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História Revenge Girl - Esmeralda no âmbar


Escrita por: MandsChan

Notas do Autor


Oi oi amorecos!
Parece que o senhor Li resolveu dar o ar da graça, não é mesmo?
Não me culpem pelo vocabulário afiado do nosso querido herdeiro, o cara tá surtado com os últimos acontecimentos.
Não esqueçam de me contar o que estão achando!
<3

Capítulo 76 - Esmeralda no âmbar


- Tudo bem... – ele disse olhando pra mim. – Espera um pouco, Sakura?

- Erm... Te conheço? – disse olhando a fisionomia do rapaz e tentando buscar na memória de onde vinha aquele rosto tão familiar.

- Josh, Josh Mason! – entreabri os lábios com tamanha surpresa. Era Josh, meu primeiro namorado. Aquele ruivinho, cabeça de fósforo e coberto de sardas de 14 anos. Realmente tinha mudado, ficado mais alto e apesar do terno, podia perceber o corpo definido, os braços fortes marcando nas mangas do terno... Os olhos então, mais verdes do que nunca.

- Oh my God, como você mudou! – disse um pouco mais simpática, abraçando-o.

- Eu que o diga, você está mais linda ainda. – eu teria corado se não estivesse tão desiludida. Ele ter me achado linda após uma ressaca, ida ao hospital e três horas de sono? Devo ser então a nova miss universo.  – O que está fazendo em New York, afinal?

- Trabalho no Times. – sorri fraco.

- Não acredito, meu escritório de advocacia é na frente do Times! Eu te acompanho. – ele sugeriu. Apenas me coloquei ao seu lado e pusemo-nos a caminhar. - Não pude deixar de notar... Você está triste com algo? – suspirei. Então, apesar de estar feliz com meu inesperado presente de aniversário, a tristeza ainda estava estampada em meu olhar.

- Você sabe... Homens. Enfim, não quero falar disso.

- Só tenho uma coisa a dizer. Quem quer que seja este homem que tirou seu sorriso lindo do rosto, é um imbecil. – sorri de lado.

- A imbecil aqui parece ser eu, que ainda choro por ele. – olhei para o lado e vi o portão do New York Times. – Mas hoje não. É meu aniversário, hoje mereço ser feliz.

- Você merece ser feliz sempre Sakura. – ele sorriu sincero. – Que tal ao invés de chorar, sair um pouco e espairecer comigo?

- Josh, eu não estou saindo muito ultimamente... – os bares não contam!

- Exatamente. Eu vou quebrar essa sua rotina. Por favor, em nome dos velhos tempos? Pra comemorar seu aniversário! – vacilei.

- Tudo bem. Me encontre aqui em baixo, hoje, depois do expediente. – cedi. Ele sorriu e me puxou para um abraço apertado.

- Estava com saudades. – ele disse e eu abracei-o forte. Talvez ele poderia ser a corda que me tiraria do fundo do poço no qual eu me encontrava.

Mas é claro, que a minha vida não seria minha se algo inesperado e completamente desestabilizante não acontecesse.

- Eu posso saber por que o rosto da Amanda está inchado? – ouvi uma voz fria quebrar meu abraço com Josh. Uma voz que a muito não ouvia. A voz dele.

Enquanto desentrelaçava meus braços do pescoço de Josh, como que em câmera lenta, meus olhos focalizaram naquele rosto tão belo que eu sentia tantas saudades de ver. Seu cenho franzido, assim como os lábios apertados, demonstravam sua irritação. Mas eu pude perceber, mesmo que por milésimos de segundos, um pequeno vacilo de sua expressão, no exato momento em que meus olhos encontraram os seus.

Esmeralda no âmbar.

O mundo pareceu parar e neste momento, tudo o que senti nas últimas semanas veio à tona. Todo o motivo da minha dor estava ali, parado na minha frente, mais lindo e sexy do que nunca.

- Ma-mas o que... Faz aqui? – eu mal consegui pronunciar as palavras. Depois de tanto tempo, olhá-lo nos olhos novamente estava me desestabilizando por completo. Em pensar que a última vez que o vi foi em seu aniversário desastroso, proferindo palavras de ódio e saindo porta a fora.

