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História Rosas No Túmulo: O Domínio Oculto - Novas Companhias...


Escrita por: Dryia

Notas do Autor


Ei poha gente, agora que eu vi... 10 dias sem postar! Ou seriam 11? Que dia é hoje que eu nem sei mais?
Tô atrasada!
Por que o tempo passa voando?

Inner non tá aqui hoje, tá ali atacando os doces do natal na geladeira que ainda sobraram - essa ordem non tá legal e.e mas vocês entenderam e.e


Só uma coisinha que esqueci de dizer no capítulo passado:
*A Cloe Auditore é da Carol_e_Ponto que ganhou o concurso dos 50 favoritos de Rosas No Túmulo - Killer.
*A Anne Troyard é da MelKazumi que ficou em primeiro lugar no concurso de perguntas sobre RNT-K
*A outra Anne (sem sobrenome e.e) é da TiaManda que foi segunda colocada naquele concurso de perguntas sobre RNT-K

Então, sem enrolação meu povo,
Vamos ao capítulo e aproveitem a leitura <2

Capítulo 6 - Novas Companhias...


Fanfic / Fanfiction Rosas No Túmulo: O Domínio Oculto - Novas Companhias...

O ruído de alguém batendo na porta e em seguida a tranca sendo aberta repercutiu no quarto silencioso pelas atividades que as três ocupantes realizavam; no mesmo instante as garotas interromperam sua concentração e desviaram seus olhares para o homem de pele escura e vestes de enfermeiro que surgiu na porta. Joe.

– Novidades, meninas! – o homem continha um sorriso acolhedor no rosto com a intenção de lhes passar um sentimento de segurança.

– Seu marido finalmente tirou aquele bigode horrível que você tanto odeia do rosto?  – resmungou a de cabelos brancos em tom irônico, aborrecida por ele ter interrompido sua pequena leitura (um livro bem peculiar, por sinal – Enciclopédia das Armas Brancas). As outras garotas soltaram sorrisos discretos.

– Quem me dera. – o homem suspirou e por um momento desejou que seu marido realmente retirasse aquele bigode horroroso da cara; apenas não se irritara pois já estava acostumado com a personalidade da jovem de madeixas esbranquiçadas, então deu continuação a seu objetivo de estar ali. – Mas sem sair do foco, a notícia é que a quarta cama em breve será ocupada.

As três meninas se entreolharam. Um brilho de curiosidade radiou com intensidades distintas nos olhos de cada uma. Aquilo sim era uma novidade. Elas eram uma das únicas que possuíam um quarto habitados por apenas três, pelo menos desde que a última se fora sob... circunstâncias peculiares. Em breve eles voltariam a ser quatro. Elas gostavam mais de quando eram apenas elas três; já estavam acostumadas a conviveram umas com as outras, já se conheciam, conheciam alguns de seus segredos, suas verdadeiras personalidades, sabiam como agir para não se estranharem... a nova garota saberia fazer isso? Ou seria apenas mais uma verdadeira lunática?

Joe as deixou logo após contar-lhes sobre a próxima garota que viveria naquele quarto.

– Como vocês acham que ela vai ser? – questionou a morena demonstrando visível interesse.

– Sei lá. – a de cabelos rosas apenas deu de ombros.

– Desde que não seja uma Hellena Lopez da vida...  – a de fios brancos contraiu os lábios e fez um movimento com os olhos para se referir a antiga colega de quarto.

 

 

– E então? Como foi a noite ontem? – pergunto Dra. Hills a morena que se encontrava deitada na cadeira em uma consulta que se tornara diária.

– Quieta. – respondeu Mary. – Em parte silenciosa... chovia, então nem tão silenciosa assim... ventava, mas não fazia frio.

– Continue. – as seções mais pareciam terapia do que uma consulta a um psiquiatra, apesar da médica já ter passado um remédio para a garota tomar.

– Perturbadora.

– Perturbadora? – as íris azuladas da paciente se voltaram imediatamente para a médica; seus olhos imploravam algo, Dra. Hills não conseguiu identificar o que, mas ela sabia que eles estavam implorando por alguma coisa. – Por quê? Algum pesadelo?

– Também. – Mary mordiscou o canto inferior do lábio direito e cerrou as pálpebras com força, como se tentasse se lembrar de algo; alguns segundos depois as abriu novamente e soltou um longo e pesaroso suspiro. – E uma voz estranha me sussurrou "pare com isso, Mary, pare com isso", achei que fosse o vento, só que já escutei ela antes.

