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História Revenge Girl - O homem de olhos verdes faiscantes


Escrita por: MandsChan

Notas do Autor


Como prometido, mais um! Espero que gostem =)

Capítulo 7 - O homem de olhos verdes faiscantes


- Sua trapaceira. – a morena disse devorando a caixa de chocolates que tinha lhe dado como pedido de desculpas pela noite de ontem.

- Eu tenho os meus truques. - disse jogando os cabelos para trás convencida. - ela riu. - Sério Tomy, me desculpe mesmo, fui uma idiota. - ela arqueou uma sobrancelha.

- Se não fossem os chocolates... Não teria te desculpado. - afirmou divertida pondo três bombons na boca. Como minha melhor amiga era perfeita. Eu banco a idiota na noite passada e ela me desculpa, sorrindo devorando seus chocolates em seu moletom velho. - Mas e aí... Me conta. Contratou ou não o Shaoran? - ela viu minha expressão com a pergunta e respondeu por si mesma. - Cotratou. - afirmou mastigando mais um chocolate.

- Não tive escolha. Ele realmente era o melhor pro cargo... Mas sabe que ele teve a audácia de chegar hoje perguntando onde era a sala dele? E eu nem tinha dado minha palavra final! Um petulante. - ela só me observava e comia chocolate, até que seus olhos pararam em meu tornozelo enfaixado.

- O que aconteceu? - a encarei com um olhar cansado.

- Uma longa história. - disse suspirando. Ela se ajeitou no sofá, abraçou uma almofada e a caixa de chocolates me olhando ansiosa.

- Eu tenho tempo. - ri de sua expressão infantil, como de uma criança esperando uma história de ninar.

Contei tudo, tudo mesmo, ela era Tomoyo, não tem porque esconder nada dela. Ela ouviu toda a história pacientemente, sem demonstrar emoções. Quando finalmente terminei, ela se pronunciou.

-Eriol Hiragizawa? De onde encontrou ele? Ele é médico? Aquele Eriol? O de Washington? - ela indagava surpresa.

- É. Eu falo de minha vida totalmente emocionalmente turbulenta, e tudo que você quer saber é da sua paixonite em Eriol. - disse monótona.

- Não me venha com evasivas Kinomoto. Não pense que não quero saber por que finge que não conhece Shaoran. - ela se aproximou de mim no sofá. - Qual o seu problema? - revirei os olhos.

- Meu problema é que para minha segurança, não quero tocar no assunto “baile” novamente. Como você disse, a Sakura de quatro anos atrás não pode voltar. - Tomy revirou os olhos. - E para não tocar neste assusto, nada melhor que fingir que ele nunca existiu. – completei. - Tudo estava dando certo até Eriol aparecer e estragar tudo. - me joguei de costas no sofá.

- Você ainda não me respondeu as perguntas que fiz sobre Eriol. - ela me lembrou. - E como assim estragar tudo? Não gosta dele? - sentei mais uma vez.

- Para resumir, há alguns dias trombei com ele na rua, nós tomamos café juntos e nos conhecemos melhor. - ela me olhou nervosa.-  Ei, calma. Não gosto dele, fique tranquila. - Tomy ruborizou.

- Quem disse que me importo?

- Suas bochechas. - ela riu e jogou a almofada em mim. - Continuando, senti algo que nunca senti por homem algum quando vi Eriol... Senti uma confiança e um afeto extremo por ele, acho que tenho mais um amigo. - disse sorrindo.

- Se ele é seu “amigo”, por que estaria “estragando tudo”?

- Simples, ele ainda é o melhor amigo de Shaoran.

Meu celular tocou. Uma nova mensagem.

- Falando nele...- Tomy se aproximou de mim e leu a mensagem comigo.

“Hey Sakura,

Que tal sairmos hoje? Conheço um bar bem legal, The Pub, pode ir?

Hoje ás 8h.

Convide Tomoyo também, gostaria de revê-la.

Beijos,

Eriol”

- E aí, tá afim Tomy? - disse olhando para o lugar vazio do sofá. - Tomy? - chamei-a e ouvi sua voz abafada, de longe, provavelmente no quarto. Já tinha ido se trocar.

...

Chegamos na porta de um bar rústico e barulhento com portas grossas de madeira. “The Pub” a placa dizia. Olhei para Tomy e entramos juntas.

