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História Route to Murder - It's all about soju and beer


Escrita por: yewoon

Notas do Autor


Olá meus amoresss <33
Olha só, consegui postar certinho uma semana depois, hein? Obrigada pelos 20 favoritos, apesar de ser "pouco", já significa muito para mim que tenha gente interessada e acompanhando RTM <33
Estou me esforçando muito e já tenho quase tudo planejado para QUASE todos os capítulos, então espero que eu continue impressionando vocês aksjkajs
Eu voltei às aulas, então é provável que eu demore um pouco mais para postar, principalmente no final de Agosto, que terei provas trimestrais, mas prometo adiantar o máximo possível para não deixar aqui só às moscas (que nem eu faço com outras fanfics, não é msm, Hye? ;-; juro que ainda tomo vergonha na cara)

Enfim, boa leitura! <33

Capítulo 5 - It's all about soju and beer


Fanfic / Fanfiction Route to Murder - It's all about soju and beer

Seokjin P.O.V

 

— Tudo bem por aí? — O homem de jaleco perguntou, e eu assenti. Namjoon se virou para fitá-lo, mas permaneceu em silêncio. Suas mãos estavam fechadas por cima do colo, como se estivesse preocupado com alguma coisa. 

Por algum motivo, estar naquele hospital me dava uma sensação estranha; provavelmente mais alguma coisa de meu passado que eu não lembraria tão cedo. 

— Notícias ruins? — Perguntei, dando um sorriso amarelo, prevendo aquilo apenas pela expressão impassível e séria do médico que antes sorria. Afinal, pior do que ser incriminado de um assassinato e espancado na mesma noite não era.

Para a minha não surpresa, o mais velho assentiu e se aproximou da maca, apoiando uma das mãos na placa perto de meus pés. — Sua cabeça ainda dói? — Fiz que sim, e ele suspirou como se já esperasse. — Você sofreu uma concussão cerebral. A concussão é uma lesão que afeta todas as zonas do cérebro e que altera temporariamente as suas funções normais, como memória, concentração ou equilíbrio, por exemplo. Porém, todas as concussões cerebrais provocam pequenas lesões no cérebro, então podem provocar o desenvolvimento de sequelas como epilepsia ou...perda de memória. — Ele fez uma pausa para inspirar profundamente, e tirou os olhos da prancheta para olhar para mim. — Como é o seu caso.

— E até quando ele vai ficar assim? Digo, quando ele vai recuperar as memórias? — Namjoon perguntou, e nós dois olhamos para o de jaleco.

— É difícil dizer. Não se sabe a data certa da pancada, o que me leva a deduzir que ele não foi levado ao hospital quando aconteceu. — Voltou a me olhar. — Não foi grave o suficiente para afetar sua fala e equilíbrio, por exemplo, mas foi bem séria. De qualquer forma, ainda não sabemos se haverá mais sequelas, mas elas podem ir sumindo com o tempo. O que significa que ele provavelmente terá uma recuperação lenta. — Disse, e Namjoon revirou os olhos, mas o médico o ignorou. — Além disso, os sintomas podem e vão piorar.

— Que sintomas? — Franzi o cenho.

— Dor de cabeça, tontura, náuseas, cansaço, insônia. Tudo vai depender de como o seu organismo reage à concussão. E quanto à sua mão, recomendo que você faça curativos diariamente. O corte é bem fundo e pode infeccionar mais ainda. Estamos entendidos? — Tentei processar tudo o que ele havia dito, mas apenas assenti e ele sorriu, se aproximando para dar batidinhas leves em meu ombro. — Não vou pedir que você fique em observação, mas é bom repousar. Se a dor de cabeça se intensificar, volte e eu te passarei um remédio. 

E então ele saiu, me deixando novamente sozinho com Namjoon.

Passei a mão pelo rosto, esfregando os olhos. Estava cansado de tudo; cansado de não conhecer nem a mim mesmo. 

Ouvi o loiro bufando, mas não dei atenção. O olhei pelo canto dos olhos, ainda com as mãos cobrindo meu rosto. Estava com os braços cruzados e as pernas abertas, olhava para o chão. Permanecemos em silêncio por pelo menos uns quinze minutos, o único tempo que tinha tido desde que chegara em Seul para descansar de verdade — ainda que fosse um pouco desconfortável ficar perto do loiro depois de tudo o que havia acontecido, mas com certeza era melhor do que dormir naquela "cama" dura e pequena da cadeia. 

