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História Revenge Girl - A night to remember


Escrita por: MandsChan

Notas do Autor


Como prometido, tá qui o cap. da tarde! Quero saber o que acharam! :*

Capítulo 9 - A night to remember


Faíscas. Foi o começo de tudo. Enquanto nos beijávamos, sim eu também o estava beijando a partir do momento em que entrelacei meus dedos em seu cabelo, senti um calor imenso, e um fogo avassalador me consumir por dentro. Meus lábios estavam queimando, de desejo por ele. E eu não estava nem um pouco satisfeita por isso. O que estava acontecendo comigo? Em um momento estava controlada, atirando verdades em sua cara, e no outro, me jogando em cima de uma mesa de restaurante para beijá-lo? Ele acariciava meu rosto durante o beijo, fazendo minha vontade de pará-lo ser nula. Separamo-nos quando o ar nos faltou. Ainda bem que eu preciso respirar.

- Você... Eu... - disse abobada me sentando novamente em meu lugar. - Nunca mais faça isso. - disse pegando um guardanapo e limpando minha boca.

- Como se eu tivesse feito isso sozinho. - ele se gabava com um olhar de sarcasmo, voltando a sua cadeira, como eu.

- Mas fez. Você... Você abusou de mim... Contra a minha vontade... Eu - ele surpreendentemente se levantou de sua cadeira e agachou do meu lado, colocando o indicador na minha boca, para que eu me calasse.

- Se você não tivesse me “ajudado” - ele fez aspas com os dedos - Como meu cabelo estaria todo bagunçado? - ele virou a cabeça e pude ver seus fios castanhos mais desalinhados do que de costume. - Por mágica? - ele usava mais uma vez o sarcasmo e ria da minha cara, se sentindo superior. - Pensei que fosse realista, senhorita Kino. - o olhei espantada. Aquilo estava realmente acontecendo comigo? Eu estava perdendo o controle, a fala, os argumentos, com ele? Com esse aí? Após beijá-lo?

- Chega. - disse e coloquei minha nota de cinquenta dólares na mesa. - Vou embora. - peguei minha bolsa e saí do restaurante.

Comecei a andar pela calçada para me dirigir até meu carro, até que passos me alcançaram. E uma mão agarrou meu braço.

- Você se diz mudada, crescida, madura... É a mesma ingênua de sempre que foge dos problemas, ao invés de enfrentá-los. - que inferno. Ele estava conseguindo me tirar do sério, em poucos minutos. Lágrimas de ódio começaram a rolar pelo meu rosto, sabendo que ele estava certo. - E agora está chorando? - ele ria. - Parece que a grande e fria Sakura Kinomoto não é o que parece ser. - comecei a dar socos de raiva em seu peito musculoso escondido pelo terno preto. - Parece que essa visão que temos ao te olhar, é apenas uma visão da casca...

- Cale a boca! - vociferava socando-o mais forte e espremendo os olhos com força, expulsando por eles mais lágrimas de raiva.

- Você não está diferente Sakura. - ele disse finalmente parando meus socos incansáveis, segurando meus pulsos. - É a mesma. - disse aos meus ouvidos. Trinquei os dentes e o empurrei longe, libertando meus pulsos de suas mãos. Gotas de chuva começaram a cair sobre nossos corpos.

- Não me interessa o que acha de mim. Não sou a mesma Sakura de antes. - falei convicta, me virando para continuar minha caminhada até meu carro, debaixo de uma garoa grossa, que em pouco tempo se transformaria em uma tempestade. Ele me seguiu e alcançou meu passo sem esforço.

- Não negue a verdade. Ainda é aquela garota doce e gentil. Só a está escondendo por medo. Medo de algo que eu tenho que desvendar. - ele tagarelava misterioso.

- Olhe aqui, está chovendo, já são mais de meia-noite, e eu realmente não estou com vontade de ficar aqui discutindo com você o que eu sou ou deixo de ser. - disse apressando o passo e chegando onde tinha estacionado meu carro. - Mas o que é isso? - disse ao avistar uma placa onde meu carro deveria estar.

“Seu carro foi rebocado, por estar em local proibido, e agora pertence ao governo dos Estados Unidos da América. Entre em contato”

- Ah. Que ótimo. - disse encarando o céu estrelado que derrubava grossas gotas de chuva em meu rosto.

- Bem... Parece que vai precisar de uma carona. - ele disse provocativo, escondendo o riso.

