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História Revenge Girl - Forever


Escrita por: MandsChan

Notas do Autor


Bom dia!
Cap. de manhã hoje hein! (consegui Grazy *-*)
Shaoran ainda não visitou a Sakura! Vamos ver como esses dois vão se comportar num hospital hahaha
Não esqueçam de me contar o que estão achando amorecos :*

Capítulo 51 - Forever


Shaoran Narrando

Nunca devorei a comida tão rápido. Na verdade, não sabia o real motivo de tanta velocidade. Podia ser pelo óbvio, ver Sakura logo, ou simplesmente por me sentir completamente idiota e querer acabar logo com o momento. Estava me sentindo um imbecil, devorando cookies porque a Kinomoto mandou. “Só quero te ver se comer primeiro”, que diabos eu estava fazendo? Que droga de condição era essa? Estava me sentindo um menino de novo, “Shaoran, só vai lutar se lanchar primeiro”, minha mãe dizia. Sakura não era minha mãe, e eu não tinha mais 10 anos pra ser tão submisso. Então por que eu ainda me importava com o que ela pensava? Nem estávamos mais juntos. Eu estava com pena, só por que ela estava numa cama de hospital? Me sentindo culpado, talvez pelo acidente? Eu não sei, não tenho como responder a nenhuma das perguntas que eu mesmo elaborava mentalmente, só tinha um único objetivo: engolir o último cookie e correr para o quarto 348 o mais rápido possível. Por mais insana que a situação parecesse ser, meu corpo não respondia a todos os estímulos nervosos que o cérebro lhe mandava, ignorava todos os “pare já com essa sandice e volte para casa!”, ele apenas continuava comendo e olhando freneticamente o relógio, com medo do horário de visitas terminar.

Levantei-me então do balcão da lanchonete, ainda de boca cheia, larguei uma nota de dez dólares amassada ao lado do prato cheio de farelos e me pus a correr pelo hospital.

Todos já devem ter ido embora, o clima vai ficar estranho entre nós dois, sozinhos. Mas eu preciso vê-la, ver se está muito machucada, preciso ver seus olhos abertos.

Cheguei finalmente ao terceiro andar, estava extremamente nervoso. De repente me deparo com Hiro e Peter vindo na minha direção.

- Adeus. – Peter disse sem me dirigir o olhar, passou por mim e foi chamar o elevador. Não me importei em lhe responder. Lancei um olhar significativo para Hiro, ele deu dois tapinhas no meu ombro e logo foi se juntar a Peter.

- Boa sorte, cara. – e os dois desapareceram atrás das portas do elevador.

Engoli seco e em segundos encarava a porta branca em minha frente, com os números 348 gravados. Não hesitei em bater e logo girei a maçaneta para entrar.

Ela estava pálida, tinha vários tubos enfiados nos braços. Os cabelos agora, soltos e compridos como sempre, mas sujos de algo com um tom avermelhado. Sangue. Tinha um enorme curativo na cabeça e possuía o cenho franzido, ao encarar a revista de palavras cruzadas atenciosamente. Não tinha percebido minha presença ainda.

Aproximei-me aos poucos e pigarreei para ser notado. Ela levantou os olhos da revista, e ao pousá-los nos meus, seu corpo enrijeceu-se.

- O que faz aqui? – ela disse surpresa.

- Precisava saber como estava. – disse dando mais passos em direção a sua cama.

- Hum. Bem, estou ótima. Pode ir embora agora. – ela disse séria, voltando sua atenção para as palavras cruzadas.

- Sakura, espera, acho que a gente precisa...

- Conversar? – ela completou. – Bem, acho que não seja uma boa ideia.

- É que eu, bem, eu não disse tudo o que queria. Você foi embora antes. – disse já ao seu lado, teimando comigo mesmo para não agarrar-lhe as mãos. Ela olhou-me indignada.

- Eu não estou acreditando. Shaoran, eu estou num hospital, por favor, retenha-se, pelo menos a isso! – ela exclamou se ajeitando na cama. – E se o que quer que seja que você não tenha dito, se fosse tão importante você teria me seguido. – sua voz tomou um tom mais baixo ao proferir as últimas palavras, um tom de dor.

- Eu sei, eu sei. Me escuta agora, por favor! Eu preciso terminar aquela conversa. – insisti. Ela abaixou a revista ferozmente contra as pernas.