- Eu vou ter que repetir? Ficou surda? – ele ia se aproximando, furioso. Parece que sou a única com cara de idiota ao reencontrá-lo. Shaoran parece não se afetar com a minha presença. Não mais.

- Olha como fala com ela cara. – Josh interveio.

- Josh, por favor, vai. – eu disse puxando-o pela mão.

- Sakura...

- Vai. – repeti.

- Te espero hoje à noite. – ele disse e eu assenti. Shaoran bufou impaciente enquanto Josh me beijou na bochecha e se despediu, caminhando rumo ao prédio em frente ao Times.

- Agora que o namoradinho foi embora, comece a se explicar. Quem pensa que é pra bater na minha namorada? – aquelas palavras doeram como um soco no estômago.

Não podia dar uma de apaixonada incontrolável, não agora. O cara estava me tratando que nem lixo! Chega de ficar na defensiva Sakura, parta para o ataque.

- Quem VOCÊ pensa que é pra tomar satisfação? O lance é entre eu e ela. Se ela não sabe se defender e precisa de você... Eu não posso fazer nada. – me virei e fui em direção à portaria. Mas ele me segurou pelo braço.

- Você não vai me deixar falando sozinho.

- Você fala com quem quiser, ou melhor, por que não vai falar com a “Mandy”? A melhor namorada do mundo? Compra um prêmio pra ela. Assim eu entrego o meu junto: prêmio da maior vadia. – Shaoran apertou os dedos em meu braço, com a raiva.

- Jura que nós vamos entrar na discussão de quem é mais vadia? Assim não é justo, você ganha de lavada. – com minha mão livre estapeei seu rosto depositando a maior força que pude.

- Parece que estou ficando boa nisso! – ironizei empurrando-o para longe, libertando meu braço de seu apertão. Corri para a portaria e tratei de entrar rápido e fechar a porta.

- Você me paga! – ele berrou do lado de fora. Virei-me depressa e entrei no elevador. Novamente meus olhos arderam com as lágrimas que logo viriam a rolar pelo meu rosto.

Realmente, o pior aniversário de todos.

Definitivamente não era esta a maneira que eu esperava encontrar Shao depois de um mês longe. Mas de uma coisa eu estava certa: eu estava coberta de razão em não contar para ele sobre a gravidez. Se nosso primeiro encontro já resultou num atrito deste porte, nem quero imaginar o que pode acontecer caso eu conte que o herdeiro chinês está a caminho.

- Respira. Um, dois, três, respira. – disse puxando e soltando o ar de meus pulmões, enquanto o elevador chegava em meu andar.

A partir de agora, preciso me controlar, afinal, sou responsável por cuidar de duas vidas.

Shaoran Narrando

- Merda! – berrei ao chutar uma lata de lixo que encontrei no caminho onde tinha estacionado o carro. - Ela me bateu, me deu um tapa na cara! – eu gritava sozinho, explodindo de raiva. Pessoas começaram a me encarar na rua. - Caralho, como tá doendo. – disse esfregando minha bochecha. Entrei no carro e chequei meu rosto no retrovisor. Estava muito vermelho, até um pouco arroxeado. Dei um soco no volante e parti, dirigindo rapidamente para o meu prédio.

As portas do elevador se abriram, e quando percebi já estava no oitavo andar. Enquanto pegava as chaves no bolso, percebi que duas pessoas saíam da porta da frente. Desviei o olhar.

- Você não pode nos ignorar pra sempre. – Eriol disse. Virei meu rosto devagar, encarando o médico e Hiro, friamente.

- Me observe, então. – e dei-lhes as costas novamente. Olhei as chaves do molho que estava em minhas mãos e não reconheci aquela que abriria a minha porta. Então recordei que, mais cedo, tinha dado a chave para Amanda tirar cópia. - Droga! – disse dando um chute na porta.

- Pode entrar aqui, se quiser. Eu te ajudo com esse rosto machucado. – Eriol ofereceu.

- Não, obrigada. – disse irônico. E comecei a andar rumo aos elevadores.

- Você pode não ser mais nosso amigo Shaoran, mas ainda somos os teus. – Hiro disse, me fazendo parar de andar. Pensei por alguns segundos, dei meia volta e entrei no apartamento de Eriol.

- Senta aí no sofá, vou pegar a maleta de primeiros socorros. - Hiro revirou os olhos.

