1. Spirit Fanfics >
  2. Revenge Girl >
  3. Sangue, suor e lágrimas

História Revenge Girl - Sangue, suor e lágrimas


Escrita por: MandsChan

Capítulo 49 - Sangue, suor e lágrimas


Shaoran narrando

E quando você pensa que tudo já parece estar ruim demais, a vida sempre dá um jeito de piorar.

Não sou do tipo pessimista, mas ultimamente só venho esperado o pior. Parece que assim você se surpreende menos e o choque é menos doloroso.

O caminho ao hospital foi uma tortura. Eu e Peter não trocamos uma palavra, mas eu sei que ele me culpava. Mentalmente maquinava milhares de insultos a mim por tê-la deixado sair. E é claro que eu não discordava dele. Novamente, me sentia nojento por isso.

Parei o carro de qualquer jeito, cantando pneus. Bati fortemente a porta e fui correndo na direção da porta principal do Hospital Central Park. Logo na entrava avistei Amanda sentada na sala de espera. Mei estava ao seu lado. As duas estavam muito aflitas.

- O que aconteceu? Como ela está? – disse desesperado ao me aproximar das duas.

- A gente chegou faz pouco tempo, os médicos a levaram e ela ainda estava desacordada.  – Amanda disse pesarosa.

- Mas como aconteceu isso? Por que ela estava desacordada? – disse falando alto.

- Xiaolang, silêncio! – Mei me advertiu.

- Eu não sei explicar direito, eu não vi acontecer! – Amanda começou a chorar. – Se eu tivesse chegado mais rápido, talvez...

- Ei, que é isso? Se tem alguém culpado aqui... Definitivamente não é você. – Peter disse acalentando-a e me direcionando um olhar frio.

- Me conte tudo o que viu. – insisti. Ela assentiu.

- Eu encontrei com a Saki lá em baixo, na portaria. Ela estava transtornada, tremia... Queria sair logo dali. Ela estava patinando...

Flashback on

Amanda Narrando

- Bob, a gente conversa depois, não posso deixar ela sozinha nesse estado. – o robusto porteiro apenas deu de ombros e destrancou o portão. Entrei no carro e me pus a seguir Sakura, que patinava em alta velocidade, criando uma distância considerável. Peguei o celular e liguei para Peter pra avisar que tinha saído. Ele não atendeu.

Muitos carros estavam na minha frente, em trânsito lento, droga. Estava perdendo ela de vista. A maluca patinava no meio da rua, costurando o trânsito.

No que estava pensando? Pra onde estava indo? Certamente, não para casa, já que pegou a avenida do Central Park em direção contrária. Daria uma volta no parque, naquele estado então?

Finalmente o transito começou a se movimentar, mas é claro que o farol tinha que fechar bem na minha vez.

Depois daquilo, foi tudo muito rápido, muito intenso. Uma cantada de pneu, buzinas, pessoas saindo das lojas e restaurantes e se aglomerando na rua. Senti um aperto no coração e não hesitei em sair do carro, deixando-o ligado, no meio da rua.

Virei a esquina e finalmente entrei na avenida, muitas pessoas se amontoavam na frente de um carro parado na pista, a porta estava aberta e sem o motorista. Fui passando pelas pessoas querendo chegar no centro da confusão. Tinha um péssimo pressentimento sobre tudo aquilo, meu coração estava disparado.

Quando finalmente encontrei o motivo do alvoroço, entrei em choque. Era Sakura, ela estava ali, jogada no meio da rua, desacordada. Seus cabelos, agora soltos estavam tomando um tom avermelhado, então percebi que tinha um enorme corte na cabeça, perto da têmpora esquerda.

- Sakura! - gritei ao me abaixar perto do corpo mole de minha amiga. Um homem estava agachado a seu lado, desligando o aparelho celular.

- Você a conhece?

- É minha amiga! Mas o que diabos aconteceu? – intriguei nervosa.  – Chamem a ambulância, pelo amor de Deus!

- Acalme-se. Eu acabei de chamar. Bem, ela estava patinando na frente do meu carro, eu buzinei algumas vezes pedindo passagem, mas ela pareceu não ouvir. De repente caiu e bateu a cabeça na guia. Por sorte consegui frear a tempo, não cheguei a atropelá-la. – o homem se explicava.

- Tire ela daí, me ajude. Ela está toda torta. – pedi.

- Não! Melhor não mexer no corpo, podemos piorar os ferimentos. – ele tinha razão.

- Meu Deus... – disse pesarosa ao olhar o corpo de Sakura estirado, o sangue escorrendo pela bochecha. – O que foi fazer, sua maluca. – não pensei duas vezes e liguei para Peter. Novamente caiu na caixa postal.  – Cacete! – soltei um pouco alto, chamando atenção.

A ambulância então chegou e Sakura foi rapidamente removida, ainda com os patins nos pés. Ela vai ter que acordar, não importa o que eu faça. E quando acordar, vai ouvir um bocado.

Flashback off

Shaoran Narrando

- Então quando entrei na ambulância liguei novamente pro Peter, e enfim ele atendeu. Logo depois liguei para Eriol, que trouxe Tomy e os dois estão lá dentro. Parece que Eriol conhece os médicos desse hospital. – Amanda continuou.

- Tomoyo me ligou quando estava a caminho daqui. Larguei tudo em cima de Halley e vim correndo. Hiro não atende o celular, deve estar dentro de algum estúdio de gravação. – disse Mei.

- Eu ainda não entendo por que ela caiu. O cara que quase a atropelou não viu nada? Ela simplesmente despencou, do nada? – insisti. Amanda suspirou.