– Descreva essa voz. – uma fagulha de animação se iluminou dentro da doutora, era a primeira vez que a garota se abria tanto.

– Parecia feminina. Hm... era calma... mas ao mesmo tempo sinistra, emitia algo de assustador, um tom de ameaça e ao mesmo tempo diversão, como se gostasse daquilo. – ela fez uma pausa para engolir a seco antes de continuar. – Falava em sibilos meio demorados, como uma cobra faria se falasse. Quando ela falou comigo foi como "paaaaree com iiisssssoo, Maaaaaryyy, paaaaree com iiisssssoo". Era perturbadora. – Dra. Hills anotava cada palavra que a morena proferia.

– Você disse que não era a primeira vez. Quantas outras vezes essa voz já falou com você?

– Acho que já perdi a conta. – Mary cerrou os punhos e os apertou seus dedos contra as palmas das mãos.

– Faz muito tempo desde que a ouviu pela primeira vez?

– Não. Sim. – a primeira vez que uma voz a chamou seria quando ela e seus amigos foram na casa de campo dos pais de Rosalya e eles acabaram tendo que procurar Iris na floresta, então ela se separou dos demais e vozes começaram a atormentá-la; porém, talvez não, aquela não fosse a primeira vez. Havia um pequeno fragmento de lembrança quase perdido nas obscuridades de sua memória, a beira do esquecimento, de anos antes, no orfanato, quando, em plena madrugada, acordou assustada com a sensação de ter ouvido alguém chamá-la, ignorou e voltou a dormir algum tempo depois, pensando não ser nada. – Não tenho certeza. Uma vez quando pequena acordei no meio da noite pensando ter ouvido alguém falar meu nome, mas achei que era apenas minha imaginação, fiquei um pouco acordada até me acalmar e voltei a dormir. Eu tinha uns seis, sete anos. Nunca mais escutei nada, pelo menos não até alguns meses atrás.

– E quando isso ocorreu pela primeira vez, seus pais lhe acalmaram ou você preferiu não chamá-los? – estranhamente Dra. Hills ainda não tinha tido acesso a ficha pessoal completa de Mary, apenas aos testes, ficha criminal e coisas do tipo.

– Eles estão mortos. – os olhos da menina marejaram e ela pressionou o Ursinho de Pelúcia Marrom (que estava ali o tempo inteiro) contra seu corpo. Nenhuma lágrima ousou escapar. – Já estava na época.

– Sinto muito, eu n...

– Não sabia?! – havia dor no timbre de voz de Mary – Tudo bem. A maioria não sabe mesmo. É melhor assim.

– Posso lhe perguntar algo? – a médica ia perguntar de qualquer maneira, no entanto, queria ser o mais cautelosa possível com Mary, queria que ela se abrisse mais, e, de acordo com o que observara e com o que esperava, quanto menos a pressionasse a responder algo, mais ela se sentiria a vontade para contar algo. Mediante à sua pergunta, a morena apenas encarou a doutora, deixando transparecer em seu silêncio a permissão. – Por que resolveu se abrir tanto hoje?

– Estou me fazendo a mesma pergunta. – seu olhar se desviou para o relógio na parede da sala. – Já acabamos por hoje?

– Apenas mais uma coisa. Seu período de observação acabou, amanhã mesmo você será transferida para outro quarto, com algumas garotas.

– Outro quarto? – Mary pareceu assustada. – E com outras garotas? Não! Por quê? Não!

– Te fará bem. E não podemos te deixar isolada para sempre.

– Prefiro ficar sozinha! Ainda não estou pronta para ter contato com outras pessoas. Não quero, não posso! E se algo acontecer? E se eu fizer algo a elas?

– Isso não vai acontecer;

– Como pode ter tanta certeza?

– Venho te observado à uma semana e meia e garanto que você não fará nada a elas. Sei como é seu comportamento, como ele está; lhe asseguro que tudo vai dar certo. – a mulher gesticulou. – Nós conversamos e achamos melhor te transferir, você está pronta.

– Nós? Essa decisão cabe a você! Você está sendo minha médica enquanto a outra está viajando, eu estou sob sua responsabilidade, você decide o que será de mim. E não acha que uma semana e meia é pouco? Muito, muito pouco? Está apressando as coisas. – Mary tremia.