— Então, vamos? — Se pronunciou de repente, pousando as mãos nas pernas para se levantar. O olhei confuso. "Vamos" pra onde?

Decidi não questionar, então apenas me levantei, cambaleando um pouco — por causa da famosa tontura —, mas Namjoon nem percebeu. Ele apenas caminhou para a porta, e eu o segui.

— Podemos simplesmente ir embora assim? — Perguntei, um pouco desconfiado, enquanto atravessávamos o corredor em direção à uma das portas de entrada. Ele me olhou com a expressão mais óbvia do mundo, então mais uma vez revirei os olhos e dei os ombros.

Quando nos aproximamos do carro, dei a volta por ele para entrar pela porta do passageiro, e percebi que Namjoon me encarava friamente antes de abrir o carro. Entrei antes dele, e ele fechou a porta com força quando entrou. 

Senti um arrepio percorrer minha espinha, junto com um mau pressentimento. 

— Bem, parece que sua história realmente bate. — Começou, me olhando pelo canto dos olhos. — Mas se eu descobrir que você está metido naquele assassinato de alguma forma, eu vou te matar. — Disse simplesmente, e percebi que ele não demonstrava nenhum sinal que me fizesse pensar que ele estava blefando. Ele realmente iria me matar se não encontrássemos o verdadeiro assassino. — E é bom você começar a tentar se lembrar logo do que aconteceu.

Não respondi, apenas encostei a cabeça na janela e fechei os olhos, nervoso. Toda vez que eu tentava me lembrar de algo minha cabeça latejava e minha mente ficava em branco. Era como se tivessem me restaurado do zero. 

Nós continuamos em silêncio por um tempo, e para ser sincero, era melhor do que ouvir ameaças o tempo todo. Desde que eu saí da delegacia estava com um sentimento estranho dentro de mim. E se eu tivesse matado alguém e nem me lembrasse? Como eu podia ter certeza de que o Seokjin do qual eu não me lembrava não tinha matado ninguém?

Mordi os lábios, um pouco inquieto. — Pode pelo menos me dizer por que estava procurando por mim quando desceu do trem? — Me senti surpreso com a pergunta súbita e meneei levemente a cabeça, pousando meus olhos em seu pescoço, distraído.

— Ah...quando eu acordei, eu já estava em uma estação de trem. Eu não sabia onde estava e nem por que, mas um cara me deu uma passagem e um papel com o seu nome. — Expliquei, contorcendo um pouco o rosto em uma careta. — Pensei que conhecesse você ou algo do tipo, e que pudesse me explicar o que estava acontecendo, mas...acho que não é o caso. — Suspirei.

— Um cara? — Ele arqueou uma das sobrancelhas em suspeita. — Você lembra do rosto dele? 

— A-Acho que sim... — Respondi, inseguro, e tentei me lembrar. Assim que a imagem do homem me veio à cabeça, soltei um "ah!" espontâneo, e voltei meu olhar para o loiro. — Acho que ele era um morador de rua. — Murmurei, me lembrando do momento em que o tal homem havia me entregado o bilhete. Ele usava várias roupas sujas, quase todas rasgadas, e seu cabelo e barba eram compridos, um pouco grisalhos. 

— Certo...então vamos encontrá-lo. — Ele disse como se fosse a coisa mais fácil do mundo, sem tirar os olhos do volante e dos semáforos, e eu arregalei os olhos. 

Como diabos ele pretendia encontrar um morador de rua "específico" em toda a Coréia?

— M-Mas eu nem sei onde eu estava antes de vir pra cá. — Protestei, confuso.

— Ainda temos a sua passagem. — Ele respondeu, e eu balancei a cabeça, em afirmação. Mesmo assim, pensei, será difícil encontrá-lo.  

Minha barriga roncou de repente, e eu a pressionei com as mãos, envergonhado. Namjoon me olhou como se eu fosse uma criança de sete anos, e riu. 

— Por que não disse que estava com fome? 

— Eu não estou. — Neguei, sério. Minha barriga roncou de novo e Namjoon franziu o cenho, com um sorrisinho debochado. Meu deus, que idiota.

