No consultório, na terapia de casal...
- Então, vocês dois estão casados há quanto tempo? - Perguntou o terapeuta.
-Muito tempo. -Respondeu o marido.
- Desde a faculdade. - Responde a esposa mantendo sua classe e compostura diferente do marido que já havia se esparramado na poltrona e até pedido uma cerveja.
- É mesmo? Os dois estavam fazendo faculdade? Porque ele parece mais velho e...
- Oh... - Riu a esposa. - Era a minha faculdade. Ele é dez anos mais velho. Mais nos conhecemos desde que eu era pequena e ele adolescente.
-É mesmo? Há quantos anos isso?
-Muitos. -Respondeu o marido.
A esposa fica sem palavras diante da indiferença e má vontade de seu marido. Mulheres. Quem as entende? Homens. Quem os aguenta?
O terapeuta olha para a cena que se repete todos os dias naquele consultório: Um casal que se odeia. “Quem diz que o casamento une as pessoas?” Pensava ele enquanto formulava uma nova pergunta da qual a resposta pudesse ser algo concreto e menos monossilábica.
- Ah... Bom. O que você faz da vida Alex?-Pergunta o terapeuta.
- Eu? Eu sou editor chefe da “Macho S.A.”
-Serio?-O terapeuta parecia surpreendentemente animado. -A revista?
-É... A revista.-Responde o marido, mais feliz que criança na Disneylândia. É incrível como o humor de um homem pode mudar de que-saco-terapia-de-casal para meu-terapeuta-é-o-máximo-porque-lê-minha-revista-machista!
-Eu adoro aquela revista, principalmente aquele artigo mensal... É... Aquele sobre o como as mulheres são fúteis... Como é mesmo o nome?-Indagava o terapeuta.
Nenhuma mulher do mundo merece ouvir uma conversa dessas entre o seu marido e o seu terapeuta que é pago por hora.
-“As mulheres são todas iguais”. -Disseram o terapeuta e o marido em um coro machista e irritantemente animado.
- Como é que é?-Pergunta, injuriada, a esposa.
-Relaxa amor. É só o nome do artigo. -Garante o marido.
-Hei. Eu pago muito caro pra vir até aqui e ouvir o que eu ouço de graça em casa?-Perguntou a esposa de forma retórica olhando para o chão.
-Oh sim... Perdão. -Diz o terapeuta recuperando a compostura. -E você Denise. No que trabalha?
- Oh. -Disse a mulher recuperando o bom humor.-Eu sou sexóloga e as...
-RARARARARARA.-A esposa é interrompida brutalmente pela risada frenética e forçada do marido. Todos olham para ele.
- Ta rindo do que?-Perguntou a esposa pensando seriamente em cometer um homicídio ou simplesmente defenestrar (ato de jogar alguém pela janela) o marido.
- Ah, nada não amor. É que eu acho irônico o fato de você ser uma sexóloga e agente estar... Bem... em “CRISE”!
-Aspas? Porque você usou aspas? E letra maiúscula?-Perguntou desesperada a mulher.
-É Alex... Porque as aspas?-Perguntou calmamente o terapeuta.
- O que? Ainda perguntam? Deve ser porque eu e a Denise não transamos há séculos.
-ALEX!-Grita a esposa.
-Você sabe muito bem que esta é a mais pura verdade, Denise!-Diz o marido, agora, satisfeito.
- Então... Vocês nunca fazem sexo?
-O que?- Perguntou, mais uma vez indignada, a esposa.
-É. -Responde rapidamente o marido com um sorriso maroto diante do olhar fulminante de sua esposa. -Nunca!
-Nunca?-Pergunta o terapeuta.
-Também, não é assim né... -Tenta, inutilmente, corrigir Denise.
-Ah, é sim. -Diz o marido. -E quando agente finalmente vai é no escuro, e dura menos de dois minutos até ela começar a chorar. Chorar! Tem noção do que é isso doutor?
- O que?-Fala a esposa em uma risada histérica e desconfortável. Tudo bem que terapia é exatamente para expor os problemas do casal mais também não era pra tanto. -Não é sempre no escuro!-Disse ela, agora voltada para a direção do terapeuta.
- Denise. -Desespera-se o marido. -Eu nunca te vi pelada!
A mulher e o terapeuta dão um pulo.
-Ele nunca te viu sem roupa?-Pergunta atônito o terapeuta.
-É que eu me sinto desconfortável de me verem nua. -Tenta se explicar a mulher.
-EU SOU O SEU MARIDO! Pensei que te ver nua e ter sexo de mais de uma vez a cada três anos fizessem parte do pacote de casamento!
- Espera aí. -Interrompe o terapeuta. - Alex, você disse que ela chora durante o sexo?
-Eu não choro. -Grita a mulher, ironicamente quase chorando.
-Chora sim. Chora toda vez e diz que é por que sexo lembra sua cadelinha Paty que adorava sexo e que morreu no parto do seu décimo cachorrinho. Fala serio?! Eu tenho cara de cachorrinha Paty? – O marido indaga ao terapeuta que estava chocado com o rumo da conversa.
-Não é bem isso. -Diz a esposa. -Paty jamais me humilharia desse jeito!
-Quer falar sobre isso Denise?-Pergunta o terapeuta, preocupado.
Isso foi a gota d’água para Denise. Ela levantou da poltrona parecendo que ia virar o hulk a qualquer momento e começou a gritar.
-Não, eu não quero falar da minha cadelinha Paty. Eu quero soluções para os problemas conjugais meus e do idiota do meu marido. Pode ser?
Às vezes uma mulher tem que surtar para ser ouvida. Funcionou. Os homens presente ficaram chocados com fúria da mulher ignorada.
-Tudo bem... -Disse desconfortavelmente o terapeuta. -Então vocês não fazem sexo?
-Isso. -Finalmente concordou a esposa enquanto sentava-se.
-Nem oral?
-NÃO. -Gritou a esposa, sentindo-se ofendida.
-Eu pedi varias vezes. Mas ela não quis...
Depois disso a esposa enfiou a cabeça entre os braços e tampou a respiração a espera de uma morte rápida e quase indolor. Foi então que ela percebeu que não valia pena acabar com a sua vida e teve uma ideia melhor. IRIA MATAR SEU MARIDO QUANDO CHEGASSEM EM CASA!
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