– Essa decisão não cabe estritamente a mim.

– Não posso ficar com outras garotas

– Já está decidido, sinto muito mas você não tem escolha, amanhã será transferida de quarto.

A garota levou as mãos ao rosto e o esfregou como se esperasse sair de um pesadelo. O recinto permaneceu em um silêncio fúnebre carregado de tensão em um período que se estendeu por quase um minuto.

– Do que você tem medo? – questionou Dra. Hills após suspirar. Mary ergueu seu olhar a procura do da mais velha e assim que o encontrou, mergulhou no carinho, compreensão e aconchego.

– É mais fácil perguntar do que eu não tenho medo!

– É um dos motivos de nós estarmos aqui. Quero te ajudar a se livrar de seus medos.

– Você terá muito trabalho, doutora. – ela bufou. – Okay, eu mudo de quarto. Mas não espere que eu chegue lá toda saltitante e alegrinha, fazendo amizade com as coleguinhas de quarto de hospital para doidos e distribuindo sorrisos para todos.

No fundo, Mary estava apavorada, com vontade de chorar. Sua garganta estava apertada em um forte nó de escoteiro.

Havia coisas que apenas ela possuía conhecimento.

 

 

Seus pés se chocavam contra o asfalto emitindo baques surdos, o vento uivava em seus tímpanos, suas madeixas castanhas deslizavam graciosamente pelo ar atrás de sua cabeça. Ela arfava.

O céu do poente que jazia coberto por delicadas pinceladas dos mais diversos tons de azul, roxo, rosa e tons quentes como amarelo e laranja coloria aquele manto verde e macio de grama recém-cortada pela qual a mulher corria tão apressadamente, tomada inteiramente por medo e pânico que a impediam de pensar claramente.

Seu coração aparentava querer sair voado por sua boca, sua visão já se encontrava embaçada, o mundo começava a se duplicar; ela tinha que se esforçar para não pisar em falso e cair. Seus ouvidos conseguiram captar ruídos atrás de si, não muito sonoros, porém claros o bastante.

Ela foi tomada por um enorme desejo de olhar para trás, mas sabia que se arriscaria demais fazendo isso e preferiu lutar contra a vontade e empurrá-la para o fundo de sua mente, trancafiando-a sem chances de deixa-la escapar.

Suas pernas já estavam se exaustando; seus pulmões queimavam, implorando por mais oxigênio, implorando por uma piedade que a mulher sabia que não poderia dar a eles. Escapar de seu perseguidor e salvar sua vida era o mais sensato que ela poderia fazer naquele momento.

Sem ter para onde correr e se esconder sem que o sujeito atrás de si percebesse, ela optou por avançar em direção as árvores. Medir as consequências não foi um item duplamente revisado e, seguindo seu instinto, continuou seguindo. Quem sabe se ela tivesse pesado melhor? Mas não se pode culpa-la, afinal, ela estava sob os efeitos do medo, do pânico, da pressão, do desespero. Oh, pobre moça ingênua...

Embrenhar-se entre os troncos de árvores não a ajudaria; no máximo lhe daria algum tempo. Ela precisava pensar em um plano melhor, e rápido!

Ali não era o lugar mais silencioso para correr, já que galhos espalhados por todo chão se partiam e emitiam “crec´s” bem altos. A mulher de cabelo castanho podia ouvir galhinhos sedo partidos atrás de si, o que a relembrava o motivo de esta ali, de continuar correndo mesmo estando prestes a colocar tudo para fora. A agonia era tremenda.

A escuridão da noite se aproximava; as frestas de luz que penetravam as copas e galhos das árvores aos poucos iam de extinguindo. Ela precisava dar um jeito de sair daquela “mini floresta” e se deslocar até um local onde havia pessoas.

Seus braços desnudos e seu rosto se encontravam arranhados, alguns pontos sangravam.

A mulher, espertamente, deu um jeito de contornar as plantas e correr de volta na direção da saída do meio de árvores. Durante quase um minuto ela correu antes de parar; apoiando as mãos sobre os joelhos, ela respirou fundo e tentou se acalmar daquela intensa maratona; ao sair para caminhar naquela tarde, não era bem isso que ela esperava...

