E o tigre suspirou. “O que você quer logo agora a essas horas, Kuroo Tetsurou?”. “Eu quero o Kenma, tigre, é isso o que eu quero”, respondi ao tigre de três olhos, que era mágico por sinal. “Muito bem.” O tigre murmura.
De repente aparece um Kenma coberto apenas por um lençol em meio a bagunça da cama. “O que é isso tigre?” pergunto envergonhado. “Eu leio os seus desejos de fora a dentro, Tetsurou...” respondeu o tigre saindo e dando um aceno com a pata.
– Kuroo-san... Venha... – chama Kenma como um gatinho travesso. Sinto um formigamento indevido.
Engatinho até Kenma e inalo o cheiro de seu pescoço, ele arrepia. Alcanço seus lábios e os selo com os meus. Ficando por cima dele, toco suas costas e acaricio sua pele branca. Ele suspira entre o beijo que comecei, sua língua tímida se encontra perfeitamente com a minha atrevida.
PI PI PI PI PI PIIIII
Acordo com o maldito despertador, bem no meio de um sonho tão bom... Nem percebi que a noite já tinha se passado em meio a meus sonhos loucos e mesmo muito realistas, tão realistas que acordei com um “presentinho” que tive que me livrar com água fria, logo de manhã.
Tomei café e fiz meinhas higienes apressadamente e caminhei rapidamente até a escola. Assim que vi Kenma, corei de imediato, relembrando o que se passou no sonho. Droga, não conseguia encará-lo normalmente.
– E aí, Kenma? – pergunto tentando disfarçar o rubor com as mãos, sem sucesso.
– Bom dia, Kuroo-san. Está com febre? – pergunta ele, colocando as mãos em minha testa, me fazendo ficar mais constrangido.
– Claro que não, você sabe, eu nunca fico doente – disse fazendo com que ele retirasse sua mão. Não deixava de ser verdade, eu raramente ficava doente. Tinha uma saúde de ferro, dizia minha mãe.
– Certo, vamos para a sala então – ele respondeu, seguindo em frente, eu fui logo atrás dele.
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Nas aulas, a única coisa que me lembro de pensar foi naquele sonho. Kenma e eu, nos beijando. Eu queria muito tornar aquilo realidade, mas como faria?
Pensei bastante em coisas que não tinham nada a ver com a aula. Pelo menos as semanas de prova já tinham se passado, e isso deixava o conteúdo mais leve por pelo menos uma semana, logo eu não teria muitos problemas em deixar de prestar atenção em algumas aulas.
Ao final de uma intensa reflexão cheguei à conclusão que seria coisa do momento, se eu arrumasse uma pequena brecha que fosse, eu aproveitaria essa chance. Basicamente, sentimentos não dependem nem um pouco da lógica, muitas vezes a contrariam.
O sinal bateu, e o intervalo começou. Fui seguindo meu instinto. Chamei Kenma para um local mais reservado e coloquei meus braços na parede, encurralando seu corpo. Ele se envergonhou, mas não fugiu, seus olhos pareciam mais alertas do que nunca, meu coração falhava uma batida.
Aproximei nossos rostos até nossas respirações se tornarem uma. Colei nossos lábios, a fim de acabar com aquela distância tentadora. Depositei longos selos em seus lábios finos, ouvi um suspiro de sua parte, meu coração disparava, tenso.
Pedi passagem para incluirmos a língua, demorou um pouco, mas fui finalmente atendido. Seu hálito de menta me inebriava. Sua língua não era tão tímida como no meu sonho, era curiosa, o que era ainda melhor.
Nossas bocas pareciam feitas uma para outra, preenchíamos nossas carências e desejos com um profundo beijo. Tivemos que parar para respirar, mas logo voltamos ao ritmo lento e praticamente perfeito. Sua boca era perfeita, seu hálito e cheiro que seus cabelos exalavam.
Falando naquele cabelo, e que cabelo, segurei em suas madeixas próximas a nuca, provocando-lhe arrepios, ele segurava em minhas costas suavemente, enquanto aprofundávamos o contato.
Quando nos separávamos, olhávamos um para o outro, como se víssemos o infinito em nossos olhares. Encostei nossas testas e ele suspirou mais uma vez. Nos beijamos incontáveis vezes naquele mesmo lugar.
Como resultado, quando os sinal bateu para voltarmos para sala, corremos atrapalhados de volta com os lábios inchados e os cabelos bagunçados, principalmente o dele. Estávamos ofegantes e corados, só não via quem não queria. Pobre Kenma que tentava disfarçar mas falhava miseravelmente, e só se atrapalhava mais, fofo.
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Voltei para casa com um sorriso maior que a boca, minha mãe desconfiou, mas obviamente eu não lhe contei nada. Compartilhei minha felicidade apenas com Bokuto, meu melhor amigo.
Como estava com tédio e já não aguentava mais ficar lembrando dos lábios de Kenma sem poder tê-los, fui jogar alguma coisa. Queria conversar mais com Kenma, contudo, a vergonha me afligia. Quando eu penso no que eu fiz, enterro a cabeça no travesseiro e lá, finjo que morri.
Será que ele gostou tanto quanto eu? Essa era a pergunta que martelava em minha cabeça. Bom, o que eu sei é que ele me correspondeu, e isso já me deixava satisfeito, pelo menos por enquanto.
Eu me encontrava viajando, quando meu celular avisa que uma mensagem chegou. Eu esperava ser o Kenma, mas quando vi quem era, logo me decepcionei. Era Koizumi Daiichi, uma pessoa da qual eu não gostava nem de mencionar.
KD: Olá Kuroo, ainda se lembra de mim?
Você: Infelizmente, o que quer Koizumi?
KD: Só vim te lembrar que ainda vou me vingar... :>
Você: É mesmo? Não ligo .-.
KD: Quando eu me vingar você vai ligar. Ainda lembro do que fez comigo...
Você: Cara, qual o seu problema? Eu só disse que não queria ficar contigo, respeita!
KD: Você me deu um fora, e isso doeu. Vou fazer doer ainda mais em você.
Você saiu da conversa.
O cara era o maior chato. A gente estudou junto por um ano e ele já achava que era meu melhor amigo. Mais tarde eu descobri que tudo o que ele queria era ficar comigo, então eu disse “não”, só isso, e ele insiste em querer “se vingar”. Não entendo o Koizumi, francamente, ele é bem idiota.
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Passei a noite em claro por um motivo que ainda não sei, talvez eu tenha suspeitas, apenas. Ao final da madrugada, dormi apenas duas horas. Acordei um bagaço. Levantei e fui ao colégio.
– Oi Kenma – cumprimentei.
– ... – Ele não disse nada e ficou com o rosto vermelho. Saiu correndo.
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