- Convenhamos que o estado emocional dela estava absolutamente instável. – engoli seco. Peter mais uma vez me encarou furioso. - Não sei, ele não me disse nada sobre isso, mas ela pode ter se distraído por um momento e ter perdido o controle, podia ter algum buraco na pista. – ela então encarou o relógio de pulso e arregalou os olhos, alarmada. – Castle! Seu voo parte em trinta minutos!  - este deu de ombros.

- Ele podia estar saindo daqui a meio segundo, não interessa. Não saio deste hospital até que ela acorde. – disse firme. Passei as mãos nos cabelos preocupado. Ela vai acordar, ela tem que acordar, certo? Peter sentou-se ao lado de Amanda e eles pareceram começar uma discussão sobre o ocorrido. Eu estava de pé, andando de um lado para o outro, aflito.

- Xiaolang... – Mei chamou. Olhei para ela e vi que apontava para o assento a seu lado, pedindo para que eu sentasse. Dei de ombros e sentei ao lado da morena.  – A conversa que vocês tiveram hoje...

- Eu não quero falar sobre isso.

- Mas...

- A gente terminou, se é isso que você quer saber. – disse frio. Mei curvou os lábios para baixo, em reprovação. Não sei se pelo tom que usei a pouco ou se pelo fato em si. Talvez a segunda opção. Olhou para frente e abriu os olhos surpresa.

- Depois a gente conversa, o Eriol vem aí. – olhei para a direção que ela e vi meu amigo em seu velho jaleco branco com o semblante sério, acompanhado de Tomy que estava numa roupa verde de hospital, touca no cabelo e tirava a máscara branca do rosto. Não me contive em apressar-me ao encontro dos dois.

- Como ela está? Já acordou? O que aconteceu? Ela corre algum risco de vida? – eu bombardeava Eriol de perguntas. Ele apenas me encarava paciente, como sempre.

- Calma. – ele disse colocando a mão direita em meu ombro. – Agora ela está bem. – suspirei aliviado. Nada no mundo vai um dia explicar o que aquelas curtas palavras causaram em mim.

- O que fizeram com ela? – Peter perguntou.

- Ela foi submetida a uma cirurgia de remoção de estilhaços e tomou alguns pontos na cabeça. A concussão não afetou o cérebro e aparentemente ela não terá sequelas, mas só vamos confirmar quando ela acordar. – Eriol explicou.

- Ela caiu por uma queda de pressão. Parece que a tonta ficou o dia todo sem comer e ainda foi andar de patins – Tomy disse em tom reprovativo. Mesmo assim notei um pequeno sorriso surgindo em seus lábios. O alívio era notável no semblante de todos os presentes.

- É claro que ela não comeu, quem foi o inútil que a chamou pra conversar no horário de almoço? – Peter rebateu nervoso. Óbvio, ele tinha que fazer um comentário, se não, não seria um imprestável.

- Como eu ia saber que isso ia acontecer? Como eu ia saber que ela viria de patins? – retruquei.

- Em primeiro lugar, se tivesse parado de veadagem e não tivesse terminado com ela, nada disso teria acontecido. Ela estava péssima, não devia tê-la deixado sair do apartamento!

- Cala essa boca!  - disse indo pra cima de Peter.

- Ei parem os dois! Estamos num hospital! – Mei interveio.

- Só vou me acalmar quando ele for embora. – ameacei.

- Já disse que só saio daqui quando ela acordar e disser que está bem, me olhando nos olhos.  – Peter retrucou.

- Isso vai demorar algumas horas. Ela está sedada e se alimentando por soro.  – Eriol explicou. Eu e Peter não desviamos o olhar um do outro.

- Está bem, chega. – Amanda se colocou no meio de nós dois, de frente para Peter.  – Vamos ligar para a companhia de viagem e pedir pra trocarem o horário do voo.  – ela disse arrastando Peter para longe. Quando finalmente os dois estavam fora de vista, Tomy me abordou.

- Como assim terminaram? Você está maluco? – ela disse perplexa estapeando meu ombro. Revirei os olhos.

- Quantas vezes eu vou ter que dizer que não quero falar sobre isso! – disse um pouco alto.

- Aqui não é hora e nem lugar para se ter essa discussão.  – Eriol nos encarou bravo. Tomy continuou me encarando com o olhar enigmático. Desviei o olhar.

- Ela está em algum quarto? Posso vê-la? – perguntei a Eriol.

- Nossa Li, pra que tanta urgência? Ela nem é mais sua namorada mesmo. – a japonesa respondeu sarcástica. Ignorei seu comentário e mantive meus olhos nos de meu amigo.

- Ela ainda não está no quarto, só vai para lá quando acordar. Ainda está na enfermaria do centro cirúrgico.

- Mas eu não posso vê-la? Não posso colocar uma roupa verde igual a da Tomoyo e entrar nesta tal enfermaria? – insisti.

- Não dá Shaoran. Tomy só entrou por que estava em prantos, e na urgência eu não tive tempo de acorrentá-la nas cadeiras da sala de espera. Meus colegas daqui me repreenderam, ela foi um caso excepcional, não vai dar pra repetir a dose.

- Inferno. – bufei. Um toque de celular começou a soar. Olhamos na direção de Mei e ela sorriu.

- É o Hiro! – disse e foi correndo para fora do hospital atender a ligação.

Então ela estaria sedada por horas... Não vou relaxar até ver seus olhos nos meus novamente.


Notas Finais


E aí? A culpa é de quem?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...