Ele mais uma vez colocou as mãos no volante e não proferiu mais nenhuma palavra até chegarmos no que parecia ser uma lanchonete. Estacionou o carro no pequeno estacionamento e saiu, sem mais nem menos, já entrando no estabelecimento.

Quis dizer alguma coisa, mas as palavras não saíam de minha boca. O segui até uma mesa, e percebi que algumas pessoas me olhavam um pouco assustadas, outras provavelmente com pena. Apesar de ter acertado Namjoon, o roxo em seu rosto era quase imperceptível. Me senti exposto e vulnerável, e não pude deixar de pensar em como os olhares dessas mesmas pessoas seriam se soubessem que eu supostamente matei alguém. 

Me sentei em um dos bancos estofados e compridos da mesa, de frente para Namjoon. —  Eu disse que não estava com fome. —  Insisti, meio enjoado.

—  Você claramente está com fome. —  Rebateu, sem me olhar.

—  Não tenho como pagar. —  Praticamente apenas movi a boca, olhando para as pessoas e funcionários que passavam por nós, um pouco envergonhado. Não carregava dinheiro nenhum comigo, muito menos uma carteira. Não tinha documentos, nada. 

Ele finalmente prestou atenção em mim, desviando o olhar para o meu. Ele poderia intimidar qualquer um com aquele olhar fatídico. 

— Estou me fodendo pro seu orgulho. Morrer de fome você não vai, não até encontrarmos o que estamos procurando. — Deu de ombros, pegando dois cardápios e passando um para mim. A minha vontade de levantar dali e ir embora era imensa, mas eu não tinha para onde correr. Ele provavelmente colocaria algemas em meu pulsos e eu seria condenado por um crime que não cometi. 

Quase não toquei na comida quando meu hambúrguer chegou, e nem foi por estar ciente de aquilo não era nem um pouco saudável. Estava com fome, mas não tinha vontade de comer.

Namjoon já estava na metade de seu lanche, e levantou os olhos para mim, percebendo que eu não estava comendo. Ele suspirou. 

— Você está magro, e pálido. Provavelmente ficou alguns dias sem comer. — Ele disse, dando mais uma mordida no hambúrguer. Dava pra ver o queijo derretido escorrendo nos guardanapos que ele usava para segurá-lo. — Não precisa se preocupar com o dinheiro. Isso não é importante. — Ajeitou a postura, e seu tom era tão tranquilo que nem parecia a mesma pessoa. Ele ficou me olhando, provavelmente esperando que eu começasse a comer, e dei uma mordida, me forçando a comer mais por necessidade. 

— Você realmente ia pular daquele prédio ontem? — Ele perguntou enquanto eu tomava um gole do refrigerante, e quase engasguei. Não achava que aquele era um assunto para se discutir no meio de uma lanchonete.

— Você realmente ia me matar? — Provoquei, o que arrancou um sorriso fino dele, e meu também. 

Nós saímos da lanchonete e voltamos para o carro assim que eu terminei de comer, e até me surpreendi pelo Kim não ter perdido a paciência ou coisa do tipo enquanto me esperava. Na verdade, ele ficou apenas mexendo no celular, provavelmente conversando com alguém, porque não parava de digitar um segundo, mas não ousei perguntar.

— Quantos anos você tem? — Perguntei assim que sentei no banco de couro, e notei que o pegara de surpresa, já que a pergunta tinha sido tão aleatória. 

— Por que quer saber?

— Porque você fica me chamando de "garoto" o tempo todo. Mas não acho que seja tão mais velho. — Abri um meio sorriso, gemendo um pouco ao tentar abrir mais os meus olhos. Aqueles machucados provavelmente não sumiriam tão cedo.

— Não acho que isso importe. — Resmungou. 

— Eu acho. — Insisti.

Ele acabou não me dizendo, então peguei a carteira de identidade presa no espelho do motorista — eu demorei um pouco para perceber que ela estava ali. Li a data de nascimento, abrindo um sorriso que provavelmente seria maior se meu rosto inteiro não latejasse.

— Você é de 1992! Parece que sou seu hyung. — Ele tentou pegar a pequena carteira de plástico de mim, mas não deixei, então ele resmungou e deu de ombros. Setembro...não estávamos em setembro? — Que dia é hoje? 

