História Save Me - A House a Both Agitated

-Então Namjoon, comece a falar. – Falei ofegante após correr o mais rápido que pude para chegar aqui.

-Calma Emy, beba uma água, respira...

-Você me disse para vir o mais rápido possível e estou aqui, então começa a falar agora.

Namjoon bufou e fez um sinal para eu o seguir. Entramos em seu quarto e ele se sentou em frente aos seus computadores.

- Então, vamos por partes. Pesquisei todos os números daquele celular, mas não descobri nada. Então pesquisei a vida deles, novamente nada. Porém comecei a conectar tudo, a vida da maioria dos contatos. - Namjoon parou para recuperar o fôlego.- Resumindo, pesquisei cada vez mais e descobri que eles fazem parte da maior facção criminosa da Coréia.

-E qual o nome dessa facção?

-Eles não têm nome, as pessoas os chamam de demônios, o inferno, coisas assim.

-E quem é o líder deles?

-Isso é um problema. Eu não sei, as pessoas o chamam de diabo, lúcifer, mas não existe nada sobre ele, ninguém nunca o viu. É como se ele não existisse. Já avisei seu pai sobre isso, estamos nos envolvendo com pessoas perigosas, vamos precisar do auxílio dele, só estou esperando seu retorno.

-Não faz sentido. Por que uma facção desse nível estaria atrás de Jimin?

-Eu também não entendo. Mas isso é algo para você descobrir, por isso precisa se aproximar dele.

-Você diz como se fosse fácil. – Falei me jogando em sua cama, encarando o teto.

-Ele parece querer se aproximar de você.

-Não do jeito que eu preciso. Ele precisa ter confiança em mim, me querer como amiga e não mais uma garota que ele conversa e manda cantadas.

- Mas você pode usar isso a seu favor. – Namjoon disse se deitando ao meu lado.

Olhei para ele e percebi que já me encarava.

-O que foi?

Ele abriu um sorriso tão sincero que deixou suas covinhas à mostra. Olhou em meus olhos e aproximou seu rosto para falar.

-Você tá com uma espinha enorme na cara. - Disse dando risada.

-E você é um idiota, sabia? – Falei dando um tapa em seu braço e tentando parecer brava, mas não consegui conter o riso.

Do quarto de Namjoon pude ouvir meu celular tocar. Apenas senti duas mãos me empurrando para o chão.

-Ai!

-Isso, vá atender porque esse toque me irrita. – Ele não parava de rir de mim.

-Ta, já estou indo seu ogro.

-Também te amo pirralha!

Fui até a sala dando risada, como uma pessoa pode ter um amigo tão bruto? Enfim, peguei meu celular que estava no sofá e me surpreendi ao ver quem estava me ligando.

-Jimin?!

“-Suga, CALA A BOCA!... Ah... Oi Alison, desculpe o grito". – Ele disse rindo, mas percebi que ele estava um pouco sem graça.

-Sem problemas! Está tudo bem?

“-Ah, está sim, é que os meninos e eu vamos começar uma maratona de filmes aqui e pensei em te chamar. Tá afim?”

Seria uma bela oportunidade para descobrir um pouco mais sobre ele e sua família, além de que uma diversão de vez em quando não faz mal a ninguém.

-Claro! – Consegui ser o mais animada possível. – Me dê dez minutos e estarei aí.

“-Você se lembra do endereço que te passei ontem na aula?”

-Lembro sim, não é longe daqui. Até daqui a pouco!

“- Até, estamos esperando!”

Desliguei e voltei para o quarto de Namjoon.

-Namjoon, to saindo.

-E você vai sair desse jeito, queridinha? – Ele ficou parecido com aqueles estilistas gays, não pude conter o riso.

-Sim, o que tem de errado?

-Me recuso a deixar você sair assim, monamour.

-Ok, ok. – Falei rindo. – Vou colocar uma roupa melhor.

-Acho bom!

Dei risada e fui até meu quarto. Estava meio frio, então só troquei a camiseta da escola por uma blusa de frio fina e preta e penteei o cabelo.

Saí do quarto e percebi que Namjoon estava na sala, mais especificamente de quatro no chão.

-O que você tá fazendo?!

-Perdi meus fones e estou procurando eles. – Logo depois dele falar ele percebeu minha cara de riso e viu a posição em que estava. – Ok, juro que sou hétero!

-Aham. – Falei e um tom irônico e logo mudei de assunto. – Está melhor agora?

-Um pouco. – Ele disse se levantando. – Agora vai e conquiste seu príncipe encantado!

-Não começa! – Peguei meu celular e fui de encontro com ele para me despedir e ele me deu aquele abraço de urso que adoro.

-Se cuida pequena. – Sim, sou bem menor que ele.

-Pode deixar. – Respondi e em seguida ele depositou um beijo em minha testa, logo depois eu saí.

Namjoon e eu sempre tivemos essa relação “tapas e beijos”. Quando ele chegou na AMS eu meio que fiquei responsável por ele, depois de muita convivência acabamos nos tornando amigos, quase irmãos. Sinceramente, não sei o que faria sem sua amizade.

