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História Revenge Girl - Entre socos e pontapés


Escrita por: MandsChan

Notas do Autor


Boa noiteeee!!
Capítulo dos corações partidos T.T
Não esqueçam de me contar o que estão achando! :*

Capítulo 48 - Entre socos e pontapés


Peter Narrando

Apartamos o beijo e passamos a nos encarar como bobos apaixonados.

- Eu vou sentir a sua falta. – ela disse apertando-me forte em seus braços finos e frágeis.

- Eu também, muita. – retribuí o abraço. Ficamos assim por um tempo, até que ela separou-se de mim interessada em algo que estava jogado na mesa de centro.

- Ei, o que é isso? – Amanda perguntou intrigada.

- Sãos as fotos que te falei, as fotos que tiraria com a Sakura, meu último trabalho em New York. – observei-a folhear as páginas vagarosamente, mantinha um semblante pensativo, nenhuma expressão concreta poderia ser lida. – O que foi? – perguntei então assim que ela fechou a revista.

- O Shaoran sabia disso? – hesitei. – É claro! Agora tudo faz sentido! – Amanda começou a andar de um lado para o outro da sala, inquieta. – O estado de Sakura, suas roupas, as poucas palavras... Só pode ser por causa disto! Eles brigaram, e deve ter sido feio. – apanhei as chaves do carro na mesa de centro e me pus em direção a porta. – O que está fazendo? Pra onde vai?

- Vou dar a minha versão da história. Preciso resolver isso, de uma vez por todas, antes de partir.

- Mas a Saki...

- Sim, ela disse que ia resolver isso sozinha, mas eu não vou deixar. – ela revirou os olhos.

- Então vamos logo, seu voo é daqui a pouco. – disse segurando a bolsa, já posta ao meu lado.

- Vamos? – referi-me ao plural da palavra.

- Não te deixo mais sozinho. A não ser que me peça. - selei seus lábios rapidamente e segurei sua mão. Cruzamos a porta em disparada rumo ao elevador. Destino: casa do comandante imbecil.

Shaoran Narrando

- Tudo bem, eu entendi, você não vai me perdoar. – sua cabeça se levantava aos poucos.  – Só me deixe ter uma despedida decente.  – suas mãos largaram as minhas e seguraram minhas bochechas. Em questão de segundos meu rosto foi puxado ao seu encontro, seus lábios se apossaram dos meus num beijo urgente. Apertei-a forte em meus braços como se para ter certeza de que de lá ela não fugiria. Não queria tê-la longe de meus braços, eu não conseguiria.

O beijo era tão apaixonado que não tinha nenhuma malícia. Só queríamos nos sentir, nos amar. Sakura foi diminuindo a velocidade do beijo até que o apartou, selando meus lábios demoradamente. Colou sua testa na minha. Nossa respiração estava descompassada ofegante. Ela pegou minha mão e a colocou sobre seu peito que subia e descia desordenadamente. Senti o bater de seu coração, acelerado como nunca.

- Apesar de não ter mais valor, quero que saiba, que a cada batida, ele grita seu nome. Mesmo desdenhando-o, ele sempre será seu. Eu sempre vou te amar.

Vagarosamente ela foi saindo de meu colo, desencaixando nossas mãos. Eu ainda estava estático, pasmo, sem reação. Ela se distanciava aos poucos, em seu vestido florido amassado e os curtos cabelos bagunçados. Seus olhos ainda fixos nos meus, os lábios avermelhados, convidativos. Seu cenho começou a franzir-se, os lábios a se curvarem para baixo. A tristeza apoderou-se totalmente de seu rosto. Ela apertou as mãos contra o peito, abaixou, pegou os patins e então virou-se de costas para mim, correndo em direção à porta. Não iria chorar na minha frente pela segunda vez.

Sakura narrando

Saí do apartamento de Shaoran às pressas, as lagrimas estavam cada vez mais ligeiras, incontroláveis. Abri a porta da escadaria de incêndio e desci alguns lances. Sentei nos degraus frios, entre o quinto e o quarto andar, sozinha, no escuro. Meu choro rasgado e compulsivo ecoava pela escadaria, então era isso, tudo tinha acabado.

