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História Revenge Girl - Home is where family is


Escrita por: MandsChan

Capítulo 26 - Home is where family is


Narrado por Shaoran

Não dava pra acreditar em como esse mundo era pequeno. De tantos lugares do mundo em que Meiling poderia estar, ela estava justo aqui, em New York, todo este tempo! A gente não se via desde que tínhamos uns oito anos de idade, foi quando ela e a família fugiram do Clã, sem deixar rastros. Ela me fez muita falta em todos estes anos, éramos muito próximos quando crianças e quando ela foi embora eu sofri muito. Que bom que ela me encontrou, no momento em que eu mais precisava.

Eu a deixei em sua casa, que por uma coincidência inexplicável, era no mesmo prédio de Tomoyo e... Dela. Apartamento 52. Estava convidado a visitá-la quando quisesse.

Mesmo reencontrando minha prima após tantos anos, não consegui me abrir, não contei nada a ela, e ela não se sentiu mal por isso, na verdade em momento algum me questionou, apenas brincava e contava piadas tentando levantar meu astral. Escandalosa como sempre. Sua voz tinha mudado, nem era tão estridente e esganiçada como eu lembrava. E ela tinha se tornado uma mulher linda... Conversar com a Mei estava até fazendo meu dia começar a se iluminar, até uma nuvem negra chamada Tomoyo Daidouji desmanchar tudo.

Cheia de cobranças, apontando o dedo em meu rosto, brigando comigo como se eu estivesse fazendo algo de errado. Que eu saiba eu sou o alguém que foi largado no meio da rua, na chuva, levando o maior fora do século. Eu não sou o alguém que fugiu sem dar explicações. Eu sou o cara que estava tentando se recompor depois de um turbilhão emocional que circulava meu corpo e com a minha PRIMA. Não acho que devo satisfações a ninguém, muito menos a melhor amiga daquela lá, que sempre jogou na minha cara que nós não precisávamos trocar satisfações, já que nunca fomos nada.

Já faz algum tempo que estou deitado em minha cama, olhando para o nada, com o telefone ao meu lado. Sei que pareço um idiota, mas ainda espero alguma ligação, alguma explicação... Ligo para ela, e só cai na caixa postal. O celular de Eriol parece estar fora de área. Na casa dele ninguém atende. Já estava ficando preocupado com seu sumiço... Será que... Não pode ser. Será que ele fugiu junto com Sakura? Levantei-me de supetão calçando os sapatos. Havia um lugar que ainda não tinha procurado. O Hospital Haddinson Burk, claro.

Ao entrar no hospital fui direto ao balcão de atendimentos. A mulher morena, que aparentava ter 30 anos, me olhou dos pés a cabeça, sorrindo maliciosa.

- Em que posso ajudar senhor? – ela piscava os grandes olhos cor de jabuticaba para mim. Se fosse em outra ocasião, eu até jogaria um charme. A mulher era realmente bonita. Mas eu tinha outras prioridades no momento.

- Quero falar com o Dr. Eriol Hiragizawa, por favor, diga que é Shaoran Li, e que é urgente. – disse afobado. A mulher não parou de me olhar em nenhum segundo, apenas inclinou a cabeça para um lado.

- O Dr. Hiragizawa não aparece desde a noite de ontem. Saiu apressado acompanhado de uma moça de cabelos compridos. – ela explicava displicente, prestando atenção apenas em meu corpo. Isso era tudo o que eu precisava ouvir. Tudo o que eu precisava para desmoronar por completo.

- Obrigada. – disse numa voz fraca. Saí apressado, liguei o carro e parti cantando pneus.

Estava me sentindo traído.

Narrado por Sakura

A casa amarela já estava na minha frente. Não sei como cruzei os quarteirões tão rápido, mas quando percebi, já estava lá. Aproximei-me devagar da porta e toquei a campainha. Senti um formigamento no estômago. Estava nervosa.

Ouvi passos de dentro da casa se aproximarem da porta. Ela então se abriu revelando o rosto assustado de meu irmão.

- Monstrenga? Mas o que tá fazendo aqui? – ele disse assustado. Sorri de lado e o abracei.

- Oi pra você também Touya. – ele retriubiu o abraço e o cheiro que saiu de sua pele me desestruturou por completo. Era o cheiro que me fazia sentir em casa. Que saudades! Senti meus olhos começarem a arder e minha respiração ficar um pouco mais rápida.

- Ei, ei, ei. Calma. – ele disse olhando-me nos olhos. – Aconteceu alguma coisa? – olhei-o triste.

- Preciso conversar. – ele assentiu e fechou a porta atrás de mim.

Caminhei pela casa reconhecendo cada cantinho que continuava intacto. Os móveis, os porta-retratos, os quadros da parede, tudo continuava no mesmo lugar. Parei diante da porta do escritório do meu pai, que estava aberta, e ele abriu um sorriso.