Ele apertou um botão qualquer no celular que estava em seu colo, acendendo a tela. — Doze de setembro.

— É seu aniversário. 

— E daí?

— Parabéns. — Praticamente sussurrei, um pouco surpreso com aquela coincidência, sem saber muito o que dizer. Namjoon assentiu por educação, mas não respondeu. — Pra onde estamos indo?

— Minha casa. — Ele era mais direto do que eu esperava, como se eu o estivesse incomodando só de estar ali.

— A gente não ia procurar o cara da estação?

— E nós vamos, mas preciso falar com Yoongi antes. Tenho trabalho a fazer, não posso simplesmente sair de Seul sem mais nem menos. — O loiro respondeu, e percebi que ele parecia mais calmo do que antes, o que me aliviou um pouco. Não sabia de quem ele estava falando, ou não me recordava, mas deduzi que era um dos policiais que estava com ele na noite anterior.

Então a memória dessa noite me veio à tona, e lembrei da cena do acidente. Não sabia o que tinha acontecido com os policiais que estavam na viatura, mas esperava que estivessem bem, principalmente o platinado, que provavelmente estava com o pescoço machucado agora. Bem, pior do que eu ele com certeza não está, disse a mim mesmo. 

Me mantive em silêncio pelos próximos quinze minutos, mas me assustei ao olhar para ele e ver um filete de sangue escorrer pelo seu ouvido. — O seu ouvido...tá sangrando. — Avisei, com a voz um pouco trêmula. Queria perguntar se estava tudo bem, mas me contive. 

Ele me olhou um pouco confuso e então encostou a ponta dos dedos na orelha, verificando depois os dedos manchados pelo vermelho de seu próprio sangue. 

— Merda...de novo. — Ele resmungou, procurando alguma coisa no suporte que tinha do lado da porta. Quando ele finalmente encontrou lenços de papel, encostou o carro e limpou o sangue que escorria pela lateral de sua cabeça, soltando um gemido.

Não perguntei o que tinha acontecido, porque achei que não fosse a melhor hora para aquilo, embora eu estivesse curioso.

Ele ligou para o tal Yoongi antes de dar partida no carro mais uma vez, pedindo que ele e um tal de Jungkook fossem para a sua casa. Me senti um pouco nervoso com a ideia de ficar perto dos três, até porque o único que acreditava em mim ali era Namjoon, e provavelmente não era por vontade própria.

Quando chegamos no que deduzi ser o prédio em que ele morava, fiquei um pouco impressionado. Não era um apartamento na cobertura, nem nada luxuoso, mas parecia ser de fato um lugar bom. Ele abriu a porta do apartamento, e entrei um pouco hesitante. Era até que bem arrumado e bem...másculo, como esperado dele. Ainda assim, a ideia de ficar ali com ele era estranha. Provavelmente ele me mandaria ficar em algum hotel ou coisa do tipo, então assim eu ficava menos preocupado.

Fiquei perto da porta quando ele também entrou, e já começando a caminhar pelo corredor sem mim, ele virou a cabeça, revirou os olhos e me chamou.

No meio da sala, tinha um quadro enorme, cheio de fotos, anotações, recortes de revistas e jornais e tachinhas coloridas com fios que ligavam os objetos pendurados entre si. Ele provavelmente tinha feito tudo aquilo por conta própria, e era incrível que levasse o trabalho a sério a esse ponto. Eu me perguntava o que o fez escolher a carreira de policial. Queria saber que ramo eu seguia também. 

O segui até um quarto, que por sinal era bem espaçoso. Eu ri nasalmente, pensando que aquela casa não podia ser mais a cara dele. 

— Vou te emprestar uma muda de roupas, então vá tomar um banho. — Assenti, e ele abriu o armário, enfiando a cabeça lá dentro.

De repente me senti tonto, e tive que me sentar na cama para não cair. Minha cabeça começou a doer novamente, e minha respiração ficou ofegante por um breve momento.

"Jin, Jin!", uma voz repetia na minha cabeça, seguida por risadas. Provavelmente alguma memória.

Voltei à mim mesmo quando ouvi Namjoon repetir meu nome várias vezes, tocando no meu ombro. Dei um sorriso amarelo e me desculpei.

— Ok, pegue essas roupas. O banheiro fica de frente pro quarto, Seokjin. 