Meu vestido podia ser o que fosse, mas minha vida não era como ele, um mar de rosas. Eu realmente achava que tinha alguma esperança de que tudo voltasse ao normal, doce ilusão. Se eu não sou a mesma, bem Shaoran também não é, também pudera, depois de tantas decepções ele teve que se calejar. O romântico incontrolável virou cético, e cansou de ser masoquista.

No fundo do meu coração ainda tinha a esperança de que ele viesse correndo atrás de mim, me pegasse nos braços e me consolasse, me beijasse até essa dor absurda passar. Ele era o remédio para tudo afinal, de todo o meu mal ele era a cura.

Peter Narrando

Em minutos cheguei ao prédio de Shaoran. Desliguei o motor do carro e me virei para Amanda que ainda tinha o semblante assustado devido a minha direção perigosa.

- Preciso de um favor. – pedi. – Me coloque dentro desse prédio sem ser anunciado. Se Li sonhar que estou aqui jamais vai me deixar subir. – ela assentiu e nós saímos do carro.

- Hey Bob! – ela disse acenando para o porteiro.

- Dona Amanda! Veio visitar o senhor Li? – ele disse amigável.

- Isso! Na verdade é uma despedida, vou sair do país amanhã. – ela explicava.

- Sair? E pra onde vai? – o porteiro puxava conversa. Aquilo só podia ser brincadeira. Cutuquei Amanda disfarçadamente pedindo para que parasse de enrolações. – Quem é este moço que lhe acompanha?

- Hum... er, abra o portão que lhe conto tudo querido. – o portão foi destrancado e nós nos aproximamos da guarita.

- É melhor conversarmos um pouco mesmo antes da senhorita subir, Dona Sakura entrou há um tempo, e bem, pela sua cara, algo deve estar errado... – engoli seco. Eu tinha que subir naquele apartamento o quanto antes.

- Sério? O que você sabe sobre isso?

- Ah bem... – o interfone tocou. – Um minuto. – Bob se virou e atendeu o interfone. Aproximei meu rosto do ouvido de Amanda.

- Vou aproveitar que ele está distraído e vou subir agora.

- Se controla, o clima já está quente. – ela aconselhou.

- Vou fazer o possível. Qual o apartamento?

- 88. Boa Sorte. - assenti, selei seus lábios e corri para o hall, apressando-me em chamar o elevador.

Durante o percurso ao apartamento minha cabeça estava a mil, tinha tantas coisas a falar que estava perdendo o controle das ideias. Minha real vontade era de socar Li por ser tão burro a ponto de gerar um problema em cima de uma situação tão ridícula.

O elevador enfim chegou ao oitavo andar, e logo pude avistar a porta escura de numeração 88 na frente de meus olhos. Bati forte e repetidamente nesta, mas sem dizer uma palavra. Se soubesse quem era, Shaoran podia não abrir.

Ele precisava me deixar entrar, precisava ouvir o que eu tinha a dizer.

Sakura Narrando

Chorei mais alguns minutos, extrapolando os sentimentos que tinha a flor da pele, esperando que ele viesse me salvar, me tirar da casa em chamas em que me encontrava... Ele não veio. Levantei-me vagarosamente e passei a descer as escadas. Tentava cessar o choro trancando-o na garganta. Doía. Logo cheguei ao térreo.

Abri a porta, então a luz do dia cinzento chegou aos meus olhos inchados. Comprimi-los num desconforto instantâneo.

- Sakura! Espere! – ouvi uma voz familiar me chamar.

- Oi.  – disse mórbida, virando-me para olhar Amanda de frente. Ela me olhou entristecida, pude perceber que o olhar de Bob, o porteiro atrás dela, não era muito diferente.

- O que aconteceu lá em cima?

- Desculpe Mandy, mas acho que é meio óbvio. – ela continuou a me olhar apreensiva. – Nós terminamos. – suspirou pesarosa e pegou minhas mãos.