- Minha querida! Que bom que está aqui. – disse se levantando e vindo ao meu encontro para me abraçar.

- Sinto tanto a sua falta papai. – disse sentida.

- Por que veio sem avisar? – olhei para meu pai e Touya.

- Por que não jantamos juntos? Assim, podemos conversar. Um jantar em família, como nos velhos tempos! – sorri animada. Meu pai foi para a cozinha, seguido por mim e meu irmão.

Ao dar a primeira garfada, percebi o quanto sentia falta da comida do meu pai! Ah senhor Fujitaka, se soubesse as porcarias que eu como todo dia...

Conversamos animados sobre a segunda faculdade que meu irmão cursava, até estranhei dele estar em casa, já que mora no alojamento. Ele explicou que sempre visita papai para terem refeições juntos.

Meu pai continua o melhor professor de arqueologia do mundo. E está muito empolgado com uma nova descoberta de uns dias atrás. O assunto chegou na minha nova carreira de modelo, que até hoje não era provada pelo ciumento do Touya. Sorri. Como eu era feliz de ter eles como família.

- Mas sabe Sakura, de uma coisa estou certo. – Touya disse levantando rapidamente da mesa e voltando com um porta-retratos de minha mãe nas mãos. – Você nunca esteve tão parecida com a mamãe, ainda mais agora, seguindo os passos dela como modelo.

Peguei a foto e encarei-a emocionada. Minha mãe era tão linda, carinhosa, feliz. Sinto tanto a sua falta. Queria ter ficado mais tempo com ela. Por que a vida a tirou de mim tão cedo? Senti os olhos arderem. Será que ela tinha orgulho de mim? De tudo o que eu havia me tornado?

- Minha flor, o que te aflige? – meu pai perguntou preocupado. Então eu, bem, contei tudo.

O motivo da minha fuga do ensino médio, eles já sabiam, mas os inteirei com a volta de Shaoran, o plano, as recentes descobertas, meus sentimentos, Awly, tudo. Eu não sei o que eu tinha na cabeça de abrir tudo com o louco do meu irmão presente, mas para minha surpresa ele só ficou quieto, escutando.

Quando terminei de relatar, abaixei a cabeça, apoiando-as com as mãos e me pus a chorar compulsivamente. Senti então uma mão quente no meu ombro e virei o rosto para constatar que meu irmão estava de pé, ao meu lado.

- A minha vontade real é a de voar para New York e quebrar em quatro esse moleque que te destruiu por completo. – respirei fundo. – Mas eu sei que não posso. Essa batalha é sua e eu não posso te proteger para sempre. – ele se agachou para ficar da minha altura, já que eu estava sentada na cadeira. – Mas o que eu posso te dizer é que eu sei que você consegue resolver tudo isso. Você é a pessoa mais forte que eu conheço Sakura. Pare de rodeios que no fundo, você já sabe a resposta para tudo isso, a resposta que o seu coração já tem. – ele disse colocando sua mão sobre o meu peito. – Confio em você monstrenga. – ele sorriu de lado. Abri um sorriso fraco e emocionado. Jamais imaginei ouvir tais coisas de meu irmão.

- Querida, apenas respire fundo e abra sua mente para a melhor decisão. E se estiver em dúvida, nunca se esqueça. Você é a flor de cerejeira mais linda do meu jardim.

...

Acordei com um estrondo enorme, e uma terrível dor no corpo. Eu tinha acabado de cair da cama. Eriol levantou-se assustado e me ajudou a levantar.

- Está tudo bem? – ele disse sonolento. Com os olhos praticamente fechados.

- Não. Tive um pesadelo e acabei de cair da cama, acho que não posso chamar isto de “bem”. – ele se espreguiçou.

- Já são 10:53 da manhã, eu já comprei nossas passagens pela internet para o voo das 17:30. Não vamos ter que esperar tanto assim. Quer descer e tomar café? – ele sugeriu. Massageei as costas e segui o moreno escada a baixo. Toda a conversa que tive com a minha família na note passada ainda pairava na minha mente.

- Daqui a pouco eu vou ligar pro Shaoran. – disse servindo-me de cereais. Akemi não estava em casa.

- Mas o celular dele não está caindo na caixa postal toda hora?

- Sim, eu vou ligar para a redação. Se ele não apareceu de novo...

- Vai fazer o que? Demiti-lo? A chefe é você, que também não está presente. – ele criticou ligando a torradeira.

- A escolha não foi bem minha de estar ausente...

- Como se não quisesse descobrir toda a verdade. – ele retrucava convicto. Revirei os olhos.

- Está certo, eu queria mesmo. Mas enfim, vou ligar mesmo assim. É mais provável que ele atenda na redação. – Eriol assentiu e serviu-me torradas. Comi pensativa, mal podia esperar pelo voo de logo mais.



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