adianta eu dizer que não?- respondi monótona

- Claro que não. – foi a vez de Tomy entrar na conversa. – Bom dia Sarakura. – Tomy disse depositando um beijo em minha cabeça, já que eu mastigava uma colherada de cereal. Ela então voltou a fazer suas panquecas. Suas não, as de Eriol, já que seu café já tinha sido a famosa barra de cereais.

Algum tempo depois as panquecas já estavam prontas e um ser somente de boxers entrou pela porta da cozinha atraído pelo cheiro de comida.

- Vão comer tudo sem me chamar? – ele disse chamando a atenção de todos, principalmente a de Eriol.

- Você estava dormindo que nem uma pedra, eu levantei e você nem sentiu. – disse mandando um beijo de bom dia no ar, já que novamente estava muito ocupada comendo cereais. Meu café da manhã é mais importante que a boa educação.

- Você estava dormindo com ele Sakura? – Eriol se pronunciou pela primeira vez incrédulo e com um leve rubor nas bochechas.

- Claro né, ou ele dormia comigo, ou no sofá, coisa que duvido já que ele é uma mocinha, ou no quarto de Tomy. – o médico encarou a morena com um olhar de “como é que é?” – Mas como eu sei que você mora agora na minha casa, não quis que ele atrapalhasse as “festinhas” do casal. – disse sarcástica. Ele continuou encarando Hiro, que nem estava prestando atenção na conversa. Estava ocupado demais colocando melado em suas panquecas.

- E você é o famoso quem? – Eriol disse um pouco alto chamando a atenção do meu primo.

- Hiro, sou o famoso Hiro. – ele disse estendendo a mão para cumprimentá-lo, mas retirando-a logo em seguida de perceber que ela estava suja de melado. – Melhor não... – ele disse passando a palma da mão suja em cima de uma panqueca. Ri da trapalhada dele.

- Ele é meu primo. – disse olhando para um Eriol confuso. Revirei os olhos e fui em direção á eles. – Hiro este é Eriol, o namorado da Tomy. Eriol esse é Hiro, meu primo. Todos apresentados? Vou voltar pro meu cereal. – disse e voltei para a mesa. Tomoyo virou-se pra Eriol e lhe entregou um prato de panquecas.

– Come logo amor, ou vou chegar atrasada. – ela disse preocupada. Então seu celular começou a tocar, e ela saiu da cozinha para atendê-lo.

- Sakura, você disse que ele é seu primo certo? – assenti com a cabeça. – E o que ele é de Tomoyo?

- Amigo muito antigo.  – disse de boca cheia. – Desde o Japão. - Eriol olhou Hiro por um instante e depois voltou a me encarar.

- Você sabe se eles já... – ri ao lembrar que Shaoran fez a mesma pergunta, só que relacionada à mim.

- Já sim, mas foram poucas vezes. – disse ainda com um sorriso nos lábios.

- E você está rindo disso por que...? – ele estava um pouco irritado. E lá vinham suas bochechas acendendo mais uma vez.

- Não estou rindo disso, é outra coisa. E relaxa. Eles só experimentaram por que eram muito próximos e confundiram os sentimentos. Aí perceberam que são como irmãos. Na verdade, nós três somos como irmãos. – disse tentando acalmar meu amigo vermelhinho. Ele não disse mais nada e voltou a comer suas panquecas. Hiro ainda estava enrolado com o melado. Tomoyo então voltou para a cozinha.

- Ainda não terminou? – ela viu que Eriol mal tinha tocado nas panquecas. Ele simplesmente voltou a comer, sem se pronunciar. – Ah, Saki. O telefone era pra você. – estranhei.

- Como assim? Não foi o seu celular que tocou?

- Foi, mas era Todd me ligando por não conseguir falar com você no seu celular. – ela explicou. Lembrei que meu celular estava descarregado. Mau sinal, precisava ver se tinha mais alguma mensagem de Awly.

- E o que ele queria?

- Ensaio pra Vogue hoje 16h30, sem atrasos. – ela disse provavelmente repetindo exatamente as frases de Todd.

- Tudo bem, eu falo pro Shaoran segurar as pontas na redação hoje. – disse terminando meu cereal e levando o pote para a pia, Hiro finalmente se sentou na mesa.

- Ensaio Saki?

- Não contou tudo da minha vida para ele ontem á noite não Tomoyo? – fiz cara de indignada. Ela mostrou-me a língua. – Agora eu sou meio jornalista e meio modelo, palhacinho. As minhas contas estavam muito altas, um emprego não estava me sustentando mais sabe... – dei uma de dramática. Todos riram. Até Eriol, que finalizava suas panquecas com um semblante menos carregado.

- Posso ir com você? – meu primo perguntou de boca cheia e com o nariz sujo de melado.

- Pode palhaço, mas se comporte. – disse sabendo o motivo real da sua vontade de me acompanhar á agência. Conhecer modelos, claro.



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