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História Revenge Girl - My love will heal you


Escrita por: MandsChan

Notas do Autor


Amorecos!
O que será que o Li vai dizer sobre tudo isso?
LEIAM E DESCUBRAM!

E não esqueçam de me contar o que estão achando! :*

Capítulo 59 - My love will heal you


As rodas do avião tinham acabado de tocar o chão. Já estávamos de volta à New York, e eu não poderia estar mais nervosa. Shao, que tinha folheado meu diário várias vezes, provavelmente lendo as partes que mais lhe chamaram atenção, tinha parado de ler. O livro estava aberto no meio, o que estava escrito aquela altura que o fez parar tão abruptamente? Ele fechou meu diário com tudo e passou a encarar o nada, com o olhar vazio.

Será que fiz mal em lhe contar a verdade? Mas afinal, não foi ele quem pediu por isso?

Seu silêncio estava torturante.

Os comissários de bordo então pediram para desafivelarmos os cintos e desembarcar da aeronave.

- Shao... Chegamos. – disse baixinho, com um tanto de medo na voz. Ele piscou algumas vezes, tirou o cinto e se levantou, segurando meu diário em mãos e saiu rumo à porta. Não me esperou, ou olhou para trás, apenas se foi.

Fuck.

...

- Será que agora você pode ao menos olhar na minha cara? – disse um pouco impaciente, ao entrar em casa, com Shaoran logo atrás. Tomy tinha ido dormir no Eriol e meu primo e sua mais nova namorada também não iriam dar as caras por aqui. Teríamos a privacidade que precisávamos.

- Me desculpe. – ele disse de uma maneira um tanto quanto lenta, como se estivesse saindo de um transe. – Eu só... Não posso acreditar.

- Olhe, não estou pedindo para aplaudir minhas atitudes, mas não se esqueça de que foi você mesmo quem queria saber de tudo. – disse séria. Senti que fui um pouco direta demais e me arrependi. Aproximei-me dele puxando-o pela mão até o sofá. Sentamos um ao lado do outro e Shaoran ainda encarava o vazio. – Shaoran Li! – chamei sua atenção. Ele me encarou assustado. – Nem pense em tirar seus olhos dos meus até terminarmos essa conversa! Anda, fala logo. O que você leu? Em que parte parou? Me fala, alguma coisa... Qualquer coisa. – ele suspirou.

- Como você pôde... Permitir-se passar por tudo isso? Essa sua tia, ela é maluca, deve ser interditada, não é possível. – ele me respondeu em tom frio e sem vida.

- Hoje, depois de tudo o que passei, desde a volta de Paris... Realmente. Vejo que as atitudes de Jin foram um pouco... Hum... Exageradas. – e então ele explodiu. Levantou-se bruscamente do sofá e passou a andar de um lado para o outro da sala, absolutamente nervoso.

- Um pouco exageradas? POUCO? Ela era adulta e permitiu que uma garota de 18 anos ficasse trancada num quarto, sozinha, por uma semana se machucando física e psicologicamente sem nenhuma supervisão! Você pode até ter alcançado a maioridade legal na época, mas estava longe de ser responsável pelos seus atos. Sakura, por Deus, ela te convenceu de que tudo o que você acreditava era errado e te virou do avesso. Você era só uma garota inocente, e essa mulher te transformou numa put... – e então ele parou bruscamente seu discurso. Encarei-o perplexa.

- Termina Li. Termina o que você ia dizer. – ordenei.

- Sakura, calma. – ele pediu se aproximando. Levantei-me rapidamente ficando de pé, como ele.

- PUTA. ERA ISSO QUE VOCÊ IA FALAR, NÃO ERA? QUE ELA ME TRANSFORMOU NUMA PUTA. – gritei sem nenhum pudor, pouco me importando se o prédio inteiro estava escutando nossa discussão. Senti meus olhos arderem. Merda.

- Com quantos caras você dormiu? – pisquei os olhos atônita.