Um lugar escuro, com banda ao vivo. Parecia ser legal. Avistei de longe o aceno de Eriol em uma das últimas mesas.

- Hey. - disse abraçando-o e beijando lhe as bochechas. Ele fez o mesmo. - Lembra de Tomoyo? - dei espaço para minha amiga cumprimentá-lo.

- Er... Oi, Tomoyo. - ele disse envergonhado. Tomy o abraçou forte afogando-o em sua cabeleira morena.

- Eriol! Quanto tempo! Como você mudou! - ela tagarelava esmagando o garoto em seu abraço.

- Ei, Tomy! Mais calma! - disse separando-os. Eriol estava um pimentão de tão vermelho.

- Er... É, agora sou médico... - e eles começaram uma longa conversa, sentando-se na mesa, um de frente pro outro. Que legal, eu ia ser vela. Bem... Pelo menos era o que eu pensava.

- O que faz aqui? - ele disse colocando duas bebidas na mesa e sentando-se na minha frente. - Está me seguindo? - arregalei os olhos de surpresa.

- Eu é que pergunto. O que você faz aqui? - ele sorriu.

- Sabia que conhecia Eriol. - paralisei.

- Eriol? - disse interrompendo seu papo animado com Tomy. - De onde ele veio? – o moreno coçou a cabeça envergonhado.

- Bem... Do meu prédio.

- Hein? - indaguei para que prosseguisse.

- Ele é meu vizinho de frente, e como não tinha nada pra fazer, chamei-o. - olhei para Tomy e ela estava boquiaberta, de ver Shaoran novamente.

- Você não me disse que morava com Shaoran... - afirmei.

- E você não disse que morava com Tomoyo. - ele rebateu. - E apropósito, ele não mora comigo, é meu vizinho. - Shaoran e Tomoyo estavam nos observando curiosamente.

- Eu... Estou fora. - disse me levantando e indo em direção á porta. Tomy me seguiu.

- Sakura! - ela gritava. - Espera! - Me virei para olhá-la nos olhos.

- Não dá Tomy, não dá. Amanhã mesmo vou demiti-lo, transferi-lo, sei lá! - eu dizia nervosa. - Ele descobriu o Eriol.

- Por quanto tempo achava que ele não ia saber?

- Mais que isso. - dizia cabisbaixa. Ela aprofundou seu olhar no meu.

- Ele é o melhor amigo de Eriol, Saki. - sorri sem vontade.

- É... - ela então levantou meu queixo e sorriu.

- Amiga, essa é a prova de fogo. Passe essa noite aqui, com agente, sem jogar os talheres na cabeça de Shaoran... - ela riu. - Aí vai provar a si mesma que é capaz de superá-lo, e esquecer tudo o que ele te fez. - seus olhos brilhavam. - E... Além do mais... Realmente quero ficar aqui, com o Eriol. - suas bochechas ganharam cor.

- Sabia que tinha segundas intenções. - disse me animando.

- E aí, topa?

- Fazer o que. Melhor enfrentar isso de uma vez. - disse voltando para a mesa.

Sentamos e ninguém tocou no assunto "Sakura quase saiu correndo". Eles simplesmente fingiram que nada aconteceu.

Tomy estava tagarelando sem parar com Eriol, eles trocavam olhares "diferentes", e ruborizavam sempre. Lembro desses morenos juntos na escola, mas não eram sutis e delicados como agora. Lembro deles comemorarem uma nota C, agora estão conversando sobre os métodos de cirurgia de Eriol.

Shaoran e eu não trocamos uma palavra. Ás vezes entrávamos na conversa dos morenos, e ás vezes só tomávamos nossos drinks, ouvindo as músicas diversas que a banda tocava.

- Ai! Eu amo essa música! - Tomy exclamou despertando eu e Shaoran de devaneios profundos. - Vamos Eriol? - ela se referia à pista de dança que era inundada pelos acordes de Fucking Perfect. Eriol se encolheu.

- O que? Eu dançar? - ele grunhiu. - Desculpe, não sei dançar.

- Não tem essa. - ela disse se levantando, dando a volta na mesa e pegando a mão de Eriol. - Eu te ajudo. - e ele foi arrastado.

Foi ali que eu e Shaoran nos encaramos, pela primeira vez na noite, com um olhar “o que fazemos agora”.

- Senhorita, aquele senhor da mesa sete mandou lhe entregar. - e uma marguerita apareceu na minha frente, com um bilhete.