— Jin.

— O que?

— Me chame de Jin. — Pedi, quase sorrindo, e peguei as roupas de suas mãos. Nem esperei que ele falasse alguma coisa e fui direto para o banheiro, nervoso.

Eu mal conseguia me olhar no espelho quando tirei as roupas sujas e manchadas de sangue que eu usava, tendo que encarar todas aquelas marcas em meu corpo. Meu rosto estava mesmo horrível, e meu peito e braços estavam cobertos por arranhões e marcas arroxeadas, e tinha certeza de que a maior parte deles não fora causada pelo Kim. 

Liguei o chuveiro e me coloquei debaixo dele, sentindo a água quente cair em meus ombros e escorrer pelo resto do corpo, queimando a pele onde estava machucado. Passei as mãos pelo rosto, gemendo pela dor que senti tanto nele quanto no corte em minha mão, mas mesmo assim continuando na mesma posição. Eu tinha tantas coisas a pensar, mesmo não sabendo de nada.

 

Namjoon P.O.V

 

Assim que Seokjin entrou no banheiro, saí do quarto e fui até a sala, me sentando no sofá, com os braços esticados sobre a parte almofadada atrás de mim, depois de alargar um pouco o nó da gravata.

Eu simplesmente não sabia o que fazer, então apenas fiquei sentado ali, esperando o tempo passar, apenas lendo as mensagens de Yoongi avisando que provavelmente iria se "atrasar" um pouco, embora nem tivéssemos estipulado um horário. 

Não demorou muito para Jin sair do banho, e quando saiu, estava vestindo as minhas roupas. Uma calça jeans meio rasgada e uma camiseta branca; eu não tinha muito tempo para usar roupas mais casuais, então não me importava se ele as pegasse emprestado por uns dias. 

O de cabelos castanhos se aproximou de mim, e ajeitei minha postura no sofá, dando lugar para que ele se sentasse, pelo menos uns trinta centímetros afastado de mim. Ainda estava tentando entender o que se passava na cabeça dele, mas tudo bem, porque aquela não era a melhor hora para tentar uma aproximação, e não era como se ele fosse meu convidado, amigo ou qualquer outra coisa. 

— O que aconteceu com o seu ouvido? — O moreno quebrou o silêncio que perdurava entre nós, pendendo a cabeça para o lado. 

— Começou a sangrar ontem, depois da explosão. — Respondi, não muito interessado em falar sobre aquilo. — Mas não é nada demais. — Suspirei.

— Você devia ir ao médico. — Ele disse e eu dispensei seu "discursinho" com a mão. Ele bufou. — Você pode ficar surdo. 

Não dei muita importância, até porque tinha certeza de que realmente não era nada demais. Meu tímpano apenas havai ficado um pouco machucado devido à explosão, não era como se eu estivesse tendo tonturas ou ouvindo zumbidos, coisas que normalmente indicavam uma situação mais grave.
 

A campainha tocou e logo deduzi que era Yoongi, então pedi que Jin ficasse no sofá e levantei para abrir a porta. Quando eu a abri, fiquei sem reação.

Yoongi estava acompanhado por Hoseok e Jungkook, e os dois primeiros carregavam sacolas com o que suspeitei ser bebidas e o mais novo tinha uma caixa pequena e vermelha em mãos, e quase fui cegado pelo seu sorriso brilhante.

— O que é tudo isso? E por que o Hoseok está aqui? — Perguntei sem entender porra nenhuma, e Hoseok colocou a mão no peito, parecendo ofendido, o que fez Jungkook rir.

— Como assim "o que é tudo isso"? A gente veio comemorar seu aniversário, Namjoon. — Yoongi explicou, levantando as sacolas parecendo orgulhoso e animado enquanto sorria com um sorriso gengival. — Vai, vai, sai da frente. Essa merda tá pesada. — Me empurrou com o braço para que eu saísse da frente e lhe desse passagem, assim também dando passagem para que os outros dois entrassem. Então o Min colocou as sacolas no chão, e percebi que Seokjin andava em nossa direção. O platinado levantou os olhos, e ele pareceu demorar uns cinco segundos para processar a informação. — Mas que porra é essa, Namjoon? Quando você disse que tinha alguém aqui eu tava esperando uma stripper! — Protestou, decepcionado.

