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História Revenge Girl - Awly says goodbye


Escrita por: MandsChan

Notas do Autor


Bônus! :)

Capítulo 2 - Awly says goodbye


- Por que não quer comer, Sakura? - ouvi a voz abafada de meu pai por detrás da porta. Cheguei em casa, não cumprimentei ninguém e subi direto pro quarto, trancando a porta.

- Não quero pai, só isso! - disse enquanto ligava o computador.

- Tudo bem. Mas não deixe de comer, filha. Vou deixar os bolinhos dentro do forno.

- Tá, pode deixar. - e ele saiu para trabalhar, claro. Meu pai era professor de arqueologia na Universidade de Washington. Volta e meia ele aparecia na televisão por auxiliar uma descoberta ou um estudo científico.

Abri meu e-mail e fiquei olhando o espaço em branco para a nova mensagem. O que iria dizer? “Oi Awly, tudo bom? Então, pra resumir, Shaoran Li me chamou pro baile e eu desisti de seu convite, já que na realidade nem sei quem você é e sou apaixonada por ele há anos...” Não podia fazer isso! Na realidade, não podia ter aceitado o convite de Shaoran! Era errado com Awly. Acho que fiquei olhando a tela de meu computador por horas. Ou minutos muito longos. Não tinha a menor idéia do que falar pra ele, já que amanhã ele saberia sozinho, por boatos da escola, que eu era o par de Shaoran.

O telefone tocou.

- Alô? - disse sem vontade.

- Ainda está brava? - Tomy murmurava do outro lado da linha.

- Oi? Ah! Não, Tomy. Me desculpe você. Não devia ter explodido daquele jeito. - disse enquanto saía da cadeira e me deitava na cama. Passei a encarar o teto instintivamente.

- Não Saki, sério. Eu posso ter um milhão de “amigos” na escola, mas quem realmente importa é você. Acho que peguei um pouco pesado com essa história do menino das cartas. - Tomoyo nunca lembrava do nome dele, impressionante. - Me desculpe por ser tão preocupada? - ela pediu.

- Claro amiga, tudo bem. - a partir daí nem percebi que passamos a tarde inteira no telefone. Conversamos sobre tudo e eu disse sobre meu dilema do baile. Quando contei à Tomy que Shaoran tinha me convidado, quase fiquei surda com seus gritos agudos.

- E o que vai dizer ao “das cartas”? - ela me questionou.

- É isso que não sei. Ia escrever um e-mail pra ele quando me ligou. Mas não sabia o que escrever.

- Sinceramente? Você gosta de Shaoran e ele de você, já que te convidou pro baile. Acho que deveria se desculpar com o...

- Awly. - completei.

- É, o Awly. Pede desculpa, mas diz que foi convidada por Shaoran Li e não teve como negar.

- Mas Tomy, vou parecer muito deslumbrada não acha? Só por que Shaoran é Shaoran que vou com ele?

- Não é o que quer?

- Bem... - era.

- Então não reclame. Agora tenho que ir, minha mãe está me chamando. Te vejo amanhã de manhã?

- Claro. Sempre.

- Beijos, pensa direito.

- Pode deixar, tchau. - e desligamos.

Voltei para o computador, já sabia exatamente o que escrever para Awly.

...

Chegamos na escola e todos começaram a olhar em nossa direção, como em todos os dias. Claro, Tomoyo Daidouji estava entrando na escola, certo?

Mas para a minha surpresa, os olhares eram todos para mim. Isso mesmo! Pela primeira vez na vida, eu, Sakura Kinomoto, estava chamando atenção.

- Saki! - ouvi Tiffany Gordon me chamar. Ela parou na minha frente. - O que acha de irmos ao shopping na semana? - a garota me olhava como se me conhecesse há anos. E ela me chamou de Saki. S-a-k-i. Ela nunca soube meu nome.

- Er... Podemos combinar algo. - disse estupefata.

