S A T U R N
O fim é assustador, Yoongi. Quando era menor nunca gostava quando as coisas acabavam, principalmente quando essa coisa era a sobremesa. Quem dera os finais se resumissem a coisas que não doem, mas não é bem assim, não é, anjo?
Há fins tão dolorosos ao ponto de sangrar; e era um sangue quente que escorria pelo vão dos meus dedos, mas foi necessário. Foi necessário para lembrar do nosso infinito.
Pedi aos céus para poder ouvir sua voz, mais uma vez que fosse, dizendo que me amava. No entanto, você já não tinha voz, já não tinha vida. E foi aí que eu percebi que você havia ido para saturno.
Saturno, tão longe do Sol, mas um dos maiores do Sistema Solar. O nosso planeta; e, assim, lembrei-me de como você adorava as estrelas e a coragem delas de perdurar através dos milênios; da sua beleza admirável, mesmo estando a anos luz de distância do nosso contato. E, ainda mais, que as estrelas, assim como Saturno – e assim como você –, não são feitas para serem tocadas, mas para serem vistas e admiradas.
Depois que você se foi, tentei entender os porquês, mas lembrei-me de que o infinito não se explica, pois é raro e bonito, e tudo o que nós, meros mortais, podemos fazer é esperar para chegar no nosso saturno. Até lá, boa viagem, amor.
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