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História Revenge Girl - O que mais quero são seus olhos nos meus


Escrita por: MandsChan

Notas do Autor


Último da noite amorecos. Reencontro Li/Kinomoto <3
ps: Eu estou tão feliz com os comentários positivos que me sinto cada vez mais instigada a postar mais e mais *-* Muito obrigada mesmo! Não sabem a diferença que fazem no meu dia =)

Capítulo 27 - O que mais quero são seus olhos nos meus


Narrado por Shaoran

Acordei relutante, o despertador não me deixava em paz. Olhei-me no espelho e uma imagem de um jovem de aparência destruída e triste apareceu diante de meus olhos. Entrei no chuveiro a contra gosto. Desde a descoberta de ontem não tinha vontade de fazer mais nada.

Fiquei pronto às 9h47, estava atrasado. Foda-se. A pessoa que cobraria meu atraso não estaria lá mesmo.

Cheguei na redação e Hall me recebeu com o sorriso malicioso de sempre. Cumprimentei-a, mas antes que pudesse entrar em minha sala ela se pronunciou.

- Tem alguém te esperando em sua sala. – ela disse torcendo o nariz. Meu coração acelerou. Será que era ela? Do jeito que Hall falava... Torcendo o nariz, elas nunca se entenderam. Só podia ser ela. Senti um breve sorriso brotar em meus lábios, apesar de estar absurdamente chateado, não conseguia parar de pensar que poderia gritar, brigar e criticá-la, depois de envolvê-la em meus braços e sentir seu aroma embriagante mais uma vez.

Abri a porta rapidamente, e constatei que estava errado. O sorriso de meus lábios sumiu por um segundo, mas depois voltou a tomar meu rosto. Era uma boa surpresa vê-la ali.

- Meiling? – disse surpreso ao ver a morena sentada no sofá de couro.

- Oi, eu quis ver como estava. Você disse que eu poderia vir aqui e-

- Muito obrigada. – disse abraçando-a como um cumprimento.

- Então, como está? – ela disse separando-se do abraço. Sentei-me no sofá ao seu lado. – Ah, tem uma ligação do conselheiro Shifu na sua caixa postal. Você ainda não se entendeu com o Clã? – revirei os olhos. Como se minha vida já não estivesse complicada o bastante, o Clã não largava do meu pé. Inferno!

- Mei...

- Sim?

- Eu quero falar. Preciso falar. – disse olhando para baixo.

- Tem certeza? – ela perguntou com a voz estranhamente suave.

- Sim, não consigo mais aguentar sozinho. Se eu não dividir, vou explodir. – disse olhando-a com angústia. Ela apenas sorriu. Tenho certeza que ela, mais do que ninguém entendia o quão difícil para mim era dividir problemas. Apertei suas mãos e comecei a falar.

Contei absolutamente tudo, e ela não me interrompeu nenhum minuto se quer. Um milagre para aquela faladeira. Eu contei desde a escola, da aposta, coisa que nem Sakura sabia, do baile, do reencontro nos dias de hoje, dos irritantes Peter e Hiro... Contei a minha vida amorosa inteira para a minha prima que não via a mais de quinze anos! Ela deve me achar maluco.

A morena apenas assentia e prestava atenção. Em nenhum momento largou minhas mãos. Quando terminei, olhei no relógio de parede, já eram quase meio-dia, e eu não tinha saído daquele sofá.

- Pode dizer algo agora, já terminei.  – disse um pouco envergonhado. Ela suspirou. – Seu silêncio está me matando. – ela soltou uma de suas mãos das minhas e acariciou meu rosto de leve. Fechei os olhos ao sentir o toque de sua mão macia em minha pele.

- Você é muito forte.  – ela disse carinhosa. – Eu não sei a história toda, por que não sei o lado da Sakura, mas levando em conta o seu lado, e tudo o que você já passou e sentiu por esta garota, eu só posso pensar que ela é uma mulher muito sortuda.  – sorri. – Não se preocupe, na hora certa vocês vão voltar a se falar, e vão ter a chance de se entender. O que sentem um pelo outro parece ser muito forte pra acabar deste jeito. – ela então me abraçou. – Mas se precisar de ajuda, você sabe que eu dou uma forcinha. – ela se separou do abraço e deu um soco no ar com uma cara de brava. Não agüentei e dei uma risada. - Já pensou em contar sobre o Clã para ela Xiaolang? – engoli seco.