- Ok, ok! Agora vou indo! - e depositou um beijinho em cada bochecha minha. - Ah! E pode chamar a Tomy se quiser! - ela gritou já no final do corredor. Encarei a morena confusa. Ela foi só a primeira.

Nesse dia eu recebi milhares de sorrisos e apelidos novos de gente que nem sabia que eu existia, até ontem. Pela primeira vez na vida eu estava sendo... Popular. E quer saber como eu me senti? Péssima. Eu sabia que toda essa popularidade era por causa do Shaoran e isso só me fazia lembrar cada vez mais de Awly e do que escrevi naquele e-mail.

O dia inteiro sofri na pele o que Tomy sofreu sempre. Não gostei nem um pouco disso. Queria logo que o dia acabasse, eu fosse pro meu armário e encontrasse as palavras de Awly, em sua letra impecável e itálica. Tudo bem, acho que ele não estaria muito feliz com meu e-mail, mas mesmo assim, preferia mil vezes ele ao pessoal do colégio. Finalmente cheguei ao meu armário e Tomoyo estava ao meu lado.

- Sakura? Pode me desculpar? - Shaoran me disse com uma rosa na mão e um sorriso no rosto. Ele apareceu do nada.

- Bem... Te espero no carro, Saki. - Tomoyo disse e saiu. Voltei minha atenção para Shaoran novamente.

- Desculpar? Por?

- Pelo jeito que te tratei ontem, não foi correto. - nossa, esses dois dias estavam repletos de emoção.

- Não precisa, sério...

- Não, ainda não acabei. - ele disse se aproximando. - Não achei certo o que fiz, sei lá, estava frio, acho que estava nervoso... Me desculpe. - meu Deus! Como que isso está acontecendo? Shaoran, acho que ele gosta de mim! Quer dizer, ele estava se importando comigo certo?

- Shaoran, sério, tudo bem... Você é realmente muito gentil. - e eu o abracei. Isso sim foi como sempre sonhei. Ele me recebeu no abraço calorosamente e o cheiro que emanava de sua pele embaralhava meus pensamentos.  Nos separamos e ele me deu a rosa.

- Pra você. - sorri e lhe dei um beijo na bochecha. Juro que tive a impressão dos meus lábios queimando ao encontrarem sua bochecha macia. Eu estava, realmente, apaixonada por Shaoran.

- Obrigada. - sorri sem graça. Virei-me pro meu armário e hesitei em abri-lo. - Er... Importa-se de me deixar sozinha agora? - ele me olhou confuso.

- Er.. Tá bom. Algum problema com seu armário? - ele questionou. Eu sinceramente não queria abrir o armário na frente dele. Vai que o bilhete de Awly cai? Com que cara eu fico? Ele vai achar estranho eu não querer a presença dele enquanto abro meu armário. Mas é melhor do que arrumar uma confusão.

- Hum... Não, problema nenhum... É só que... - precisava mentir.- Você sabe... Armário de garota, coisas de garota, né? - tentei sorrir convincente.

- Certo... - ele me encarou e depois sorriu divertido. - Já sei o que tem no seu armário. - gelei.

- O que? Você sabe? Mas como? Quem te contou? Desde quando sabe? - comecei a metralhar perguntas para ele que mantinha o mesmo semblante divertido.

- Ei, ei. Calma Sakura. - ele segurou meus ombros tentando impedir meus movimentos e me acalmar.- Sei o que você tem aí.

- Ah, é? O que é então? - perguntei receosa.

- Uma foto minha, claro. - ele piscou e saiu andando pelo corredor.

Fiquei perplexa e parada vendo Shaoran se afastar com seus passos rápidos e charmosos. Pisquei algumas vezes para voltar à realidade. Levei a rosa aos meus lábios e pude sentir seu perfume. Ainda estava processando a informação que eu tinha tido uma conversa normal com Shaoran Li. Que Shaoran Li tinha me abraçado e me dado uma rosa. Que Shaoran Li tinha me pedido desculpas. Que eu tinha beijado Shaoran Li, na bochecha, mas beijei. E sobre aquela história da foto... Bem, eu tinha mesmo uma foto dele no armário, mas mesmo que procurassem, nunca iam achar.

