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História Revenge Girl - Em busca da verdade Parte 2


Escrita por: MandsChan

Capítulo 23 - Em busca da verdade Parte 2


O táxi parou a poucas quadras de minha casa, na frente de uma enorme e branca residência. Desci do táxi e caminhei com Eriol até a porta, não sabia que ele morava tão perto.

Ele tocou a campainha e poucos minutos depois uma senhora de feições meigas e orientais, pele pálida, cabelos negros presos num rabo de cabalo e olhos idênticos aos de Eriol atendeu a porta.

- Meu filho! – ela disse abrindo um grande sorriso abraçando-o de forma carinhosa. Eriol apertou-a de encontro a si. – O que faz aqui? – ela disse separando-se e olhando-o confusa. Então seus olhos pousaram sobre mim. A moça de cabelos rebeldes que graças aos céus vestia algo mais descente que um collant brilhante. – É ela Eriol, esta é Tomoyo? – ela sorriu simpática. Sorri de volta.

- Sou Kinomoto Sakura, amiga de Eriol senhora Hiragizawa. – disse reverenciando em respeito. Ela repetiu meu movimento.

- Me chame de Akemi querida. – ela respondeu simpática.

- Pronto, devidamente apresentadas. Agora podemos entrar? Não temos muito tempo, tenho que voltar para o hospital o quanto antes. – Eriol disse entrando. Segui meu amigo e sentei no sofá.

- Antes me explique o porquê de estar fora dele. – Akemi olhava-o preocupada agora. Encarei Eriol como se implorasse para que não lhe contasse a verdade. Além de ser uma história enorme não era algo que geralmente se compartilhava com mães. Bem, pelo menos não com mães alheias.

- Eu e Saki precisamos resolver um problema... Na verdade Saki precisa, e eu só vim ajudá-la. – a morena olhou-me meiga.

- Podia ter me avisado que vinha ao menos, podia ter preparado algo...-

- Foi tudo de última hora mãe, e não se preocupe, não sou visita. – ela então pousou os olhos em mim. – E a Saki... Bem, já é bom pra ela ir se acostumando e ficando de casa. – ele disse descontraído. – Vou tomar banho, trocar de roupa e... Procurar umas coisas.  – ele disse subindo as escadas. Dona Akemi então sentou do meu lado e começou a puxar assunto.

- De onde conhece meu Eriol, querida Sakura? Você também é japonesa? – ela passou as mãos em meus cabelos, ajeitando-os carinhosamente. – Você é tão linda... Espero que não tenha problemas com Tomoyo! - ela falou preocupada. Eu ri.

- Conheço Eriol desde a escola, mas nós não éramos tão próximos. Sim, sou de Tomoeda, mas me mudei pros Estados Unidos quando tinha sete anos. E quanto á Tomy, digamos que eu fui quem “reapresentou” os dois. Tomoyo é minha melhor amiga, dividimos um apartamento em New York e... – aí se iniciou uma longa conversa. Longa mesmo, Eriol já tinha subido as escadas há mais de uma hora, mas Akemi era tão doce quanto um poço de mel, não estava sendo nenhum sacrifício conversar com ela.

Enquanto isso, em New York...

Narrado por Shaoran

O dia amanheceu, senti os raios de sol baterem em meu rosto. Tenho que aprender a fechar esta droga de cortina. Sentei-me lentamente na cama como que me situando, onde estava, como estava, com quem estava...

Esfreguei os olhos e comecei a me lembrar de um sonho, ou melhor, pesadelo da noite passada.

Eu tinha sonhado que tinha me declarado para Sakura logo após ela ter furado nosso encontro. Ela fugia correndo do carro, vestida somente com um decotado collant preto, me deixando completamente sozinho, vazio e desolado. Lembro que fiquei por minutos parado no meio da rua, tentando entender o que estava acontecendo, tentando controlar as lágrimas que já ardiam em meus olhos. Ela não podia ter me deixado, não desse jeito, não naquele estado.

Depois de incansáveis buzinas resolvi acelerar o carro e ir para casa, ligando no celular de Sakura de cinco em cindo milésimos de segundo. E ela, óbvio, não respondera nenhuma chamada. Lembro-me de alguns flashes de um acesso de fúria onde ia procurar Sakura em sua casa, mas não a encontrava. Tomoyo tinha dito que ela se fora.

