- Cala. A. Boca. – Tomoyo disse pausadamente e incrédula. – Isso vai além do possível e imaginável! – ela exclamava. Apenas assenti com a cabeça enquanto tomava um gole de minha bebida iluminada e colorida.
- Eu não acredito, ele me enganou... EU! A PRIMA dele! – Mei revirava os olhos.
- Eu sou a namorada tá.
- E...? Grande coisa, FAMÍLIA não mente. Tô P da vida com aquele lá. – ela disse torcendo o nariz. Sorri.
- E o pior é que nós nos achávamos espertas... E nem cogitamos essa possibilidade. - Tomoyo concluiu.
- Eu não disse que desmaiei quando descobri? Entrei em choque total.
- Eu também entraria. – Mei assentiu. – Descobrir que o cara com quem trocava mensagens amorosas secretas era o meu namorado... É dose. – ela tomou um gole de sua bebida.
Apoiei meu cotovelo no balcão do bar e voltei meu olhar para o salão, dirigindo-o a nossa mesa, onde o trio parada dura conversava animadamente. Shaoran não parava de gesticular enquanto conversava, com certeza estava contando sobre Awly e tudo que fez para mantê-lo em segredo. Acabamos de encontrar Tomoyo, Mei, Hiro e Eriol no meio da pista de dança. Tratei logo de arrastar as meninas pro bar para desabafar, precisava compartilhar ou explodiria. Shaoran parecia estar sofrendo do mesmo mal, já que carregou os meninos para mesa e parece que lá vão ficar por muito tempo.
Peter assim que se viu sozinho, - me desculpe, mas no âmbito do desabafo nem me importei em lembrar dele – virou-se estrategicamente para a direita, saindo de fininho. Agora ele está na pista conversando com Derek, o gostosão da pasta de dente. Esse é o código meu e de Tomoyo quando falamos de Derek Baxter, o modelo loiro, alto, forte, sarado e de olhos claros. Ele só faz comercial de pasta de dente, sério. Nunca o vi em outro ramo, e sempre sem camisa. O que é estranho, considerando o fato que, por mais que seu sorriso seja perfeito, a atenção jamais vai ser dele, se sua camisa não estiver no devido lugar...
Tá legal, chega de devaneios sobre o gostosão da pasta de dente. Vamos voltar ao meu gostosão.
- Você ainda não me agradeceu. – Mei disse chamando a minha atenção.
- Agradecer... Por?
- Se eu não tivesse esculachado o coitado por mensagem, você não teria descoberto quem era Awly.
- Ah tá! Jura que acha que a Sakura não ia encontrar com o cara se você não tivesse mandado a mensagem? Aham, tá legal. – Tomoyo ironizava.
- Eu não ia, tá legal, e além do mais, Shaoran ia me contar de qualquer jeito, ninguém guarda um segredo pra sempre. – Mei arqueou a sobrancelha para Tomoyo.
- Ninguém mesmo? E você? Ainda não disse a Shaoran sobre o maldito caderno. - olhei-a significativamente.
- Tá legal, toda regra tem sua exceção.
- Então de nada, sua mal agradecida. – a morena empinou o nariz.
- Obrigada, muito obrigada Li. – revirei os olhos.
- Você ainda não está nem perto de terminar essa epopeia sobre o Awly, Kinomoto, em casa a gente termina, por que agora... Vamos à notícia da noite! - Tomoyo ria misteriosa cutucando Mei que ria sem graça.
- Para de ser idiota! – a morena ria.
- O que eu perdi? – disse confusa. Mei e Tomoyo trocaram um olhar cúmplice. – Parem de mistério e desembuchem! – ordenei. Elas riram.
- Bem... A Meiling...
Shaoran Narrando
- Cacete, assim até eu te pegava Li. – Hiro disse mordendo o lábio inferior e fazendo cara de gay.
- Sai fora Kinomoto. – disse empurrando-o.
- Mas é verdade oras. Você ficou OITO ANOS cozinhando a menina com cartinhas de amor? Se a Sakura te largar, eu tô disponível. – disse piscando pra mim.
- Hiro, se controla, ou quer que eu chame a Meiling? – Eriol disse rindo. Meiling?
- Mei? Por quê? – os dois se olharam e depois me encararam, a ficha caiu. – Não acredito. Você e a Mei...?
