Jonathan P.O.V.
Estou em Los Angeles há um dia, cheguei ontem de manhã. O clima entre eu e os meus pais não é dos melhores. Eles, principalmente minha mãe, detestaram a ideia de serem avós. Jude é o único da família que gostou do membro novo. E eu já entendi qual é o grande problema para eles nessa situação. Não tem a ver com a minha idade, não sou tão novo, mas por eu nem saber que possuía um filho e por meu namorado ter de bancar a "mãe" sendo que o mesmo nem completou o ensino médio. Ela disse que, se você não planejou ter um filho e não criou consciência disso antes, dificilmente você conseguirá tomar conta da criança, já que a ideia não era ter uma, então você não desenvolverá o instinto paternal, provavelmente. Infelizmente, minha mãe está certa.
Hoje de manhã, liguei para para Morgan. Nossa conversa foi curta e grossa. É, não estamos bem e pelo o que estou vendo, não faremos as pazes tão cedo. Ele me informou que um dos processos para o julgamento será hoje. O mesmo fará a primeira seção de exames no Cedars-Sinai.
Visto um conjunto de moletom cinza e desço ao estacionamento, junto a Adde Louis - agora, mais conhecido como meu filho - e dirijo para o local em minha BMW x5.
Deixo o carro frente ao edifício e vejo outros veículos estacionados a diante. Um deles é uma Porsche Panamera Turbo S E-hybrid, é o carro de Edward, o pai de meu namorado - que está mais pra ex. É de se perceber que muitas pessoas vieram acompanhar Morgan. Há familiares perto da entrada. Olho para os lados e avisto um indivíduo do outro lado da rua. É Mike, junto com outros dois que nunca vi na vida. Como ele soube que Morgan viria aqui? Não é coincidência estar aqui na frente justamente hoje.
Ignoro sua presença e entro no lugar. Não conheço nenhum daqueles que estão na entrada, mas sei que são os Moore só pelo jeito extremamente caro que se vestem.
- Jonathan? - Alguém me chama e eu me viro em direção. Era Edward, surpreso - Então, você está em Los Angeles? Morgan não me contou nada.
- É. Cheguei ontem - Mordo o lábio superior - Não estamos bem.
- Hm - Ele ergue um sobrancelha - É por causa da criança?
- É - Abaixo a cabeça - Me desculpe! Você deve me achar uma vergonha.
- Não gosto nada dessa história do meu filho ter um namorado que é pai, mas sei que você é uma boa pessoa. Está tudo bem - Ele sorri - Aonde ele está?
- A criança? - Olho para o carro de dentro através do vidro da recepção - No carro.
- Eu posso vê-lo?
- Ah, claro.
Fomos até veículo. O pequeno arregalou os olhos ao ver o mais velho. Ele intimida qualquer um, até crianças. É impossível não olhar para o senhor e não pensar: esse homem é o dono do mundo. Edward, como já disse antes, se parece muito com o personagem Negan, mas ele é um tanto mais magro e exageradamente mais alto.
- Qual é o seu nome? - Indaga o garoto.
- Adde Louis.
- Que porcaria de nome é esse? - Ele olha para mim.
- Não me pergunte. Foi minha ex que deu - Dei de ombros.
- Pelo menos Louis é bonito. Não é tão ruim assim - Howard pega o menino no colo.
- Quem é você? - Adde Louis põem as mãos no peito do mais velho tentando se afastar.
- Sou tipo o seu... avô. Quase isso.
- Eu posso te chamar de vovô?
- É, acho que pode. Pode sim.
Olho para o outro lado e Mike ainda está lá, observando. Acho que está na hora de avisar o homem sobre isso.
- Está vendo aquele rapaz do outro lado da rua? - Discretamente, aponto com a cabeça.
- Sim, estou.
- Conheci ele numa festa onde seu filho também estava. Não éramos amigos na época, aliás, Morgan me odiava.
- E? - Ele parecia indiferente, prestando atenção no pequeno ser no seu colo.
- O nome dele é Mike. O sobrenome? Não sei. Ele não parece ser uma boa pessoa. Acho que ele fez algo ruim com seu filho.
- Como é? - Edward largou meu filho com cuidado no chão e olhou para mim.
- Eu estava meio bêbado ou drogado, não me lembro direito. Isso aconteceu há quase três anos.
- Drogado?! Vá logo ao ponto!