- O que?

- Responde. Com quantos caras você dormiu? – revirei os olhos e foi uma péssima escolha. As primeiras lágrimas escaparam por minhas bochechas.

- Eu não acredito que depois de tudo o que você leu, essa é a parte que mais te interessa! – ele então se aproximou de mim bruscamente e segurou meu braço com força, puxando-me para perto.

- Responde. A. Porra. Da. Pergunta. – ele disse pausadamente de uma maneira que me causou arrepios.

- E-Eu... Eu... – engoli seco. Seus olhos estavam em brasa. – Eu não sei. – respondi por fim, fechando meus olhos em derrota e sentindo mais lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto. Ao invés de se afastar, Shaoran largou meu braço e se apossou protetoramente de meu corpo, me abraçando com carinho. Foi a gota d’água. Agora eu chorava compulsivamente. – M-me De-des-culpa. – disse entre soluços. Era a segunda vez que chorava na frente de Shaoran. Dentre todas as pessoas do mundo que eu não queria que me vissem chorar, Shao estava no topo dessa lista. Mas estando agora, em seus braços, sentindo suas mãos acariciarem meus cabelos... Não consegui pensar em melhor lugar para extravasar tudo o que estava sentindo.

- Sinta Sakura. Sinta tudo. – ele disse aos meus ouvidos. – Coloque pra fora toda a vergonha que você está sentindo do seu passado. Toda a dor, a raiva, o rancor, o egoísmo. Coloque tudo para fora. – eu soluçava cada vez mais alto e apertei ainda mais meus braços em torno de seu corpo, como que para me certificar que ele iria continuar ali, para sempre. – Eu quero que você coloque tudo para fora, como fez há anos trás. Só que agora, você não vai estar sozinha, trancada em um quarto. Eu estou aqui minha flor. Eu sempre vou estar aqui por você.

Shao então se afastou um pouco de mim e abaixou seu braço direito até atrás dos meus joelhos, mantendo seu outro braço em minhas costas. Ele me pegou no colo, como se pega um bebê e foi caminhando lentamente para o quarto.

Meu choro não cessava. Parece que quanto mais ele demonstrasse carinho, mais eu me sentia segura para abrir o portão em que trancava meus sentimentos, e deixar que eles simplesmente fluíssem, através de lágrimas.

Senti o colchão atrás de minhas costas e percebi que ele tinha me colocado em minha cama. Shao se deitou ao meu lado e continuou me abraçando forte. Estávamos de roupa e sapatos, mas isso não pareceu importar, ou incomodar. Senti um líquido diferente escorrer pelo meu rosto e pude perceber que era sangue. Mas também não me importei, ou senti dor. Eu apenas estava focando em me desintoxicar de vez de todos aqueles sentimentos que me assolavam há anos.

- Lentamente, faça trocas. – ele disse depois de um longo momento de silêncio.  – Pegue a vergonha e troque por coragem, a raiva, substitua por compaixão. Pegue o egoísmo e troque pelo carinho. – ele dizia enquanto acariciava lentamente minhas costas e o topo de minha cabeça. – Pegue todo o ódio que sentiu de mim, por todos esses anos e por favor, substitua pelo amor. Se o seu amor não for o suficiente, pense no amor daqueles que te querem bem... – comecei então a pensar em cada pessoa que fazia parte da minha vida, todos eles, cada um ao seu jeito, querendo me trazer de volta para ser a Sakura de antes. – Pense na sua família, seus amigos que fariam qualquer coisa por você. – então ele segurou meu rosto com as suas mãos fazendo-me encará-lo. – Mas se ainda assim, não for o suficiente... Pense em mim. Ninguém Sakura, vai te amar como eu te amo. Meu amor é sem limites, sem data de validade, sem fim. – seus olhos estavam tão conectados aos meus que eu podia jurar que conseguia enxergar a intensidade desse amor brilhando naquele oceano âmbar.