Durante um período que se estendeu por quase dez minutos a moça permaneceu ali, apoiada em um tronco e alerta a qualquer barulhinho que escutasse. O tempo foi o suficiente para ela relaxar e conseguir respirar melhor, além de ter seus batimentos normalizados, embora sua garganta ressecada queimasse. Ela olhou a sua volta, nada ali serviria de uma boa arma e no desespero e susto, deixara sua bolsa cair em algum lugar centenas de metros atrás.

Ela não baixou sua guarda, sabia que o sujeito de mascara de caveira mexicana ainda estava por ali, em algum lugar, apenas esperando o momento perfeito para dar o bote.

A mulher sabia que deveria sair logo dali, o sol já estava quase o limite, alguns lugares já se encontravam na penumbra. Com calma, a morena começou a andar, tomando cuidado e se esquivando de galhos tanto no ar quando no chão. O som de um galho sendo lentamente partido, quase que proposital, a fez disparar e voltar a correr com toda velocidade, ignorando qualquer coisa a seu redor, empenhada apenas em sobreviver. O ruído de galhos e partindo lentamente indicava que seu perseguidor não mais corria, aparentava andar, zombando dela, dizendo que não precisava correr se esforçar muito, para alcançar seu objetivo.

Alguns metros atrás, algo foi atirado e passou cortando o ar em direção a futura vítima.

Seu corpo pesou e ela foi em direção ao chão. Um arfo escapou de seus lábios ressecados. Por um tempo ela não entendeu o porquê de ter caído, contudo, foi aí que percebeu que sangrava. O tal facão de jardinagem jazia fundo em sua carne, na área do quadril.

Lágrimas surgiram e um grito estridente se permitiu escapar de sua boca. O sujeito se aproximou lentamente, em tom divertido.

– Fique longe de mim! – sua voz saiu meio rouca, uma vez que sua garganta jazia seca; ela tentou recuar, o sujeito apenas se aproximou, a ignorando. – Estou avisando, tenho spray de pimenta! – apesar de ser mentira, ela sabia perfeitamente que um simples frasco de spray de pimenta não ajudaria a escapar daquele sujeito robusto trajando uma escrota máscara de caveira mexicana e portando em mãos cobertas por luvas pretas um facão de jardinagem, no entanto, ele tinha que pelo menos tentar. O seu possível futuro assassino emitiu um movimento que se assemelhava ao riso, gargalhada, entretanto, são soltou sequer som.

Sem dar chances para mulher, ele se aproximou mais dela e se agachou ao seu lado. Um de suas mãos percorreu o ar lentamente em direção ao cabo da arma branca, seus dedos o rondaram e ele retirou a lâmina de forma lenta e dolorosa para mulher, fazendo ela se contorcer enquanto sangue brotava aos montes da ferida.

A pessoa misteriosa ergueu a lâmina ensanguentada e limpou o líquido rubro as bochechas pálidas da moça. Seus olhos demonstravam espanto, sua vida já começara a passar diante de seus olhos; a expressão que a caveira na máscara continha não ajudava em nada.

Ela estava morrendo, sabia disso.

Seu futuro assassino usou o facão para fazer um corte não muito do ombro direito até a pontinha do dedo médio direito enquanto segurava o corpo da morena com uma mão, sangue brotou e passou a deslizar pela pele.

Como seus dois filhos reagiriam ao descobrirem que sua mãe havia sido assassinada de forma tão brutal, tão cruel e sem piedade?

O sujeito levou a mão com que segurava o corpo até a máscara e lentamente a levantou de uma forma que apenas ela pudesse ver; um sorriso sádico, psicopata foi esculpido em seus lábios. Última visão da mulher antes do facão ser enfiado com força entre seus olhos, atravessado o crânio e saindo do outro lado.

O assassino abaixou a máscara e se levantou com calma, sem pressa alguma. Deixando o facão no corpo da mulher, ele a segurou pela mão e saiu arrastando seu corpo mini floresta a fora, deixando um rastro de sangue e cheiro de ferrugem pelo caminho.

Ao estar consideravelmente afastado das árvores, ele sacou uma caneta, um cartãozinho e um Rosa Osíria preta com as pontas avermelhadas, extremamente raras. Antes de mais nada, escreveu algo no cartão usando a bota da caneta sem tinta e o próprio sangue da vítima, junto com aa flor, colocou na parte interna do casaco que a morta usava, ente a blusa e o tecido dele. A rosa acabou se sujando se sangue, assim como uma das pontinhas do cartão.

