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História Revenge Girl - Proposta irrecusável


Escrita por: MandsChan

Notas do Autor


Segurem os forninhos, porque o cap. vai jogar uma BOMBA!

Capítulo 62 - Proposta irrecusável


- Mas quando ela foi embora... Eu me arrependi de não ter ido junto. – ele suspirou. – A vida no Clã pareceu perder o sentido e eu passei a questionar tudo. Pra que ter tantas aulas? E em casa ainda. Por que não podia ir à escola como uma criança normal? A única coisa que eu não questionava era a luta, na verdade com o tempo, a luta virou minha melhor amiga e era nela em que eu extravasava tudo o que estava sentindo.

Enquanto Shaoran discursava e me contava sobre seu passado, eu me sentia tão pequena. Eu sei que tive problemas, minha vida não foi um mar de rosas, mas eu sempre tive a quem recorrer. A morte da minha mãe, meus dramas infantis, até a aposta que me fez fugir e me tornar outra pessoa. Eu sempre tive uma família, um porto seguro para me apoiar e me guiar até hoje. Eu reclamo, mas Shaoran nunca teve ninguém. Pelo visto, sua família era tão dominada pela liderança tirana de seu pai, que se importavam com Shao como guerreiro, herdeiro, mas esqueceram que ele era uma criança! Um ser-humano com vontades, medos. Alguém que precisava de colo.

- Os anos foram passando e eu fui ficando cada vez mais rebelde. Me castigavam, tiravam minhas refeições, as visitas de Eriol, até me proibiram de treinar. Mas nada me continha. Eu estava em estado de fúria. – seus olhos ganharam cor de repente, como se lembrar disto, o causasse raiva. – Quando eu tinha onze anos, meu pai adoceu. E eu... Bem... Eu tomei proveito disso. – disse abaixando a cabeça, envergonhado. – Aproveitei que ele estava acamado e não tinha mais o pulso tão firme para me controlar e consegui a minha primeira conquista: frequentar a escola.

Flashback On

Eu estava quase pulando de tanta alegria! Passar por aqueles corredores, pela primeira vez na vida, parecia um sonho. Tudo bem que todo mundo ficava me encarando, é lógico que todos sabiam quem eu era. Mas isso era o de menos.

Eu estava numa escola, depois de longos onze anos de vida.

Apesar de estar animado, o medo me corroía por dentro. O que devo fazer? Sentar e escutar as explicações do professor em silêncio? E se eu já souber a matéria? Será que posso sair e procurar outra sala que esteja ensinando algo que eu não sei? E as pessoas? Como eu ia me aproximar de alguém? Nunca precisei fazer amigos, só conhecia todo do Clã e Eriol.

Meus pensamentos foram interrompidos por uma bola de basebol vindo à direção da minha cabeça. Sem fazer muito esforço, rapidamente agarrei a bola que parou a centímetros da minha testa. Olhei para frente e vi um menino magrelo de cabelos espetados e negros vir na minha direção.

- Parece que o que falam é verdade. Você é o guerreiro mais rápido da China! – ele exclamou debochado. Joguei a bola para o alto e passei reto, deixando-o para trás. – Ei, ei! Espere Li! – revirei os olhos. Não era esse tipo de “amigo” que eu estava esperando fazer.

- Me deixa em paz. – o garoto então tocou meu ombro levemente, pelas costas, me deixando em alerta. Rapidamente me virei, imobilizei seu braço e joguei seu corpo no chão, virando-o de ponta-cabeça. Todos os alunos pararam e encaram a cena, perplexos. – Nunca se aproxime de mim pelas costas. – respondi firme, prensando-o no chão.

- Prazer, meu nome é Quon Ling e olha, você vai ter que me ensinar a fazer isso depois.

...

Os meses se passaram e Quon e eu mandávamos naquela escola. Éramos temidos pelos meninos, cobiçados pelas meninas e claro que causávamos muitos problemas com os professores.

A questão é que, depois de entrar na escola eu percebi a burrice que eu fiz de ter insistido tanto para vir para aqui. As aulas eram chatas e monótonas. Os alunos eram burros e dispersos, a matéria toda eu já havia aprendido! E por mais que reclamasse para a secretaria para me colocarem numa classe mais avançada, eles não permitiam e me mantinham ali, preso junto com aqueles incompetentes.

Eu tinha certeza eu isso tinha dedo do meu pai. Uma vingança pessoal para infernizar minha vida. Eu não queria tanto vir à escola? Pois que aguentasse.

Mas não foi bem assim.

Logo eu não vi mais Quon, ou Yin, Shang, entre outros caras que conheci em outros colégios.

Eu fui expulso de todos, isso mesmo, TODOS os renomados colégios chineses, logo, aos 14 anos, não tinha mais nenhuma boa opção de estudos para o príncipe do Clã Li na China.

- O que pensa que está fazendo? – minha mãe vociferava logo após ser informada da minha última expulsão.

- Essas porcarias de escolas. Nenhuma serve. – revirei os olhos.

- Você só nos causa problemas Xiaolang! Desde que Meiling foi embora, você mudou tanto! – suspirei pesadamente. Não gosto quando lembram de Meiling. – Você era uma criança doce, educada... De repente vira um adolescente rebelde e agressivo!

- Criança doce? Manipulada, a senhora quer dizer, certo? – minha mãe então se aproximou de mim, seus olhos continham uma mágoa jamais vista antes.

- Você só traz desonra para a nossa família.