- Você tem alguma noção de como eu estou me sentindo? Estou com dor na cabeça, óbvio, mas pode ter certeza que nem de longe ela é o que mais dói. – engoli seco. – Eu coloquei aquela roupa, fiz o penteado, andei de patins... Eu queria ser melhor pra você, queria ser alguém em que você confiasse de novo! Mas não adiantou nada. – seu lábios franziram por um momento e ela parou de falar. Parecia estar segurando o choro. Ela então respirou fundo. – Eu respeito a sua decisão e até entendo, realmente, me amar é loucura. Agora por favor, respeite a minha e me dá espaço pra eu tentar superar. – suas esmeraldas focaram em meus olhos, quase transbordando lágrimas. Ver a minha flor naquele estado, tão vulnerável destruiu os últimos pedaços que ainda restavam do meu coração.

- Saki... Por favor, olha... Eu- ela então suspirou alto e tentou colocar uma feição de brava rapidamente no rosto, como que para mascarar a sua tristeza.

- Olhe, nós não somos bons nisso, tá legal? Esse negócio de conversar não funciona conosco. Tentamos hoje, e veja só onde estamos no final do dia. – ela apontou para o quarto de hospital. – Na verdade nós não somos bons em nada juntos, não somos bons amigos, bons namorados, não somos... Argh. – ela parou seu discurso de repente apoiando a cabeça entre as mãos, arfando.

- O que aconteceu? – perguntei preocupado.

- Nada, uma pontada apenas, normal. – ela ainda estava de cabeça baixa.

- Normal? Só pode estar brincando, vou chamar a enfermeira. – disse convicto. Ela colocou sua mão em meu braço para me impedir, então percebi que o sujou de sangue. Olhei seu curativo e ele estava ficando vermelho. Merda. – Sakura, o curativo! – alertei. Ela tateou o ferimento e então constatou o sangue nas palmas das mãos.

- Argh, que ótimo, chame o Eriol.

- Mas você está bem, está tonta, o que está sentindo?

- Chame-o agora Li, pare de enrolar! – ela ordenou. Apenas assenti e saí do quarto em disparada.

Por sorte, Eriol estava no corredor, acho que estava vindo checar Sakura.

- Shaoran? O que está fazendo aqui?  O horário de visitas terminou e... O que aconteceu com seu braço?

- Esse sangue não é meu, é da Sakura. Vem logo! – pedi. Ele acionou uma equipe de enfermeiros pelo radio e se pôs a correr comigo para o quarto de Sakura. Quando chegamos lá a encontramos de pé, ao lado da cama, limpando a testa com um pano úmido, se olhando no espelho. O suporte de soro foi arrastado para junto dela.

- Kinomoto! No que está pensando? Volte agora para a cama. – Eriol ordenou. Ela deu de ombros.

- Não enche doutor, não vou mais me melecar com sangue, é horrível pra sair do cabelo. – ela alertou. Olhei-a indignado. – Ai! – exclamou ao passar o pano perto do curativo.

- Mas o que...? Deite, agora. – ordenei. Ela me ignorou.

- Espere lá fora Shaoran, ou melhor, vá pra casa, o horário de visitas acabou.  – Eriol disse tirando Sakura do espelho e a colocando de volta na cama.

- Mas...

- Tchau. – ele insistiu. Dei meia volta e saí bufando do quarto. Mas ao invés de pegar o elevador, fui para o outro lado, para a escada de incêndio. Acabava de ter uma ideia.

Desci até a metade do primeiro andar, sentei dos degraus e me pus a esperar. As luzes automáticas se apagaram, me deixando no escuro. Não me movimentei para tentar acendê-las, queria manter a discrição. Esperaria no escuro, até a barra ficar limpa.

Sakura Narrando

Eriol me deu um sermão daqueles. “Se ele estava te estressando, que o mandasse embora!”, ele reclamava do meu sangramento, que nada mais foi do que puro nervosismo, essas coisas de gente fresca. “E essa história de levantar da cama e limpar o cabelinho?”. Homens realmente não entendem as prioridades. “Levante daí de novo até amanhã pra você ver, te dou alta daqui a um mês!”, ele disse surtado e saiu do quarto. Ótimo, briguei com o cara que era pra me tirar daqui, obrigada Li, de novo.

O tempo passava arrastado. Já tinha jantado e feito a maioria das palavras cruzadas da revista. Minha cabeça já estava embaralhando todas aquelas letrinhas minúsculas, não aguentava mais. A cada minuto eu passava a mão levemente em cima de meu novo curativo para ter certeza de que está tudo bem. Que ótimo, estou traumatizada para melhorar as coisas.

 Olhei para a televisão desligada e pensei que ligá-la não faria muita diferença para me tirar do tédio. O relógio apitava, já se passavam das dez da noite. Dez da noite? Ainda? E eu aqui, sozinha, nesse quarto enorme e fedendo a hospital. Se arrependimento matasse eu não impediria as meninas que queriam passar a noite comigo aqui. “Parem com isso, eu já estou bem, vou ficar bem.” Bem sozinha, só se for. Burra, mil vezes burra. Agora fica ai, acordada, olhando pro nada, pensando na morte da bezerra.