- Como assim? Mas e Peter? O que ele disse não adiantou de nada?  - então comecei a ligar os pontos, como o porquê dela estar aqui. Claro, Peter não consegue aquietar o facho e veio fazer “justiça com as próprias mãos”. No final das contas, ele fez uma viagem perdida. Estava saindo do prédio com a pior dor que já tinha sentido, uma pontada forte no peito que parecia não ter cura.

- Eu só quero ir embora. – disse abraçando minha amiga. – Boa viagem, me perdoe, mas não vou poder te acompanhar até o aeroporto. - desfiz o abraço e saí portão a fora, colocando os patins, vagarosamente, guardando a imagem da amiga que não veria tão breve. A garota de cabelos castanhos e olhos azuis que pela primeira vez usava uma camiseta regata em público, revelando a mancha de nascença no ombro esquerdo, que tanto odiava. Eu ia sentir falta dela, muita falta. Mas no momento, meu coração já estava tão desfalecido, que não consegui pensar numa saudade maior do que a que estava sentindo do meu Awly.

Comecei a patinar com velocidade. Senti minhas pernas reclamarem. Meu corpo estava fraco, por dentro e por fora. Passei as mãos pelos cabelos apressada procurando cada grampo, cada presilha. Arrancava um por um com rapidez, soltando meus cabelos. Queria me libertar daquela fantasia. Aquela não era eu, não mais.

Shaoran Narrando

Ainda estava sentado na poltrona, na mesma posição, com os olhos fixos na porta, que há pouco tinha sido batida por ela.

Eu queria correr atrás dela, beijá-la, abraça-la e apertar seu pequeno corpo contra meu peito. Mas por que não conseguia? Algo me prendia naquela poltrona, algo impossibilitava meus músculos de qualquer locomoção. O orgulho ferido, talvez, ou até a dor por todos os últimos acontecimentos.

Que inferno.

Dobrei os cotovelos no colo e apoiei meu rosto nas mãos. Minha vida tinha virado de cabeça pra baixo, em menos de vinte e quatro horas.

De repente ouvi algo bater na porta. Bater não, quase colocá-la a baixo de tanta força.

Será que era ela? Tinha voltado então? Mas a porta tremia com tanta força que duvidei. Sakura não tinha aquela força, seus braços eram finos e frágeis. Talvez estivesse chutando a porta...

Cansei de tentar adivinhar e corri para girar a maçaneta, enfim levantando da poltrona que parecia ter me petrificado. Abri a porta ferozmente, pois os estrondos estavam me irritando. Tentei fechá-la com o dobro de força que a abri, ao perceber quem estava do outro lado.

- Eu não saio daqui até você me ouvir! – o infeliz gritou forçando a abertura da porta.

- Vá embora! Quem te deixou subir?

- Não interessa! Quero levar um papo de homem pra homem! A Sakura está aí? Sakura! – ele começou a chama-la.

- Vá embora, mas que porra! Pare de se meter onde não foi chamado! – eu disse colando as costas na porta e forçando seu fechamento. O imbecil do Castle era forte. E eu estava fraco demais naquele momento.

- Sakura! Tire este imbecil da porta! – ele gritava. Então um toque de celular começou.

- Vá embora! Atenda esta droga de telefone e caia fora daqui! – o toque continuou até cessar. Ele não iria arriscar por a mão no bolso e permitir que a porta se fechasse, claro que não.

- Podemos ficar nisso o dia inteiro Li, você quem sabe!

- Por que não vai embora? Já não acha que já fez o bastante? Não realizou seu sonho ao ter Sakura praticamente nua em seus braços? – disse berrando feroz.

- Você nem sabe o quanto! – ele disse sarcástico. – Vou te dizer, você é muito burro se deixar uma mulher daquelas, gostosa pra caralho! – chega, isso já era demais. Agora queria que ele entrasse, pra socá-lo até a morte. Saí rapidamente detrás da porta e ela se abriu fazendo com que Peter cambaleasse para dentro do apartamento.

- Eu vou te matar. – disse morbidamente. Seu semblante não era irônico como esperava. Ele estava sério, de cenho franzido. Parti para o primeiro soco e sua mão o parou no ar. Eu devo estar muito mal mesmo pra errar um soco.