Gargalhando, ele se afastou e deixou o mais recente cadáver ali, caído para qualquer um que passasse ver, o primeiro chamaria a polícia, no entanto, até lá ainda demoraria um pouquinho.

Quem seria o sortudo?

 

 

No dia seguinte, ao acordar, Mary relutou em manter os olhos abertos, pois estavam inchados. Acordara no meio da noite, assustada com um pesadelo onde Lysandre, Viktor, Rosalya e Violette eram mortos, e quando ela se dera conta, fora ela quem os matara; assustada, entrou em prantos e só conseguiu voltar a dormir algumas horas depois e teve menos que duas horas e meia de sono.

Até tentou voltar a dormir, porém, algo a atormentava. Assovios no fundo de sua mente a perturbavam e a deixavam inquieta. Antigos fantasmas a rondavam. Em pouco tempo haveria olheiras profundas logo abaixo de seus olhos.

– Merda. – resmungou enquanto esfregava os olhos.

Em algumas horas deixaria aquele quarto e passaria a conviver com completas desconhecidas. A marca que surgiu no vidro em seu primeiro dia ali misteriosamente desaparecera, e Mary preferiu nem questionar.

Ansiosa, pulou da cama e se sentou ao lado dela, no chão, com os joelhos abraçados. Entediada, pegou um dos poucos livros que havia levado e voltou para o cantinho, então se pôs a ler. Duas horas se passaram quando ouviu-se uma batida na porta e a fechadura sendo destrancada; uma enfermeira surgiu no umbral e disse a Mary para se preparar para mudar de quarto.

Mary apenas terminou o capítulo antes de fechar o livro e ir se aprontar. Retirou o pijama e vestiu uma leggin preta e uma camiseta soltinha. Após se vestir, literalmente jogou as coisas dentro da bolsa que havia levado e esperou lendo a enfermeira voltar, o que ocorreu dez minutos após ela terminar tudo – o que deu a ela tempo o suficiente para ler um capítulo.

– Pronta? – perguntou a enfermeira.

– Não. – Mary suspirou antes de dizer. – Vamos?

Ambas seguiram por um corredor enorme na direção oposta aos elevadores, viraram a direita em um bifurcação e seguiram por mais algum tempo em linha reta até virarem por um corredor, seguindo em frente por mais algum tempo, dobrando a esquerda e por fim chegando ao destino final. Ala C, quarto 42.

– Nossa! Como você sabe onde fica cada lugar? – questionou a garota

– No inicio fiquei um pouco perdida, são 4 alas apenas nesse andar; mas com o tempo você aprende.

A enfermeira retirou uma chave do uniforme, deu algumas batidas na porta e enfiou a chave na fechadura, a destrancando. Ela abriu a porta e entrou.

– Meninas – chamou. As três garotas no quarto imediatamente olharam para enfermeira. –, trouxe sua nova colega de quarto. Sejam legais com ela.

A mulher abriu caminho e deixou Mary entrar, então saiu e trancou a porta. A morena se encontrava assustada, ficou paralisada em frente a porta durante um tempo.

As três garotas – uma de cabelos pretos, outra de fios rosas e outra de madeixas brancas – a fitavam. A de cabelos rosas apenas a olhou com indiferença; a de cabelos brancos a olhou de forma intimidadora por um momento e Mary se viu obrigada a cruzar o quarto até a cama vazia com aquele olhar sobre ela.

Mary jogou sua bolsa em cima de sua nova cama e subiu nela. Ainda se encontrava assustada, um tanto hesitante quanto a seus movimentos.

Uma das meninas, a de cabelos pretos para especificar mais, pulou de sua cama e se dirigiu ao local onde a de cabelos negros jazia. A de fios rosas observou a movimentação enquanto a de fios brancos pegou seu espelhinho de mão pelo cabo e começou a ajeitar seu cabelo, ignorando as outras.

– Oi... – falou a de cabelos pretos quando já estava bem a frente da de olhos azuis. Ela não obteve respostas. – Sou Anne.

Mary não cooperou muito e se escondeu debaixo do lençol. Anne revirou os olhos pensando ser drama; se havia uma coisa que ela odiava era drama. Após algum tempo se passou em sua cabeça o lugar onde estavam e que a morena debaixo do lençol era uma notava.