- É, eu ainda acho que a Mei bebeu demais. – Eriol ironizou ganhando um tapa de Hiro.
- Bebeu nada, ela sabe muito bem o que fez. E modéstia parte, acho que vai ter segundo round. – disse convencido e piscou pra mim.
- Nossa, o que você fez pra Mei liberar? E justo pra você? – ele me olhou ofendido.
- Ei, sorte sua que não vou levar pro lado pessoal... – revirei os olhos.
- Você sabe que você não é, bem, o tipo de cara da Meiling.
- Ele não é o tipo de cara de ninguém Li, convenhamos. – e Eriol levou outro tapa na cabeça.
- Gente, se vocês quiserem continuar falando mal, eu me retiro, sem problemas.
- Ah, tadinho, magoou? – eu disse bagunçando seu cabelo, ele me empurrou.
- Vocês ficam tirando sarro por que quem conseguiu pegar ela fui eu. – ele se gabava.
- Nós temos namoradas, seu otário. E mesmo se não tivéssemos, a Mei é minha prima, o tipo de prima que eu não pego, então se for com essa mentalidade de pegar pra cima dela, vai se ver comigo. – Hiro olhou-me confuso.
- Agora só por que beijei vou ter que casar? – ele riu.
- Não. Mas levar a sério uma menina legal não tira pedaço, fica a dica. – Eriol devolveu o tapa em Hiro.
- Eu quero ficar com ela de novo, gosto da Mei. E ela foi muito difícil pra eu largar assim tão fácil. – ele sorriu de canto. Uma morena vestida de marinheira passou então pela nossa mesa. Sua saia era minúscula, fazendo Hiro demorar o olhar em suas coxas. – Mas isso não quer dizer que ela vai ter exclusividade... – ele sorriu malicioso.
- Você não presta.
- Diga uma coisa que eu não sei Li.
Sakura Narrando
- Sakura, se você quiser ir mais rápido... Eu agradeço. – Hiro reclamava.
- Eu não posso sair voando com o carro Kinomoto, ainda pretendo manter minha carteira de motorista. – ele bufou. – Se está me achando lerda, por que não foi com o Eriol e a Tomy?
- Já viu o Eriol dirigindo? Mais lerdo que o meu avô! – revirei os olhos. Também, o que podemos esperar de um médico certinho?
- Pra que essa sangria desatada em chegar logo no apartamento? – Shaoran se intrometeu. Olhei pelo retrovisor e vi a malicia nos olhos de Hiro.
- Nem vem que não tem Kinomoto! - foi a vez de Mei se pronunciar.
- Poxa morena, vai dizer que não está com vontade de ficar a sós com o Hiro aqui? - eu só ouvia a conversa, mas podia imaginar a cara de convencido do meu primo. Esse cara não tem jeito. A gargalhada de Meiling ecoou por todo o carro.
- Você é uma piada, só pode. Acha que vai ser fácil assim? Você vai pro quarto de hóspedes Kinomoto. - ela disse ainda rindo. Ouvi Hiro bufar.
- Que mundo injusto. - sorri de lado e entrei no estacionamento do meu prédio.
Depois de ouvir Mei e Hiro discutirem o tempo todo, o elevador estava ficando cada vez mais insuportável. O alivio só aconteceu quando finalmente o andar de Mei chegou e os dois saíram do elevador.
- Credo, esses dois ainda vão casar. - eu disse encostando-me na parede. Shaoran se aproximou.
- Mas a gente casa antes. - ele sorriu.
- Isso é uma proposta oficial Li?
- Não oficial, por que eu não quero oficializar meu casamento num elevador de prédio. - eu ri. - Eu só estou te avisando que o posto de marido de Sakura Kinomoto pertence á Shaoran Li.
- Ah, mas que convencido, eu não tenho nem como escolher?
- Não, você já é minha. – ele colou sua testa na minha. Sorri. Eu nunca me imaginei tendo aquela conversa. Casamento é algo que, depois da minha mudança radical, ficou completamente fora da minha vida. Mas a ideia de passar o resto da minha vida ao lado de Shaoran era algo tão certo em minha vida. Eu nunca iria me separar dele, então por que não casar? Meu deus, como eu mudei.
- Ainda bem que você sabe. – constatei apaixonada e uni nossos lábios.
Agora sim a noite vai começar.
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