- Ou um táxi. - respondi me colocando a andar novamente. E ele, óbvio, me seguiu.

- Está louca? Até os taxistas de New York tem o bom senso de não ficar rodando depois da meia noite por este lado da cidade, o lado dos becos. - ele dizia tentando me convencer.

- Então vou andando. - disse, ainda sem olhá-lo. A chuva agora estava ficando torrencial, me encharcando por inteira.

- Qual parte de “lado da cidade de becos escuros” você não entendeu? - ele disse se colocando na minha frente me impedindo de andar. - Eu te levo.

- Não. Não quero nada que venha de você, muito menos uma carona. - ele riu mais uma vez.

- Ah, mas um beijo você quis. - ele aproximou seu rosto do meu.

- Isso jamais vai acontecer novamente.

- Como a dança de ontem? - ele provocou.

- Você sabia que é muito irritante? - disse encarando seu rosto perfeito que estava a centímetros do meu.

- E você sabia que é muito teimosa? - ele disse e colou sua testa na minha. - Mas... É insuportavelmente linda... - e uniu seus lábios aos meus, novamente.

Estávamos totalmente encharcados, em uma rua escura e vazia, aos beijos debaixo de uma chuva extremamente torrencial. Ele segurou minha cintura, com suas fortes mãos, e eu enlacei meus braços em seu pescoço, desarrumando seus fios de cabelo com meus dedos. Não tinha como resistir, ele era ridiculamente irresistível.

Depois de alguns instantes avassaladores de desejo, ele parou o beijo, e passou a me observar, sem tirar as mãos da minha cintura, e eu sem largar seu pescoço. Observou-me pra ver minha reação. Se eu ia chutá-lo, socá-lo, começar a gritar, chamar a polícia, ou as quatro coisas juntas. Não sei se era vergonha, ou algo do tipo, mas para acabar com esses segundos de “observação”, que estavam me constrangendo, colei nossos corpos e tomei seus lábios com os meus. Eu tomei a iniciativa. Ele estranhou no começo, mas depois relaxou, me apertando em seus braços.

E lá se foram mais alguns minutos, perdidos, ou ganhos, em uma rua escura de New York. Quando o ar faltou, finalmente nos separamos, ao mesmo tempo, do beijo intenso e caloroso que acabara de acontecer. Por minha iniciativa.

- O que foi isso? - ele perguntou com a respiração falha.

- Só queria que parasse de me olhar. - disse sem jeito, ruborizando. Isso mesmo. Eu ruborizei. Parece que esse aí estava conseguindo fazer com que sentisse coisas que há muito não sentia. Ele me olhou encantado e passou a ponta dos dedos nas minhas bochechas em fogo.

- Está...? - ele sugeriu.

- Sim. - disse envergonhada por perceber que ele viu minhas bochechas vermelhas.

- Agora aceita a carona? - disse com vigor no olhar. O que ia dizer? Claro que sim, que outra escolha tinha?

- Já que você é a única alma viva neste local... Fazer o que. - disse dando de ombros. Ele então pegou minha mão e passamos a correr pelas calçadas lambuzadas de água.

...

“E todas as ruas ligadas à região do Central Park estão alagadas. A polícia local recomenda aos moradores, que estão fora de casa, que se alojem por esta noite em hotéis, ou casas de familiares...”

Aquele homem de voz extremamente anasalada falava pelo rádio do carro esporte de Shaoran. Eu não estava acreditando. Era muita catástrofe pra uma única noite. Revirei os olhos batendo minha cabeça no encosto do banco. Shaoran percebeu minha atitude.

- Ah, não vai dizer que... - ele ria.

- É, é. Eu moro no Central Park. - disse a contragosto.

- Você deve ter feito alguma coisa muito ruim, hein?

- Como?

- Você sabe, seu carro é guinchado, você pega uma baita chuva, e agora, totalmente encharcada, passando das duas da manhã, descobre que não pode voltar pra casa. - ele listava todos os acontecimentos “maravilhosos” da minha noite.

- E você? Deve estar adorando, né? Assistir a desgraça alheia. - disse olhando pela janela.

- Se gostasse da sua desgraça, não te ofereceria minha casa para dormir essa noite. - epa, epa, epa. Sinal vermelho. Tá, meu plano era chegar na casa dele, mas não no estado em que estou, e bem, eu pensei outra coisa... Quer dizer, tentei. Já que o meu “Plano de Vingança” nem passou pela minha cabeça nas últimas horas.