Anne recuou, deixando Mary quieta, no entanto, se decidindo que falaria com ela depois que ela ficasse mais confortável e se acostumasse um pouco melhor com sua nova realidade.

 

 

A campainha soou e repercutiu por toda casa. Passaram-se quase um minuto até que a porta fosse enfim aberta.

– Nath! – a mulher de esbeltas madeixas loiras avermelhadas soltou um sorriso radiante ao vez o filho parado bem a sua frente. Ela praticamente pulou em seus braços e o abraçou. – Que saudades!

– Mãe, mal fazem três semanas. – Nathaniel soltou um pequeno resmungo.

– E não acha que isso é muito, rapazinho?

– Ei, não me trate como se eu ainda fosse um garotinho.

– Tsc. Desculpe. Homenzinho? – ela riu com a própria piada e o loiro não resistiu e a acompanhou soltando uma pequena risada. – É, eu tinha razão. Você ficou bem com pelo na cara. – ela passou a mão pela barba do filho. – Vem, entre. May está morrendo de saudades.

Ela abriu caminho para ele entrar e Nathaniel adentrou a casa.

– Onde está a tia? – ele percorreu os olhos pela sala de estar simples, contudo bem aconchegante.

– Mercado. May! – gritou a mulher chamando pela caçula. A criança não respondeu. – May!

– Já vou, mamãe. – a menina gritou de algum canto da casa em resposta. Em alguns segundos ela já passava pelo umbral da porta. Assim que seus olhos pararam sobre Nathaniel, brilharam junto com um enorme e radiante sorriso  que surgiu iluminando seu rostinho infantil. – Nath! – ela correu em direção ao irmão e também pulou em seus braços, o rapaz a ergueu e lhe deu um forte abraço. – Que saudades! Prefiro muito mais você do que o papai!

– Como assim? vocês o viram recentemente? – havia um visível nervosismo em sua voz. Ele colocou May no chão e fitou sua mãe em busca de resposta. A mulher evitou contato visual, entretanto não foi o suficiente para impedir o loiro de questioná-la. – Mãe?

– Sim, ele veio aqui ontem. – ela estava relutante, mas falou mesmo assim.

– Mas ele estava preso! – o tom de voz de Nathaniel se elevou. Nesse momento a porta se abriu e uma mulher ruiva surgiu, ela sorriu ao ver o sobrinho, todavia, o sorriso logo desapareceu ao sentir a tensão no ar. Pela expressão corporal dos adultos, o semblante de desgosto do rapaz e a face de preocupação da irmã, a mulher logo entendeu o que estava acontecendo e passou em direção a cozinha levando May consigo.

– O advogado dele cuidou de tudo. Isso incluiu o pagamento de uma fiança. – a mãe de Nathaniel tomou cuidado para falar em um tom que não permitisse que sua filha mais nova escutasse.

– Isso não pode! Eles não podem permitir! Então agora é assim? Pagam uma fiança e estão livres novamente? Onde está a ordem desse país? –  ele estava indignado, furioso, não se importava com o tom de voz. – E por que ele veio aqui? Temos uma ordem de restrição, vocês podiam ter chamado a policia, ele poderia ser preso novamente!

– Nath, por favor, May...  – ela gesticulou com a cabeça na direção da cozinha. – E você sabe que não adiantaria. Ele pagaria outra fiança e ficaria livre novamente.

– Infelizmente. O que exatamente aconteceu?  – mãe se sentou no sofá e fez um movimento com a cabeça indicando para o filho se sentar também, e assim o loiro o fez.

– Ele apareceu aqui nos procurando, furioso pelo recebimento dos papeis do divórcio e da ordem de afastamento, queria saber o porquê daquilo. Eu atendi a porta, disse para ele ir embora se não eu iria entrar e chamar a polícia. – ela fez uma pequena pausa. – Foi aí que ele demonstrou estar também triste, não sei se era fingimento ou não, mas parecia triste. ele me disse estar arrependido e me prometeu que nada do que tinha feito se repetiria, nunca mais, ainda disse que queria que todos nós voltássemos a ser uma família feliz...

– Nunca fomos uma família feliz! – Nathaniel estava impaciente, ainda furioso.

