História Right Love - A Carta de Despedida

Quando abri meus olhos, ele não estava mais ali e eu senti um enorme vácuo em meu peito. Eu olhei para o chão com os olhos inundados e percebi algo sobre a terra. Era uma carta, havia uma assinatura garrinchada nela e pequenos corações que cobriam todo o envelope.

Fui para casa sem fazer muito alarde, mas mamãe quase voou em cima de mim quando adentei a sala. Disse que havia ido espairecer em outro lugar e que passei a noite bem, subi para meu quarto e dormi abraçada com a carta.

Na manhã seguinte eu continuei a encarar a carta por toda a aula, até que decidi ir para o armazém de instrumentos.

Deixei a carta sobre o piano e respirei fundo. Toquei a primeira nota daquela música, e outras quatro vieram em seguida até que a carta caísse sobre minha mão.

Eu decidi que era a hora de ler.

"Jacquie, se você estiver lendo isso quer dizer que eu já fui embora. Espero ter feito você feliz, dado tudo o que você quis e ter te amado como ninguém mais fez. Espero ter te beijado como naquele filme que assistimos na sua casa, ter te dado um anel não muito caro, uma casa na praia, encontrado um cachorro e o adotado, e ter tido bebês lindos com você. Espero que você nunca pare de tocar, porque você é muito boa nisso, mas acima de tudo eu espero estar sempre com você, porque você foi a melhor amiga de todas, não importa se nós brigamos antes de tudo o que eu planejei acontecer, você sem esteve comigo. Então, quando eu tiver partido saiba que eu te amei. XOXO, Shawn."

Minha blusa estava encharcada quando eu terminei de ler a carta, e então eu notei.

Tudo o que ele planejou já estava feito. Me lembrei da noite em que ele me beijou no lago Lekay, quando tínhamos doze anos. Quando ele me deu um bracelete na sétima série, quando encontramos seu cachorro, Milo, no bosque, quando construímos um castelo de gravetos no mesmo lugar e levamos minhas bonecas para lá e cuidamos delas. Ele havia vivido uma vida ao meu lado, ela foi apenas mais curta e feliz do que a maioria. Eu toquei meu bracelete e sorri.

— Jacquie. — alguém adentrou o armazém.

Era Benny, o irmão mais velho do amigo de Rich. Ele estava com Milo em uma coleira improvisada.

— Eu fui até sua casa e encontrei ele no seu jardim, ele me trouxe até aqui. — ele disse sem jeito.

— O que estava fazendo na minha casa? — pergunto.

— Eu ia te convidar pra tomar um café, mas você parece meio ocupada. — ele apontou para o piano.

— Eu adoraria um café agora. — digo e me levanto.