História Roubada Por Um Anjo - Capitolo diciannove - Lembranças e confissões

Londres, Inglaterra – 15 de janeiro de 2010, 05:45 PM

Emma e Nina estavam em casa, mais precisamente na cozinha que àquela hora estava imunda de farinha para tudo quanto era canto e as duas mulheres também não escaparam da sujeira, elas tinham farinha de trigo até dentro da calça, elas tinham farinha em todas as partes possíveis do corpo, até dos impossíveis. Elas davam risadas como duas idiotas, mas elas não se importavam com isso, elas nem se lembravam mais a última vez que resolveram fazer um bolo e acabaram sujas daquele jeito, e era muito bom relembrar aqueles momentos.
Elas naquele momento se encontravam largadas no chão atrás da bancada da cozinha, se recuperando de mais um de vários ataques de risos.
- Ok, o que aconteceu aqui? – Emilly falou abismada ao chegar na casa e ver aquela zorra na cozinha.
- Emii, oii – Emma e Nina levantaram do chão, Emma estava feliz demais para o gosto de Emilly.
- O furacão Katrina resolveu fez uma visitinha por aqui? Ei você. – apontou para Nina – Tu drogo ela? – apontou para Emma em seguida.
As duas atrás do balcão deram risada, e Emma foi até Emilly e praticamente se jogou em cima dela.
- Emi, nós só estamos fazendo um bolo.
- E fazer essa baderna foi necessário? – Emilly fez careta para Emma.
- Emi, meu amor, você precisa aprender a se divertir.
- Eu sei me divertir, está parecendo que você está bêbada Em.
- Não, eu não to bêbada.
- Então fumou droga?!
- Não Emi. Para de reclamar parece uma vovozinha reclamona.
- Emma!
- Ta Emi, bom essa é a minha prima Nina. Nina essa é minha melhor amiga Emilly.
Emilly sorriu de canto e deu um leve aceno com a mão para Nina.
- Emi, você e Nina vão se dar bem, amam balada, homem, muita bebida e homens.
- É o que vamos ver.
- Bom eu a um tempo parei com as farras nos finais de semana por algumas circunstâncias, mas quem sabe eu volte.
Nina mesmo se lembrando do ocorrido não se deixou abater, sorrindo, em alguma oportunidade ela iria desabafar com Emma e dispensar parte de sua dor.
- Com o tempo veremos como será nossa amizade. – Emilly falou gesticulando em direção de si mesma e de Nina. 
Emilly era meio dura na queda, queria novas amizades, mas a pessoa tinha que provar que ela poderia confiar.
- Que tal assistirmos a um filme? – Emma propôs.
- Por mim tudo bem! – Nina falou bem feliz.
- Por mim também, mas antes vocês duas vão arrumar essa bagunça, souberam fazer, saberão limpar sozinhas.  
Emma e Nina tentaram limpar toda aquela farinha na cozinha no menor tempo possível, assim que terminaram tomaram um banho rapidamente, e quando desceram já estava tudo pronto para a sessão pipoca começar. E o filme escolhido não era nada mais nada menos o que um filme de comedia romântica, o que Emilly detestava a não ser quando o seu estado amoroso estava indo muito bem.
- Comedia romântica Emi?
- O que que tem, as vezes tenho que dar uma chance a esses filmes idiotas de tão clichês.
- Ta mentindo. Você só assiste a esses filmes quando está apaixonada. – Emma cruzou os braços na altura dos seios, esperando a amiga desembuchar.
- Ok. Eu e o Sean voltamos a nos ver. Estamos saindo a mais ou menos duas semanas.
- Aí Emi, eu fico tão feliz por vocês, Sean é um cara demais. Achei uma grande burrice vocês terem rompido o relacionamento por conta do meu sequestro. – Emma se jogou ao lado da amiga no sofá.
Emma então sentiu o clima ficar tenso e pesado, lá vai ela novamente tocar naquele assunto como se tivesse sido a coisa mais normal do mundo.
- Bom, mas pela segunda ou terceira vez estamos juntos e acho que dessa vez é para valer. – Emilly deu um sorriso para Emma.
- Acho bom mesmo, não quero ter de dar um esporro em vocês dois, dizendo o quão casal lindo vocês formam, vocês são inteligentes suficiente para saber que são perfeitos um para o outro.
- É nós sabemos... eu o amo muito.
- Certo, agora vamos assistir ao filme.
Ao chegar mais ou menos na metade do filme Emma desejava ter a vida de uma daquelas personagens, que se apaixonar era fácil e passar a vida ao lado da pessoa amada era possível, mesmo coisas erradas terem acontecido.
Emma com raiva se levantou do sofá e correu para o seu quarto, deixando Emilly e Nina confusas.
Emma estava deitada agarrada a um travesseiro em sua cama, ela desejava tanto que o amor fosse fácil como era na maioria dos filmes, bem que a maioria diz que se apaixonar era roubada.
A porta do quarto foi aberta e Emma observou Nina adentrar o quarto e se sentar ao seu lado na cama, Emma aproveitou e deitou a cabeça no colo da prima que começou a fazer carinho nos cabelos de Emma.
- Por que os filmes passam a imagem de que é tão fácil amar, fácil de encontrar o amor verdadeiro? Sendo que é uma bosta. – Nina deu uma risada fraca.
- Porque elas querem que você acredite no amor verdadeiro, querem que você abra os olhos e veja que ele pode estar ali bem ao seu lado te esperando abrir os olhos e principalmente o coração para recebe-lo como seu novo grande amor. – Meio segundo se passou.
- Eu pensava que o Caleb era o meu amor verdadeiro, que eu era realmente apaixonada por ele...passamos a morar juntos, o que foi uma burrada parando para pensar agora, e então ele me traiu...mais uma magoa, mais uma traição, mais uma ilusão e não paixão.
“Na noite de halloween, Emi saiu com o Sean, ela queria que eu fosse com eles, mas não estava no clima...Horas depois escuto uma batida na porta, era um cara bem gato fantasiado de cupido, e esse cupido me sequestrou...fiquei apavorada no início, com medo de morrer...ele me sequestrou acertando uma de suas flechas em meu coração sem que eu sequer percebesse...pode parecer estranho e maluco... eu fui roubada por um anjo Nina.
Nina estava incapaz de opinar sobre aquela história de Emma, então era melhor em outra hora Nina parar para pensar naquilo e tentar entender toda aquela loucura.
- Ah um tempo atrás conheci um cara na faculdade chamado Deni. Viramos amigos, daqueles que fazem praticamente tudo juntos... acabamos nos apaixonando e começamos a namorar, meus pais o adoravam... um ano depois quando eu cheguei em casa da faculdade com o coração apertado o dia inteiro sem saber o porquê, a irmã do Deni estava em casa. (Emma escutava Nina atentamente) minha mãe chorava, eu estava ainda mais angustiada, porque sabia que eu receberia uma notícia muito ruim. (Lagrimas já escorriam por suas bochechas) então ela me contou que ele havia sofrido um acidente de carro, o resgataram ainda com vida, mas ele não resistiu e morreu assim que chegou ao hospital.
- Nina eu sinto tanto. – ela sorriu em meio as lagrimas.
- Ele era tudo para mim, mesmo depois de um ano a dor ainda é presente, mas eu tento, eu luto par lidar com ela.
Emma se sentou e Nina deitou na barriga da prima, tentando fazer com eu o choro não se aprofundasse mais, lagrimas também desciam dos olhos de Emma, por ser egoísta ao ponto de se imaginar no lugar da prima, ela perdendo Niall para sempre, mas aquilo era inevitável.