- Pega só gelo, por favor, o cara só tomou um tapa na cara, e a Sakura nem é tão forte. – olhei-o intrigado.

- Como sabe que foi a Sakura?

- Primeiro: ela é a única pessoa que tem motivos pra isso. – Eriol disse entrando na sala, novamente.

- Segundo... – continuou Hiro. – Esses dedinhos pequenos são inconfundíveis. – ele disse desenhando o contorno dos dedos na minha bochecha.

- Sai porra, tá doendo. – tirei sua mão de lá. Hiro riu.

- Vai nos contar o que aconteceu? – Eriol sugeriu, enquanto cobria minha bochecha com uma gaze molhada em alguma coisa extremamente refrescante.

- Não. – disse rápido.

- Deixa eu adivinhar, você xingou ela. – Hiro chutou.

- Ela começou, estapeando minha namorada ontem. – afirmei. Os dois me olharam curiosos.

- Você já está namorando outra? – Kinomoto perguntou surpreso.

- Por que o espanto? Ela também. Estava agarrando um cara na porta do Times hoje de manhã. – disse torcendo o nariz. Queria vomitar ao ver aquela cena ridícula.

- Como é que é? Está maluco? Sakura não sai de casa há semanas! – Eriol afirmou e depois hesitou. - Quer dizer, não sai com nenhum cara há semanas.

- Parece que esse é mais um segredinho que ela esconde de vocês. – disse irônico.

- Shaoran, sobre o caderno, ela não mentiu, ela não escrevia nele há muito tempo, muito antes de namorar com você, e...

- Cala a boca Hiragizawa, eu não acredito mais nisso! Vocês são muito idiotas! Ela mentiu pra vocês, mentiu pra mim, ela nunca deixou aquele caderno de lado, completou a vingança dela, pronto! – eu dizia nervoso. – A prova disso é aquele Josh que ela estava agarrando hoje. Devia estar com ele há tempos. Além de tudo eu era chifrado... – refleti amargurado. Hiro me olhou alerta.

- Josh? Que Josh? Um ruivo?

- Como sabe? – perguntei curioso. Hiro olhou para Eriol, que terminava de aplicar uma pomada em minha bochecha.

- Só pode ser aquele cabeça de fósforo de uma figa! – Hiro se exaltou.

- Kinomoto, existem milhares de Josh’s ruivos.  – o médico disse calmo.

- Eu vou verificar. – então pegou o celular e digitou uma mensagem rápida. Segundos depois o aparelho apitou, com a resposta.  – Viu? É ele! – Hiro disse mostrando o visor para Eriol.

- Quem é ele afinal? – perguntei nervoso.

- Você não lembra? Já discutimos sobre ele antes, o primeiro namorado de Sakura, aquele folgado que eu odiava. – de repente uma lembrança me veio à mente.

Flashback on

- Eu não aguentei e chutei Josh Mason porta á fora... – Hiro se vangloriava.

- Você é ridículo, ele não tinha feito nada. – Tomy se intrometeu.

- Nada? Eu cheguei em casa louco para pular na piscina. Chegando lá, o que eu encontro? Esse Mason deitado em cima da Saki, minha pequena de catorze anos, só de biquíni! – ele se justificava.

- Que imbecil. Moleque é uma merda mesmo. – bufei.

- Em minha defesa... – Sakura tentava argumentar.

- Você não tem defesa, estava sozinha com um cara só de biquíni. Catorze anos Sakura? Sua precoce. – eu disse e ela revirou os olhos.

- Precoce? Falou o santo da história. Com catorze anos você fazia coisas bem piores! E ele só dormiu enquanto a gente tomava sol. – Hiro soltou um riso irônico.

- Dormiu, sei. Estratégia de menino de catorze anos safado. Eu já tive catorze, sei do que estou falando. – disse balançando a cabeça negativamente.

- Sabe de uma coisa? Eu preferia aquela outra fase. – Sakura disse sarcástica.

- Que fase? – Hiro perguntou.

- Aquela em que vocês não olhavam um pra cara do outro. Essa nova fase só está abrindo o baú do passado da Sakura, e isso não está legal. – nós dois começamos a rir e engrenamos em um outro assunto qualquer. É... Hiro não é de todo mal.

Flashback off

- Então ela está namorando com ele? – disse um pouco mais alterado do que queria. Minha postura de indiferença tinha ido pro espaço.

