Namjoon e o cara que o acompanhava pararam de falar e voltaram toda a sua atenção para mim. Eles me olhavam confusos. Namjoon se levantou e veio em minha direção.
-JungKook, o que faz aqui? Quanto você ouviu?
-Estou procurando a Alison e não ouvi muita coisa, mas o suficiente para saber que ela esta com problemas.
-Vá para casa JungKook, isso não é um assunto seu. – Namjoon disse tentando me por pra fora.
-Não, eu vou ficar! – Disse me desviando de suas mãos.
-Deixe o garoto, talvez ele possa ajudar. – O homem de cabelos loiros, ele me lembrava a Alison, disse.
Ele fez sinal para eu me aproximar e assim o fiz, me sentei ao seu lado no sofá. Namjoon bufou impaciente, mas acabou cedendo ao perceber que eu iria ficar.
-Seu nome é JungKook certo? – O Homem perguntou e eu assenti. – Prazer, sou Harold!
-Vocês podem me explicar o que esta acontecendo?! Alison está em perigo?
-Ela foi sequestrada! – Namjoon disse simplista.
Entrei em desespero. Agora tudo fazia sentido, o motivo dela ter sumido.
-O que? Eles pediram resgate? Vocês acionaram a policia?
-Não é o tipo de sequestro onde eles pedem resgate. Já a policia só iria atrapalhar. – Harold disse.
Eu estou confuso, não entendo o que esta acontecendo, mas eu preciso ajuda-la.
-Eu não entendo.
-Aiish, não podemos te explicar, ela quem teria que fazer isso, mas ela não está aqui. Estou tentando achar um jeito de salva-la. – Namjoon disse e estava nítido a sua preocupação.
-Ela foi pega por uma facção criminosa e está sofrendo muito lá. Acontece que eu faço parte desta facção. – Harold disse e eu o olhei com os olhos arregalados. – Fique calmo garoto, estou do lado de vocês. Eu posso por um de vocês lá dentro em segurança, mas vocês terão que se virar para sair.
Uma facção criminosa? Com o que você se meteu Alison?
-O que eu preciso fazer?
-Você está mesmo disposto a ajudar? – Namjoon perguntou.
-Sim, estou. O que eu preciso fazer?
-Se necessário, você conseguiria carrega-la e correr? – Harold perguntou.
-Harold você não esta pensando em...
-Deixe o garoto responder Namjoon!
Harold então me encarou esperando uma resposta.
-Sim, consigo.
-Então esta decidido. Eu vou te colocar lá dentro e Namjoon ira te monitorar daqui e te ajudar a sair.
-Eu não acho que seja uma boa ideia manda-lo. Dois amigos estão a caminho eles podem...
-Eles não chegarão a tempo. JungKook você esta disposto a se arriscar?
Se eu dissesse que meu sangue não gelou, estaria mentindo. Mas Alison precisa de mim e eu vou ajudar. Assenti e Harold deu um sorriso.
-Você sabe usar uma arma? – Harold perguntou me fazendo arregalar os olhos. – Pelo visto não. Namjoon você pode pegar uma, por favor.
Namjoon assentiu e se levantou indo em direção aos quartos.
-Você é muito corajoso garoto. – Harold se pronunciou me fazendo encara-lo. – Você sabe que será perigoso, mas mesmo assim está disposto a ir.
-Ela precisa de ajuda.
-Você está apaixonado por ela, não é?!
O encarei surpreso, estava tão obvio assim? Ele começou a rir.
-Eu sei como é estar apaixonado garoto.
Sorri em resposta e vi Namjoon voltar com uma arma em mãos.
-Você tem uma arma? – Perguntei surpreso.
-Quando ela voltar irá te explicar tudo, até lá você não saberá muita coisa. – Namjoon disse entregando a arma para Harold.
Harold me ensinou a mexer na arma, como carrega-la, destrava-la, atirar, tudo o que fosse necessário. O tempo passou tão rápido que quando me dei conta já estava amanhecendo.
-Já está amanhecendo! – Disse um tanto quanto pensativo.
-Vá para casa e descanse. Esteja aqui as 18:00 horas. – Harold disse.
Assenti e fui em direção a porta, mas assim que cheguei me virei novamente em sua direção
-Uma pergunta, se você faz parte deste grupo criminoso, por que está ajudando?
-Eu tenho meus motivos. Talvez um dia vocês descubram, apensa aceitem minha ajuda.