Então me levantei da cama e fui ao banheiro lavar o rosto. Ao encarar meu reflexo no espelho senti calafrios, ao constatar que o castanho de cabelos bagunçados e olheiras enormes estava com a mesma roupa do meu sonho, a camisa amarrotada, a gravata frouxa... Percebi que eu estava ainda de sapatos, tinha caído na cama do jeito que cheguei da rua, dormi agoniado ao tentar me desligar do pesadelo que de fictício não tinha nada.

Tomei banho, e fui direto para o escritório, sem tomar café da manhã. Cheguei apressado e subi ao andar da diretoria na esperança de ver Sakura. Ela amava aquele jornal, não podia tê-lo deixado deste jeito. Claire me recepcionou sem seu comum sorriso no rosto.

- Claire, será que...-

- Ela não está aqui Shaoran. – ela disse séria. – E também não disse quando volta. – apenas assenti com a cabeça e entrei no elevador novamente. Ela tinha avisado á Tomoyo, Hiro, até a Claire sobre onde estava. Estava me deixando de fora, de propósito. Entrei em minha sala duro, triste, não cumprimentei Hall, apenas entrei, sentei na mesa e peguei o telefone. Aposto que ela tinha contado para Eriol sobre ontem, ele com certeza sabia onde ela estava. E eu sei como tirar informações dele. Liguei mais de quatro vezes e nada, caixa postal. Joguei o telefone no chão e me joguei no sofá. Senti imediatamente o cheiro que impregnava o couro.

O seu cheiro.

Narrado por Sakura

Eriol finalmente descia as escadas, depois de muito tempo, com outra roupa e os cabelos levemente úmidos.

- Mãe, onde estão os vídeos antigos? – ele perguntou um tanto quanto urgente para Akemi.

- No lugar de sempre, esqueceu quem é o depósito da família? – ela sugeriu e Eriol passou a mão nos cabelos.

- Tia Yumi?

- Exatamente. Mas para que quer os vídeos antigos? – ela indagava curiosa.

- É Eriol, pra que? – continuei.

- Para achar suas respostas marrenta. – ele disse indo pra porta.

- Vai rápido que você ainda pega ela na escola. – estava mais confusa que nunca, mas seguia Eriol casa á fora.

- Certo, obrigado mãe, voltamos para o jantar. – ele disse depositando um beijo em sua testa. Ela veio até mim, se despediu e fechou a porta.

- Posso saber o que está acontecendo? – disse confusa.

- Vamos para a escola, ver minha tia Yumi e-

- Espere um minuto. Escola? A nossa escola? – perguntei parando de andar.

- Sim. Ela é a bibliotecária, minha tia, não lembra? – além de voltar a Washington tinha que entrar na escola novamente? Esse “esclarecimento sentimental” por Eriol Hiragizawa estava saindo pior que a encomenda.

- Desde quando?

- Desde a última vez que chequei, ela é irmã da minha mãe... – ele dizia brincando, eu não estava achando a menor graça. Ele percebeu. – Saki, você voltou á Washington, e ainda não morreu, então acalme-se. Ainda tem muita coisa pra descobrir, e refletir.

- Descobrir o quê? Refletir sobre...? – ele revirou os olhos.

- Sobre o azul do céu, o infinito do universo, o calor do Sol... – encarei-o sarcástica. – Refletir sobre seu atual problema Sakura, sobre o dilema Shaoran x Confiável que você tem em mente. – Eriol estava sendo irônico... Meu Deus.

- Você acha que eu deveria...-

- Eu não acho nada, quer dizer, só acho uma coisa. Acho que deveria apressar o passo antes que tia Yumi saia para almoçar. Quanto mais cedo te mostrar o que você precisa ver, mais cedo você vai dizer o que Shaoran precisa ouvir. – ele disse enigmático.

Eriol pegou minha mão e voltamos a andar rumo á antiga Phoenix High School, que não tinha contato desde o baile. A escola era próxima de sua casa, uma caminhada de quinze minutos no máximo nos separava do meu baú de lembranças. Eriol tirou o celular do bolso e vi que ele apagava as chamadas não atendidas. Todas de Shaoran, claro.

Andando novamente pelos corredores do Phoenix High School percebi que nada tinha mudado, e ao mesmo tempo tudo estava diferente.

As paredes, as cores, os armários permaneciam os mesmos árcades de sempre. Já os alunos eram de uma geração completamente diferente. Os atletas eram enormes, de músculos tão expostos que pareciam estar cheios de anabolizantes. As meninas abusavam de decotes e saias que mais pareciam roupas íntimas. O bullying estava escancarado em cada olhar daqueles que pareciam fazer parte de meu antigo clube de xadrez.