– Eu disse isso a ele, só que ele voltou a insistir. Voltei a ameaçar chamar a polícia, então ele foi embora. –  ela soluçou e tentou segurar o choro, apertou os braços contra o corpo, tremendo. – Oh, Nathaniel, estou morrendo de medo dele entrar na justiça pedindo a guarda de May.

– Aquele infeliz que nem se atreva! – o loiro trincou os dentes. – E se isso acontecer, acho impossível ele ganhar.

– Nath, está exaltado, por favor, se acalme.

– Como eu posso me acalma diante disso, mãe? Se eu encontrá-lo novamente, juro que vou m...

– Por favor, meu filho, não!  – ela saltou da cadeira e foi em direção ao filho. – Não faça nenhuma loucura. Você está com raiva, se acalme antes de pensar. Não faça nada enquanto estiver de cabeça quente.  – o rapaz bufou. – Agora relaxe, se acalme. Você veio visitar, não é? Vamos aproveitar sua visita. – Nathaniel respirou fundo tentando deixar o assunto do homem que um dia considerou seu pai de lado.

– Certo. Tem café?

– Tem, mas você não vai tomar mais que uma xícara

– Não posso tomar pelo menos duas?

– Não, Nath. Não mais que uma.

– Por favor mãe.

– Não. Aposto que você já se esbanja de café sozinho em seu apartamento. Isso não é saudável! E enquanto estiver perto de mim, não vai tomar mais que uma xícara de café.

– Pode ser pelo menos uma xícara grande?  – ele sorriu implorando.

– Não. Uma médica

– Duas médias ou uma grande, mãe. – ele tentou negociar.

– Certo, uma grande. Mas apenas isso!

– Okay. – e assim, ele transformou seu sorriso implorador em um sorriso vitorioso.

 

 

– Certo, enviaremos um detetive imediatamente. – disse Jacques ao celular, o desligando logo em seguida. Ele saiu de sua sala e percorreu um corredor até a sala de Rossi, onde bateu na porta; após ouvir um entre, abriu a porta e entrou, dando de cara com Clark e Rossi debruçados sobre papéis espalhados sobre a mesa do detetive mais experiente.

– Em que posso... podemos ajuda-lo, Jacques? – perguntou Rossi erguendo seu olhar até o chefe e se endireitando na cadeira.

– O corpo de uma mulher (ainda não identificado) foi encontrado na Avenida Sckolm, no gramado próximo aos fundos do Jardim Botânico de Lér´Sweet; a arma do crime ainda está no corpo e há um rastro de sangue vindo de árvores adentro; ainda nada de pertences pessoais; sem testemunhas; a equipe de legistas já está no local; preciso de vocês dois lá.

– Então já estamos indo pra lá. – disse Rossi gesticulando com a cabeça e juntando a ponta dos dedos de forma que formassem um triângulo; Jacques retribuiu o gesto com a cabeça e deixou o recinto.

– Meu primeiro caso! – Clark abriu um enorme sorriso, animado por enfim poder bancar o detetive de verdade. Ele saltou da cadeira e apanhou seu sobretudo que não passava da altura das coxas (ao contrário do de Rossi, que era um pouco abaixo do joelho). – O que estamos esperando?

– Você parece animado.

– Mal posso esperar para demonstrar minhas habilidades. – Rossi arqueou as sobrancelhas, divertido, com a resposta do parceiro, então se levantou, agarrou seu sobretudo e saiu da sala com o parceiro ruivo.

Em aproximadamente doze minutos o detetive mais experiente e o novato chegaram à cena do crime. A equipe de legistas examinava o corpo, que em breve seria levado para o IML para que a autópsia fosse feita – embora o facão enfiado na carne da moça deixasse bem óbvio a causa da morte.

Rossi e Clark se aproximaram do cadáver estirado no chão, evitando pisar o rastro de sangue já seco. O legista chefe, Mark Moritz, um sujeito loiro e alto de descendência alemã, se ergueu retirando as luvas azuladas e ficou frente a frente com Rossi – ele era apenas alguns centímetros mais alto que o detetive. Moritz deixou Rossi e Clark a par do que já tinham concluído.