Não me convenceu muito, e parece que nem a Namjoon, porem assenti e sai. Comecei a caminhar de volta para casa. No que você se meteu Alison? Que segredos são esses que você guarda? Será que minha opinião sobre você mudará ou talvez até mesmo o que sinto? Meus pensamentos foram interrompidos ao chegar na porta de casa. Abri a porta tentando ser o mais silencioso possível. A casa estava silenciosa, deduzi que os garotos estavam dormindo. Me direcionei até a cozinha para comer algo quando Jin apareceu me assustando.
-JungKook?
-Ah, oi Jin. – Tentei parecer o mais tranquilo possível. Tentativa falha.
-Não dormiu em casa hoje?
Jin me encarava fixamente, o que estava me deixando cada vez mais nervoso.
-Ah... É que...
-JungKook! – Jin me chamou de forma séria enquanto se aproximava. – Tem algo haver com a Alison, não é?
Jin sabe que só fico nervoso desse jeito quando se trata dela.
-Jin, confio muito em você, mas não posso dizer. Tudo o que posso falar é que talvez eu saiba onde ela está e posso ajuda-lá.
-Mas eu...
-Me prometa que não irá perguntar mais nada e que não irá comentar nada com os garotos.
Jin ficou pensativo por um tempo antes de se pronunciar.
-Pode confiar em mim. E a encontre!
Fui em sua direção e o abracei. Eu realmente não sei o que pode acontecer comigo, não sei o que pode acontecer com ela, eu estava explodindo, estava tão tenso e nervoso com tudo que meu corpo chegava a tremer, fazendo Jin perceber que o assunto era sério.
-Boa sorte! – Jin falou me abraçando mais forte.
Depois de um tempo me soltei de seus braços e fui dormir. Precisava ao menos tentar descansar para estar disposto ao que acontecera mais tarde. Entrei em meu quarto e tranquei a porta. Me livrei de minha camiseta e me joguei na cama. Me virava de um lado para o outro na cama, mas as tentativas de dormir eram falhas. Coloquei uma música para tentar me ajudar, conforme a melodia se passava meus olhos foram pesando e os músculos de meu corpo relaxando até que adormeci.
Devo ter dormido por umas quatro ou cinco horas. Acordei mais disposto, olhei no relógio e vi que era quase meio-dia. Coloquei uma camiseta qualquer, assim que terminei de me ajeitar sai do quarto dando de cara com Tae que passava pelo corredor.
-Até que enfim acordou. Nunca o vi dormir tanto! – Pelo visto ele não havia percebido que sai ontem a noite.
-Bom dia pra você também. Eu estava bem cansado!
Tae respondeu com um sorriso e voltou a caminhar. Desci as escadas e vi que os garotos estavam divididos entre a sala e a cozinha. Cumprimentei todos e me sentei no sofá ao lado de Jimin. Enquanto observava todos conversando e rindo comecei a pensar em tudo que já passei com esses garotos. Eles realmente significam muito para mim e sei que o sentimento é reciproco. Não posso e não vou deixar nada acontecer comigo. Me livrei destes pensamentos quando Jin e Hope saíram da cozinha avisando que o almoço estava pronto.
Depois de um belo almoço acompanhado de conversada e rindo das patadas que Suga dava em Hope terminamos de comer. Me voluntariei a ajudar Tae com a limpeza da cozinha. Recolhemos os pratos e começamos a limpar. Não conversamos muito. Tae parecia meio apreensivo com algo, mas tentei ignorar e assim terminamos de organizar tudo.
-Kook, preciso sair. – Tae disse enquanto lia algo em seu celular. – Avise os garotos por mim?
-Pode deixar. – Falei desconfiado enquanto Tae corria para a saída. Devo estar ficando paranoico.
Fiquei o resto do dia esperando que desse o horário em que precisaria sair. Faltando dez minutos para as 18:00 saí de casa. Caminhei um tanto quanto rápido devido ao nervosismo e ansiedade me fazendo chegar rapidamente em frente a casa de Alison. Assim que cheguei na porta respirei fundo e bati na mesma, em poucos segundos Namjoon a abriu.
-Pontual, hein!
Dei um pequeno sorriso e adentrei a casa. Namjoon fez sinal para eu sentar e assim o fiz.
-É o seguinte. – Namjoon veio em minha direção com um pequeno aparelho prateado em sua mão. – Você vai colocar este ponto no ouvido e vai fazer tudo o que eu disser.
-Namjoon, calma. – Harold disse pegando o ponto de sua mão e o entregando para mim. – Coloque este ponto na orelha, eu entrarei junto com você para lhe ajudar. Te levarei até a sala onde ela está presa, você então entra e a tira de lá. Agora, você precisa ter consciência de que terá que se virar para sair e de que talvez não saia. Namjoon irá tentar te ajudar daqui mas tudo depende unicamente de você.
Um clima tenso pairou sobre o ambiente e senti como se tivessem colocado uma grande mala lotada de chumbo em minhas costas.