Pensando em Shaoran, isso sim.

Observava pela janela o vento que balançava as folhas das árvores. A lua estava cheia, o céu estava limpo, as estrelas cintilavam. A noite devia estar gostosa, perfeita para uma caminhada, espairecer ao ar livre.

O vento brincava com as folhas das árvores com tanta delicadeza, que nem se ouvia o barulho, parecia uma dança. A grande árvore colada a minha janela, porém, tinha as folhas agitadas com mais força que as demais. Elas subiam e desciam desordenadamente, descompassando o ballet das árvores. Observei-a atentamente e então percebi a ponta de um galho se abaixando. Me assustei. Será que era algum esquilo? Continuei a observar então pude ver um par de mãos agarrarem os galhos superiores. Meu Deus, alguém estava escalando a árvore.

As mãos subiram mais, revelando aos poucos pedacinhos do ser esquisito que escalava árvores de hospitais, foi então que concluí. Era Shaoran.

Arregalei os olhos ao vê-lo subir habilmente no tronco e pular para a varanda de meu quarto. Ele se aproximou lentamente do vidro, mantendo seus olhos nos meus. Quando foi puxar a porta, ela estava trancada, que ótimo. Ele começou a bater na porta.

- Abre a porta! – ele pediu movimentando os lábios para não fazer barulho.

- Não posso! - respondi do mesmo jeito, sinalizando que estava deitada. Não ia me meter a besta de levantar, Eriol ficar sabendo, e me trancar nesse quarto pra sempre. Li não valia o esforço.

- Levanta um pouquinho, vai. – ele pediu com um olhar de cachorrinho abandonado apenas gesticulando os lábios. Neguei.

Shaoran então apoiou os braços no vidro e abaixou a cabeça. Tentei esconder meus olhos atrás da revista de palavras cruzadas, mas do que adianta, se minha mente não parava de enviar sua imagem para os meus pensamentos? Abaixei a revista devagar e vi que ele estava em outra posição, sentado na varanda, com as costas apoiadas no vidro da porta. Vacilei.

Ele era um imbecil, um grosso, estúpido que há segundos atrás me fez sangrar, literalmente. Ele não me ouvia, já tinha deixado bem claro que não queria mais nada comigo. Mas o que diabos ele estava fazendo aqui? Que inferno, essa pergunta martelava em minha cabeça, e a curiosidade me consumia.

Além do que, poxa, ele subiu numa árvore até o terceiro andar pra me ver. Ele podia ter caído, quebrado a perna, mas não, ele estava trancado na varanda, todo seu esforço de chegar até aqui estava sendo em vão.

Mal consegui concluir definidamente meus pensamentos, quando minha mão descobriu meu corpo dos lençóis e meus pés descalços tocaram o chão frio. Eu estava assim agora, já que meu cérebro e meu coração não chegavam a um acordo, meu coração sempre tomava conta da situação.

Andei apressadamente na ponta dos pés e destravei a porta, esticando meu braço que estava livre de tubos. Sim, eu ainda estava conectada a soros e a máquina irritante que fazia “beep”. Shaoran, com o barulho do trinco, se virou e ficou em pé rapidamente. Abriu a porta, deslizando-a, e me tomou em seus braços, carregando-me no colo. Ele possuía um olhar que eu nunca tinha visto antes. Tão terno, mas ao mesmo tempo tão triste.

Meu coração formigou e a máquina de “beeps” começou a soar irritantemente mais rápido, denunciando-me, assim que seus olhos pousaram nos meus, numa proximidade muito perigosa.

Ele me colocou delicadamente na cama, que estava inclinada, portanto eu estava sentada.

- Obrigado por abrir. – ele disse por fim. O silêncio se instalou, apenas meus batimentos cardíacos eram ouvidos. Literalmente.

- Você... Não vai dizer nada? – instiguei-o. – Se teve o trabalho de escalar uma árvore até aqui, bem, acho que quer falar alguma coisa. – Shaoran respirou fundo.

- Você gosta de mim, Sakura? – ele disse calmo.

- Como?

- Me responde, por favor.

- Mas que tipo de pergunta é essa? Eu amo você, acho que essa máquina irritante já deixou bem claro o que acontece no meu coração quando você está perto. – ele soltou um pequeno sorriso. – Mas onde você quer chegar? – Shaoran se aproximou mais de mim, tomando minhas mãos com as suas. Delicadamente acariciou minha bochecha e escorregou-a para cima de meu peito.