E então o beijei. Nunca senti algo parecido em nenhum beijo nosso. Eu me senti segura, amada, protegida. Era um novo tipo de sentimento. Conforme o beijo foi cessando, minhas lagrimas também pararam de cair. Minha respiração foi voltando ao normal e aquele turbilhão de mágoa virou apenas uma onda de paz.

- Sabe. – respirei fundo, enquanto acariciava sua bochecha. – Dentre todas as reações possíveis e imagináveis, eu jamais poderia sonhar que você reagiria desse jeito, depois de ler meu diário. – Shao abriu um sorriso.

- Confesso que fiquei perplexo. Eu criei milhares de teorias mirabolantes na minha cabeça, sobre o que poderia ter acontecido com você... Mas nem de longe, imaginei que pudesse ser tudo isso. – ele passou o polegar pelo meu curativo, que aparentava estar encharcado. – Que tal limparmos isso daí? Depois o Eriol descobre e me acusa de maus tratos. – soltei uma risada pelo nariz.

- Dessa vez você não surtou quando me viu sangrar.

- É porque você já estava sangrando em meus braços. A única diferença é que este sangue aqui na sua cabeça é o que suja de verdade.

Pacientemente, Shao renovou meu curativo e trocou a roupa de cama, que acabou manchando um pouco com o líquido vermelho. Eu estava me sentindo tão exausta, que nem pensei em tomar banho. Shaoran parecia dividir do mesmo sentimento, então eu coloquei meu pijama e Shao ficou apenas com uma camiseta velha e cueca e deitamos um de frente para o outro.

- Desculpe ter sido tão duro. No meio da nossa conversa, percebi que precisava te provocar para que conseguisse liberar tudo o que estava sentindo. – apertei meus lábios num sorriso fraco.

- Tomoyo tentou fazer algo parecido quando voltei de Paris. Sabe, tentar tirar toda a influência que Jin tinha sobre mim. Mas confesso que ela não foi tão efetiva assim... – ele soltou uma gargalhada gostosa.

- Por favor, não me compare com aquela japonesinha metida à besta. Eu sou foda. – disse convencido.

- Se acha! – respondi rindo alto e dando um tapa em seu ombro. Ele sorriu e fechou os olhos lentamente. Estava morto de cansado. – AH!  – gritei e ele abriu os olhos assutado. – Você não me disse em que parte parou do diário. Você leu tudo?

- Parei quando você disse que ia encontrar um tal desgraçado aí... – sorri amarelo. – Não li tudo, não deu tempo. – ele fechou os olhos novamente, mas continuou a falar. – O que tem escrito mais pra frente?

- Ah, nada demais. Meus primeiros meses aqui em New York, a transferência de universidades e o que eu realmente pensava sobre as pessoas, inclusive das tentativas de Tomoyo em me “trazer de volta”. – Shaoran deu um sorriso singelo, mas pela sua expressão ele estava quase entrando na inconsciência. – AH! – gritei de novo, e ele arregalou os olhos.

- Mas será possível? Cadê seu botão de desliga? – ele bufou. – Me deixa dormir.

- Nem pensar! Você tem que me contar agora sobre a China! Eu já fiz a minha parte, honre sua palavra. – Shaoran então fechou os olhos novamente e se ajeitou no travesseiro.

- Nunca ouviu aquele provérbio chinês? Não deixe para fazer hoje o que certamente pode ser feito amanhã.

- Ei! Não é nada disso que- ele colocou os dedos em meus lábios me calando. Como ele fazia isso de olhos fechados? Boa pergunta.

- Sakura, dorme. – bufei e me aconcheguei em seu ombro.

Fechei os olhos e então um flashback de tudo o que tínhamos vivido hoje passou pela minha mente. Depois de tudo, eu me sentia realmente e finalmente conectada à Shaoran. Eu estava livre de todo o meu passado. E tudo graças a ele.

- Always will love you. – murmurei baixinho.

E então cai profundamente no mundo dos sonhos.



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