- Não acho que ela entenderia. O pouco que contei sobre a nossa família ela já ficou abismada. – suspirei. – Eu pedi pra namorar com ela e ela fugiu. Imagina se eu falo que a minha família quer que eu tenha um filho? Acho que ela tem um troço. – Meiling soltou uma risada e puxou o ar pelo nariz fazendo um barulho engraçado. Sorri. - Sabe de uma coisa? A raiva que estou sentindo está até menor. Desabafar me fez muito bem. – então o momento foi interrompido por um toque de telefone. Meu corpo inteiro gelou, senti um calafrio percorrer minha espinha.

- Não vai atender? – levantei-me e olhei no identificador de chamadas. Encarei-a sério.

- É ela.

O telefone tocou mais uma vez, Meilling continuava a me olhar. Parecia que estava congelado ao lado do aparelho.

- Xiao, não vai atender? – ela repetiu levantando-se do sofá.

- Eu... Eu...

- Se não se apressar vai parar de tocar. – ela me advertia. Eu não sabia o que fazer. Apesar de estar me sentindo mais leve por conversar com Mei, aquele telefonema caiu como um meteoro em minha cabeça. Eu ainda estava muito chateado com ela e Eriol. - Li Xiaolang! – a morena disse impaciente. O telefone já tinha tocado diversas vezes e eu não me mexia, apenas encarava o número do celular de Eriol no identificador de chamadas. – Chega. – ela disse tirando o telefone do gancho e colocando em meu ouvido.

- Alô? – sua voz doce invadiu minha mente. Que saudades. – Shao? Está aí? - sorri um pouco nervoso, mas ainda não disse nada.

- Não vai dizer nada? - Meiling cochichou, mas Sakura ouviu.

- Quem está aí? Shaoran? – sua voz era um pouco mais grave agora.

Há dois dias ela tinha me deixado. Há dois dias não escutava a sua voz. Não podia deixar que ela desligasse, apesar de estar completamente chateado com ela.

- Oi. – respondi numa voz fraca e fina. Meilling soltou o telefone em minhas mãos sorrindo e se dirigindo á porta da sala.

- Ainda bem que respondeu. – ela disse num suspiro. Estremeci. No caminho para a porta minha prima tropeçou na ponta do carpete dobrado. Caiu fazendo um estrondo.

- Mei! – disse assustado. – Está tudo bem? – ela fez um sinal positivo e saiu mancando da sala.

- Ah, Mei... – Sakura disse numa voz fraca. – Desculpe, não queria atrapalhar. – sua voz afinou.

Ela estava se desculpando. Estava com voz de choro. Ela não podia desligar.

- Não se atreva a desligar. Agora que fez contato tem que me ouvir, e muito. – disse sério. Ouvi apenas uma respiração pesada do outro lado da linha, assentindo para que continuasse. - Você sabe que não tinha o direito, não sabe?

- Bem eu...-

- Disse que era para ouvir, então fique calada. – retruquei duro. Ela se calou. – Você simplesmente sumiu sem dar sinal de vida. Não me venha com essa de “eu não te devo satisfações”. Você deve sim. Posso não ter nada sério com você, mas no mínimo sou seu amigo, ou colega de trabalho, seu empregado, enfim. Eu estou aqui, sozinho, levando o jornal nas costas, ouvindo o senhor Macborth gritando em meu ouvido a cada cinco minutos perguntando onde diabos que você está. – suspirei. Ela continuava em silêncio. – Na verdade, este é o menor dos problemas. Foda-se este jornal, foda-se meu emprego. O que realmente me importa é saber o por que. Por que você fez isso? Largou-me no meio da rua há dois dias e fugiu com meu melhor amigo?

- Como você sabe que-

- Acha que não ia dar pela falta dele? – ri sarcástico.  – Faça-me o favor Kinomoto. – sua respiração pesou um pouco mais, com certeza estava segurando o choro. – Depois de tudo o que fez ainda levou o único que poderia me ajudar num momento crítico desses? Você é uma egoísta.  – cuspi as palavras nervoso.

- Egoísta eu? Você não sabe o que aconteceu, não sabe do que está falando!

- Não sei? Ah, claro. Você nunca me conta, simplesmente foge.  – disse sentindo meus olhos marejarem.

- Você não precisa do Eriol, Shaoran. A Mei está aí, não está? – ela disse numa voz mais grave.

- Como sabe da Mei? – refleti por um momento.  – Tomoyo já foi falar merda pra você?