Não demorou muito para que eu chegasse na casa dos meninos. Da calçada pude ouvir Hope discutindo com Tae. Fiquei imaginando como seria viver ali dentro com aqueles caras. Me livrei desses pensamentos e analisei a casa. Por fora, toda clara com janelas e portas escuras, parecia grande. Coloquei meu melhor sorriso no rosto e tomei coragem para bater na porta.

-Ah, oi Ali! – Jin abriu a porta e me cumprimentou com um abraço.

Percebi que todos estavam nos encarando e senti meu rosto queimar.

-O que foi? – Jin perguntou e percebi a inocência em sua voz.

-Só eu achei que rolou um clima? – Hope disse rindo com malícia em sua fala.

-Para de graça cara, não vamos deixar a garota envergonhada. – Percebi que era Jungkook que havia falado. – Pelo menos não por enquanto.

Dei uma risada tímida e Jin me guiou até o sofá.

-Sinta-se em casa!

Apenas assenti e me sentei. Olhei para Jimin espantada. Ele não parecia mais uma cenoura.

-Pintou o cabelo? – Perguntei.

-É, decidi virar meio normal. – Ele disse rindo passando a mão pelos cabelos, agora pretos.

Dei um sorriso e passei a mão em meu ouvido, e percebi que não havia pego o ponto. Pelo menos não precisaria ouvir Namjoon me zoando.

-Então Alison, já se adaptou a vida na Coréia? – Tae perguntou.

-Ah sim, até que não é tão diferente da América, tirando o fuso horário.

Jin veio se sentar ao meu lado e me abraçou. Percebi o olhar de Jimin sobre nós.

-Jin, sai daí, tenho ciúmes dela! – Ele disse e empurrou Jin, me abraçando. Ambos riram.

-Jimin não me empurre! Onde está sua educação? – Jin e Jimin começaram a discutir.

Senti alguém me abraçar por trás e vi que era J-Hope.

-Enquanto vocês discutem eu pego pra mim! – Ele falou sorrindo.

Jimin e Jin pararam de discutir e começaram a rir. Eu devia estar bem corada porque Taehyung me olhou e começou a rir também. Vi Jungkook bufar e levantar, vindo em minha direção.

-Venha, saia de perto desses estranhos. – Ele me estendeu a mão rindo e me levou para o outro sofá, onde estavam ele e Tae.

-Não me diga que agora você também quer ela Kook! – Pergutou Jimin rindo e arqueando uma sobrancelha.

-Não tem nada haver, só não quero que ela seja contagiada por estranhos como vocês. – Ele abaixou e virou o rosto, mas acho que o vi corar, apenas não confirmei.

-E onde está Suga? – Perguntei.

-Ele foi comprar comida, já deve estar chegando. – Explicou Jin.

Ouvimos a porta abrir e vi um cabelo verde entrar cheio de sacolas.

-Ameba asteroide, venha me ajudar, as sacolas estão pesadas! – Suga gritou da porta.

-Quem seria o ameba asteroide? – Questionou Jimin.

-É você mesmo, você que é o fortinho aqui. Tinha que ser um ameba! – Disse Suga dando risada.

Jimin ameaçou começar uma discussão. Será que só sabem discutir? Bufei e me levantei.

-Eu ajudo! – Falei pegando as sacolas.

-Obrigado pela boa vontade Ali, mas elas estão pesad... – Suga se calou quando me viu pegar todas as sacolas com a maior facilidade.

-Duas opções: ou Ali é muito forte ou Suga é muito fraco. – Falou J-Hope.

-Eu voto na segunda! – Taehyung se pronunciou e fez todos rirem, enquanto isso levei as sacolas para a cozinha.

Voltei para sala e Jin foi preparar algo para comermos. Enquanto isso, ficamos na sala conversando sobre assuntos aleatórios o esperando para começarmos a ver os filmes. Ele voltou com lanches e sucos, então começamos e assistir o primeiro filme. Quando já estava na metade do filme percebi que Suga estava em seu terceiro sono. Jungkook, Taehyung e Jin estavam muito concentrados no filme, enquanto J-Hope e Jimin estavam agarrados um ao outro morrendo de medo, porém também prestando atenção. Sem que ninguém percebesse sai da sala se fui vasculhar a casa para ver se descobria algo sobre Jimin e sua família. Subi as escadas que davam a um corredor com os quartos. Abri uma porta e me deparei com o quarto de Jimin. Um lugar grande e claro, com móveis claros e fotos penduradas nas paredes. Haviam fotos sua com seus pais em viagens, mansões e iates, deduzi que sua família é muito rica, o que explicaria o valor que estavam pagando para protegê-lo. Fui em direção a uma mesa de escritório que havia no quarto e comecei a vasculhar os papeis que haviam nela. Ouvi a porta se abrir atrás de mim e larguei os papéis imediatamente. Me virei e me deparei com Jimin na porta.

-O que faz aqui? – Sua voz séria se espalhou sobre o local.