— Cala a boca, Min. — Retruquei, trancando a porta. — Eu não chamei vocês aqui por causa disso. 

Hoseok andou até a cozinha e colocou as sacolas que carregava em cima da bancada, voltando então para nós. Ele olhou para Yoongi com um olhar repreensor, mas o mesmo nem ligou.

— Espera, por que ele 'tá aqui? — O platinado perguntou, olhando com uma expressão indecifrável para Jin, que sorriu torto. — Não foi ele que quase nos matou num acidente ontem? — Resmungou, com os olhos semicerrados. 

Eu respirei fundo e levei todos para a sala. Jin se sentou do meu lado e os outros três ficaram de frente para nós, Yoongi ainda olhava para ele desconfiado, e Jungkook não parecia muito diferente. Ele continuava segurando a caixa vermelha, e eu ri abafado.

— Jungkook, o que é isso?

— Ah! Feliz aniversário, hyung. — Ele se inclinou para frente e me estendeu a caixa, e eu a peguei, sorrindo. A abri e vi que era um relógio, muito bonito por sinal, e presumi que fosse um presente dos três. Seokjin observava a cena toda em silêncio. 

— Obrigado. Vocês não precisavam se preocupar com isso. — Agradeci, realmente feliz por terem se lembrado. Eu não era o tipo de pessoa que costumava comemorar aniversários, e não dava a mínima para eles, afinal, estava apenas adicionando mais um ano às minhas costas, mas de qualquer maneira, estava grato. Infelizmente, tínhamos assuntos mais sérios para tratar no momento. — Mas o real motivo por eu tê-los chamado é ele. — Apontei para Seokjin com minha cabeça, e ele fez uma breve reverência, ainda sentado, e os outros retribuíram. — Não acho que ele seja o assassino. 

— Namjoon... — Yoongi murmurou, em um tom de desaprovação. 

Jungkook e Hoseok estavam igualmente perdidos, então expliquei-os rapidamente sobre o que estava acontecendo, afinal os dois estavam trabalhando no mesmo caso.

— E por que você acha que ele é inocente? — Hoseok cruzou os braços. 

— Na noite do assassinato, o assassino cortou a mão em uma cerca. Ele praticamente a rasgou, mas o corte na mão de Seokjin foi feito por uma faca. — Expliquei. — Olhe, hyung. — Jin estendeu a mão para Hoseok, que sorriu para ele, com aquele jeito contagiante de sempre, e analisou a ferida em sua mão. 

— É...isso com certeza foi feito com uma faca. O corte é muito preciso. — Ele disse, dando de ombros.

Olhei para Jungkook, e vi que ele mexia nas próprias mãos. O mais novo também tinha machucado a mão, mas pelo o que o mesmo contou, o porta-malas havia "escorregado". A porta não chegou a bater, ou então sua mão provavelmente teria quebrado, mas por causa do peso agora sua mão estava coberta por uma mancha esverdeada.

— Mesmo assim, Namjoon, — Yoongi interveio. — eu mesmo conferi e as digitais são as mesmas. Ele pelo menos disse onde estava? Qualquer coisa?

— E-Eu...eu não me lembro de nada do que aconteceu antes de chegar em Seul. Eu perdi a memória.

Jungkook pareceu um pouco surpreso, mas não disse nada. Yoongi bufou.

— Certo, então ele perdeu a memória e as digitais dele são compatíveis, a única "prova" que você tem é sendo testemunha e mesmo assim você acredita que ele seja inocente. — Ironizou. — Onde você está com a cabeça?! — Yoongi praticamente gritou, depois rindo de deboche, e nesse mesmo momento Jin levantou cambaleando, provavelmente enjoado. Hoseok se levantou de prontidão, o ajudando a ir até o banheiro, e depois de deixá-lo, voltou até a sala sozinho. 

— Hyung, eu vou provar que ele é inocente. Seung permitiu que eu continuasse com o caso.

— Como é?

— Ela me deu dois meses. Eu preciso da ajuda de vocês...

— Namjoon! — Yoongi me interrompeu, irritado. — Você tem certeza do que está dizendo? Sabe que pode colocar tudo a perder. Por que está tão confiante sobre isso? Você o pegou, não foi? As provas estão bem na sua cara!