- Ela não falou merda nenhuma, apenas me contou a verdade, que ela viu vocês na Starbucks ontem. –soltou uma risada de escárnio. – Pensei que não suportasse café. - revirei os olhos.

- Você não vai conseguir inverter o jogo, não vai dar uma de vítima a essa altura do campeonato.  – disse firme.

- Eu não estou dando uma de vítima, só quero entender o porquê- cortei-a

- Você quer entender? Jura? E eu? É o que mais quero neste momento, entender você! Se isso for algo aceitável para você, claro.

- Shaoran, você está impossível.

- Como esperava que eu estivesse? Com um sorriso no rosto declamando meu amor por você? Desculpe, já vi que isso não funciona. – ela fungou, provavelmente limpando lágrimas.

- Eu volto hoje, no voo das 17h30, se isso te interessa. Queria te ver e resolver tudo de uma vez por todas.

- Como quiser, é tudo sempre do seu jeito, certo Kinomoto? – disse irônico.

- Até. – ela disse numa voz completamente embargada, e desligou. Coloquei o telefone na base novamente e passei a encarar o nada, sentindo lágrimas quentes rolarem pelo meu rosto. Que inferno, eu estava parecendo uma garotinha, não parava de chorar.

Narrado por Sakura

Já estávamos na sala de embarque, eram 17:26. Daqui a pouco estaria voando de volta para New York. Eriol estava no telefone com Tomy há muito tempo, e eu estava sentada, calada, olhando meus pés, sem coragem ou vontade de levantar a cabeça.

Ele nunca tinha falado daquele jeito comigo. Eu me senti numa realidade paralela onde tínhamos invertido completamente os papéis. Shaoran estava rígido, sério e bruto, jogando verdades na cara, como eu sempre fazia. Já eu estava frágil, dócil e demonstrando um ciúme desnecessário, como o Shaoran de sempre. Suspirei pesadamente ao lembrar-me da conversa que tivemos mais cedo. Eu já não aguentava mais esperar. Precisava de uma vez por todas vê-lo novamente, abraçá-lo e beijá-lo antes de qualquer outra coisa. Antes de até mesmo conversar ou resolver tudo, eu precisava ao menos sentir seu cheiro embriagante.

“Chamada para o voo 4576 com destino à New York, embarque no portão C”

Finalmente.

...

Desta vez nenhum de nós dormiu, estávamos vidrados na janela tentando reconhecer a caótica New York. Foram os 28 minutos mais longos de mina vida.

Finalmente o avião pousou, e um frio na barriga me corroeu por dentro. Olhei para Eriol, e seu olhar encorajador estava estampado em seu rosto. Forcei um sorriso e desembarcamos. Apenas tínhamos uma mochila, já que comprei o mínimo de roupas. E como esta mochila viajou conosco no avião, ignoramos o caminho da retirada de bagagens e encaminhamo-nos para o saguão do aeroporto.

Sei que posso parecer idiota, mas eu tinha a esperança de que ele estivesse lá, me esperando.

Avistei Tomy de longe e ela com um belo sorriso no rosto veio correndo ao nosso encontro e pulou nos braços de Eriol. Eles trocaram um beijo apaixonado, virei o rosto, não precisava me afundar ainda mais ao ver a cena que gostaria de estar realizando com Shaoran. Ela separou-se de Eriol e me abraçou forte.

- Estava morrendo de saudades de você, minha pérola. – ela disse doce.

- Eu também, Tomy. Eu também. - apertei-a em meus braços, sentindo os olhos marejarem. Apesar das nossas brigas, nos amávamos incondicionalmente. Separamo-nos e ela limpou minhas lágrimas.

– Pare de perder tempo aqui comigo. – não entendi o que ela quis dizer, então ela riu, deu um passo para o lado e eu me esqueci de como se respira por um momento.

Ele estava ali, se aproximando a passos lentos, com o cenho franzido, mas um sorriso acanhado querendo se abrir no canto dos lábios. Não me contive. Larguei minha mochila no chão e saí correndo em sua direção. Pulei em seu colo enlaçando sua cintura com as minhas pernas. Ele apenas me segurou forte e me abraçou. Afundei meu rosto em seu pescoço, sentindo novamente o perfume que me energizava. Voltei meu rosto para encará-lo e não perdi mais tempo. Grudei meus lábios nos seus, agarrando seu pescoço, sentindo uma corrente elétrica passar entre nós dois.


Notas Finais


E agora hein? Treta á vista! o/


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