- Eu entrei num quarto e Morgan estava desmaiado junto com outras pessoas. Perguntei o que tinha acontecido e o mesmo, esse na nossa frente agora, disse que eles faziam brincadeiras de mau gosto nas festas ou com certas pessoas. Sei lá, achei que o senhor devia saber disso, porque... não é a primeira vez que ele aparece em um lugar específico onde eu ou o seu filho está. Sinceramente, não faço a menor ideia de como ele ficou sabendo a onde estamos.
Então, Edward, virou-se para encara-lo. Foi possível ver que Mike teve medo, mas não moveu um músculo. Ele sabe muito bem que o homem que o olha não é qualquer pessoa. A família de Morgan é a mais rica e influente da Califórnia, pode-se dizer que eles mexem nos "botões" da economia do estado. Mexeu com eles, mexeu com a cidade inteira.
- Ia deixar seu filho no carro sabendo que esse indivíduo te conhece e é mau caráter? - O mais velho olha para mim com o cenho franzido.
- É... não pensei nisso. Ele não seria capaz de uma coisas dessas?
- Ele me parece ser um gangster ou um traficante, vamos tomar cuidado.
Subimos para o quarto andar, onde seria a coleta de provas para o julgamento. Lá, encontrei Christian - o chato que tentou roubar o meu namorado - Valentin - o piloto de fórmula um de Monte Carlo e ele é legal - e sua irmã, Virgínia.
- Quanto tempo, cara! - O ruivo levantou-se da cadeira e me deu um abraço apertado - É bom te ver.
- É bom vê-lo também - Sorri e cumprimentei a garota.
- Sabe me dizer quem é esse loiro? - Valentin cochicha.
- Christian. Ele tentou roubar meu namorado há dois anos atrás. No começo de tudo.
- Ele e Morgan são super íntimos.
- Aé? - Arqueei a sobrancelha e cruzei os braços e olhei para o loiro de canto - Nós não estamos bem, sabe...
- É por causa daquela criança? - Aponta para Adde Louis, que estava sentado no colo de Edward.
- Puta merda! - Quase gritei - Ele contou pro mundo que eu tenho um filho.
Escutei a voz de Morgan me chamar de dentro da sala na nossa frente. A porta se abriu e ele saiu meio exasperado.
- Você está aqui?
- Conversamos de manhã. Achou que eu não viria, não é?
- Isso não é verdade.
- Você não queria que eu viesse, entendi - Me jogo no banco - Vai, pode voltar para a consulta.
- Isso também não é verdade.
- Ok, depois discutimos sobre isso.
[...]
Morgan saiu chorando dos testes. Contou que os médicos o encheram de perguntas sobre seu abuso sexual e o despiram para usarem objetivos estranhos e gelados no seu corpo. Com certeza foi horrível, mas ele exagerou.
Agora, nos encontramos do lado de fora do hospital. Estou com Valentin e Virgínia, pois Morgan nem olha direito na minha cara. Ele está com família e os amigos deles. Christian também está lá. Não quero adiantar desgraça nenhuma, mas tenho certeza que Morgan já me trocou por ele.
- Bem, eu estou indo - Digo, pegando Adde Louis que agora está comigo, no colo.
- Tudo bem. Se cuida. Se precisar de ajuda, é só ligar. Sério, pode contar comigo! - Ele pousa sua mão em meu ombro.
- Muito obrigado, de verdade. Até logo, Virgínia - A ruiva apenas sorri de maneira doce.
Deixo o garoto no banco de trás do carro e entro. Quando ligo o carro para milésimos de segundos depois partir, Morgan praticamente se joga na frente do veículo me dando um baita susto.
- Por que fez isso? - Abro a minha porta e saio para vê-lo jogado na frente do automóvel - Você está bem?
- Estou - Ele se levanta e para na minha frente meio bambo.
- Ah. Não faço isso de novo - Entro de novo e fecho a porta.
- Espera! - Bate na porta - Eu preciso fazer uma coisa.
- O que?
- Só abre a porta.
- Por que? - Franzi o cenho.
- Abre! - E eu o faço.
Morgan agarrou-me pelo rosto e me beijou com força, sedento. E eu desesperado, sentido falta daquilo, o puxei para mim.
- Es-espe-ra! - Ele desgrudou sua boca da minha e olhou para a criança atrás de nós, que nos olhava assustada como se fossemos monstros.
- O que foi? Qual é o problema?
- E-ele está aqui?! A GENTE NÃO PODE SE PEGAR NA FRENTE DE UMA CRIANÇA INGÊNUA, JONATHAN!
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