Katherine
Caminhava lentamente observando as famílias lanchando juntas, comendo rámen , “parecem ser tão felizes” , pensei enquanto via as crianças se divertindo com seus pais, era uma alegria contagiante.
Eu estava tão submersa em meus pensamentos que não notei um garoto vindo em minha direção e nos esbarramos.
Ele estava todo de preto exceto pelo cabelo rosa bebê, o boné que usava tapava seu rosto, e a única coisa que consegui ver eram seus lábios rosados.
-Desculpe-me – Disse ele num tom de voz tão baixo que quase não o ouvi e saiu apressado.
-Não foi nada – respondi ainda atordoada.
Continuei andando, tentando me estabilizar devido ao pequeno acidente que ocorrera antes. Logo minha cabeça foi ocupada por outros pensamentos , observava atentamente as vitrines, os olhares de curiosidade lançados sobre mim não me incomodavam mais.
Se passou um mês desde que me mudei para a Coreia do Sul , antes morava nos Estados Unidos, mais especificadamente em Oklahoma , Tulsa. Meu pai foi transferido para a filial na Coreia após criar um novo jogo de celular que gerou muito dinheiro a empresa, assim fui obrigada a vir junto com ele. Tenho 18 anos e uma viajem assim foi realmente algo não muito aceito de inicio, se afastar de todo uma vida, amigos, costumes para vir para um lugar extremamente diferente me causou muito medo, claro que não era completamente uma má ideia, pois eu realmente me interesso pela cultura , alguns meses antes da viajem estudei o básico da língua coreana para poder melhor me comunicar com as pessoas.
Enquanto andava passei por uma pequena loja de instrumentos musicais , avistando rapidamente um violão que me chamou muita atenção por ser em um tom metálico. Desde nova sempre me dei muito bem com musica e dança, fiz desde pequena cursos para melhorar minhas habilidades. Meu pai como um homem influente prometeu-me uma audição na JYP Entertainment assim que soube de sua transferência. Então aqui estou eu , andando pelas ruas da Seul me preparando psicologicamente para a audição de amanhã.
Subi os elevadores chegando em frente a porta, abri e entrei estava escuro e silencioso, o apartamento era grande o que me fazia sentir-me sozinha já que meu pai só voltava para casa tarde da noite. Peguei o celular que estava em meu bolso e lhe enviei uma mensagem.
Oi, vai vir jantar?
Alguns minutos depois recebi a sua resposta
Não, coma sem mim e vá para a cama. Amanhã você terá a audição, não se atrase.
Sorri secamente, “não sei por que ainda me importo”, pensei . Desde a morte da minha mãe aos meus 5 anos de idade ele mudou drasticamente, o trabalho foi colocado em primeiro lugar, não o culpo pois cada um lida com sua dor de uma maneira, e essa foi a dele. Fiz então o que ele disse e logo após comer fui deitar.
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