- Eu quero chegar... Bem, eu não consigo ficar sem isso. – ele disse enquanto sentia meu coração bater em baixo de sua mão e escutava o soar frenético da aparelhagem do quarto.

- Mas você disse que...

- Esquece. Esquece o que eu disse, o que aconteceu, apaga. – levantei uma das mãos e toquei meu curativo.

- Isso aqui vai demorar pra apagar.

- Eu te ajudo. – então, segundos depois me beijou. Eu estava sem ação. Há horas atrás ele mal queria ver a minha cara, agora estava aqui, escalando arvores para me beijar.

O beijo era calmo, porém o sentimento, imenso. A porcaria do medidor cardíaco apitava tão freneticamente que Shaoran apartou o beijo, assustado.

- Acho melhor irmos devagar. – ele disse sorrindo. Corei. – Adoro quando você faz isso com as bochechas. – então passou a ponta dos dedos em meu rosto. – E eu sempre gostei daquele penteado de hoje mais cedo. – disse analisando meus cabelos emaranhados. Revirei os olhos.

- Você podia ter falado isso, sei lá, há uns oito anos atrás. – sugeri.

- É... Mas é que eu sou meio complicado, sabe?

- Meio? – eu ri. Ele me acompanhou, até que as risadas cessaram e ele me encarou sério.

- Pra isso dar certo, você não pode mentir de novo. – assegurou.

- Mas eu não...

- Mentir, esconder coisas, nada disso. É jogo limpo. – aprofundei meus olhos nos dele.

- Está bem. Sem mentiras. – olhei-o pensativa. Ele percebeu.

- Você ainda me escode algumas coisas, não esconde? – engoli seco. Será que eu teria coragem? Aquele era o momento perfeito, talvez não tivesse outra chance de relevar a história do caderno. – Sakura? – ele chamou minha atenção. Meu olhar estava vago. Lembrei de algo.

- Shao... Já que estamos sendo sinceros, você também não pode me esconder mais nada. Eu quero saber tudo sobre a sua família, inclusive esta história deles exigirem que você tenha um herdeiro. – seus olhos se arregalaram rapidamente.

- Co-como você sabe?

- Oh, please. – sorri ironicamente. – Internet.

- Você me pesquisou no Google? – o chinês estava realmente perplexo.

- Como se tivesse alguma coisa lá! Pra eu achar o que estava procurando tive que ir muito além do Google, sua família é muito discreta. – ele respirou fundo. – E então? Vai me contar?

- Tudo bem. Eu ia ter que contar algum dia, Meiling me pressiona sempre a contar, mas eu tenho um pouco de medo de assustar você. – seus olhos abaixaram tristes e encararam o chão. Peguei suas mãos e ele voltou a me encarar.

- Sou Sakura Kinomoto. Relaxa, não me assusto fácil. – sorri.

- Bom, se eu vou contar sobre a China, você tem que me contar sobre o Japão... Ah! E sobre Paris! – what?!

- Paris? – ele aproximou seu rosto do meu, colando nossos narizes.

- Quero saber o que diabos aconteceu lá pra que você voltasse tão diferente. – é, parece que realmente a hora de acertar as contas tinha chegado. Respirei fundo. Ninguém nunca soube desta história, nem Tomoyo, minha família, ninguém.

- Tudo bem. Bom, por onde começar? Acho que depois que eu saí do baile...  – Shaoran então coloco o dedo indicador sobre os meus lábios, me calando.

- Que tal você sair do hospital primeiro? Teremos todo o tempo do mundo para ter essa conversa. - ele sorriu e deitou ao meu lado na cama, me abraçando forte.

- E como você sabe que eu vou ter coragem de retomar esse assunto?

- Hum... Deixa eu pensar... – ele encarava o teto de maneira teatral. Sorri. – Por que você é louca por mim? – dei um tapinha em seu ombro.

- Convencido!

- Realista! – ele afirmou selando meus lábios rapidamente. – Eu te amo e confio em você, sei que não vai me deixar na mão, assim como eu, não quero e nem vou te decepcionar. – suspirei.

- Eu sabia. Eu sabia que a única solução definitiva pra toda aquela dor que eu estava sentindo era você. – me perdi no âmbar profundo de seus olhos. – De todo mal, você é a minha cura. – Shaoran colou nossas testas e fechamos nossos olhos, apenas sentindo o corpo um do outro, tão próximos.

- Sempre vou te amar. – ele sussurrou.

- Sempre? – perguntei sorrindo largamente.

- Para sempre. – ele confirmou e iniciou outro beijo apaixonado, que foi rapidamente denunciado, pelas batidas de meu coração.


Notas Finais


<3


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