— Yoongi, ainda há uma pessoa desaparecida. Mesmo que ele seja preso, ainda precisamos dele para encontrá-la. 

Ele suspirou, e, depois de pensar um pouco, cedeu. — E do que você precisa?

Dei um meio sorriso. — Quero que descubram quem é ele. De onde ele vem, onde trabalha, onde estudou, tudo. Amanhã eu e ele vamos tentar procurar mais pistas, enquanto esperamos que ele recupere a memória.

Yoongi assentiu, parecendo perdido nos próprios pensamentos.

— Acho que seria bom vocês considerarem a ideia de terem um psicólogo forense na equipe. Pode ser útil, principalmente nesse caso. — Hoseok comentou. Ele era um dos mais inteligentes dali, senão o mais, então tudo o que ele dizia devia ser levado em consideração.

Assenti, com as mãos entrelaçadas sobre o meu colo e a cabeça baixa, pensativo. 

— E onde ele vai ficar? — Ouvi Jeon perguntar, e levantei a cabeça para olhá-lo.

— Aqui.

— Mas e se ele tentar alguma coisa, hyung? Não acha que ele pode tentar fugir ou te...matar de noite? — Falou baixinho.

— Eu sei, eu sei. Já pensei nisso, mas é ainda melhor do que deixá-lo sozinho, e não posso prendê-lo. — Estalei a língua. — Mas eu não sei por que, eu sinto como se ele não fosse fazer nada. Agora...é um pouco difícil pensar que ele possa ter realmente matado alguém. — Confessei.

— Meu Deus...eu preciso de uma cerveja. — Yoongi se levantou, desconcertado, e caminhou até a cozinha.

Ele voltou logo depois bebendo uma lata de cerveja, trazendo uma das sacolas consigo. — Só quero deixar claro que isso foi extremamente gay. E que você vai se foder muito se estiver errado, espero que saiba.

Ri com o seu comentário e peguei a cerveja que ele estendeu para mim. Seokjin não apareceu mais na sala, e pensei que ele talvez tivesse ido deitar por causa do enjoo.

Eu e os três que sobraram continuamos conversando sobre o caso, até que Yoongi ficou bêbado o suficiente para começar a falar besteira e Jungkook se oferecer para levá-lo até me casa.

— Como um cara com uma filha pequena pode ser tão irresponsável assim? — Perguntei ao Hoseok, que estava na porta, já pronto para ir embora também.

Ele riu.

— Yoongi é uma das coisas que não se deve nem procurar por uma explicação. — Ele respondeu, sorrindo, e foi embora.

Fechei a porta e caminhei até a sala, exausto, e Seokjin estava parado no corredor que levava para o resto do apartamento. 

— Tudo bem? — Perguntei, e ele assentiu, com um sorriso murcho. Sem saber muito o que fazer, ou se devia puxar assunto, peguei uma lata de cerveja e uma garrafa de soju e as estendi para ele. Ele acabou escolhendo o soju, então eu abri a lata, me sentindo satisfeito apenas por ouvir o barulho do lacre sendo aberto. — Acho que você pode dormir aqui no sofá. 

— Qualquer coisa é melhor do que a cama da cadeia. — Ele disse, com sarcasmo, e eu bebi um gole da bebida.

Ajudei-o a forrar o sofá com um lençol, e lhe dei também um travesseiro e um cobertor. Seokjin não falara muito comigo depois da visita dos outros, senão para perguntar uma coisa ou outra. 

Fui logo para o meu quarto e o deixei sozinho na sala. Meu sono era bem leve, então caso ele realmente fosse o assassino, ou se simplesmente quisesse fugir, tenho certeza de que me acordaria com o mínimo barulho. Além disso, é para esse tipo de situação que um policial tem sempre uma arma consigo.


Notas Finais


Esse foi um capítulo bem light, mas espero que tenham gostado? AOJSKAJSKAS
Se preparem que no próximo vocês provavelmente irão conhecer um novo personagem muito importante para a história <3

E aí? Já estão com teorias?
Será que o Jin realmente é inocente? E será que o Namjoon realmente confia nele?
Vocês já têm suas apostas de quem é o assassino? Ou é cedo demais? AKHSKASKAJS por favor comentem e digam o que acharam, aprecio mt saber a opinião de vocês :(

Beijinhos!


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