 “Uma bebida para animar linda?”

Li o bilhete e me virei para encarar o jovem, que deveria ter minha idade, de cabelos negros e olhos verdes faiscantes. Ele sorriu e eu me virei para Shaoran novamente com uma cara confusa.

- Bebida paga e bilhete? - ele ria sarcástico. - Cuidado, pode ser veneno. - revirei os olhos.

- Não seja patético.

- Tudo bem então, vai em frente. Toma um gole. - ele me provocou. Olhei em seus olhos e pensei melhor. Vai que aquele cara era um louco que queria me envenenar? Revirei os olhos, me levantei e fui em direção ao caro senhor de olhos verdes faiscantes que tinha me pagado uma bebida.

- Muito obrigada, mas não bebo margueritas. - ele olhou para mim e sorriu.

- Quem sabe um Martini? - revirei os olhos, estava fazendo muito isso ultimamente. Também, com tantos acontecimentos imbecis que minha rotina envolve.

- Olhe, não quero martinis, amarulas, pinã-coladas, ou qualquer outra coisa vinda de você. - fui curta e grossa.

- Ai, a gata arranha. - meu Deus! Para onde foram as boas cantadas?

- Com licença, tenho que voltar. - disse me virando para onde Shaoran me encarava com o semblante fechado. O homem de olhos verdes faiscantes segurou meu braço, me fazendo virar em sua direção novamente.

- Voltar? Para quem? Para aquele retardado que mal te olhou a noite toda?

- Estava me observando a noite toda? - disse estupefata.

- Desde que pisou no salão. Sou atraído por beleza. - ele sorriu maroto.

- Olhe, boa tentativa, mas não vai rolar. - disse tentando me livrar de sua mão em meu braço. Ele então ficou em pé. Mais uma vez alguém que passa da minha altura fantástica.

- Acho que merece mais que um idiota para acompanhá-la. - ele disse aproximando seu rosto do meu.

- Então me solte, tenho que sair da companhia do idiota que está me segurando. - disse sarcástica. Ele me soltou.

- O que ele é seu? Amigo, colega chato de trabalho, acompanhante que veio de brinde com o namorado da morena? - respirei fundo e disse na voz mais calma e verdadeira que consegui. Tinha que fazê-lo calar a boca.

-Namorado. Ele é meu namorado. - disse tentando convencer ele e a mim mesma com a frase. Ele piscou os olhos. - Agora, com licença? Tenho que dançar com meu namorado. - disse deixando-o boquiaberto. Cheguei na mesa e arrastei Shaoran para a pista de dança.

- Mas o que pensa que está fazendo? - ele dizia com total cara de indignação.

- Perguntas depois. Agora ponha as mãos na minha cintura, que ganha cinquenta pratas no final. - ele simplesmente apossou minha cintura com suas mãos, fazendo com que meu corpo tivesse calafrios. Senti-me elétrica e quente, como a muito não me sentia. Então me apossei de seu pescoço, enlaçando meus braços nele, e uma melodia lenta e romântica começou a tocar no salão bem na hora.

- Quero saber o que está acontecendo. - ele insistia. Colei meu corpo no seu, abraçando-o e sussurrando aos seus ouvidos.

- É melhor aproveitar o quanto pode. Calado, só sinta. Isso jamais se repetirá. - então senti suas mãos apertarem mais minha cintura. Pelas costas de Shaoran vi Tomy e Eriol me olhando com a feição mais estranha que já vi. Eles estavam abraçados, dançando como nós.

Foi como um grande flashback, a música lenta, Tomy e Eriol nos observando, só faltava a coroa em minha cabeça, a mesma que joguei no jardim do colégio quando fugia para Paris para repaginar minha vida. Tudo estava muito igual, e os sentimentos foram aflorando minha pele novamente. Enquanto girávamos pelo salão a passadas lentas e harmoniosas, vi meu olhar se encontrar ao do homem de olhos verdes faiscantes. Ele me olhava sério e tinha os lábios contorcidos, parecia estar com raiva... Raiva. Como num relâmpago todas as lembranças daquela fatídica noite de terror voltaram a minha mente, embaralhando meus pensamentos. Minha visão foi ofuscada, e quando percebi que a música acabou, e Shaoran se separou de mim, para me encarar, a única coisa que pude ver foram os olhos que um dia me cortaram por dentro. E então, me veio. A idéia. A vingança.



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