Era uma tarde nublada, Jonas caminhava pela calçada praticamente sozinho naquela rua, o ritmo dos seus passos adquiriam a batida da música que escutava no seu fone de ouvido. As cores das suas vestes combinavam muito com aquele céu nublado, mas era só coincidência, Jonas sempre optava por cores frias. A calçada acabava e então ele contornava a esquina da rua, um carro vermelho esperava um outro sair para estacionar. Jonas observava a cena, seu cigarro enfim acabava e ele o jogava no chão, com seu pé dreito ele pisava sobre. Do obolso da sua calça moletom cinza ele tirava um chiclete que facilmente abria e jogava pra dentro da boca, a nicotina o dava prazer mas o gosto que permanecia no paladar o incomodava.
Após mais alguns passos ele subia alguns degraus da rua que davam na entrada de um pequeno estabelecimento, chamado "Hostel Poulain", a placa era de um vermelho forte e a medida que Jonas adentrava notava-se que o interior também era baseado em um vermelho escuro, ele caminhava até a recepção onde uma mulher de um cabelo amarelo forte lia uma revista.
— Joana, pode me dar minha chave? — A mulher logo atendia. Sem levantar seu rosto, ela direcionava seu olhar para Jonas e depois com a mão esquerda pegava a chave número 7 e entregava na mão do rapaz que agradecia de canto de boca e se direcionava até o corredor a esquerda.
Ali o ambiente era tingido por um marrom, talvez um tom de vermelho gasto, mas não era um ambiente tão atrativo quanto a entrada, o corredor era estreito até em uma escada que o levava ao segundo andar, a primeira porta era 7
. Ele empurrava a chave contra a fechadura, virava em sentido horário e abria a porta que rangia alto, após aberta via-se um pequeno apartamento que tinha um quarto grande e uma porta que dava no banheiro, estava completamente bagunçado, haviam roupas abarrotadas por todos os lugares, Jonas tirava a mochila das costas e largava do lado da porta que em seguida batia, ele virava pra direita de seu apartamento onde tinha uma janela e uma cadeira a beirada dela, enquanto caminhava nessa direção ele tocava a secretária eletrônica. E então o primeiro BIP:
Sr, Spode, a sua mensalidade da faculdade está atrasada" Jonas se recostava sobre a cadeira, puxava um cigarro do maço no bolso de seu moletom, colocava entre os lábios e olhava para a janela.
BIP
"Jonas, por onde você anda? Eu sinto sua falta." a voz daquela mulher era dócil e parecia trêmula, ao ouvi--la Jonas fechou seus olhos numa piscada longa em seguida os abriu e puxou do bolso o isqueiro, ele acendeu o cigarro e notou que uma chuva fina começava a cair. Ele, retirava do seu bolso um pequeno rádio e puxava junto seu fone de ouvido, era um acessório luxuoso pra época naquele lugar. Ele se inclinava sem sair da cadeira, ligava o rádio domiciliar que introduzia com o som do radialista.
[...] " a previsão é que os próximos dias sejam chuvosos, um início de final de semana chuvoso com um domingo de Sol.
Jonas notava que a chuva havia apertado e começava a respingar sobre seu braço pingos mais grossos, ele se levantava e fechava a janela.
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