– Sinais de fuga e de luta; ela está suada, sinais de que correu; seus tênis um tipo de barro encontrado naquele solo – ele apontou para as árvores da qual a linha de sangue saia. –; há arranhões pelo corpo, principalmente braços, ombros, pescoço e rosto, feitos provavelmente por galhos de árvores enquanto fugia em meio às árvores naquela direção. – ele voltou a gesticular na direção das árvores. – O facão claramente foi a arma do crime, uma única facada entre os olhos, no osso nasal, literalmente, atravessado o crânio: a ponta lâmina saiu pelo outro lado

– Nosso assassino obviamente é alguém com bastante forte. – observou Rossi.

– Não apenas forte como astuto. – comentou o legista chefe antes de continuar relatando. – Ademais da facada fatal a arma também foi utilizada para fazer um corte do ombro até a ponta do dedo médio direitos, além de outros pequenos cortes pelo corpo.

– Continue. – disse Rossi após uma pausa de Moritz.

– A bolsa da vítima foi encontrada a 500 metros daqui, o que indica que ela ou a deixou cair ou a abandonou no momento em que percebeu que era melhor correr. A identificamos como Marly Reinald, sem celular. Por enquanto é só.

– Obrigado Moritz. – ambos se cumprimentaram com um gesto com a cabeça e Rossi seguiu até o corpo, com Clark atrás de si. Naquele momento os outros dois legistas já haviam se retirado por um momento. O detetive mais experiente se agachou, retirou uma luva do bolso do sobretudo e a colocou, em seguida passou a analisar o cadáver. Ao mexer no casaco da vítima, teve uma surpresa. – Ora... o que temos aqui?

– O que foi? – Clark ajoelhou sobre o joelho direito para ficar na altura de Rossi e perto do cadáver.

Rossi retirou da parte interna do casaco uma rosa Osíria coberta por respingos de sangue e um pequeno cartãozinho cujas letras aparentavam ter sido escritas com sangue. Após ler o cartão, uma expressão de seriedade tomou conta de seu semblante; ele passou para o parceiro ler. Clark demonstrou uma face de confusão.

Marly Reinald.

16 – 16

2 – 8 – 4

Não deixe o medo e o pânico eu percorrem suas veias lhe atrapalhar

Cuidado ao correr om esses sentimentos dentro de ti...

Você pode tropeçar.

Apenas não de assuste com a bizarrice a sua frente,

E se ficar assustada...

Basta não olhar.

– “Catrino”

– O que isso significa? – indagou Clark.

– É um código. – respondeu Rossi se levantando, seguido do parceiro. Ele suspirou pesadamente. Ele fez uma dedução que desejou estar errado: aquele era o começo de uma onda de crimes de um novo Serial Killer. Realmente ele queria estar enganado, muito, muito enganado. – Bom... e lá vamos nós de novo.


Notas Finais


Feliz Natal atrasado e um próspero ano novo adiantado XD <3

~~le eu aqui lembrando que essa hora ano passado RNT-K estava com 19, 20 capítulos e agora RNT-D tá com... esse é o 5 ou o 6?


No Próximo Capítulo:
"...os dois detetives continuaram suas pesquisas enquanto aguardavam a chegada do marido da vítima, o que não tardou muito. Em pouco tempo eles estavam interrogando o marido, tentando descobrir mais detalhes..."

"...um sonido vindo de seu celular indicou a chegada de uma mensagem. O rapaz se levantou e se dirigiu até o local onde o aparelho se encontrava, ao pegar, se deparou com um número desconhecido e a mensagens contendo apenas um nome e sobrenome..."

"...de repente... os soluços cessaram. O ruído de botas batendo contra o chão em pisadas firmes, fortes, indicando autoridade, ecoou pelo sinistro corredor. Algum tempo depois, mais pares de botas vieram. O homem a quem as primeiras passadas pertenciam se aproximou seguido de mais cinco, todos carregado uma caixa cada...'

"...sem que percebesse, ela chorava. Lágrimas deslizavam suavemente por suas bochechas até o queixo, onde tinham a ousadia irem adiante e caírem em seu peito..."

"...uma faca foi retirada com habilidade de um cinto na coxa da de cabelos brancos e voou em direção ao meio da testa do homem, o deixando vivo apenas dois segundos antes de morrer..."

Bônus porque tô boazinha - Natal

"– Minha liberdade está próxima, bem próxima. – disse entre gargalhadas sarcásticas..."




Por que tantos "No Próximo Capítulo"?
Por que ele vai ser enorme e complexo ÒuÓ

Até non sei quando cambada \o


Ah, e alguma teoria?


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