Flashback Off

- Meu pai foi piorando conforme o tempo foi passando, e parece que a doença o tornou mais flexível. Ele percebeu que quando eu tinha a companhia de Eriol, eu era uma pessoa mais fácil de lidar, então, ele permitiu que eu terminasse os estudos fora da China.

- Só que Eriol não estava mais no Japão, certo? – interrompi, não aguentando mais ficar calada.

- Exatamente. Ele estava em Washington. – suspirei. Então agora finalmente descobriria o que Shao passou aqui nos Estados Unidos até me conhecer. – Com 14 anos eu era uma péssima influência, e Eriol, para tentar me fazer esquecer dos meus problemas, começou a entrar na minha onda de vagabundo. – soltei uma risada espontânea ao lembrar do velho Eriol da escola. – Logo, fomos expulsos de algumas escolas de Washington e agora a família Hiragizawa também estava reclamando de mim, pois estava arrastando o filho certinho deles para o mal caminho... – Shaoran então aproximou seu rosto do meu, selando meus lábios com um beijo rápido. – Mas tudo mudou Sakura, quando eu entrei no Phoenix High School e conheci uma linda garota de cabelos curtos e olhos esmeralda. – ruborizei.

- Mas eu... O que eu...

- Eu me apaixonei por você e parei de questionar. De repente a escola era legal e eu não me importava em assistir as aulas, desde que eu te visse todos os dias, eu estaria feliz. – ele sorriu, passando o polegar carinhosamente pela minha bochecha. – Então, mesmo morando em Washington com Wei, eu voltei a participar de todas as minhas obrigações com o Clã, o que me deixa aliviado até hoje, já que pelo menos nos últimos instantes de vida, meu pai tinha orgulho de mim novamente. – Shao então abaixou a cabeça e eu levantei de minha poltrona. Sentei em seu colo e o abracei forte.

- Eu lembro do dia em que seu pai morreu. Toda a escola ficou sabendo. – ele suspirou.

- Depois que ele morreu, a minha vida voltou a virar um caos. Era pressionado todos os dias a voltar para a China e assumir aquilo que eu me preparei a vida inteira para controlar. Mas eu não queria. Esperei a maioridade chegar e eu já tinha planos. Eu tinha escolhido a profissão que queria seguir, estava decidido a abandonar tudo e claro, ficar com você.

- Mas o baile aconteceu e tudo acabou na merda. – eu completei, separando-me do abraço.

- Sim. Eu não voltei pra China, mas também não tinha você, logo, voltei a ser o vagabundo de sempre, mas agora na faculdade.

- E lá você conheceu Anne e bem, dessa parte eu já sei. – afirmei.

- É, você sabe quase tudo. Agora vem a parte que eu estava com medo de contar e você sair correndo. – respirei fundo. E eu que achava que tinha uma história comprida... Se Shao pegasse meus hábitos e escrevesse diários, poderia publicar tudo isso um dia.

- Você ainda não me falou do casamento com Meiling... Se eles continuam a te pressionar a se casar com ela.

- Assim que encontrei Meiling, semanas puderam ser contadas até minha família me ligar e dizer que já estava ciente do seu paradeiro. Mas eles não insistiram mais em casamento, pelo menos não ente nós dois. – soltei o ar que prendia nos pulmões, aliviada. – Minha mãe virou a nova comandante do Clã e diferente do meu pai, ela é muito mais compreensiva. Após eu negar, fugir e ignorar a família enquanto eles insistiam nessa história de casamento arranjado, que agora sem ser Meiling, poderia ser qualquer chinesa, eles cederam. Eu não precisava mais casar... Mas tinha que gerar um herdeiro.

Espero estar entendendo errado. Não é possível, será que é este rumo mesmo que a conversa está levando?

- Minha flor. – ele disse tirando-me do seu colo e ficando em pé, puxando-me para também ficar em pé na sua frente. – Na ligação que recebi em Washington eles disseram que cansaram de esperar e escolheram uma boa mãe para o meu filho. Eu não preciso namorar, ou casar com ela. Só precisamos ter um filho. – meus olhos então começaram a arder. Era isso. Ele iria ter um filho com outra mulher! Eles iriam dormir juntos.

- Sh-Shao...

- Mas eu não aceitei. – encarei-o surpresa. – Desesperado, eu acabei contando que estou namorando você e bem, apesar de não ser a mulher chinesa ideal para a minha família, você é e sempre será a mulher ideal para mim. – seus olhos começaram a brilhar intensamente. Será que ele estava prestes a chorar como eu? - Minha mãe percebeu que enquanto eu estiver com você, ninguém poderá fazer nada a respeito desse assunto, então... Eu decidi tomar uma providência. – Shaoran então segurou forte as minhas mãos e se ajoelhou na minha frente, mantendo os seus olhos vidrados nos meus.

- Mas o que... Shao!

- Eu não quero mais viver com o medo de ser pressionado a fazer o que eu não quero. Eu não quero entregar o Clã nas mãos do meu primo irresponsável, porque é o que vai acontecer se eu não gerar este herdeiro. E acima de tudo, eu não quero perder você. – seus olhos já estavam marejados, o âmbar embaixo d’água. Eu respirava descompassada, minhas pernas tremiam. - Então, Sakura Kinomoto, aceita ser a mãe do meu filho?


Notas Finais


E aí? Aceita ou não aceita? Será que a mulher mais independente dessa história vai ceder a uma família controladora poR amor?

NÃO ESQUEÇAM DE ME CONTAR O QUE ACHARAM!


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