-Estou disposto a fazer qualquer coisa para salva-la. – Falei com certeza.
Harold deu um leve sorriso e me entregou um lenço e uma arma. O olhei confuso em relação ao lenço.
-Coloque no rosto, assim eles não poderão te reconhecer. – Harold explicou.
Coloquei o lenço no rosto e o ponto no ouvido. Peguei a arma com certa relutância e a coloquei na cintura. Harold se levantou e me encarou.
-Pronto? – Ele disse.
Senti meu coração se acelerar, os pelos de minha nuca se arrepiarem, senti medo e sou homem o suficiente para admitir isso, mas eu disse que ia salva-la e eu vou. Respirei fundo, enchi meu peito de coragem e me levantei, olhei com a mais pura certeza para Harold e disse:
-Vamos!
No mesmo instante fomos em direção a porta. Assim que saímos entramos em um carro preto que estava estacionado em frente a casa. Passamos o caminho inteiro em silêncio. Um longo e perturbador silencio, quase que sufocante, parecia até mesmo que a esperança de que tudo daria certo havia sumido, o sol se pondo dando lugar a escuridão aumentava ainda mais essa sensação. Depois de um longo percurso chegamos em nosso destino. Antes de sairmos do carro Harold se virou para mim.
-Tem um carro parado em um galpão na cidade. Quando resgata-la vá até lá e troque de carro para não ser seguido. Aqui está o endereço.
Peguei o papel com o endereço e o coloquei em meu bolso. Harold saiu do carro, sinal de que a hora havia chegado. Respirei fundo, saí do carro e o segui. Estávamos em uma rodovia deserta, apenas com um prédio de sei la quantos andares no local.
Harold começou a caminhar em direção ao prédio e eu o segui, porém ao invés de ir para a porta principal ele me guiou para uma porta nos fundos do prédio. Ao adentrarmos a porta dei de cara com um estacionamento, cheio de carros modernos. Caminhamos por entre os carros até sair do estacionamento e adentramos o prédio.
Andamos por corredores frios e desertos. Uma grande tensão se mantinha no ar. Harold se mantinha atento a qualquer movimento. Os corredores pareciam não ter fim. Adentramos outro corredor e Harold parou bruscamente, quase me fazendo trombar com ele.
-Espere aqui! – Ele disse ainda de costas para mim e continuou a andar.
Fiquei lá parado o observando virar outro corredor e acabei o ouvindo conversar com alguém.
-Olá Harold, o que faz aqui? – Disse uma voz masculina desconhecida.
-Vim ver a garota!
-A claro, pode entrar!
-Obrigada, e eu acho que Chun-Ho estava te chamando, você deveria dar uma olhada!
-Aiish, Chung-Ho não cansa de me encher. Você pode ficar de olho nela pra mim?
Acho que Harold concordou, pois ouvi passos se afastando do local. Harold apareceu e fez sinal para eu segui-lo e assim o fiz. Paramos em frente a uma porta.
-Ela está aqui dentro, a partir de agora deixo em suas mãos. – Ele disse me entregando uma chave e indo embora.
Novamente as batidas em meu coração começaram a se acelerar, senti que estava suando frio. Lentamente abri a porta e assim que a vi eu paralisei devido ao horror de vê-la naquele estado. Ela estava amarrada a uma cadeira, havia ferimentos em toda a extensão de seu corpo, ela estava coberta de sangue, suas roupas estavam rasgadas, sangue escorria de sua boca e testa. Ela se mantinha de cabeça baixa, mas era possível ver as gotas de sangue e suor pingando em suas roupas sujas.
-Você ainda não se cansou? Eu não vou falar nada. – Ela disse com a voz tremula porem sem levantar a cabeça.
Me aproximei dela e comecei a liberta-la das correntes que prendiam seus braços e pernas. Lentamente ela levantou a cabeça e me encarou com os olhos arregalados.
-Q-quem é você?
-Ali, sou eu! – Disse retirando o lenço de meu rosto.
-J-jungKook, mas o que voc...
-Mais tarde conversamos. Primeiro precisamos sair daqui. Consegue se levantar?
Ela fez força para se levantar, porém acabou caindo na cadeira novamente.
-Sinto muito, não tenho forças! – Ela disse abaixando a cabeça.
-Não precisa se desculpar. – Me aproximei e me abaixei ficando da sua altura. Coloquei minha mão em sua cintura, ela tremeu um pouco de dor mas logo se acalmou. – Passe os braços em meu pescoço.