Alunos se agarravam no meio do corredor sem algum pudor. Por onde passávamos atraíamos olhares curiosos de meninas, que fixavam-se nos bíceps de Eriol, e de meninos, que encaravam minhas coxas. As únicas cobertas por um shorts decente naquele local.

Passamos na frente de meu antigo armário e o horror se estampou em minha face quando vi que um menino prensava uma garota nele, beijando–a ferozmente, passando as mãos por todo o seu corpo, na frente de todos. A raiva apossou-se de mim ao lembrar que há seis anos atrás um local considerado tão especial para mim, o meu canto, meu meio de comunicação com Awly tinha se transformado numa apoio para casais se agarrarem. Revirei o solhos.

Finalmente cruzamos o último corredor do prédio chegando á biblioteca. O que eu mais queria era resolver logo este problema com a tia de Eriol e sair correndo desse lugar que está me dando náuseas.

- Tia Yumi? – Eriol atraiu a atenção de uma morena de óculos atrás de uma mesa com uma enorme pilha de livros.

- Eriol? Querido! – ela disse dando a volta na mesa e abraçando-o - Como está? Voltou para Washington? – ela disse então pousando os olhos sobre mim. – Quem é? Sua namorada...? – as tias não mudam. Não importa a nossa idade, se estivermos acompanhadas com alguém do sexo oposto já acham que é o seu novo affaire.

- Oi tia. Estou bem sim, só estou passando uns dias, preciso resolver problemas. – ele pousou os olhos em mim e depois voltou a olhar sua tia. – Esta é Sakura, minha amiga. Minha namorada ficou em New York. – ele explicava.

- Prazer querida. – ela disse me cumprimentando. – Me chame de Yumi.  – ela sorriu se virou para Eriol. – Em que posso ajudá-lo querido?

- Preciso de um vídeo antigo. –Yumi soltou uma risada.

- Então está falando com a pessoa certa. Para quando você quer? – encarei Eriol suplicante. Queria esse tal vídeo pra ontem.

- O mais rápido possível. – tia Yumi então foi à sua bolsa, que estava em cima da mesa, e pegou um molho de chaves. Entregou-o à Eriol.

- Vá na frente, estou presa aqui até o resto da tarde e pelo jeito você não pode esperar. – ela disse meiga. – Os vídeos estão na salinha de sempre. Tranque tudo quando sair. – Eriol assentiu.

- Obrigada Tia Yumi. – nos despedimos e saímos, finalmente, daquele atual circo dos horrores.

Uma casa diferente das que eu já tinha visto em meu bairro estava na minha frente. Era rústica e aparentava ser velha, mas ainda mantendo um charme especial.

Eriol destrancou as portas com o molho de chaves e me levou até o sofá verde e fofo.

- Espere aqui que eu já volto, vou buscar o vídeo que preciso e- foi interrompido por um ruído desagradável. – O que foi isto?

- Meu estômago. – disse apertando a barriga com as mãos. – Você esqueceu de me alimentar. – brinquei. Ele riu e me levou até a cozinha. Eriol então tirou dois pacotes de miojo de uma das gavetas e rapidamente pôs água para esquentar.

- Miojo? – perguntei torcendo o nariz. – Como médico não devia me dar algo mais saudável? – ele desembalou o macarrão instantâneo mergulhando-os na água quente.

- No momento não sou médico, sou só um cara com muita pressa. – olhei-o intrigada e sentei-me a mesa. Ele se sentou na minha frente.

- O que tem neste vídeo afinal? O que tem nele que vai me fazer refletir sobre Shaoran e a aposta? – ele sustentou seu olhar

- No dia do baile, Shaoran passou na minha casa antes de passar na sua, para irmos juntos. Minha mãe estava eufórica por ter comprado uma câmera de vídeo nova, e por ser o dia do baile, nos filmou da forma constrangedora que só uma mãe sabe fazer... – ele ria.

- E...? – incentivei-o a continuar.

- Ela gravou nossos depoimentos pré-baile. – enrijeci. Será que Shaoran  tinha falado daquele assunto na frente da mãe de Eriol, e para uma câmera? – Mas, ela não soube desligar a câmera, largando-a no sofá, gravando nossa conversa após ter deixado a sala. – ele continuou e eu suspirei aliviada.

- E o que tinha nessa conversa afinal? O que vocês falaram? – ele olhou para o fogo e se levantou.