- Para imbecil. Não vê que falei isso só para abrir a droga da porta? – ignorei e lhe dei uma joelhada na barriga. Ele gemeu. – Já disse para parar! – ele então me empurrou para longe com força.

- Você faz o que fez, diz o que disse e espera que eu fique parado? Eu não tenho sangue de barata e já te odeio de graça. Te encher de porrada só vai aliviar tudo o que estou sentindo. – então parti pra cima dele mais uma vez. Ele esquivou de alguns socos e chutes, bloqueou alguns com o braço, mas também estava tomando. Mesmo transtornado eu conseguia acertar os golpes. O estranho era que ele só se defendia, não atacava.

- Que inferno Li, pare! Sakura! Onde ela está? – parei meus movimentos e me afastei melancólico.

- Ela foi embora. – disse frio. Peter pareceu incrédulo.

- O que? Como assim? Há quanto tempo?

- Por quê? Vai atrás dela por um acaso?

- Você deveria ter feito isso. Na verdade, não deveria tê-la deixado ir.  – contraí-me por dentro. Senti-me enojado ao dar razão a Castle.

- Você tem que ir embora. – disse indo em sua direção de novo.

- Você não percebe a burrada que está fazendo? Está deixando que uma mulher maravilhosa saia de sua vida por umas estúpidas fotos de revista! – bufei cético.

- Você não sabe do que está dizendo. É muito mais do que essas porcarias de fotos!

- Aé? Como o que? Ela esqueceu seu presente de aniversario? Ah não! Deve ter chegado atrasada em algum dos encontros, certeza... – aquele infeliz se deliciava numa ironia irritante.

- Cale a boca. Só estou cheio de perdoar suas mentiras. Essa foi a gota d’água, não suportava mais me machucar. – disse quase vomitando tudo em cima dele, então me toquei. – Espera, por que estou dizendo isso a você? SAI DAQUI!

- Você cansou de se machucar então? Ah! E como se sente agora? Sua cara está péssima.

- Nada que o tempo não cure. – rebati.

- Pare de mentir pra si mesmo Shaoran! Eu estou aqui somente por Sakura, porque realmente, estou pouco me fodendo pra você. Mas infelizmente você é a felicidade dela, e eu faço de tudo para vê-la feliz. - seu celular começou a tocar novamente.

- Atenda. – me ignorou.

- Antes que volte com a sua paranoia, não, eu não amo Sakura. Bom, pelo menos não do jeito que você a ama. – isso era óbvio. Ninguém vai nunca amá-la como eu amo.

- Atenda logo esta droga de telefone! - disse insistindo. Ele continuou me ignorando.

- Eu a amo como irmão, custei para entender isso, mas estou completamente apaixonado por Amanda. – olhei-o intrigado. Será que podia confiar? Sei que os dois estavam tendo algo, mas a obsessão dele por Sakura sempre me pareceu tão forte, que nunca acreditei totalmente nesse romance. O celular parou de tocar. – Infelizmente não vamos poder ter uma história. Ela está indo para Londres e eu, para sua felicidade, embarco hoje para a Irlanda. – não contive um sorriso fraco em meus lábios.  – Eu não vou ser feliz como queria, mas não vou deixar que um imbecil feito você destrua a felicidade da minha pequena. – franzi o cenho ao ouvir este apelido.

- Se você não ouviu ela foi embora cara, já era. Muito obrigado pela atenção, agora vá embora que eu preciso rever uns relatórios da empresa.  – disse tentando expulsá-lo pela milésima vez.

- Relatórios? Você vai é se jogar na cama e chorar feito um bebê por horas. – engoli seco. Seu celular começou a tocar novamente.

- Se você não atender esta merda agora, vou transformá-la em pó! – ameacei nervoso. Peter revirou os olhos e atendeu, enfim.

- Amanda, não posso falar agora eu... O quê? – seus olhos se esbugalharam, ele ficou pálido de repente. Fiquei preocupado. – Onde vocês estão? ... Estamos indo. – ele desligou o celular apressado. - Pegue as chaves do carro, agora.

- O que? Pra que?

- A Sakura tá no hospital.


Notas Finais


o.o


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