Abri o armário com pressa para enfiar os livros e sair correndo da escola. Lembrei que Tomy estava me esperando no estacionamento. A primeira coisa que vi quando abri o armário, lógico, foi um papelzinho cair no chão. Coloquei os livros lá dentro, peguei a rosa, fechei o a porta de metal e me pus a andar, lendo o bilhete.

“Ai? É o que os caras dizem quando levam um toco? Mas também, o que eu poderia esperar certo? Afinal, sou um desconhecido pra você e ele... Bem, ele é Shaoran Li. Não te culpo. Na verdade, acho que se estivesse no seu lugar e Tomoyo Daidouji me chamasse pra sair, teria que recusar seu convite, já que ela era Tomoyo Daidouji.

Tá legal é mentira. Você poderia não ser inteligente como é, linda como é, gentil como é, que eu não te trocaria pela Tomoyo Daidouji. Quando falo isso, não quero que se sinta mal você tem o direito de escolher e como não me conhece, você o escolheu.

O ano acabou e vamos nos separar. Quem sabe nos vemos por aí? Você pode estar andando pela rua e do nada ser parada por alguém que pode se identificar como Awly. A vida é cheia de surpresas.

Mas antes dessa última carta acabar, quero que saiba de uma coisa. Que enquanto olha nos olhos dele, na última dança, outros olhos apaixonados estarão em busca dos seus.

Um beijo minha flor,

Para sempre seu

Awly”

Acabei de ler o bilhete e uma tristeza enorme invadiu meu coração. Não pude impedir que uma lágrima quente escorresse pela minha bochecha. Olhei pra frente e vi o rosto de Tomy. Já tinha chegado no estacionamento.

- Saki, o que aconteceu? - ela me perguntou preocupada. - O que Shaoran lhe disse?

- Ele se foi Tomy. - dizia baixinho. - Para sempre. - ela arregalou os olhos.

- Como? Shaoran está indo embora?

- Não Tomy. Não é Shaoran, é Awly. - e lhe entreguei o bilhete. Ela o leu rapidamente, me encarou e me abraçou.

- Vai ficar tudo bem, querida. - ela disse docemente, tentando me acalmar. - Pense que ele não ficou com raiva, certo?

- Mas eu nunca vou saber quem ele é. E por minha culpa.

- Você fez uma escolha Saki, e ao meu ver, a escolha mais prudente. - ela passou os polegares em meus olhos, limpando as lágrimas. - Vamos? O baile é em poucos dias e você tem que estar deslumbrante! Já pensei em várias roupas diferentes, várias lojas, mas não sei... Acho que nenhum vestido me agradou... Ah! E os sapatos? A gente não pode esquecer dos sapatos e a bolsinha combinando! - ela tagarelava sem parar, tentando me distrair.

- É, claro... - disse sem ânimo. Foi aí que senti uma coisa estranha. Quando estava de costas pra escola, abrindo a porta do carro da Tomoyo, me senti observada. Sabe quando você sente olhos alheios em suas costas? Virei-me rapidamente, mas não vi ninguém... Olhei mais atentamente para as pilastras do prédio da escola, mas não vi nada. Quer dizer... Em uma das pilastras pude ver uma sombra que estava sendo projetada no chão. Era de algo que estava atrás da pilastra. Estava longe e não pude distinguir de quem era.

- Você vai entrar ou não, Saki?- Tomoyo me desconcentrou.

- Vou sim. - entrei no carro, pus o cinto e partimos. Olhei novamente para a pilastra e não pude ver mais sombra alguma. Devo estar enlouquecendo.



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