- Come primeiro. Daqui a pouco vou procurar a fita. – disse despejando o macarrão em dois pratos. Assenti, peguei um prato e comecei a comer. Quanto mais rápido almoçasse, mais rápido descobriria o que eles conversaram naquele dia... Mal podia esperar.

...

Eriol finalmente apareceu na porta da sala com uma fita cassete em mãos. A senhora Akemi realmente era old school, não usava CD. O moreno então aproximou-se da televisão de tubo, enorme, e virou-a de lado, me deixando confusa. Introduziu a fita e o vídeo começou.

Narração em terceira pessoa

Video on

- Meninos estão uns verdadeiros príncipes! – Akemi dizia animada tremendo a câmera. Por enquanto a imagem estava de lado, já que a televisão estava de lado, intrigando Sakura..

- Mãe, para com isso! – Um Eriol adolescente disse irritado tentando tampar a lente com as mãos. A risada abafada de Shaoran pode ser ouvida.

- Afaste-se Eriol Hiragizawa!! Deixe-me ver você vestido neste terno lindo! – ela vibrou tentando dar um zoom, desfocando toda a imagem.

- Tia, será que agora a gente pode... – Shaoran tentava se livrar da filmagem constrangedora.

- Ah! Está muito escuro, vou pegar o flash!  - falou animada. Os garotos reviravam os olhos. – Como eu desligo filho?

- Aperta o botão vermelho mãe. – Eriol disse impaciente. Akemi atrapalhada apertou o botão errado, não interrompendo a gravação. Ao jogar a câmera no sofá esta caiu de lado focalizando ainda os dois garotos vestidos á rigor. Agora a televisão virada de lado fazia sentido para Sakura. A imagem finalmente estava sendo exibida no sentido correto.

- Vamos fugir? – Eriol sugeriu. Shaoran soltou uma risada nervosa.

- Quanto mais tempo eu evitar Sakura, melhor Eriol. – Shaoran disse nervoso para o amigo. O moreno revirou os olhos.

- Você não faz sentido nenhum sabia? – um Eriol completamente descontraído e desinibido comentava. – Não precisa dela para ganhar este raio de aposta? Quanto mais cedo ficar com ela, mais cedo consegue seus benditos dólares. – ele dizia monótono. Nunca tinha concordado com aquela ideia ridícula.

- Você sabe que tem muito mais em jogo. Pro inferno esse dinheiro. – Shaoran estava preocupado.

- Ah, é. A sua bela reputação!  - Eriol ironizou.

- Você sabe que eu gosto da Sakura, Eriol!! – ele explodiu, mas se conteve logo em seguida. – Gosto como amiga, claro, e além do mais como não gostar? A menina é um doce e eu nunca faria esta aposta estúpida pra valer... Na verdade ela só está de pé mesmo para...-

- Manter sua reputação de bonzão da escola, certo? – O moreno respondeu.

- Eu tentei dizer não, você sabe. Mas aqueles dois armaram tudo e jogaram no meu colo! Tentei fazer com que ela não aceitasse o convite pro baile... Mas ela aceitou. Tive até que me desculpar depois... – ele suspirou. – Eles mudaram minha nota e me obrigaram a conferir com ela, e depois me ofereceram o dinheiro... Mas eu estou pouco me lixando para eles! Eu não vou para a cama com a Sakura esta noite, ela não merece. – ele disse por fim.

- Você sabe que não foi obrigado a nada, não sabe? Você sabe que fez tudo o que fez para manter sua reputação. – Eriol afirmava.

- Eles jogaram todo o plano pronto em minhas mãos, e eu o segui, mas em nenhum momento com a intenção de machucá-la, me arrependo do momento em que aceitei esta merda de aposta.

- Enfim, o que vai fazer agora?

- Eu não sei. Eu estou sem coragem de encará-la. E se ela descobrir? – Shaoran disse preocupado.

- Aí ferrou, se eu fosse uma garota, e estivesse no lugar de Sakura hoje, te dava um chute em você sabe onde. – ele brincava, Shaoran ainda o encarava sério.

- Isso não tem graça. Se ela descobrir tudo o que eu fiz até agora... Ela nunca vai me perdoar. E eu não vou me perdoar por fazê-la sofrer.

- E o que vai dizer pros caras? Vai enganar eles e dizer que foi com a Sakura “até o final”? – Eriol encarou Shaoran curioso. Quando ele ia responder, Akemi voltou com um flash nas mãos, a conversa acabou e a constrangedora gravação pré-baile prosseguiu.

Vídeo off


Notas Finais


Tan-tan-taaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaan
E agora? O que a Sakura vai achar dessa história?


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