História Sasuke e Sakura - A História Nunca Contada (SasuSaku) - Diga sim

*SASUKE

Não sei o que aconteceu.
Bom, não exatamente. Lembro de algumas coisas, mas nada conclusivo.
Eu estava lá, parado na rua e então eu acordo semi-nu com Sakura dormindo em cima de mim.
Antes que eu perceba, estou mais uma vez passando a cena na minha cabeça...

O sol ainda estava nascendo e um pouco da sua claridade atravessava a janela de vidro, tornando alguns fios do cabelo de Sakura, dourados. Seus lábios estavam entreabertos e sua respiração era calma e sincronizada. Sua cabeça estava apoiada em meu peito, junto com seus cabelos bagunçados e então...
Foi aí que eu reparei que estávamos pele com pele. Consegui sentir a suavidade e a maciez da sua pele formigando em contato com a minha. A sua barriga estava na mesma altura da minha, então isso quer dizer que meu... Santo Hashirama. Não posso pensar nisso agora.
Imagino Sakura acordando e me vendo desse jeito. Meu peito afunda com o pensamento.
O cheiro de maçãs que emana dos seus cabelos me acalma e eu fixo meu olhar novamente em seu rosto.
Como nunca tinha reparado naquele sinal perto de sua boca?
Olhando para ela, pela primeira vez em muitos anos, me sinto seguro. Meu corpo relaxa a um nível que eu não sabia ser possível, e por um instante eu penso em dormir novamente, mas não sei quando teria a oportunidade de vê-la assim, tão relaxada e serena.
Só de pensar em todas as lágrimas que essa garota derramou por mim, as noites em claro pensando se eu estava bem, se perguntando se um dia eu iria voltar... Isso me faz ter uma raiva enorme de mim mesmo.
O que Sakura respondeu quando a mãe dela disse que ela devia ter noites muito difíceis para criar aquele remédio?
"Bom, sim. Tive noite bastante difíceis..."
E ela disse isso evitando meu olhar, mas pude ouvir a mágoa e a tristeza em sua voz.
Ela fez isso por que não conseguia dormir por causa de mim? Nunca pensei que minha saída de Konoha tivesse causado alguma mudança significativa na vida de alguém. Pelo jeito eu estava enganado.
Antes que eu perceba o que estou fazendo já é tarde de mais.
Minha mão está alisando o cabelo de Sakura o mais levemente possível.
Ela franze a testa antes de abrir um olho e eu retiro rapidamente minha mão de seus cabelos.
É tão linda acordada quanto dormindo.
Ela olha confusa para janela, e então se levanta em um pulo que eu achei especialmente sexy.
Ela olha novamente para janela, mas minha atenção estava desviada para outra coisa.
Ela está somente de calcinha e sutiã na minha frente.
Calcinha e sutiã brancos.
Arregalo os olhos, mas rapidamente me recomponho.
Nunca pensei que ela tivesse tantas curvas assim. Para uma garota magricela, ela até que se superou.
Ela tem seios medianos e a cintura fina, e tem uma barriga muito bonita também. Fico imaginando como seria beijar seu umbigo, ou se ela teria cócegas se eu a acariciasse.

- Ah!

Ela vê que eu estou olhando e fica de um vermelho adorável.
Adorável? Sério, Sasuke?
Ela pega suas roupas e um edredom e se cobre, correndo para as escadas. Acompanho sua corrida com os olhos e vejo que ela esqueceu de se cobrir a parte de atrás, e vejo em alto grau seu belo bumbum balançando.

A lembrança trás um prazer inesperado e não consigo me conter, solto um pequeno sorriso de satisfação.

- Do que você está rindo? - Sakura pergunta sentada no sofá.

Olho para ela e depois pro jornal que estava lendo.

- Eu não estou sorrindo. - respondo, não querendo revelar meus segredos.

Ela olha desconfiada para mim mais uma vez, e então afunda novamente no sofá. Hoje é sábado, e portanto é a folga de Sakura do hospital.
Mas ela não pode sair de casa por dois motivos.
Primeiro: Como eu tive uma crise de hipotermia ontem a noite, eu tenho que ficar de observação por 48 horas seguidas.
Segundo: Ontem teve a pior nevasca desde que as pessoas idosas se lembram. E essa nevasca causou uma barreira que ultrapassa nossa porta de entrada e as janelas também.
Não que isso fosse problema, Sakura poderia quebrar esse gelo todo com um peteleco, mas o motivo número um a impede de fazer isso. Então resumindo, estamos presos aqui.

Sakura é a pessoa mais imperativa que eu conheço, perdendo apenas para Naruto. Ela senta, depois levanta, vai até a estante, pega um livro e começa a ler. Depois de cinco minutos, ela deixa o livro de lado e pega agulhas de tricô, começando a tricotar, cinco minutos depois está novamente em pé procurando algo pra fazer.
Não achando mais nada que já não tenha feito, ela se afunda no sofá mais uma vez.
Ela olha pra mim, e eu continuo de olho no meu jornal. Não aguentando mais seu olhar em mim, abaixo meu jornal e meus olhos encontram os seus.