- O que você acha? Que a gente tá ficando, ou algo do tipo? Eu só te beijei duas vezes.

- Três.

- Que seja, três. Não acha que está pulando umas etapas não? - disse encarando seu semblante sério.

- Só queria ajudar. Se preferir fique na casa do seu “Eriolzinho”. - ele fez aspas com os dedos, tirando rapidamente as mãos da direção. - Só acho que ele não vai te querer por lá.

- E por que não?

- Tomoyo está lá. E acho que eles não querem ser incomodados. - ele riu, com o escárnio fumegando entre as palavras.

- Até parece que Tomy está lá. - disse enquanto percebi que seu carro entrava numa garagem de prédio. - Ela teria me avisado. - disse confiante.

- Parece, que dessa vez, ela... hum... “Esqueceu”. - ele estacionou o carro na vaga e eu saí dele num pulo, em direção aos elevadores, ainda estava pingando, por sinal.

- Onde pensa que vai? - ele me seguiu.

- Pro apartamento de Eriol. - disse chamando o elevador.

- E por um acaso...  - o interrompi.

- Apartamento 89, oitavo andar. - disse sorrindo, e ele me olhou com desprezo. O elevador chegou e logo eu estava batendo na porta de Eriol.

Quando a porta se abriu, vi uma figura morena, alta, descabelada, com os óculos tortos e os botões da camisa abertos. Ele me viu e logo a vermelhidão de suas bochechas se tornaram notáveis. Shaoran começou a rir do meu lado. Olhei Eriol, sem graça.

- Sakura? O que faz aqui? - ele disse me olhando surpreso e envergonhado. Tomy apareceu atrás dele, toda descabelada. Seu sorriso desapareceu assim que me viu na porta.

- Saki? - perguntou assustada. - O que faz aqui? E por que está toda molhada? - disse analisando meus trajes encharcados.

- Ela sempre está molhada quando vem me ver... - Eriol brincou, lembrando do incidente do hospital.

- Há há. – ri sarcástica  - Olha, a brincadeira aí deve estar muito boa mesmo, já que vocês não ouviram o toró que está caindo lá fora. - disse cruzando os braços. Os dois morenos se entreolharam sem graça.

- Hum... Er... Chuva? - disse Eriol. - Tudo bem, mas por que está aqui? Com Shaoran? - Shaoran se pronunciou pela primeira vez na conversa.

- Que tal vocês deixarem-nos entrar? É realmente, uma longa história. - e entramos no apartamento.

...

- Não acredito que você não me avisou que estaria aqui com o Eriol, Daidouji! - disse nervosa na cozinha, enquanto conversava sozinha, com Tomy.

- Era segredo horas, qual o problema? E você e seu “príncipe encantado“? - revirei os olhos.

- Tomy, estou cheia de problemas. Meu carro foi guinchado, minha casa-

- Nossa casa.

- Que seja, nossa casa está alagada, e eu estou completamente molhada. Não me enche ok? Só preciso de um bom lugar pra dormir... Relaxar... - disse me aconchegando na cadeira da cozinha.

- Um lugar chamado casa do Shaoran, certo? Por que aqui, não rola. - arregalei os olhos. Que tipo de melhor amiga era essa?

- O que?

- Isso mesmo que ouviu. Eu estava quase, bem perto de soltar o Eriol de sua timidez impenetrável, estávamos nos divertindo... E aí a Sakura molhada entra em cena e acaba com a festa.

- Tomoyo! Não ouviu a noite que tive? Não acha que mereço descansar? - disse indignada.

- Qual é Sakura! Como se beijar o lindo gostosão do Shaoran fosse sacrifício! E dormir lá também não vai ser tão ruim. - ela desafiou pondo as mãos na cintura. - Amiga... – começou a falar com numa voz mais fina e doce. - Me ajuda... Só uma noitezinha lá... - ela piscava os grandes cílios pra mim.

- Quer saber? Estou muito cansada pra discutir. - saí da cozinha e fui para a sala, onde os meninos estavam. - Shaoran? Vamos?

- Para onde?

- Pro seu apartamento claro. - ele sorriu bobo, como se eu tivesse falado que porcos botavam ovos. Mas me acompanhou até a porta. Virei-me para Tomy e Eriol. - E vocês dois... Juízo. - disse autoritária, e depois saí. Então me encaminhei para a porta da frente, o apartamento 88, o apartamento de Shaoran.


Notas Finais


Até de noite amorecos!


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