Ela olhou em meus olhos e recuou um pouco, mas passou os braços em meu pescoço o abraçando. Passei o braço por sua cintura e segurei suas pernas a erguendo. Ela afundou o rosto em meu pescoço e pude sentir sua respiração pesada e descompensada. Era tão estranho vê-la assim, frágil como se pudesse quebrar a qualquer toque. Naquele momento fiz uma promessa para mim mesmo, eu sempre irei protege-la.
-Namjoon, estou com ela! – Disse o que a fez me olhar confusa.
“-Otimo, quando sair da sala siga o corredor para a direita. E tente me chamar de Rap Monster enquanto estiver ai.”
Assenti e caminhei para fora da sala e segui as instruções de Namjoon.
-Kook. – Ela me chamou e eu a encarei.
-Diga.
-Converse comigo, sinto que vou desmaiar, tente me manter acordada.
-O que pretende fazer depois de sair daqui? – Perguntei a primeira coisa que me veio a cabeça.
-Me jogar na primeira cama que encontrar. – Ela disse dando um riso fraco.
-Vou providenciar isso. – Falei dando uma leve risada.
-JungKook... – Ela me chamou em um tom de voz sério. – Por que está aqui?
Fiquei pensativo por um tempo, mas resolvi ser sincero.
-Porque eu gosto de você, e não como um amigo, eu faria qualquer coisa por você. Vou sempre estar aqui.
-Sempre estar aqui? – Ela disse meio pensativa para si mesma.
-Eu prometo sempre estar aqui por você.
Um pequeno silencio invadiu o ambiente enquanto caminhava.
-Kook, a quanto tempo estou aqui?
-Sete dias.
Ela ficou pensativa e afundou sua cabeça em meu peito. Preciso ser rápido.
-ENCONTRE-A AGORA! – Ouvi uma voz dizer.
Acelerei meus passos, porém fui impedido de continuar por uma porta, e a cada segundo que se passava eles se aproximavam.
-Rap Monster, o que eu faço?
“-Preste atenção.” – Ele começou a me dar instruções, porem não entendia nada do que ele dizia.
-Eu não estou entendendo.
-Me deixe falar com ele. – Ela pediu, meio relutante entreguei o ponto a ela. – Rap Monster comece a falar.
Ela ouvia atentamente suas instruções. Ouvi passos próximos, eles estavam chegando.
-Kook, me coloque no chão.
A encarei confuso, a poucos minutos ela nem aguentava ficar em pé.
-O que? Mas voc...
-Eu vou ficar bem, por favor.
A coloquei delicadamente no chão e a mesma foi mancando até um painel ao lado da porta, retirou a arma e atirou no painel. Onde ela conseguiu aquela arma? Olhei minha cintura e a arma não estava mais lá. Quando ela a havia pego? Deixei isso de lado e a encarei remexer em alguns fios no painel e em alguns segundos a porta se abriu.
-EU OS ENCONTREI!
Olhei para trás e vi um cara que logo foi seguido por mais dois. Peguei Alison novamente no colo e comecei a correr, assim que passamos pela porta ela se fechou deixando-os para trás. Alison me devolveu o ponto e assim Namjoon me orientava e eu seguia seus comandos. Entrei em um corredor fui surpreendido por um cara a minha frente, ao tentar dar meia volta me vi encurralado no corredor. Percebi que Alison já preparava a sua arma. Ouvi um estrondo e um dos caras caiu morto no chão, logo outro estrondo e o outro cara caiu morto, uma cena nada bonita. Olhei para Alison achando que ela havia atirado, mas a mesma parecia tão surpresa quanto eu. Um cara surgiu das sombras e tinha uma arma em mãos, senti Alison tremer em meus braços ao vê-lo.
-Chung-Ho! – Ela disse com a voz firme.
-Venha, vou tira-los daqui. – O homem chamado Chung-Ho disse.
O olhei desconfiado, mas Alison me lançou um sorriso mostrando que poderíamos segui-lo e assim o fiz. Ele nos levou por corredores secundários e algumas vezes tivemos que nos esconder nas sombras devido a grande aglomeração de guardas que passava nos procurando. Enfim chegamos a uma porta e Chun-Ho a abriu nos mostrando a rua.
-Vão!
-Por que fez isso? Por que nos ajudou? – Ali perguntou.
-Você sabe muito bem o porquê. Agora vão logo!
Assenti e corri para o carro. Coloquei Alison no banco traseiro e quando estava prestes a entrar no carro senti uma mão em meu ombro, meu virei e vi Chun-Ho.
-Não sejam pegos e a proteja. – Ele disse me entregando sua arma.
-Não se preocupe e obrigado!
Ele assentiu e correu de volta para o prédio. Adentrei o carro e dei partida no mesmo nos tirando daquele lugar o mais rápido possível.
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