- O que foi? - pergunto um pouco ríspido demais.

Ela pisca uma, duas, três vezes antes de responder.

- O que? Ah, não é nada. - ela pega o livro que estava tentando ler e então morde o lábio inferior.
Me remexo desconfortável no meu lugar. Aquela mordida no lábio mexe comigo de uma forma sensacional. Engulo em seco e reparo em como minha boca está seca.
Sakura, alheia aos meus pensamentos, olha para mim, respira fundo e então começa a despejar palavras muito rápido.

- Então, eu não queria dormir em cima de você e nem nada assim, eu só estava tentando fazer com que seu corpo maravilhoso não congelasse até a morte e...ãn...Esqueça que eu disse que seu corpo seja maravilhoso, mas não que ele não seja, ele é. Não que eu tenha notado, é claro. - ela cora furiosamente e então respira fundo mais uma vez. - A questão é que eu não estava me aproveitando a situação, eu apenas estava tentando te salvar de uma morte prematura.

Olho para ela, tentando esconder meu divertimento. Por algum motivo, quero vencer essas discussão. Outra coisa que não é típica minha.

- Pensei que o treinamento médico pra hipotermia fosse cobertores e não dormir em cima da vítima.

Como se ainda fosse possível, Sakura cora mais ainda. Tento não reparar em como ela fica bonita corada.
Sakura se levanta e olha furiosa para mim.

- Seu...seu... - ela tenta achar um xingamento, mas não consegue.

- Tente porco. - sugiro à ela.

- Seu porco! Eu salvo sua vida mais vezes do que eu consigo contar e você ainda tenta ridicularizar o que eu faço! Pra você e pro Naruto eu não sou nada além do que a integrante mais fraca do time sete. A que vive chorando. Eu não sou mais assim!

Okay, não era isso que eu imaginava.
Toda diversão e sarcasmo desapareceu, e suas palavras me atingem como bofetadas. Contrariando a razão eu me levanto, e viro para ela, surpreso e até um pouquinho admirado.

- Nós nunca te chamamos de fraca! De onde você tirou isso? Se não fosse por você, nós nunca teríamos conseguido selar Kaguya. Eu não entendo como a conversa foi parar nesse assunto.

Sakura olha incrédula para mim, e meu temperamento difícil começa a esquentar.

- Então quer dizer que você nunca me olhou de cima? Logo você, Sasuke. Sempre se achando melhor. Sempre na frente, nunca esperando por ninguém. Agora diga que estou errada, Sasuke. Olhe nos meus olhos e diga que eu cheguei ao nível de vocês.

Permaneço em silêncio.

Sakura dá uma gargalhada seca.

- Está vendo, Sasuke? Eu não passo de uma garota apaixonada e irritante para você.

Ela vira e começa a caminhar em direção as escadas, quando estava no primeiro degrau, eu seguro seu braço.
Isso surpreendente tanto eu quanto ela. Ela vira, olha para mim e eu não consigo dizer nada.
Quero gritar e dizer que sempre a vi como uma igual, e que nunca pensei que fosse inferior a mim, mas as palavras simplesmente não saiam.
Nossos olhos estão na mesma altura, e então eu tomo consciência da nossa proximidade. Estou a apenas um suspiro de distância de seus lábios, seus olhos verdes encaram os meus com uma paixão e uma amor tão forte que é impossível não sentir.
Então faço a coisa que jamais pensei que faria.
Eu a beijo.
Por um segundo ela fica sem reação, mas então passa seus braços pelos meus ombros, repousando suas mãos na minha nuca.
Eu agarro sua cintura e a puxo para mais perto de mim.
Nós nos beijamos até ficarmos sem ar, seus lábios tem gosto de maçãs e eu me pergunto se ela tem esse gosto mesmo ou se é algum truque feminino.
Sua língua percorre minha boca timidamente, investigando cada canto. Talvez ela nunca tenha estado com um homem antes, então eu tinha que fazer tudo direito.
Nossos lábios se separam e a eletricidade que percorria meu corpo para de correr.
Sakura está ofegante, assim como eu. Olho para ela e o que vejo me deixa excitado. Ela está com um olhar selvagem, o olhar que eu vi no campo de batalha.
Aperto sua cintura e faço uma pergunta com o olhar. Ela arregala os olhos, e então morde o lábio inferior.
Sem querer solto um suspiro olhando pro seu lábio.
Como eu queria morde-lo.
Sakura parece interpretar minha expressão, e então ela faz a coisa mais louca naquele dia: ela consente.
Com um sorriso nos lábios, pego sua mão e a levo para o meu quarto.