- De que isso te interessa hein? Pelo que você disse também está namorando, deixa ela em paz. – Eriol se intrometeu, guardando a maleta de primeiro socorros.

- Não, Eriol, ele está certo de estar espantado. Esse moleque não presta. – o japonês revirou os olhos.

- Kinomoto, acorda. O cara já é um homem.

- Eu tenho minhas dúvidas quanto a isso. – ri irônico.

- Deixa a Sakura viver a vida dela. – Eriol continuou. - Estou te aconselhando por que sou seu amigo... O mesmo amigo que escondeu que sabia do caderno por proteção, e não traição. – de repente o clima pesou na sala.

- Hiragizawa, eu não quero falar sobre isso. – afirmei.

- Então só escuta cara. – Hiro insistiu. – A Sakura é inocente, mais cedo ou mais tarde você vai descobrir, mas isso é entre você e ela. Mas e nós? O trio calafrio? Você é um bosta, mas a gente sente falta. – ele disse dando tapinhas em meus ombros. Soltei uma risada involuntária.

- Vão se foder! – disse abraçando Hiro, com tapinhas nas costas.

- Ai, também quero! – Eriol disse numa voz afeminada, pulando em cima de nós.

- Sai fora seus bichas. - disse empurrando os dois longe. Começamos a rir.

- Você ainda não disse quem é a nova “beldade” que está namorando. – Hiro puxou o assunto.

- Bem... É a Amanda. – eu disse baixo. As risadas cessaram e eles passaram a me encarar fulminantemente.

- Agora entendi os tapas. – Eriol disse pasmo.

Sakura narrando

Os dias se passaram, por incrível que pareça, mais animados para mim. Tenho me encontrado bastante com Josh, o cara é outra pessoa. Engraçado, extrovertido, inteligente... E ainda por cima um gato. Mas ainda não fizemos nada de mais nos encontros, nem um beijinho se quer. Eu ainda estou muito machucada para dar algum passo rumo a outro relacionamento, e por sorte, ele entende isso.

Falando em relacionamentos, cortei qualquer tipo de contato com Amanda. Não demiti ela, ou coisa parecida, por que isso seria crueldade, mas vontade não faltou da parte de Mei e Tomoyo. Quando as duas souberam o que tinha acontecido, queriam terminar de finalizar a garota. Claro que não deixei, apesar de aprovar a ideia.

Todos “reataram” com Shaoran. Eles saem com frequência, com duas condições: Shaoran não quer a minha presença, e o grupo não quer a presença de Amanda. Eles entraram num acordo. Nunca entrei no assunto “Amanda” com Mei e Tomy, depois do dia em que elas quase quiseram mata-la. Elas respeitavam a minha tristeza. Porém, às vezes ouvia conversas das duas, onde explicavam o porquê da união completamente inesperada entre ela e o chinês.

- Ele disse que ela foi a única que o apoiou, que pôde confiar no momento em que não tinha chão. – Mei explicava.

- A única que o apoiou? A única que NÃO SABIA, ele quis dizer, certo? Como o Hiro diz, o Shaoran é uma bicha, não deixa a gente explicar e já vai dando chilique. – ouvi Tomy bufar.

- Concordo. Ele disse que quando passavam momentos juntos, quando se encontravam lá em Washington, ele percebia nela a beleza da irmã, com quem ele namorou, mas com um coração compreensivo, amoroso. Foi aí que ele se deixou entregar.

- Acha que ele já esqueceu a Sakura? – Tomy perguntou preocupada.

- Não sei. Mas com o esforço que ele está fazendo, acho que não vai ser tão difícil... – não me permiti ouvir mais nada, corri para a primeira porta que vi, tranquei-a, e me desmanchei em lágrimas.

Às vezes me pego pensando que se eu tivesse sido mais esperta, e jogado aquela merda de caderno fora, nada disso teria acontecido... Às vezes me culpo pelo ocorrido. Então me lembro que alguém roubou meu caderno e acrescentou informações falsas nele com a minha letra. Lembro que Shaoran me humilhou, me xingou, não acreditou em mim. Lembro de todas as lágrimas que já derrubei...

Depois de tanto lembrar, com frequência, eu volto a chorar.


Notas Finais


Sai dessa Sakura! Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima!


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